Atashi No Shota Days escrita por kaori-senpai, VampireWalker


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui tem outro capitulo! Eu e a Tay-chan agradecemos a todos que mandaram reviews, isso ajuda muito. Muito obrigada, vocês não tem noção do quanto os leitores são importantes.



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Len queria que a aula tivesse passado voando, seria menos sofrimento para o mesmo. Apesar de tentar se concentrar nas aulas, conseguia ouvir, mesmo na primeira cadeira perto da porta, comentários sobre ele, sobre sua aparência. Era nessas horas que queria estar perto de seu único amigo, Piko, ou de Rin, já que eles estariam rindo com ele e não dele.

Quando a aula finalmente acabou, foi o primeiro a sair e andou em direção a sala do outro primeiro ano, para esperar Rin. Aguardou um tempo, todos da sala saíram menos a sua irmã.

- Rin? - chamou Len entrando na classe dela.

A loira estava arrumando seu material enquanto seu melhor amigo, Rinto, brincava com o laço preso na cabeça da mesma, a fazendo se desconcentrar e brigar com ele. No final da sala, um garoto olhava a cena, de um jeito misterioso, ficou encostado na parede como quem não queria nada.

- Oi Len! - respondeu a garota enquanto batia na mão de Rinto, como se ordenasse que ele parasse de perturbá-la.

- Por que você está demorando tanto? - perguntou de forma inocente entrando na sala, ficando na frente da cadeira da irmã.

- Culpe esse idiota! Não quer me deixar arrumar a bolsa!

Len conhecia Rinto, muitas vezes ele ia para sua casa fazer trabalhos com Rin, o que gerava muita polêmica na família, afinal, uma garota não devia ficar a sós com um amigo em seu quarto. Mas Rinto era o melhor amigo da pequena, não tinham por que desconfiar de suas intenções.

- Nee, Rinto-kun, deixa a Rin arrumar as coisas? – falou jogando a cabeça para o lado, sua voz saiu doce sem querer, odiava a maldita puberdade.

- KKKKKK – Rinto não resistiu a aquela cena – Faço tudo pela minha cunhada favorita! – dizendo isso saiu da sala.

Para ele, foi só uma piada que nem ira se lembrar quando chegar em casa, mas isso acabou com toda a dignidade que Len tinha. Ser humilhado na frente de sua irmã era a pior coisa que tinha acontecido naquele dia, e ainda por cima, foi o melhor amigo dela.

- Len, desculpa esse idiota! Não se preocupe, amanhã dou um jeito nele!

- N-não precisa, mas vai para casa com ele. Sei que quer.

Quase leu os pensamentos da irmã, Rin apenas deu um sorriso e foi correndo atrás de Rinto, o pequeno shota saiu logo depois dela. Mas não foi direto para casa, resolveu ficar um pouco na biblioteca, seu único oásis de paz. Pegou as tarefas e começou a respondê-las, até o momento que um jovem de cabelos e olhos azuis chegou à sua mesa. O loiro olhou para cima e deu um sorriso quase de deboche, como se fosse impossível ficar solitário ou as pessoas não parassem de chamá-lo de shota. Já não bastava ser chamado de garota na frente da sua irmã? A única que não o xingava?

- O que você quer? - perguntou curto e grosso, suspirando de forma pesada e fechando o livro com certa força, assustando um pouco o azulado.

- Eu vi o que aconteceu na sala, na hora da saída hoje... Com a sua irmã e o namorado dela. - disse um pouco receoso sobre a futura ação do loiro.

- Ela não tem namorado. - respondeu Len seco, se Rinto fosse seu cunhado, teria se matado naquele instante.

- Então me desculpe por falar algo tão... - Kaito pensou um pouco antes de falar a próxima palavra - Estúpido.

- Sim, mas você não me respondeu minha pergunta. O que quer? - perguntou novamente, persistindo no assunto.

- Desculpa se me preocupo com as pessoas que sofrem bulling na minha frente. - respondeu o bolsista inventando qualquer desculpa besta.

- Ah... Certo então. - demorou a falar, estava perplexo com a fala do outro, ninguém, principalmente um garoto, se importava com ele, sentiu suas bochechas corarem, se xingou mentalmente por isso.

- He-Hey, não precisa ficar com vergonha, é somente uma mão amiga. - comentou Kaito dando uma risada em seguida, seria divertido passar o tempo com aquele shota que tanto falavam.

Len levantou a cabeça e o olhou nos olhos, conhecia aquele cara, era o tipo de pessoa que todos queriam ser, um garoto popular, cheio de amigos e de garotas aos seus pés. Em muitos sonhos o pequeno desejou ser como ele. Será mesmo que queria ajudá-lo? Apesar de jovem ele aprendeu que não podia confiar em todos, a vida o ensinou da pior forma. Gostaria muito de acreditar que suas palavra foram sinceras, mas algo dentro de si repelia esse pensamento.

- Sei, obrigado pela preocupação. Mas eu me acostumei com isso.

Kaito não podia dizer que estas palavras não o comoveram, era muito triste pensar que alguém podia estar acostumado com aquele tipo de tratamento. Era desumano ouvir aquilo e não se importar, mesmo que não tenha nenhum interesse. Foi um pouco mais ousado e se sentou ao lado do pequeno, o surpreendendo mais ainda, afinal, poucos no colégio faziam sem gozação. Logo pegou seus livros e se pôs a estudar junto a Len, na esperança que ele se oferecesse para ajudá-lo, mas isso não aconteceu, meia hora depois, o shota recolheu suas coisas e andou em direção a porta, não antes de olhar para trás, analisando a figura que tinha deixado na mesa. O dia não foi tão ruim afinal.

Poderia ter pegado um ônibus e ter chegado em casa mais rápido, mas preferiu andar, gostava de olhar as pessoas nas ruas, ver as roupas que elas usam e as expressões em seus rostos, quase como um terapia. Imaginava como cada um estava se sentindo, se tinham brigado com alguém ou tido uma surpresa, gostava de pensar que estava sendo analisado também, queria sentir que sua vida era importante, que ele fazia a diferença. Queria ser como o ar, uma presença inexistente e singela, mas no momento que fosse embora, perceber que era algo indispensável. Sábias palavras de Aya Kito, certamente se encaixavam no contexto.


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Kaito ficou desapontado com sua encenação, conseguia fazer qualquer garota fazer o que quisesse, mas com aquele maldito shota, não foi capaz nem de conversar direito.

– Culpa dele! Quem manda ser tão chato? – disse tentando convencer a si mesmo que não estava errado.

Chegou em casa já de noite, esquentou a comida que estava em cima do fogão, engolindo-a quase sem apreciar o gosto. Depois da “refeição” foi tomar banho, e constatou que a água havia sido cortada, então teria que tomar banho com a água que sobrará no balde. Depois de enfrentar os desafios de seu dia-a-dia, se deitou na cama, querendo ter o merecido descanso, mas não foi possível. A temperatura estava congelante e o aquecedor que ocupava lugar em seu quarto, não produzia nada além de barulho. Viu que não dormiria tão cedo e se pôs de pé no quarto, ainda cambaleante. Aquele garotinho estava lhe tirando a paciência, andou um pouco para os lados, até que seus pés não aguentaram o gelo que se tornará o chão, mesmo com as meias surradas que usava, não conseguiu impedir o frio. Deitou-se novamente, puxando a maior quantidade de cobertor para si, se embalou e conseguiu dormir, sem duvida nenhuma, tinha que estudar para ter uma vida melhor que aquela, a miséria não combinava com um rosto tão belo.



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Notas finais do capítulo

Outro capítulo chegou ao fim. Se vocês conseguiram chegar aqui, meus parabéns! Conseguiram, agora podem deixar um review e descansar.