Atashi No Shota Days escrita por kaori-senpai, VampireWalker


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Booom, a única coisa que tenho a dizer aqui é: desculpa --'
A demora não foi totalmente culpa nossa. Da última vez que conversei com a Tay-chan não lembro se ela estava se matando de estudar ou proibida de usar o pc ou os dois ^-^''
No meu caso são as duas opções e (mil desculpas Tay-chan!!!) resolvi passar o cap que já tava pronto no meu caderno sem a parte dela Ç_Ç
Gomen pelo atraso, mas esse com certeza é um dos últimos capítulos dessa fic /o/
Boa leitura!



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Kaito ia para a escola com o olho roxo por causa da briga com Taito. Era uma vergonha para um irmão mais velho apanhar do mais novo, mas ele nem sequer revidou, já que Taito estava com toda razão. Afinal, quem diria que Namine Ritsu era um garoto? Ele estava de saia afinal! Porém esse não era seu maior problema no momento, um olho roxo atraia um tipo de atenção que o jovem de cabelos azuis não gostava e para evitar isso, foi até a biblioteca se esconder atrás de um livro. Só não contava com a presença de seu pequeno professor particular. Claro, ele deveria ter pensado que Len com certeza estaria ali antes das aulas, mas seu cérebro parecia não funcionar naquele dia.

– Shion-kun? O que aconteceu com seu olho?! – Perguntou o loirinho cheio de preocupações.

– Ah, isso na foi nada de mais. Acabei brigando com meu irmão. – Respondeu sentando-se na cadeira ao lado de Len e desabando sobre esta.

– Você tem um irmão?

– Eu não te disse?

– Bom, eu não me lembro.

Eles ficaram em silêncio. Len examinava o olho de Kaito para ver se estava muito inchado e, inconscientemente, ficaram mais perto que o normal, porém eles não se deram conta dessa aproximação. Já era natural para eles estarem perto um do outro, mas claro que havia um limite para isso e ele estava nos lábios. Len tomava muito cuidado para suas bocas não se aproximarem o suficiente para de uma inclinação se originar um beijo. Kaito olhava para o rosto do mais novo apenas esperando ele se afastar, até que notou uma coisa estranha em seu pescoço. Aquilo tinha uma coloração avermelhada e Kaito conhecia muito bem aquele tipo de marca.

– O que foi isso no seu pescoço? – Sua voz estava bem raivosa e Len pode notar essa mudança no tom. Automaticamente o loirinho cobriu a marca e olhou para o chão.

– Eu não poderia explicar…

– Como assim?! Isso não é a marca de um beijo?!

– N-não é bem assim! N-na verdade... Isso foi uma brincadeira de mau gosto…

– Quem fez isso?

Kaito não estava como costumava ser. Geralmente estava sorrindo de forma idiota, falando besteiras ou gaguejando, no entanto, ele estava sério a ponto de causar medo no loirinho. Len não queria dizer que tinha sido Piko o autor daquela marca, provavelmente Kaito estranharia eles serem íntimos a esse ponto. Olhou para os lados enquanto pensava numa resposta convincente, mas naquela situação até mesmo pensar era difícil. Quem poderia ter feito aquilo sem parecer estranho?

– Foi a Rin.

Pronto. A melhor coisa que passou pela sua mente foi aquilo e teria que servir para Kaito voltar a ser o que é normalmente. Pelo jeito funcionou, pois Kaito já tinha pego um livro para ler, ou fingir ler, Len sabia quando o amigo estava levando algo a sério e com certeza ele nem deveria saber do assunto que o livro tratava.

– Shion-kun, por que vocês brigaram?

– Porque eu fiz uma coisa muito idiota. Não quero falar sobre isso.

Com aquela resposta Len se calou e voltou para seus livros, porém não estava conseguindo concentrar-se, ainda faltavam dez minutos para a aula começar e não queria ir para sala aguentar os garotos lhe irritando. Deitou sobre o livro e fechou os olhos para descansar a vista, mas sua cabeça não parava de pensar um único segundo. Por que Kaito estava o tratando com tanta indiferença? Ele tinha se irritado com alguma coisa ou era apenas o olho? Len realmente queria dizer que não se importava com aquela mudança de atitude, mas realmente lhe doía de uma forma estranha. Era até pior do que quando Piko resolveu dar mais atenção a Miki e sabia muito bem porque aquilo estava acontecendo. Por mais que não quisesse admitir, o que falou para Piko na noite anterior era verdade, ele gostava de Kaito, não apenas como amigo.

Mas Kaito era hetero, todos na escola sabiam disso e não seria Kagamine Len que mudaria esse fato. Talvez fosse até melhor assim, não sofreria mais abusos por ser gay, mas por outro lado nunca teria chance de dizer o que sentia. Cada vez mais pensamentos sobre o azulado invadiam sua mente e de uma hora para outra já tinha até imaginado a casa deles no futuro.

– Len, você está namorando alguém? – Aquela pergunta saiu da boca do de cabelos azuis quando não deveria passar de um pensamento. – E-espere! Não precisa responder! Eu perguntei sem pensar!

Len abriu os olhos devagar, tentando acreditar naquela pergunta. Normalmente não teria receio em responder a verdade, mas não era uma ocasião normal, afinal, o autor da pergunta era Kaito. O que deveria fazer? Pois para si, aquilo poderia significar um interesse por parte do azulado, mas tinha medo de pensar assim e acabar sendo desiludido. Poderia ser uma pergunta corriqueira, mas que eles ainda não tinham intimidade para conversar esse tipo de coisa, claro, só poderia ser aquilo. O loirinho se ajeitou na cadeira e tentou ao máximo ignorar as desculpas de Kaito e falou:

– Não. - Era a verdade. O que mais poderia responder? Kaito nem sequer tinha motivos para acreditar que o pequeno estava namorando, para que perguntar aquilo?

– Ahh… Claro… Eu também não! – “Eu também não”?! O que estava acontecendo com ele afinal? Era melhor costurar a própria boca do que continuar dizendo aquelas idiotices.

– Certo…

O loirinho começou a recolher seus livros apenas para não olhar para Kaito. Este por sua vez estava quase batendo a cabeça na parede para acalmar seus pensamentos. O fato era que sentia alguma coisa a mais pelo mais novo e queria entender isso, mas não sabia como. Era diferente de sair com uma garota por motivos óbvios, mas era apenas com o pequeno que o azulado queria estar. De todas as garotas do mundo, por que justo aquele shota? E por que não conseguia tirá-lo da cabeça? Aliás, sempre que estava interessado em alguém, se declarava e começava um relacionamento, porém não conseguia agir assim com ele. Len já tinha guardado o material em sua bolsa e estava indo embora, mas aquilo não estava certo. Kaito queria tirar aquela ansiedade do peito o mais rápido possível e sabia que só existia um jeito para isso.

Segurou firme o braço do loiro e disse em um tom alto o suficiente para apenas os dois ouvirem.

– Você vai fazer alguma coisa depois da aula?

– N-não…

– Pode me encontrar no telhado? Vai ser rápido. Eu prometo. – De onde veio toda aquela segurança? Por que sua voz saiu tão sedutora? E para piorar ainda mais a situação, Len resolveu ficar vermelho até as orelhas ao aceitar o pedido. “Ao menos ele disse sim” pensou Kaito ao ver o pequeno correr logo após de sussurrar a resposta.

Pronto. Agora só restava esperar o último toque.

Mas aquele toque nunca demorou tanto! E para piorar, Kaito se viu incapacitado de conversar qualquer coisa, ou melhor, ele simplesmente não conseguia encarar Len Kagamine. Primeiro porque o azulado estava sendo mais requisitado do que nunca pelo seu grupo de amigos e segundo… Ele não conseguia. Era impossível olhar para Len e não querer abraçá-lo. E aquele desejo o assustava, mas ao mesmo tempo o encantava pensar no loirinho em seus braços. Ele ficaria tão fofo… E pronto. Assim começava novamente o dilema de Kaito naquela manhã.

Durante todos os intervalos a figura loira aparecia para Kaito. Se não era Len, era sua irmã que só pela aparência conseguia despertar uma confusão semelhante no pobre Shion. Felizmente o loirinho também parecia ocupado – ou não estava interessado – em adiantar a conversa do telhado. E nas duas únicas vezes que os olhares se cruzaram, ambos viraram o rosto imediatamente para evitar que alguma coloração suspeita lhes adornasse o rosto.

As horas foram extremamente torturantes para Shion, mas ele heroicamente conseguiu aguentar isso tudo. E na hora do almoço, quase explodindo, pensou que poderia ir para um local mais escondido e pensar no que dizer para Len quando a hora chegasse. Sim, porque ele não fazia ideia do que iria dizer. Sequer sabia porque tinha o convidado para aquilo. Mas estava feito e era uma questão de tempo para descobrir o que nem ele sabia que ia acontecer. O de cabelos azuis só não imaginava que teria uma falha no seu horário de almoço. E essa falha usava óculos. E estava acompanhada de mais dez pessoas no lugar mais deserto da escola.

– Olá, Shion-kun. – Kiyoteru. Pensou Kaito já tremendo de medo – Vejo que não seguiu meus conselhos.

– Ei! Não vem com essa! Eu sou amigo de quem eu quiser!

O de óculos massageou a testa e fez uma expressão de dor quando Shion aumentou seu tom de voz. Somente com esse gesto, o azulado soube que devia se calar.

– Olha, eu tenho sido muito paciente com você. Eu sei que foram ao cinema, sei que se beijaram, sei que anda frequentando a casa dele e sei que vocês marcaram de se encontrar no telhado… Me diga, quais são suas intenções?

“Minhas intenções?” Pensou Kaito. Nem ele mesmo sabia se conseguia responder aquela pergunta, aliás, tinha ido para aquele lugar justamente para pensar sobre isso! Bom, se Kiyoteru queria saber daquilo, então poderia parar para pensar com ele! Uma mão lava a outra!

– Eu não sei! Eu nem sei o que pensar quando eu to perto daquele garoto!

– Ai ai, Shion… Você está começando a me deixar irritado. Você tem que saber.

– Eu não sei! Eu queria saber! E pode ter certeza que não vou tocar no “seu” precioso Len até ter certeza do que eu quero! Porque eu não sou um shotacon! Não vou fazer ele ter medo de mim!

O de óculos puxou o de olhos azuis pela gola de sua camisa e prensou contra a parede. Não estava fazendo aquilo por Len, nem por si mesmo. Existia outra pessoa. Alguém que o mais velho não queria ver triste e faria de tudo para que isso não acontecesse.

– Não quero saber o que você quer com ele, só quero que acabe agora. Você não passa de um pobretão idiota dando em cima de um nerd pra passar de ano! Você sabe muito bem que não é a melhor opção para ele!

– Eu… Não me importo! – Sua voz saiu tão alta que até o agressor se impressionou com a ousadia do mais novo. – Eu vou ficar do lado do Len!

Kiyoteru o soltou ficou fitando o semblante determinado que o de cabelos azuis possuía. E gostou daquilo. Lembrava um pouco ele mesmo.

– Só para você saber, vou cuidar para que o Len não vá para o telhado hoje e não me olhe com essa cara, não vou fazer mal a ele. E se quer mesmo ficar ao lado dele, é melhor estar preparado.

Deu um soco no diafragma do de olhos azuis e saiu com toda sua corte para longe da cena do crime, onde uma figura azul se contorcia no chão buscando ar para respirar. Ninguém apareceu para ajudar, mas Kaito recuperou o fôlego e voltou para sala sozinho – sempre olhando para os lados a procura de Len. Nada.

*~*~*~*~*~**~*~*~ ~*~ *~*~ *~*~ *~*~*~ *~ * ~*~

Kagamine Len contou cada segundo daquele dia que custava a acabar. E enfim tinha chegado a hora de subir no telhado para encontrar Kaito. Claro que antes de fazê-lo teve que dar uma desculpa besta para Piko e despistar sua irmã, mas nada que fosse tão trabalhoso. Pronto, depois de ter se livrado de possíveis intervenções estava indo para o telhado exatamente dez minutos depois do toque imaginando que nesse tempo Shion já estaria lhe esperando. E o loirinho estava decidido a se declarar para o de cabelos azuis. Pois é, aquela conversa com Piko se mostrou muito reveladora e útil, afinal de contas. Mesmo que fosse rejeitado, ele revelaria seus sentimentos para aquele cara tapado que aprendeu a gostar naqueles dias. Dias maravilhosos, diga-se de passagem.

Porém, mesmo com o atraso friamente calculado, Kaito ainda não tinha chegado ao local do encontro, no entanto este não estava vazio. Um grupo de cinco rapazes já esperavam pelo loirinho e estavam posicionados para impedir qualquer movimento desde após sua entrada. E assim foi feito. Naquela altura Len não sabia mais o que pensar.

Duas possibilidades passaram pela cabeça do loirinho. Uma delas era que Kaito estava por ali, amarrado em algum lugar e tinha sido espancado por sua causa. A outra – que tentava ao máximo esquecer – era a possibilidade do de cabelos azuis ter dito aos shotacons onde estariam depois da aula. Não. Aquilo não podia estar acontecendo. Só podia ser um pesadelo!

Simultaneamente a alheio ao que acontecia no telhado da escola, Kaito procurava pelo seu garotinho disfarçadamente. Não queria mais problemas com Kiyoteru. Tentou ser discreto, mas quandodeu por si já estava perguntando sobre Len, Rin ou Piko para qualquer conhecido que cruzava pelo corredor. De fato, seu desespero já estava passando dos limites quando Hatsune Miku salvou o dia dizendo que os gêmeos já tinham ido para casa.

Kaito fazia o caminho de sua casa para a dos Kagamine mais uma vez, só que nunca o tinha feito com tanto desespero. Aliás, aquele percurso parecia maior do que nas outras vezes, tantas curvas, tantas ruas no que deveria ser apenas cinco quarteirões de distância. Não podia evitar o ódio de si mesmo por não conseguir prever o que aquele quatro-olhos metido faria com seu loirinho. A única coisa que queria era chegar naquela casa e encontrar Len. Mesmo que este estivesse com raiva ou machucado. Só queria encontrá-lo.

Ele estava indo para lá com duas intenções muito claras em sua mente, a primeira, já revalada e a segunda que martelava em sua cabeça a cada instante. Claro, nunca foi a casa de ninguém com aquela intenção e também nunca imaginou que faria isso com um garoto, mas a vida é uma caixinha de surpresas. E naquele momento, quando já se encontrava a poucos metros, começou a pensar se não deveria ter comprado flores ou alguma besteira. Pronto, já tinha chegado ao limite da idiotice e não conseguiria mais voltar. Afastou todos os pensamentos e repetiu para si mesmo que a única coisa a se fazer era correr o mais rápido que suas pernas aguentavam.

Então chegou a casa dos Kagamine completamente exausto e suado pela intensa corrida, mas não era hora de se preocupar com aparências. Fitou a porta e suas mãos começaram a suar ainda mais e por um instante, Kaito achou que elas não fossem obedecer a ordem de tocar a campainha. “Que não seja a Lily-san, todos, menos ela” era o mais sincero pedido que o azulado já tinha feito até então.

– Shion-kun? O que está fazendo aqui? – Perguntou a garotinha loira. Pelo menos não era a mãe dos gêmeos.

– Rin, por favor, o Len já está aqui? – Disse o maior entrando na casa sem permissão.

– Ei, seu idiota! Deixa de ser mal-educado! E o que você quer com o Len?!

– Ern... É um assunto nosso. Ele veio com você?

– Não sei. Por que não tenta me dizer o que vão conversar pra ver se eu lembro?

Kaito viu que não teria outra opção, mas não havia muitos motivos para não falar para Rin, afinal, ela acabaria sabendo. Seu único medo era como a gêmea iria reagir a noticia. Talvez com Len ali poderia minimizar qualquer possível acesso de ódio da loira, mas ele a garota estavam sozinhos na sala. Kaito estava entregue aos leões.

– Eu... Na verdade... Eu vim pedir seu irmão em namoro.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem e bem, não vamos exigir reviews dessa vez, mas se quiserem deixar o apoio de vocês, será muito bem vindo ^-^
Tay-chan, sinta-se livre para me xingar nesse espaço :''D
~Kissus~