Atashi No Shota Days escrita por kaori-senpai, VampireWalker


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

YOOOOOOOOOOOOOOO PESSOAS, como vocês estão? Espero que bens.
Peço mil e um perdões para vocês, leitores, sobre a nossa demora. ;w;'
Confesso que tenho maior parte da culpa *passou um mês viajando*, então perdão pela nossa demora.
Espero que vocês tenham um bom capítulo hoje e, nada de querer matar a gente, quem sabe eu vire assassina no futuro e descubra a localização de vocês? Acho que não vão querer ser mortos por mim.
E isso vale para quem não deixou reviews, se não tiver mais de 3 nessa porra, irei informá-los que, infelizmente, Atashi no Shota Days nunca mais será postada. NUNCA MAIS. ~le chantagem emocional~
Espero que fiquem bem, até mais.~
Beijos, Walker



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Três semanas se passaram após o incidente. Os dois rapazes se encontravam na biblioteca para estudar, já que o menor deles queria evitar outra situação constrangedora e lá dentro eles nunca estariam sozinhos. Agradecia mentalmente à bibliotecária.

O festival cultural seria na próxima semana, os representantes de turma corriam de um lado para o outro junto com seus assistentes. Cada sala estava designada para uma tarefa, como também tinha um professor responsável para ajudar nos preparos.

– Sabe, seria legal se a minha sala ficasse com a lojinha de doces. - Comentou o azulado, enquanto virava a página do livro de química.

– Por quê?

– Ora, eu poderia ajudar! Doce é minha especialidade.

– Sua especialidade é de comê-los.

– Isso não é verdade!

O loiro riu, era engraçado implicar com o mais alto sobre esse tipo de coisa, ele ficava revoltado e não falava nada para discordar, pois sabia que era verdade. A tarde de estudos dos garotos não correu como eles queriam porque Miki chegou cheia de papeis e material de ornamentação.

– Kagamine-san, você pode ajudar a IA-sama a organizar o design da nossa barraquinha?

– Claro, vou daqui a pouco.

A garota balançou a cabeça de forma afirmativa, saindo do campo de visão dos dois. Len virou o corpo em direção ao azulado, apoiando a cabeça na mão em que o braço estava sobre a mesa.

– Acho que já vou. É difícil saber um pouco de design na escola, sempre abusam.

Levantou-se e foi embora, deixando o rapaz sozinho. Caminhava indo em direção a sua sala, esperando que a conversa fosse jogo rápido. Chegando lá, passou mais tempo do que o desejado. Era difícil ver que nada entrava na cabeça da representante de turma, já que grande parte da decoração tinha alguma coisa relacionada a gatos e teve que explicar que era um festival de cultura e não um de gatos.

Depois de muita discussão e muitos enfeites de gatos voadores, o trabalho já estava feito. A barraca estava dividida entre gatos fofos e algo mais tradicional. Teve que sair correndo para casa, já passava das quatro da tarde, ainda tinha que fazer o dever de casa e estudar para alguma matéria.

A semana ainda seria longa.



*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*


– Len, apresse-se! Sua irmã já vai se apresentar. - Comentou Gumi enquanto puxava a barra da blusa do loiro.

– Calma, sua apressada. - Emburrou-se. Não era fácil segurar uma Megumi eufórica.

Logo ambos estavam sentados nas cadeiras ao redor de um palco, ansiosos para a peça que iriam encenar. O clube de teatro não deixou claro qual seria o tema, a história e os alunos que seriam utilizados, o que deixava as pessoas curiosas para saber quem interpretaria os papéis.

– Senhoras e senhores, meninos e meninas, como diretor da escola, gostaria de informá-los que a peça irá começar em alguns minutos. Peço que tenham um pouco de paciência, em menos de cinco minutos as cortinas serão abertas.

– E mais uma vez, nós chegamos cedo para nada. - resmungou Lily, em uma das primeiras fileiras, fazendo bico. Só porque pediu uma folga no trabalho.

– A pressa é inimiga da perfeição e você sabe muito bem disso, querida. - O loiro ao seu lado sorriu. Tinha acompanhado a esposa no intuito de ver tudo que os alunos fizeram nesse festival.

– Eu sei disso, mas não é justo!

– Olhe um lado bom, pegamos duas cadeiras na segunda fila, coisa que não conseguiríamos caso tivéssemos vindo mais tarde.

A mulher emburrou-se, sabia que o marido estava coberto de razão, mas não queria que criancinhas comessem os doces que tanto queria.

– Se meus doces forem devorados, você vai passar uma semana cozinhando-os para mim.

Leon riu da frase da loira, ela realmente não tinha jeito.

O local começou a ficar escuro, a luz foi jogada no palco que agora mostrava o cenário, algo palaciano no ponto de vista de alguns. Sentado em uma poltrona vermelha e alta, estava o aluno conhecido do terceiro ano por seus longos fios de cabelo lilases, estes encontravam-se soltos pelo peito e a cadeira. Vestia um yukata preto devidamente fechado que realçava o cabelo que lhe caiam por cima dos ombros.

– Aika, onde está a nossa filha? - perguntou com o semblante sério. Ao seu lado, tinha uma moça de cabelo loiro cor de trigo longo, tendo duas tranças na frente. Esta já usava um quimono em um tom claro, o oposto do marido.

– Ela disse que iria sair, Yuuto–san, mas que voltaria antes do pôr-do-sol. - respondeu IA, olhando para Kamui a sua frente. Fez uma leve referência – Terei de sair, procurar um tecido para o quimono de noiva de nossa filha, voltarei em breve.

As cortinas fecharam-se de novo, passando poucos segundos para serem reabertas, mostrando outro cenário. Nele, continha a presença de três garotas acompanhadas de um garotinho. Uma tinha cabelo loiro curto acima dos ombros, trajava um quimono alaranjado com alguns detalhes em amarelo e vermelho. A que estava do lado direito desta, usava um azul sem foco com flores brancas desenhadas, tinha os cabelos longos azulados. E a que estava do lado esquerdo da loira, usava um rosa claro com detalhes escuros, o cabelo prateado preso em um kanzashi.

Okaa-san, nós vamos fazer o que? - A criança de tapa-olho perguntou. Oliver olhava para Haku, esperando alguma resposta.

– Não sei, meu filho. Pergunte a Chiharu-chan - respondeu gentil. A personagem da Yowane foi chamada de “Gina”. Somente ganhou este nome por significar prateado, o que combinava perfeitamente com seu cabelo.

– Não me meta nisto, Gina, foi tudo ideia da Haruko! - Miku apontou para a loira. Esta, por sua vez, fez uma careta.

– Eu só pedi companhia para ir ao parque com o Linh-kun, deixa de ser teimosa, Haru-chin. - Falou Rin enquanto afagava os cabelos loiros do menor. O yutaka marrom ficava fofo nele, na opinião das três moças.

– Não me chame de Gina, Chi-chan. Até parece que está brigando comigo. - a de cabelos brancos respondeu, arrancando risadas das duas.

A peça decorreu de forma tranquila naquela parte, as moças e o garoto foram para a cidade comprar o doce que a criança tanto pedia, encontrando a mãe da loura no passeio.

Muitas cenas se passaram após esta, quando foi anunciado a jovem herdeira do império Matsushiro que iria se casar com o herdeiro do império vizinho, conhecidos pela beleza das águas cristalinas que cercavam o reino. A jovem loira negou o casamento, sendo forçada por seu pai, dizendo que se não casasse com o príncipe, a economia do seu reino cairia e ele estaria perdido.

Convencida pelas palavras do pai, Haruko aceitou o matrimônio com o tal rapaz sem ao menos conhecê-lo. Naquela época, era comum casamentos forçados. Meses se passaram na peça, o outono tinha chegado, estação para qual o casamento havia sido marcado. A decoração estava digna para esta estação. O cenário com árvores perdendo suas folhas, aparentando ter uma rajada de vento leve levando-as para longe.

– Haruko-chan, venha, já estão todos esperando! - todos ouviam a voz da azulada, mas ninguém a via. Junto com o cenário, já apareciam todos os personagens da peça, vestidos com seus quimonos elegantes e caros de vários modelos.

Miku entrou no palco, sentando-se ao lado de Haku, que tinha o pequeno Oliver sentado em seu colo. Este carregava uma cestinha que continha as alianças usadas na peça, que pertenciam ao Kamui e sua namorada misteriosa.

A loira entrou instantes depois, vestida com um quimono branco com flores rosas desenhadas. Na sua frente, o pequeno Linh vinha jogando pétolas de rosas, para depois voltar ao colo da mãe. A Matsushiro parou ao lado de um rapaz de cabelos azulados chamada Kei Arisawa, interpretado por Kaito. Todas as garotas que viam a peça se amaldiçoaram por não serem a Kagamine, enquanto davam gritinhos e tinham seus mini-infartos. Len só rodou os olhos, ignorando a plateia.

– Leon, aquele não é o namorado do nosso filho? - perguntou Lily apontando discretamente para o rapaz que pegava a mão da sua filha, depositando um beijo, antes de se virar para o que deveria ser um padre. Aquele garoto mais parecia um rebelde do que um padre.

– Querida, Len não tem namorado.

– Droga, esse nosso filho é muito travado! Quando ele finalmente está para conseguir um, ele volta para o lado hétero da força e fica com a Rin! Ainda bem que o Piko existe neste mundo, tenho um genro garantido. - resmungou a mulher, arrancando uma risada baixa do marido. É, sua esposa realmente era uma fujoshi.

O início do casamento ocorreu de forma tranquila, as falas utilizadas pelo padre de moicano roxo eram comuns para a época que eles representavam na peça. Len sentia algo no estômago todas as vezes que Kaito olhava para Rin e sorria e vice-versa, parecia que não tinha algo certo naquilo.

– Arisawa Kei, você aceita Matsushiro Haruko como sua legítima esposa? - o punk ergueu o olhar para o rapaz, esperando uma resposta positiva. Quando ela veio, virou-se para a loira – Matsushiro Haruko, você aceita Arisawa Kei como seu legítimo esposo?

– Aceito.

– Então vos declaro, marido e mulher.

Ambos se viraram um para o outro, aquele era o final da peça. Nela inteira mostrava como ambos se conheceram e como foram se apaixonando até o casamento, o seu final, para dar o “felizes para sempre”.

O Shion olhava para a Kagamine, que naquele momento tinha os cabelos presos para compor o visual de noiva. Cabelos presos... Len. Seu rosto já estava próximo demais do da menina, quando juntou os lábios com os dela, a imagem do irmão gêmeo da mesma lhe veio a mente, do beijo que deram no cinema e de uma garotinha falando sobre ambos.

Todos os presentes aplaudiram assim que as cortinas se fecharam. O loirinho sentia que iria explodir de ciúmes. Ciúmes? Parou para pensar, não estava sentindo ciúmes da sua irmã, estava? Ou melhor, do Shion? Olhou para o lado e viu uma Gumi com lágrimas nos olhos, sua amiga estava tão crescidinha, nem precisava mais de sua ajuda.

Claro que olhar para o lado não foi a melhor ideia que teve, sentiu-se como em um desenho animado quando uma gota escorre na parte de trás da cabeça.

– Gumi, eu já vou para a lanchonete, ok?

– Não, espera. - a esverdeada segurou-lhe o pulso. Rápida no gatilho, foi o que o mais novo pensou - Espera o Gumo chegar, vamos nós três para lá, sei o que pessoal vai depois.

Os dois saíram daquela multidão de pessoas e cadeiras de plástico brancas, logo avistando o namorado da menina e saíram andando na direção do mesmo. Ao menos o local onde iriam era afastado da escola, não teria que ficar preocupado com tudo e todos. Mas não foi exatamente isso que aconteceu.


Len estava conversando animado com Oliver e Piko, os outros integrantes da mesa estavam em seus próprios grupos de amigos conversando igualmente animados, exceto um. Kaito estava em um universo a parte, sua cabeça ainda se encontrava confusa pelos pensamentos que invadiram sua cabeça no instante em que beijou Kagamine Rin. Como pôde imaginar o irmão dela em seu lugar? Estaria virando um pervertido? Seu olhar perdido parou em Len e o loiro percebeu isso, mas preferiu acreditar que o azulado estava apenas entediado.

Kaito estava extremamente arrependido por ter aceitado sair com todo o elenco da peça depois da feira, claro que não imaginou que Len e Piko fossem acompanhá-los. E lá estavam eles, tomando milk-shakes sem culpa. Kaito queria sair correndo, mas o que iriam pensar dele? Uma pessoa normal não sumiria sem dar explicações e no momento, nenhuma surgia em sua cabeça para se livrar do compromisso. Sem pensar muito, levantou e disse “banheiro”. Infelizmente, seu plano falhou quando o loirinho levantou e disse que o acompanharia.

Ele e Len foram até o banheiro, no entanto, ambos apenas levaram as mãos. O rosto de Len estava completamente vermelho e nem ele sabia dizer se era raiva ou vergonha. Não tinha gostado do beijo que seu amigo e sua irmã trocaram no palco, e tudo só piorava quando recordava do cinema. Olhando para a água que molhava suas mãos, o loirinho perguntou:

– Foi legal encenar a peça?

– Foi mais interessante do que eu pensava que seria… Nunca gostei dessas coisas de decorar…

– Sério? Então… Eu penso se aquele foi o primeiro beijo da Rin…

Kaito também ficou vermelho. Nem sequer tinha pensado nisso, mas logo lhe veio a mente se o beijo que trocara com Len tinha sido o primeiro do loirinho. Queria perguntar, no entanto a vergonha mal lhe deixava falar como queria.

– V-vocês s-são irmãos, você deve saber mais do que eu…

– Ela não me conta essas coisas… Mas acho que foi o primeiro mesmo…

– Vocês me parecem tão unidos… É legal ter uma irmã gêmea?

Estava na cara que ele tentava desesperadamente mudar de assunto, porém Len parecia determinado a ter aquela conversa. O loiro olhou para cima, fitando o maior sem piscar.

– Eu acho que temos uma coisa para conversar, Kaito. Faz somente um mês e meio que começamos a sermos amigos, por isso não tive coragem de falar sobre o que aconteceu no cinema. Mas você sabe o que aconteceu.

– L-len-kun, por favor, não é momento para falarmos disso… Olha, aquilo foi um acidente, desculpe se você não gostou ou lhe deixei zangado… Não foi minha intenção.

Len ficou paralisado. Ele não se encaixava em nenhuma das opções que Shion havia feito, não tinha ficado zangado e… Não poderia dizer que odiou o ocorrido, porque estaria pedindo satisfação? Sem dizer mais nada, saiu do banheiro e encontrou Piko o esperando do lado de fora. O de cabelos brancos ainda estava em sua forma normal, e, sinceramente, Len preferia quando ele estava assim, calmo e fofinho. Nessas horas, Piko era a garota dos sonhos de qualquer um.

– Len, o que houve? Você e Shion-kun brigaram?

– Não, Piko… Mas eu estou com raiva, só que não tenho motivos para estar.

– Talvez você esteja com ciúmes…

O loiro deu um pulo para trás, será que Piko esquecera de que também era homem?! Não poderia estar com ciúmes de Kaito, eles nem se conheciam direito e isso era coisa de namorados.

– O que você está dizendo, Piko?! Nós não somos…

– Len! Você esqueceu que sentiu ciúmes de mim quando a Miki-chan chegou? Existem várias formas de gostar de alguém, ciúme não é um sentimento só de namorados.

Len se acalmou com aquelas palavras, Piko sabia como deixá-lo despreocupado. Voltaram a mesa com os outros, no entanto Kaito não retornou. Miku disse que ele se sentiu mal e foi direto para casa, porém Len sentia que não se resumia a isso. Len queria saber onde o de cabelos azuis morava para brigar com ele sobre o sumiço, mas ficou só na vontade. Foi para casa com Rin e Piko e teve que aguentar muitas brincadeiras por parte de sua mãe, que o acusou de trair Kaito.

Kaito não suportaria voltar para a mesa do loiro, mas não tinha motivos claros para isso, porque admitir o que estava óbvio lhe parecia terrível. A ligação de sua irmã mais velha veio em boa hora. Ela não poderia buscar Taito na escola e o garoto de treze anos não poderia voltar sozinho até aprender a ficar longe de brigas, então Kaito foi buscá-lo o mais rápido possível. A desculpa que deu a Miku foi ridícula, mas a única coisa que interessava era que não estava indo embora apenas para não ver Len.

Chegando a escola do irmão, o mais novo já se encontrava no portão esperando sua escolta, nada satisfeito, claro. Quando Taito viu seu irmão andou em sua direção e cruzou seu caminho como se não o conhecesse.

– Ei, aonde você vai?!

– Estou indo a sorveteria.

– Com que dinheiro?

– Com o seu.

Suspirando, Kaito se deixou seduzir pela ideia de tomar sorvete e seguiu o mais novo até a loja. Eles fizeram um pedido e foram sentar para esperar, nesse momento, outra pessoa do colégio de Taito entrou. Era uma bela garota de cabelos longos e vermelhos e estava sozinha. Kaito notou que os olhos do mais novo levantaram brevemente depois da entrada da menina, por isso, deduziu que ela deveria ser o motivo para eles estarem ali.

– Bonita, não é?

– Quem?

– Você sabe, essa garota. Colega de classe?

– Do que você está falando? Não tem nenhuma garota aqui.

– Certo, então vou falar com ela já que supostamente, ela não está aqui.

Kaito levantou e foi falar com a de cabelos vermelhos. O uniforme sem dúvida era da escola do irmão e levando em consideração o fato do mais novo nunca mostrar o que sente, deveria estar interessado nela. Claro que ele não a roubaria de Taito, mas seria divertido ver aquele sem expressão desesperado.

– Com licença, você estuda na escola ao lado, não é?

– Sim, você estudava lá até ano passado, certo?

– Exatamente, entrei para o colegial. Você está em que ano?

– No terceiro. Turma C.

– Ah, você está na mesma sala que meu irmão, conhece?

A menina olhou para onde Kaito apontou e sorriu ao ver Taito. Este estava de costas comendo o banana split que tinha acabado de chegar.

– Ele não fala muito comigo. Ele não fala muito com ninguém.

– Ele é assim mesmo, mas garanto que no fundo é legal.

– Eu sei disso… - Ela olhou para baixo tentando esconder um sorriso e Kaito notou que talvez ela também estivesse interessada no irmão. Era sua chance de ajudá-lo.

– Você não quer sentar com a gente? Se não for incomodar…

– Claro que não. Já estou indo.

O de cabelo azul voltou para a mesa com ares de vitória, no entanto a expressão do seu irmão lhe parecia mais assustadora do que antes, mesmo que estivesse impassível.

– Onii-chan, porque você fez isso?

– Porque eu achei ela bonitinha e vocês são da mesma sala, você pode começar uma amizade!

– Eu tenho amigos. E você não está entendo nada.

– Eu já percebi que você tem alguma coisa com ela, não precisa fingir para mim, deixe tudo na mão do seu onii-chan.

Aquilo era tudo que Taito temia, ao que parecia, o irmão mais velho estava determinado a seguir em frente sem ouvir o que ele tinha a dizer, então desistiu de tentar explicar. A terceira pessoa chegou à mesa segurando um casquinho de morango, Kaito não perdeu tempo.

– Qual é seu nome?

– Namine Ritsu.

– Namine-san, você vem sempre aqui?

– Sim, gostos dos sorvetes. Taito-kun, posso provar o seu?

– Claro, Ritsu-kun.

Ela pegou uma colher do sorvete tuti-fruti e saboreou com gosto. Aquela menina poderia muito bem vir a ser a futura namorada do irmão de tão graciosa e educada que estava se mostrando. Sorrindo mais que um idiota, Kaito sequer media as consequencias de suas palavras.

– Você é boa em quais matérias, Namine-san?

– História, geografia, japonês...

– Japonês?! Seria ótimo se você pudesse dar umas aulas pro Taito, ele não é nada bom.

– Onii-chan, pare com isso.

– Vamos lá, Taito! Não precisa fazer tudo sozinho! O que você acha, Namine-san?

– Por mim tudo bem, mas tenho que falar aos meus pais antes.

– Ah, isso é óbvio. Vai ser difícil seus pais deixarem uma garota tão bonita ensinar qualquer um, mas o Taito pode ir a sua casa se apresentar.

Taito afundou o rosto entre as mãos e Ritsu começou a rir sem jeito diante da situação. Apesar de bonito, Kaito não era muito bom quando se tratava de perceber que algo estava terrivelmente errado, de acordo com seu entendimento da situação tudo corria como planejado.

*~*

A noite chegou e Piko decidiu que dormiria com Len. Já no quarto com Piko, Len revirava na cama tentando dormir, mas seus pensamentos estavam muito inquietos.

– Len! Assim nem eu consigo dormir!

O de cabelos brancos dividia a cama com o amigo, como passar a noite em outra casa não foi algo programado, pegou um pijama de Len emprestado, mas tinha ficado grande nele, quase uma camisola. Piko ainda estava em sua forma graciosa, por isso, parecia que flores flutuavam ao redor dele, mas Len não era atingido por essa atmosfera.

– Desculpa, Piko. Estou preocupado com o Kaito…

– Ai, ai… Len, esse garoto idiota vai te deixar louco um dia. Por que tem que pensar nele até numa hora dessas?

– “Numa hora dessas”? Como assim, Piko?

Piko foi para cima do loiro com um olhar sádico. Era certo de que havia assumido sua forma yandere e Len já tremia com o contato. A cada centímetro que Len se afastava, o sorriso do de cabelos brancos aumentava. Ver seu melhor amigo tão inocentemente ao seu lado foi o suficiente para se transformar em outra pessoa, além disso, tinha um jeito mais proveitoso de tirar informações do loirinho.

– Len, você está preocupado com o Shion?

– P-piko, o que você está fazendo?

– Vamos fazer o seguinte: você responde minhas perguntas. – Prendeu os braços do loiro com apenas uma mão, a outra estava sendo útil para levantar o pijama do amigo. – Se você não responder, será castigado. Agora, responda.

Len ficou vermelho. Ele e Piko eram muito íntimos, brincavam daquela forma algumas vezes e aquilo não era ruim como ser tocado pelos shotacons, pelo contrário, Len até gostava dos toques do amigo. No entanto, aquilo era bem diferente de uma masturbação como já haviam feito antes. Mas a única coisa que sabia naquele momento era que não deveria contrariar Piko.

– Eu… Estou preocupado.

– Bom garoto… - Piko deu um beijo na bochecha do loirinho e sussurrou rente ao seu ouvido: - Você gosta do Shion?

– Não! Eu… Ahhh! – Len não conseguiu mais falar quando o joelho do amigo se posicionou entre suas pernas pressionando seu membro. – Piko! Eu estou respondendo!

– Eu quero sinceridade, Kagamine. Para mim, você não mente. – Piko usou a mão que ainda estava no tronco do loiro e avançou até os mamilos do mesmo, brincando um pouco para deixá-los durinhos.

– M-mas… Eu não sei! Ahhh!

Piko soltou os braços do amigo, porém Len não tinha mais forças para afastá-lo e depois que o albino usou a mão livre para masturbá-lo, qualquer reação se tornou impossível. O rosto de Len estava completamente vermelho, felizmente a escuridão encobria esse fato.

– Responde logo. Aconteceu algo entre vocês? – Piko dizia enquanto deixava uma bela marca de beijo no pescoço do amigo.

– Eu… Gosto dele! E… nos beijamos no cinema! Ahhh! Piko! – O albino aumentou o ritmo com sua mão e a outra escorregou pelas costas do loiro até chegar no inicio de seu bumbum. – O que você está fazendo?! Não…

– Len… Você está me deixando excitado com essa cara e esses gemidos…

– Pare! Por favor! Eu quero o “meu” Piko de volta!

Do nada, Piko parou com os toques e ficou olhando para Len embaixo de si. Estava fazendo algo horrível com a pessoa que jurou proteger até o fim, não era aquilo que queria. Sentou sobre os calcanhares e começou a chorar como uma criancinha. Len que há poucos segundos se encontrava apavorado, logo abraçou o amigo. Ele nunca soube o que tinha acontecido à Piko para transformá-lo naquilo, só sabia que não era culpa do albino.

– Desculpa, Len! Desculpa! Desculpa! Desculpa!

– Calma, Piko, já passou… Eu sei que você não queria me assustar…

– Eu… Eu não sou mais “seu” Piko, Len! Desculpa! Eu queria ser! Mas não posso! – Ele chorou ainda mais quando conseguiu dizer isso entre soluços. Len não conseguiria ficar zangado, não quando o amigo parecia tão arrependido. – Você jura que vai ser o “meu” Len para sempre?! Jura?

– Eu juro, Piko. Agora vamos esquecer isso, ta?

– Ta! – Disse o albino limpando as lágrimas e colocando um sorriso no rosto. Mas essa paz momentânea foi interrompida quando Piko começou a mexer os quadris para os lados. – Ei, Len… Aquela coisa que a eu fiz agora a pouco, me deixou mesmo excitado. Você se incomoda?

– Certo, fazer o que, né? Mas só se você terminar o que começou!

Piko pulou no amigo distribuindo inúmeros beijos em sua bochecha. Não era estranho para eles se masturbarem, faziam isso desde os treze anos e nunca tinham sido pegos. Gozaram juntos e caíram no sono logo depois.

No dia seguinte, foram correndo para o banheiro para tirar o sêmen que endureceu na barriga deles, por conta disso tiveram que aguentar muitas situações constrangedoras por parte da família do loiro.

– Len, você ainda é virgem?

– Claro que sim! Pare com isso, mãe!

– Leon, você ouviu os gemidos ontem não foi? – O pai apenas fez que sim com a cabeça. – Ta vendo?! Eu reconheço os gemidos do meu filho!

– Eu também ouvi, Len. Você deveria se conter mais. – Falou Rin com grandes olheiras parecendo que tinha ficado a noite inteira acordada. – Você geme feito uma garotinha. Pelo jeito o Piko-chan sabe o que faz.

– Rin-chan, assim você me deixa constrangido… - Piko adorava brincar com a família do amigo, por mais que este ficasse irritado. – Na verdade, sou muito inexperiente.

– Você tem muito a aprender com o Piko, Len! – Gritou Lily.

A cena continuou com um Len irritado e os demais rindo das suas reações, era uma cena feliz por mais que o loirinho estivesse incomodado. E no fundo do coração, queria que sua vida continuasse daquela forma para sempre.


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Notas finais do capítulo

Olá, gente! Aqui é a Kaori! Claro, vocês leram lá em cima que a Tay-chan só exige três reviews, mas não vamos ser mesquinhos, certo? Se vocês gostaram, deixem sua opinião! Se não, falem pra gente melhorar!
E as pessoas que souberam me xingar reclamando da demora saibam também agradecer o esforço, viu? Afinal, esse ta bem grande *u*
Obrigada a todos os nossos lindos leitores e ao fofíssimo do Tsubasa Seto que deixou uma recomendação maravilhosa!
Até a próxima gente~
~Kissus~