Atashi No Shota Days escrita por kaori-senpai, VampireWalker


Capítulo 11
Capítulo 11 O Final


Notas iniciais do capítulo

Desculpem, desculpem, desculpem.
Sei que ninguém vai ler isso agora, então vou deixar as explicações para as notas finais ^-^''
Boa leitura~



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Kagamine Len não conseguia diferenciar uma margarida de uma violeta a um palmo de distância por conta das lágrimas as quais perdera até mesmo a vontade de conter. Ouvia o riso perverso dos garotos e sentia mãos asquerosas por todo o seu corpo. Cercavam o completamente e não o deixavam visualizar nada além de seus corpos, o mundo se resumiu àquele circulo formado de pervertidos. Apesar de continuar vestido, sentia-se totalmente nu seja física ou moralmente. Naqueles longos minutos só conseguia pensar nas circunstâncias que o levaram até ali. Onde estaria Kaito? Será que ele estava bem? Ele tinha alguma culpa naquilo tudo?

Apesar de embaralhados, seus pensamentos giravam, todos sem exceção, no azulado. Tentava imaginar um mundo perfeito onde ele estaria lhe esperando com seu cachecol ao vento e um sorriso tímido nos lábios. Mas pensamentos felizes o tirariam daquela situação, já podia até sentir as mãos dos seus molestadores por dentro de sua camisa e tentava inutilmente mordê-los e chutá-los, porém quanto mais se debatia, mais forte o seguravam e mais apertada ficava a mão que lhe cobria o pescoço. Len parou de lutar quando notou que acabaria sufocado.

Por incrível que pareça os rostos daqueles malditos não lhe eram familiares, então não conseguiria denunciá-los para a coordenação assim que tudo acabasse. A única coisa que ainda fazia para tentar se salvar era gritar o mais alto que conseguia, talvez isso ajudasse se não houvesse uma mão tapando sua boca.

O loiro chegou a perder as esperanças quando finalmente ouviu uma voz conhecida.

– O que vocês estão fazendo?! – Gritou a professora de fartos seios e cabelos rosados fazendo os alunos soltarem o garoto. – Vocês não tem vergonha?! O que iam fazer ao Kagamine?!

Logo atrás dela, Piko saiu correndo na direção do amigo cuidar para que ele estivesse o mais longe possível daqueles monstros.

– Piko? Como você…

– Shhh… Calminha, Len. Já disse que fica fácil quando se tem contatos. – Dizia o albino enquanto alisava os cabelos loiros do amigo que tremia ainda recordando do que quase lhe acontecera. – Eu nunca vou deixar você sofrer, Len, pode ficar tranquilo.

Atrás deles, a professora Luka gritava com os demais alunos no telhado e já sentenciava a expulsão deles o quanto antes. E estes, como bons covardes apenas choravam e imploravam para a mulher não ligar para seus pais. Ao ouvir as palavras da professora, o loirinho respirou aliviado ao saber que aquilo muito provavelmente não voltaria a acontecer de novo ou pelo menos diminuiria a frequência. A única coisa que sabia – ou que queria acreditar – era que as coisas iriam melhorar. Não sabia se pensava assim por otimismo ou porque estava abraçado com Piko, porque o albino lhe dava uma forte sensação de paz e segurança.

Com as pernas bambas, Len fez questão de ir embora o mais rápido possível, porém, quando estavam esvaziando o armário do loiro, ouviram o som de alguém sendo empurrado contra a parede. Piko foi praticamente puxando o amigo até o local de onde veio o barulho, já que seu amigo não tinha vontade alguma de fazer nada dentro daquela escola. Então viram Kaito e Kiyoteru em uma briga que parecia já estar ganha pelo azulado, coisa que era bem rara, pois Kaito apanhava nas maiorias das discussões. Outro fato que deixava a situação mais improvável era a aparência cansada do de olhos azuis, completamente suado e ofegante, contrastando com Kiyoteru, que apenas tinha um filete de sangue correndo pelo rosto.

– Vai me dizer agora, seu filho da puta! Cadê ele?!

– Solte-me… - Kaito cobriu o pescoço do moreno com a mão e Len e Piko constataram que ele estava bastante alterado com aquele olhar psicopata.

– Vai me dizer ou morrer, Hiyama!

Kiyoteru apenas deu um leve suspiro olhando na direção dos pequenos e Kaito automaticamente virou-se para saber o que teria atraído a atenção do moreno. Soltou o seu senpai no instante em que seus olhos encontraram os de Len ainda marejados de lágrimas. Queria abraçá-lo e nunca mais soltá-lo, mas Piko estava do lado do loirinho lhe servindo de cão de guarda fazendo o azulado contentar-se com a mera visão do pequeno.

– Len! Você está bem?! – Disse o de cabelos azuis ignorando a existência da pessoa que outrora estava espancado. – Por favor, fala comigo!

– Nós vamos para casa dele, Kaito. Se quiser, nos acompanhe. – Disse Piko sendo ainda no seu estado meigo, porém que não deixava Kaito menos apreensivo.

Os três foram andando em silêncio o caminho para casa dos Kagamine, o azulado já o fazia pela segunda vez naquele dia e ambas as vezes o caminho pareceu dobrar de tamanho. Len andava olhando para seus pés enquanto Piko gentilmente lhe conduzia pelo caminho certo. Kaito analisava os dois e pensava como Len estaria melhor com alguém que preza tanto por seu bem-estar, Piko era, sem sombra de dúvidas, a melhor opção caso Len fosse gay, ninguém discordava disso, mas Kaito era egoísta, idiota e infantil. Ele sabia que tratava Len como seu brinquedo favorito, mas era verdadeiro o que sentia pelo loirinho, aquele sentimento tinha que valer de alguma coisa!

Ao entrarem na casa de Len, encontraram lá Rin, Miki e Gumi totalmente desesperadas com o sumiço dos três rapazes e não pouparam perguntas quando os viram entrando em casa.

– Utatane Piko! Acho melhor você ter uma ótima explicação para tudo isso! – Gritou Miki para o amigo.

– Len! Por que você ta assim?! O que aconteceu?!

Essa pergunta calou a todos e olhar Kagamine Len vagarosamente andar pela sala até o sofá foi o passatempo de todos durante trinta segundos. Quando o loirinho sentou com seus olhos fitando o nada, Piko finalmente começou a dar alguma satisfação.

– Pegaram o Len no telhado. Os shotacons.

O silêncio continuou e a única a tomar uma iniciativa foi Rin, que sentou-se ao lado do irmão para alisar suas costas. Ela sabia como ele estava se sentindo, só que com ele era assim todos os dias.

– O que você foi fazer no telhado, Len? – Perguntou a loira.

– Kaito. – Disse Len. Nesse instante, o que era só uma presença no canto da sala deu um passo a frente ainda um pouco desorientado. – Por que você não estava lá?

– Eu… Eu pensei que você ia vir direto para casa. M-me desculpa.

– Por quê?! A gente não tinha combinado de se encontrar lá depois da aula?! Que merda eu ia fazer em casa?! – Novamente o choro ia tomando conta de sua voz e visão até o momento em que todas as pessoas da sala eram grandes e coloridos borrões.

– E-eu… Te procurei em todo canto do colégio, me disseram que você já tinha ido… Então vim para cá! A Rin me recebeu ela vai…

– Cala a boca! Por que não me procurou no telhado?! Você estragou tudo! Era para ser perfeito! Eu não sei porque eu pensei em me declarar para você, seu idiota!

– Para mim?! Você jura? – “Que pergunta idiota”, pensou Kaito logo depois que a fez. Se ele estava falando aquilo na frente de tantas pessoas era bem improvável ser uma brincadeira de mau gosto. – Mas… Eu também! Eu ia me declarar para você hoje! Pergunte a Rin!

Os olhares voltaram para a figura loira feminina que ainda se encontrava ao lado do irmão. Rin poderia mentir. Ela não ia muito com a cara do de olhos azuis e poderia ter seu irmão para sempre só para ela, mas isso seria muito egoísta. Ela então aproximou do rosto que era idêntico ao seu e disse com um carinho tipicamente fraternal:

– É verdade, Len. Ele chegou aqui pedindo para namorar com você. Acho que ele estava sendo sincero.

Len se acabou em lágrimas. Era maravilhoso e terrível ao mesmo tempo. Por que uma coisa tão boa tinha que acontecer junto com uma coisa tão ruim? Odiava essas pegadinhas que o destino fazia, mas era sua única chance de declarar-se, então o que fazer? Como agir? Ele nunca tinha feito algo do tipo antes, ainda por cima na presença de tantas pessoas. Sentindo o receio do seu melhor amigo, Piko pediu a todos que subissem e fossem esperar no quarto de Rin e todos obedeceram ao som dos gritos de protesto da Kagamine.

Eles enfim estavam sozinhos. Kaito se sentira até mais leve depois que a sala fora esvaziada e finalmente começou a falar coisa com coisa.

– Escuta, Len. – Disse em um tom tão maduro e resolvido que deixou Len surpreso. – Eu gosto de você. Não pedi pra gostar e muito menos planejei isso. – Ajoelhou-se em frente ao pequeno que deu um leve pulo na cadeira. – Minhas notas estavam baixas e o diretor mandou melhorar o quanto antes. Me falou de você, mandou pedir sua ajuda e aproveitar para te ajudar. Mas... Você é lindo, encantador... Eu não consegui não me apaixonar por você. Desculpe por não ter isso para o telhado, mas me deram uma informação errada e eu estava tão nervoso… Nunca teria te deixado sozinho lá.

Len não sabia se ficava com raiva ou agradeceria ao diretor por sua intromissão extremamente antididática, provavelmente faria os dois. Mas para Kaito, ele apenas tinha um olhar perplexo e confuso após tantas informações. Ele era correspondido nos sentimentos, mas não prestou muita atenção nisso. Não estava assimilando muitas coisas, sentindo isso, o azulado o puxou para um beijo que foi aceito sem resistência alguma.

– Kaito… Eu estou com muito medo, acho que vamos ter alguns problemas…

– Não se preocupe! Eu não vou fazer nada que você não queira! Vou esperar a vida toda se você quiser! Não tem problema nenhum! – Segurou as pequeninas mãos de Len e as beijou gentilmente para não lhe causar espanto. – Tu és meu, Len. Eu vou cuidar de você.

Um calor inesperado e indesejado atingiu todo o corpo do pequeno e fez seu rosto ir ao rubro. Não conseguiria dizer um “não” para ele. Nunca conseguiria e nem desejava dizê-lo. As ameaças shotacons agora não significavam mais nada, aquele mundo era perfeito. Desejou que tudo que estivesse fora da porta de sua casa fosse destruído, com exceção de seus pais. Estavam prestes a se beijar novamente quando Piko desceu as escadas acompanhado por Rin.

– Espere ai, Shion Kaito! – Disse levemente irritado em sua forma graciosa. – Não vá apresando as coisas! Len é o meu melhor amigo e isso significa que eu virei aqui depois das aulas e dormirei alguns fins de semana aqui na mesma cama que ele. Algum problema?

Na verdade, tinha alguns problemas sim! Kaito não queria pensar no seu namorado dividindo a cama com outro! Era um absurdo total! Porém, não ousaria contestar as vontades do albino, além do mais, provavelmente Len também acrescentaria esses termos ao relacionamento. Como não poderia vencê-los, teria que aceitar calado.

– Nenhum. – Disse determinado a ir até o fim.

– E tem mais! – Prosseguiu Rin. – Como meu irmão, ele irá pentear meus cabelos, cozinhar para mim e me tratar como uma princesa! Nada a mais e nada a menos! Estamos entendidos?

Dessa vez, foi Len que ficou indignado. O que Rin estava pensando? Desde quando ele fazia aquelas coisas para ela? Por acaso seria um plano para testar a determinação de Kaito? Antes que ele pudesse intervir, uma voz receosa passou por cima da sua.

– S-sim...

– Você, como namorado, – falou Piko – tem o direito de tratá-lo e apresentá-lo como tal na frente de outras pessoas. Deverá participar dos eventos da família dele e vice-versa, tratar os pais dele com todo o respeito e fazê-lo a pessoa mais feliz do mundo. Aceita tudo isso?

– Aceito.

– E você, Len? – Disse Rin. – Aceita tudo que Piko já disse?

– Sim!

– Ótimo, então acho que agora está tudo bem. – concluiu Piko. – Mas eu te mato se descobrir que fez alguma coisa errada, ta? Eu corto suas bolas com um canivete e faço um brinquedinho com elas, ta? Só um lembrete.

Kaito olhou para o albino e sentiu algo lhe perfurar a alma, mas achou que era só impressão. Em seguida, virou-se para seu pequeno, sim, pois agora tinha todo o direito de chamá-lo de “seu”, e disse:

– Olha, eu não sou rico, tenho uma bolsa no colégio e minha irmã é uma fujoshi assumida e convicta. Não quero esconder mais nada de você. Se quiser me bater por te mentido pode bater!

– Cala a boca! Você é muito idiota! – O loirinho estava rindo totalmente descontraído e calmo pela primeira vez após muito tempo. – Eu gosto de você, Kaito. Espero que possamos nos apoiar daqui em diante.

Por que ele tinha que ser tão fofo? Kaito o abraçou pela cintura e o levantou para continuar vendo aquele sorriso maroto e infantil. Ele era uma gracinha. Todas as garotas do mundo perderiam para ele. E era só seu. De mais ninguém. De repente lembrou-se de tudo o que eles já tinham passado e as lembranças ruins ficaram tão amenas que praticamente deixaram de existir.

– A partir de hoje, juro te dar todas as coisas com sabor de banana que você desejar e bater antes de entrar no banheiro, ta?

– Já mandei calar a boca! Seu idiota! Esquece aquilo!

Nos meses seguintes, a escola começou uma forte campanha anti-bullying e contra o assédio sexual. Alunos que tiveram posturas consideradas inadequadas foram chamados à direção e seus pais foram comunicados. Len sentiu que ele havia desencadeado essa atitude nos professores e viu que tinha salvado todos os outros garotos que viriam depois dele e ficou um pouco convencido disso. Ficou muito mais simples viver naquele colégio sem as constantes perturbações daqueles garotos. Ele e Kaito continuaram juntos por muitos anos, e aproveitaram cada segundo da companhia um do outro.

Kagamine Len se tornou um romancista muito famoso escrevendo sobre ficção e histórias que ele próprio tinha vivenciado, muitas delas sobre o preconceito. Seu rosto aos vinte e sete anos já não tinha mais traços femininos, mas ainda era mais delicado que todos os outros homens. O cabelo que mantinha longo por capricho era sua marca registrada. E Kaito, seu namorado idiota, era constantemente parado pelas fãs do loiro para responder perguntas nem um pouco ortodoxas. Aliás, este também tinha conquistado muitas coisas ao longo da vida. Sua empresa de engenharia crescia todos os dias deixando o mais novo empreendedor do Japão cheio daquele orgulho que só os idiotas têm. Ele ainda era lindo e carismático. Extremamente másculo e muito mais carinhoso do que todos podiam imaginar.

O seu livro de maior sucesso de Len foi falando de sua própria vida. Como fora sua adolescência em um dos melhores colégios do Japão, como lidou com o bullying e como conheceu seu namorado. “Atashi no shota days” virou um Best-seller adorado no país. Len jamais desejou voltar no tempo para viver aquilo de novo ou mudar alguma coisa, tudo aconteceu porque tinha que acontecer e pronto. Ele tinha que sobreviver a tudo aquilo para escrever no futuro, mas nunca, jamais em sua vida, estaria disposto a voltar para aquela época. Seus dias de shota finalmente tinham terminado e continuaria assim para sempre.


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Notas finais do capítulo

Olhe, a demora para sair este último capítulo não foi má vontade. Eu estava totalmente cheia por conta do vestibular, tanto que perdi totalmente o contato com a Tay-chan. Alías, se você estiver lendo isso, Tay-chan, venha conversar comigo! Eu sumi, mas senti a sua falta!
Ern... Voltando ^-^
Acabamos aqui a história do Len e gostaria que vocês vissem isso como o livro dele. Foi muito dificil pensar em um final digno para os leitores maravilhosos que vocês são. Muito obrigada por todo apoio, pelas broncas e pelas risadas que vocês me deram. Espero, do fundo do meu coração que esse final tenha atendido as expectativas de todos vocês. (eu sei que não atendeu, vocês queriam era sacanagem que eu sei).
Meus dias de shota também acabam por aqui. Tchau, pessoas lindas!
~Kissus~