Blasphemy escrita por Hoppe


Capítulo 6
4 estações


Notas iniciais do capítulo

*-* ooooi, geente, to amando escrever essa fic! Uhuum *-* cada review q recebo me inspira muito e isso é... Demais! kkkk por isso, muito obrigada pelos reviews do capitulo anterior e pelas inspirações, vocês não sabem o quanto isso esta sendo bom pra mim. Obrigada! Espero q gostem *-*
A musica do capitulo: http://www.kboing.com.br/snow-patrol/1-81454/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/167435/chapter/6

                                    Chapter Five

Ele lembrava-se de que há um tempo atrás, desprezaria e repudiaria pessoas como Astoria Greengrass. Alegres, felizes, doces, ingênuas e cegas pelos livros. Seria um insulto aproximar-se de pessoas como ela por que ele simplesmente não aturava toda alegria e doçura que delas, emanavam.

Hoje, no entanto, naquele momento, sentia-se estranho desde o momento que ela se fora. O perfume de seus cabelos ainda pairava pelo ar. A sua voz ainda ecoava pela sua mente. E o calor do pequeno corpo dela ainda podia ser sentido no corpo de Draco Malfoy.

- Pequena Astie... – murmurou o Sr. Magnus Down, fitando-a bondosamente – Está triste hoje...

- Claro que não Sr. Down – ela tentou sorrir – Só um pouco cansada.

Magnus Down era um senhor barrigudo de meia idade, com um elegante topete cinza, possuía um denso bigode e pequenos olhos cor de âmbar. Junto de seu irmão, Simon Down, eram donos de uma funerária em Witshire, condado do centro-sul da Inglaterra bruxa. Eram bem humorados e talvez, os únicos que faziam a doce Astoria rir.

- Onde está Simon? – perguntou Astoria ao perceber sua ausência.

- Está vindo aí... – murmurou Magnus, com os olhos distantes. Astoria virou-se para trás e fixou seus olhos em Simon. Bem diferente do irmão, Simon era alto e magro, os cabelos cinza um pouco calvos que tentavam se ajeitar em um topete elegante como o de Magnus, sem muito sucesso.

- Pequena Astoria... – Simon sorriu para ela – O que faz aqui tão cedo?

- Não consegui dormir... – ela falou convicta de que não fora mentira. Não conseguira dormir na noite passada, não quando seus pensamentos, sempre, de alguma forma, iam em direção a casa vizinha, logo a frente da sua, em um certo loiro de olhos metálicos.

- Parece que algo lhe atormenta... – observou atentamente Magnus enquanto abria a porta de sua funerária, dando passagem para que Astoria entrasse.

- Nada me atormenta – respondeu ela, rápida demais atiçando ainda mais a desconfiança dos dois irmãos.

Eles passaram pela imensa sala onde corpos mortos estavam cobertos por lençóis brancos. Astoria não gostava daquele cômodo, era frio e sem vida.

Logo, eles adentraram em outra sala, mais confortável, porém, também imensa. Por todos os lados se via caixões de todos os tipos, luxuosos e polidos que brilhavam impecavelmente.

- Teria algo haver com o garoto-Malfoy? –perguntou Simon enquanto lhe estendia uma xícara de chá que ela pegou com as mãos trêmulas.

- Garoto... Malfoy? – ela tomou rapidamente um gole do chá.

- Sim, Draco Malfoy – falou Magnus em seu habitual tom de voz, pomposamente.

- Por que ele teria algo haver?

- Eu a vi abraçada ontem a ele, em frente à casa dos Quickly – houve uma rápida troca de olhares entre Simon e Magnus. Sabiam que algo estava de errado em Astoria Greengrass. Começando pela ausência do habitual sorriso que sempre era visto estampado no belo rosto da garota, pelos seus olhos sempre tão vívidos e brilhantes, no entanto, estavam distantes, sonhadores... Algo em seu olhar tornava-a mais madura sem o ar infantil que sempre carregara.

Ela engasgou rapidamente com o chá, deixou a xícara na mesa e apertou suas luvas, nervosamente.

- Astoria, querida... – Magnus aproximou-se a fitando sugestivamente – Há algo que queira nos contar?

- Não há nada! – respondeu ela, novamente rápido demais e logo se calou.

- Não há obrigação de nos contar... – murmurou Simon – No entanto, seu estado está nos preocupando.

- Que estado? Não há estado nenhum!

- Esta distante, seus olhos estão diferente... Se estivéssemos falando de outra pessoa, diria que estaria apaixonada – sugeriu Magnus olhando para o irmão, soltando uma risada pomposa.

Astoria rapidamente se levantou fazendo com que a xícara pousada na mesa, caísse e se espatifasse no chão.

- Eu tenho que ir... – falou ela nervosa sentindo seu coração se acelerar absurdamente – Obrigada e desculpe pela xícara...

Magnus a acompanhou cautelosamente até a porta, enquanto Simon concertava a xícara.

- Tem certeza de que ficará bem? – perguntou ele ao abrir a porta deixando que o frio gélido da manhã adentrasse.

- Sim... – respondeu ela e o fitou uma última vez – Obrigada Sr. Magnus.

- Cuide-se, pequena Astie... – murmurou ele deixando sua voz morrer ao focar seus olhos em outra pessoa presente ali, quase no meio da rua.

Astoria seguiu seu olhar e no instante que seus olhos se perderam nos olhos metálicos de Draco Malfoy, algo muito inquieto se remexeu em seu estômago fazendo uma perfeita sincronia com seu coração, que se acelerava absurdamente.

- Não volte tarde para casa hoje – murmurou Magnus fitando-a com um olhar paternal, antes de fechar a porta bloqueando o vento frio.

Astoria apertou mais suas luvas e ponderou a idéia de ir em sua direção ou de simplesmente passar por ele, ignorando sua existência – que tanto a atormentava, e que por alguma razão, era sempre de uma forma boa. Ela não teve tempo de pensar, suas pernas agiram antes mesmo de sua decisão. Moveram-se em direção a ele e era em vão lutar contra elas, era o seu desejo também.

- Vamos conversar... Em outro lugar – murmurou ele mais como uma ordem e não um pedido. Astoria não se moveu, fitando-o duramente com a sobrancelha arqueada.

- Isso foi uma ordem? – ela se perguntou mentalmente como sua voz saíra tão ríspida e gélida.

- Se isso serviu a você – rebateu ele perdendo a pouca paciência que tinha – Vamos... – ele virou para uma direção qualquer começando a andar, no entanto, Astoria não se moveu.

- Não vou com você a lugar nenhum até tiver modos o suficiente.

Ele suspirou, virando-se para ela.

- Está falando que terei de pedir a você para irmos simplesmente conversar? – perguntou ele, incrédulo.

- Se isso serviu a você... – ela repetiu suas palavras.

- Você não está me forçando a fazer isso... – murmurou ele, baixo, de forma ameaçadora, não intimidando Astoria.

- Acho que estou... – ela levantou a cabeça tentando fitá-lo com superioridade. Ele, perigosamente, estava mais perto fazendo com que seu perfume a entorpecesse fracamente.

- Repita isso... – falou ele, entre dentes.

- Eu estou... – falou ela, dessa vez mais convicta, no entanto, na teve tempo de terminar. Sentira seu corpo ser levantado rapidamente e logo, já estava sendo carregada por Draco Malfoy, pelas ruas frias e vazias de Witshire. Ele delicadamente a jogou por sobre o ombro apertando firmemente seu corpo impedindo que ela caísse.

- O que está fazendo? – perguntou ela tentando soltar-se, sem muito sucesso – Me coloque no chão!

- Vamos conversar – murmurou ele friamente, novamente como uma ordem e não um pedido como antes sempre fazia aos elfos domésticos de sua casa. E não seria Astoria Greengrass que mudaria isso.

- Por muitos anos, eu ponderei a idéia do que você realmente tinha por dentro, Draco Malfoy – falou ela com certa ferocidade na voz abafada – E hoje, eu percebi duas coisas: Você é um estúpido e arrogante e que nem mesmo a guerra mudou isso de você!

Tal afirmação o fez parar de andar em direção ao estranho bosque que encontrara no dia anterior. Segurava ainda o corpo frágil de Astoria, sem se mover.

Ele lentamente a colocou no chão fitando seus olhos inexpressivamente. Ela ainda o encarava com raiva e bruscamente, tentou passar por ele, no entanto, ele a segurou firmemente.

- Me solte... – murmurou ela deixando sua voz morrer em um sussurro cansado.

- Podemos conversar?... Por favor? – ele a surpreendeu com a simples pergunta que ela nunca imaginou que viria dele. De Draco Malfoy.

Houve um silêncio interrupto em que nenhum dos dois ousara quebrar. Ela, silenciosamente, assentiu com a cabeça.

Sem esperar, Draco voltou a andar em direção ao estranho bosque mas que de alguma maneira, o intrigava. As folhas secas e amareladas o lembravam o outono, embora estivessem em pleno inverno constante de Witshire, as flores coloridas e perfumadas o lembravam a primavera e a brisa fresca e quente do vento que por vezes balançavam as altas árvores, o lembrava o verão.

Ele afastou-se dela rapidamente, virando-lhe as costas, fitando o nada.

- Não terminamos a conversa de ontem... – murmurou ele, cortando o silêncio.

- E eu não pretendia terminar... – ela aproximou-se um pouco dele – Não depois do que fez a minha irmã...

- Queria que eu a deixasse me insultar? – perguntou ele soltando uma risada de escárnio que certamente, Astoria não gostava.

Ela aproximou-se dele sinuosamente parecendo flutuar sobre o chão coberto pelas folhas, seus olhos se voltaram a ele.

- Posso te perguntar uma coisa?

- Vá em frente... – ele deu de ombros voltando a se afastar dela, apoiando-se em uma árvore qualquer.

- Por que é tão... Distante? – ela deu um passo em sua direção – Quero dizer... É tão inexpressivo, frio...

- Já deveria saber a resposta para isso... – riu ele, sem humor. Ele continuou ao perceber novamente o silêncio se alastrar – Minha família... Distante, em ruínas, sem concerto...

Ela deitou a cabeça de lado confusamente e o fitou mais profundamente.

- Sabe... Meu pai nunca se comportou como o Sr. Down – continuou ele – Paternalmente. A única pessoa que me tratou com mínimo de carinho e afeto, foi minha mãe. Ela não demonstra isso mas sei que no fundo, seu amor por nós é sincero.

- Por que acha isso? – perguntou ela dando outro passo em sua direção.

- Por que ela não faria tudo o que fez se não nos amasse verdadeiramente – suspirou ele formando uma lufada densa de neblina. O clima começava a esfriar, o vento fresco e quente aos poucos se tornava gélido e o lugar ganhava um cenário sombrio – Do mesmo modo, há coisas na minha vida que me fazem odiá-la.

- Você pelo menos, tem uma família completa... – ela foi interrompida.

- Família? – ele virou-se para ela, ferozmente – Você chama aquilo de família?

- Sim, você tem uma família completa Draco Malfoy – falou ela com dureza – Agradeça por isso. Não me resta ninguém a não ser minha mãe e minha irmã e não posso considerá-las uma família.

- Há pessoas gentis ao seu redor – murmurou ele – Deveria agradecer por isso. Pelo menos não nasceu em uma família que desde sempre se construiu a base da hipocrisia e mentiras.

Ele se virou para ir embora, em direção a sua casa.

- Espere! – ela exclamou segurando seu braço impedindo que ele fosse – Eu faço seu dia mais feliz...

Ele parou e lentamente, virou-se para ela.

- O quê disse? – perguntou.

- Se lembra? – um pequeno sorriso se abriu no rosto de Astoria – Eu faço seu dia mais feliz... Você fez isso no meu aniversário.

O rosto de Draco continuou inexpressivo ao vê-la se aproximar lentamente e parar perto do seu rosto. Ele fitou seu rosto angelical e seus olhos infantis.

- É a minha vez agora... – murmurou ela e seus olhos se fixaram no céu. Draco sentiu algo frio e pequeno tocar seu braço e ele seguiu os olhos de Astoria. Naquele momento, começara a nevar.

Preview do próximo capítulo:

- O que é isso? – ele pegou o grosso livro sob o travesseiro de plumas. Observou a capa e logo, uma expressão de desdém se fez em seu rosto – Contos trouxas?

- Algum problema? – perguntou ela tirando o livro de suas mãos.

- Sim – ele abriu um sorriso irônico – Contos trouxas.

- Deveria ler... – sorriu ela estendendo a ele novamente o livro.

- Por que eu faria isso? O que as pessoas pensariam de mim?- perguntou incrédulo - Um Malfoy lendo contos trouxas – falou a última parte com sarcasmo pesado nas palavras.

- Quem liga pra sociedade? – ele levantou os olhos aos dela ao ouvir tal afirmação.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Magnus e Simon Down saum meus personagens preferidos nessa fic *-* eu criei eles pra uma outra fic, mas vi que eles se encaixavam melhor nessa. O que vocês acharam deles? *-* me digaam! \o/
Beijiinhos ♥