Blasphemy escrita por Hoppe
Notas iniciais do capítulo
OIOI *-* AHH! Q alegria d tah postando aki kkk bom, espero q gostem do capitulo *-* amei escrever, fiz com carinho por que a minha Táta fez uma linda recomendação *-* espero q ela goste tbm! Eh pra vc lindinha!
Bjoos ♥
Chapter Six
E ele, que nunca sequer cogitou a idéia de sentir algo por uma garota além de desprezo, se viu naquele estranho bosque onde as 4 estações do ano predominavam juntamente. Nevava, pequenos flocos de neve caíam e Draco tinha certeza de que fora daquele estranho bosque, não acontecia o mesmo. Ao mesmo tempo em que nevava, ele também podia sentir os fracos feixes do sol aquecer sua pele e sentir a fragrância das flores vívidas da primavera que havia ali. Ou seria o perfume inebriante de Astoria?
Draco se deparou com o extenso e sinuoso corredor de árvores por onde risadas melodiosas ecoavam. Era a risada de Astoria – pensou ele deixando um sorriso involuntário se abrir em seu rosto, porém, o seu e aparentemente, único sorriso. Escárnio. Embora ele não fosse o mesmo Draco Malfoy de há muitos anos atrás, suas características continuavam. A frieza, e principalmente, o seu sorriso. Ele nunca conseguiria abrir um sorriso doce como o de Astoria.
Ele respirou fundo dando o primeiro passo pelo corredor de árvores, o chão aos poucos era coberto pela neve branca e fofa. A risada novamente chegou aos seus ouvidos.
– Draco... – um sussurro baixo soou detrás dele. Ele se virou e não teve tempo de pensar, uma bola de neve voou em sua direção acertando-o em cheio.
Ele sentiu calafrios quando a sensação gélida da neve tocou sua pele.
– Ei, você está bem? – ele a viu logo a sua frente. A expressão de preocupação estampava seu delicado rosto e suas mãos pequenas pegaram as de Draco, causando-lhe outro arrepio.
Ele não pôde responder devido ao espirro que se seguiu. Astoria riu fracamente.
– Parece que alguém está ficando resfriado – murmurou puxando-o para fora do bosque e parando no limite da floresta, onde a neve não caía mais. Ela virou-se para ele tocando sua testa – Está quente...
– Eu... – ele espirrou novamente e Astoria riu – Não ria!
Ela recomeçou a puxá-lo, em direção a sua casa. Draco parou rapidamente, confuso.
– Para onde vamos? – perguntou, mas Astoria apenas riu negando com a cabeça voltando a puxá-lo.
Andaram apenas alguns breves minutos e logo, já estavam diante da mansão Greengrass. Diferente da mansão Malfoy, a mansão Greengrass era branca, seu piso era feito de mármore albino e seus detalhes eram delicados, celestiais e traziam a Draco uma sensação de conforto. Era amplo e luminoso. Ele olhou para o teto alto, deparando-se com o enorme lustre de cristais e logo mais acima, uma enorme janela de mosaico colorido que se movia magicamente.
– Mamãe e Daphne saíram – Astoria deu de ombros começando a subir a enorme escadaria – Foram fazer compras.
– E por que não foi? – ele começou a segui-la, hesitante.
– Eu estou aqui com você... – ela o fitou por sobre o ombro antes de pisar no último lance de degraus.
Draco novamente espirrou e Astoria riu, pegando sua mão apressando-o a subir. Eles andaram pelo enorme corredor de portas e pararam diante do último quarto.
Ela abriu a porta e o puxou para dentro.
– Bem... – ela sorriu – Esse é o meu quarto. Fique aqui, eu vou pegar um cobertor para você.
Ela entrou por outra porta e Draco observou o quarto escuro, iluminado apenas pela luz de fora. As paredes eram uma mistura neutra de lilás com branco, as cortinas de seda eram finas e ondulavam com o vento que adentrava pelo local. A fragrância de Astoria estava mais forte ali, mais entorpecente trazendo a ele, calmaria. Sua cama era enfeitada por um ursinho marrom com olhos de botão. Draco aproximou-se e pegou o ursinho observando seu semi-sorriso.
– Papai me deu antes de morrer – ele mal percebera a volta de Astoria. Draco levantou os olhos e logo a sua frente, um tanto perto demais, estava ela exibindo um meio sorriso, seus olhos estavam fixos no ursinho, distantes e melancólicos.
– Ah! Me desculpe – ele rapidamente colocou o ursinho de volta na cama. Ela balançou a cabeça ainda sorrindo.
– Mamãe não sabe que ainda o tenho – ela pegou o ursinho – Logo após a morte de papai, ela mandou que eu jogasse fora...
– Por quê? – perguntou.
Astoria suspirou sentando-se na beirada da cama, ela pegou sua mão e o puxou para se sentar também.
– Por mais que não seja certo... Às vezes eu... – ela fechou os olhos – Às vezes eu penso que foi ela a culpada pela morte dele...
“A frieza dela durante todos esses anos – continuou – E quando o assunto sempre era a morte de meu pai, ela sempre desviava desse assunto. Todos poderiam pensar que era apenas dor ao relembrar sobre a morte dele, porém, eu sinto que para minha mãe, não é dor. É algo a mais. Desde a sua morte, ela ordenou que todas as lembranças dele nesta casa, fossem destruídas.”
O silêncio foi cortado por outro espirro de Draco, Astoria riu novamente.
– Aqui... – ela jogou por sobre seus ombros o cobertor pesado – Não devia dar atenção ao que eu digo... É por isso que todos os Greengrass não me consideram da família. Acham que eu falo coisas sem nexo ou sem razão.
– Eu entendo você... – falou Draco, rápido demais – Quer dizer... Eu acho.
– Você é um Malfoy... – ela riu sem humor – É como os Greengrass, acredita apenas em fatos concretos. Sei que me acha uma louca.
Foi a vez de ele rir.
– Não... – falou – Está me comparando novamente a um Greengrass? – brincou em um tom irônico – Eu acredito em você... Em certas coisas, é claro. Mas, talvez, tudo o que diz esteja certo.
Ela arregalou os olhos em sua direção depois de suas palavras. A troca de olhares durou por longos segundos, que para ela lhe pareceram minutos. Draco, rapidamente, abaixou os olhos metálicos e se deparou com um livro sob o travesseiro de plumas.
Ele pegou o livro, observando a capa.
– Contos trouxas? – perguntou com desgosto.
– Algum problema? – Astoria tirou o livro de suas mãos.
– Sim – respondeu ele, sarcástico – Contos trouxas. Acho que isso já explica.
– Deveria ler – ela sorriu lhe estendendo o livro – É muito melhor do que livros bruxos.
– Um Malfoy lendo um livro trouxa? – perguntou ele com incredulidade – O que as pessoas pensariam de mim?
– Quem liga pra sociedade? – tal afirmação, o fez se calar, perplexo. Ela dissera isso mesmo? se perguntou ele. Ela não dava a mínima pela opinião das pessoas? Ela não dava a mínima para a sociedade que avaliariam se ela era mesmo uma legítima Greengrass ou apenas uma traidora do próprio sangue?
Mas, Draco, no fundo, concordava com ela. De certa forma, a sociedade para ele não valia de nada. Dane-se a opinião delas! pensava ele.
Ele espirrou novamente, porém, Astoria não riu, apenas esboçou um sorriso fraco.
– Eu... Preciso voltar para casa – ele tentou se levantar livrando-se do cobertor pesado que havia aquecido seu corpo e logo, voltava a esfriar – Minha mãe deve estar preocupada e...
– Sua mãe saiu – Astoria o cortou e Draco parou, fitando-a confusamente – Provavelmente, deve ter ido com minha mãe e Daphne.
– Mas...
– Não vou deixar você sozinho em sua casa. É fria... Vazia.
Ele suspirou, sentia seu corpo febril e o cansaço o pegava de leve. Parecia que não tinha forças para negar, voltou a se sentar na cama. Draco ouviu novamente a risada de Astoria antes que ela empurrasse seu corpo para os travesseiros macios.
– Quer chá? – ele abriu os olhos assustando-se com a proximidade dela.
– Não... Obrigado – ele respondeu olhando para outro ponto fixo e por fim, fechou os olhos. O cansaço aumentava, e já conseguia sentir as incômodas dores no corpo.
– Posso te fazer uma pergunta? – ela novamente cortou o silêncio e ele não tinha mais forças de manter os olhos abertos.
– Hm... – murmurou ele.
– Você me odeia? – tal pergunta o fez abrir os olhos com esforço, pesadamente. Ela o fitava com uma expressão estranha, mas que se assemelhava a agonia.
– Por que eu te odiaria? – indagou ele.
– Sempre pensei que me odiava – ela suspirou sentando-se ao seu lado.
– Não odeio você – ele voltou a fechar os olhos – E você? Você me odeia?
Houve um longo silêncio em que ele cogitou a idéia de que aquilo fosse uma forma silenciosa de afirmação. Não havia duvidas, pensava ele, é claro que ela me odeia. Por que não odiaria?
E então, em sua mente lhe vinham flashes dos acontecimentos até aquele momento. Por que ela o odiaria? Se Astoria Greengrass realmente odiasse Draco Malfoy, ela não estaria nem mesmo ali, tendo uma conversa civilizada com ele.
Seu doce suspiro finalmente quebrou o silêncio interrupto. Ela delicadamente pegou a mão de Draco.
– Desde sempre... – murmurou ela – Minha mãe me ensinou o que era certo e o errado, da sua forma, é claro. Ensinou que para pessoas que fizeram coisas muito erradas, como a sua família, não havia perdão. Depois da Guerra e a inocência de seus pais, ela sempre dizia que pessoas como a sua família, nunca mudariam.
– O que... – ele tentou, porém, ela o calou com um sibilo.
– Nunca acreditei nela, Draco – continuou – Nunca... Ela tentou me fazer odiá-los, e em frente a vocês, não demonstrar isso. Hipocrisia.
O silêncio voltou ao quarto. Draco abriu os olhos e a fitou.
– Você me odeia? – sussurrou ele.
– Não – respondeu ela em um mesmo tom – Eu gosto de você.
Ele levantou-se e a fitou mais profundamente.
– Você é diferente – ela levantou os olhos melancólicos aos seus e sorriu - É exceção...
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!