Blasphemy escrita por Hoppe


Capítulo 7
É exceção...


Notas iniciais do capítulo

OIOI *-* AHH! Q alegria d tah postando aki kkk bom, espero q gostem do capitulo *-* amei escrever, fiz com carinho por que a minha Táta fez uma linda recomendação *-* espero q ela goste tbm! Eh pra vc lindinha!
Bjoos ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/167435/chapter/7

                   Chapter Six


E ele, que nunca sequer cogitou a idéia de sentir algo por uma garota além de desprezo, se viu naquele estranho bosque onde as 4 estações do ano predominavam juntamente. Nevava, pequenos flocos de neve caíam e Draco tinha certeza de que fora daquele estranho bosque, não acontecia o mesmo. Ao mesmo tempo em que nevava, ele também podia sentir os fracos feixes do sol aquecer sua pele e sentir a fragrância das flores vívidas da primavera que havia ali. Ou seria o perfume inebriante de Astoria?

Draco se deparou com o extenso e sinuoso corredor de árvores por onde risadas melodiosas ecoavam. Era a risada de Astoria – pensou ele deixando um sorriso involuntário se abrir em seu rosto, porém, o seu e aparentemente, único sorriso. Escárnio. Embora ele não fosse o mesmo Draco Malfoy de há muitos anos atrás, suas características continuavam. A frieza, e principalmente, o seu sorriso. Ele nunca conseguiria abrir um sorriso doce como o de Astoria.

Ele respirou fundo dando o primeiro passo pelo corredor de árvores, o chão aos poucos era coberto pela neve branca e fofa. A risada novamente chegou aos seus ouvidos.

– Draco... – um sussurro baixo soou detrás dele. Ele se virou e não teve tempo de pensar, uma bola de neve voou em sua direção acertando-o em cheio.

Ele sentiu calafrios quando a sensação gélida da neve tocou sua pele.

– Ei, você está bem? – ele a viu logo a sua frente. A expressão de preocupação estampava seu delicado rosto e suas mãos pequenas pegaram as de Draco, causando-lhe outro arrepio.

Ele não pôde responder devido ao espirro que se seguiu. Astoria riu fracamente.

– Parece que alguém está ficando resfriado – murmurou puxando-o para fora do bosque e parando no limite da floresta, onde a neve não caía mais. Ela virou-se para ele tocando sua testa – Está quente...

– Eu... – ele espirrou novamente e Astoria riu – Não ria!

Ela recomeçou a puxá-lo, em direção a sua casa. Draco parou rapidamente, confuso.

– Para onde vamos? – perguntou, mas Astoria apenas riu negando com a cabeça voltando a puxá-lo.

Andaram apenas alguns breves minutos e logo, já estavam diante da mansão Greengrass. Diferente da mansão Malfoy, a mansão Greengrass era branca, seu piso era feito de mármore albino e seus detalhes eram delicados, celestiais e traziam a Draco uma sensação de conforto. Era amplo e luminoso. Ele olhou para o teto alto, deparando-se com o enorme lustre de cristais e logo mais acima, uma enorme janela de mosaico colorido que se movia magicamente.

– Mamãe e Daphne saíram – Astoria deu de ombros começando a subir a enorme escadaria – Foram fazer compras.

– E por que não foi? – ele começou a segui-la, hesitante.

– Eu estou aqui com você... – ela o fitou por sobre o ombro antes de pisar no último lance de degraus.

Draco novamente espirrou e Astoria riu, pegando sua mão apressando-o a subir. Eles andaram pelo enorme corredor de portas e pararam diante do último quarto.

Ela abriu a porta e o puxou para dentro.

– Bem... – ela sorriu – Esse é o meu quarto. Fique aqui, eu vou pegar um cobertor para você.

Ela entrou por outra porta e Draco observou o quarto escuro, iluminado apenas pela luz de fora. As paredes eram uma mistura neutra de lilás com branco, as cortinas de seda eram finas e ondulavam com o vento que adentrava pelo local. A fragrância de Astoria estava mais forte ali, mais entorpecente trazendo a ele, calmaria. Sua cama era enfeitada por um ursinho marrom com olhos de botão. Draco aproximou-se e pegou o ursinho observando seu semi-sorriso.

– Papai me deu antes de morrer – ele mal percebera a volta de Astoria. Draco levantou os olhos e logo a sua frente, um tanto perto demais, estava ela exibindo um meio sorriso, seus olhos estavam fixos no ursinho, distantes e melancólicos.

– Ah! Me desculpe – ele rapidamente colocou o ursinho de volta na cama. Ela balançou a cabeça ainda sorrindo.

– Mamãe não sabe que ainda o tenho – ela pegou o ursinho – Logo após a morte de papai, ela mandou que eu jogasse fora...

– Por quê? – perguntou.

Astoria suspirou sentando-se na beirada da cama, ela pegou sua mão e o puxou para se sentar também.

– Por mais que não seja certo... Às vezes eu... – ela fechou os olhos – Às vezes eu penso que foi ela a culpada pela morte dele...

“A frieza dela durante todos esses anos – continuou – E quando o assunto sempre era a morte de meu pai, ela sempre desviava desse assunto. Todos poderiam pensar que era apenas dor ao relembrar sobre a morte dele, porém, eu sinto que para minha mãe, não é dor. É algo a mais. Desde a sua morte, ela ordenou que todas as lembranças dele nesta casa, fossem destruídas.”

O silêncio foi cortado por outro espirro de Draco, Astoria riu novamente.

– Aqui... – ela jogou por sobre seus ombros o cobertor pesado – Não devia dar atenção ao que eu digo... É por isso que todos os Greengrass não me consideram da família. Acham que eu falo coisas sem nexo ou sem razão.

– Eu entendo você... – falou Draco, rápido demais – Quer dizer... Eu acho.

– Você é um Malfoy... – ela riu sem humor – É como os Greengrass, acredita apenas em fatos concretos. Sei que me acha uma louca.

Foi a vez de ele rir.

– Não... – falou – Está me comparando novamente a um Greengrass? – brincou em um tom irônico – Eu acredito em você... Em certas coisas, é claro. Mas, talvez, tudo o que diz esteja certo.

Ela arregalou os olhos em sua direção depois de suas palavras. A troca de olhares durou por longos segundos, que para ela lhe pareceram minutos. Draco, rapidamente, abaixou os olhos metálicos e se deparou com um livro sob o travesseiro de plumas.

Ele pegou o livro, observando a capa.

– Contos trouxas? – perguntou com desgosto.

– Algum problema? – Astoria tirou o livro de suas mãos.

– Sim – respondeu ele, sarcástico – Contos trouxas. Acho que isso já explica.

– Deveria ler – ela sorriu lhe estendendo o livro – É muito melhor do que livros bruxos.

– Um Malfoy lendo um livro trouxa? – perguntou ele com incredulidade – O que as pessoas pensariam de mim?

– Quem liga pra sociedade? – tal afirmação, o fez se calar, perplexo. Ela dissera isso mesmo? se perguntou ele. Ela não dava a mínima pela opinião das pessoas? Ela não dava a mínima para a sociedade que avaliariam se ela era mesmo uma legítima Greengrass ou apenas uma traidora do próprio sangue?

Mas, Draco, no fundo, concordava com ela. De certa forma, a sociedade para ele não valia de nada. Dane-se a opinião delas! pensava ele.

Ele espirrou novamente, porém, Astoria não riu, apenas esboçou um sorriso fraco.

– Eu... Preciso voltar para casa – ele tentou se levantar livrando-se do cobertor pesado que havia aquecido seu corpo e logo, voltava a esfriar – Minha mãe deve estar preocupada e...

– Sua mãe saiu – Astoria o cortou e Draco parou, fitando-a confusamente – Provavelmente, deve ter ido com minha mãe e Daphne.

– Mas...

– Não vou deixar você sozinho em sua casa. É fria... Vazia.

Ele suspirou, sentia seu corpo febril e o cansaço o pegava de leve. Parecia que não tinha forças para negar, voltou a se sentar na cama. Draco ouviu novamente a risada de Astoria antes que ela empurrasse seu corpo para os travesseiros macios.

– Quer chá? – ele abriu os olhos assustando-se com a proximidade dela.

– Não... Obrigado – ele respondeu olhando para outro ponto fixo e por fim, fechou os olhos. O cansaço aumentava, e já conseguia sentir as incômodas dores no corpo.

– Posso te fazer uma pergunta? – ela novamente cortou o silêncio e ele não tinha mais forças de manter os olhos abertos.

– Hm... – murmurou ele.

– Você me odeia? – tal pergunta o fez abrir os olhos com esforço, pesadamente. Ela o fitava com uma expressão estranha, mas que se assemelhava a agonia.

– Por que eu te odiaria? – indagou ele.

– Sempre pensei que me odiava – ela suspirou sentando-se ao seu lado.

– Não odeio você – ele voltou a fechar os olhos – E você? Você me odeia?

Houve um longo silêncio em que ele cogitou a idéia de que aquilo fosse uma forma silenciosa de afirmação. Não havia duvidas, pensava ele, é claro que ela me odeia. Por que não odiaria?

E então, em sua mente lhe vinham flashes dos acontecimentos até aquele momento. Por que ela o odiaria? Se Astoria Greengrass realmente odiasse Draco Malfoy, ela não estaria nem mesmo ali, tendo uma conversa civilizada com ele.

Seu doce suspiro finalmente quebrou o silêncio interrupto. Ela delicadamente pegou a mão de Draco.

– Desde sempre... – murmurou ela – Minha mãe me ensinou o que era certo e o errado, da sua forma, é claro. Ensinou que para pessoas que fizeram coisas muito erradas, como a sua família, não havia perdão. Depois da Guerra e a inocência de seus pais, ela sempre dizia que pessoas como a sua família, nunca mudariam.

– O que... – ele tentou, porém, ela o calou com um sibilo.

– Nunca acreditei nela, Draco – continuou – Nunca... Ela tentou me fazer odiá-los, e em frente a vocês, não demonstrar isso. Hipocrisia.

O silêncio voltou ao quarto. Draco abriu os olhos e a fitou.

– Você me odeia? – sussurrou ele.

– Não – respondeu ela em um mesmo tom – Eu gosto de você.

Ele levantou-se e a fitou mais profundamente.

– Você é diferente – ela levantou os olhos melancólicos aos seus e sorriu - É exceção...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!