Capítulo 179 - A Determinação de Álvaro

Álvaro continuava lutando com Fengmi no jardim interno da base brasileira da Meyou Zidan (como eles construíram um jardim em tão pouco tempo? Usando ki, na dúvida, ki é sempre a resposta). Acontece que o tenista estava com sérios problemas contra a garota. Suas rosas vampiras gigantes estavam atacando o rapaz por todos os lados e parecia não haver saída.

– Adeus - disse Fengmi, sem perder o bom humor. A rosa mais próxima estava quase abocanhando Álvaro, quando ele percebeu que outra rosa do seu lado também estava querendo pegá-lo. Nisso, ele teve uma ideia. Quando as duas rosas tentaram atacá-lo, ele saltou na mesma hora. Isso fez com que cada rosa atacasse uma a outra, permitindo que o tenista lançasse uma bola na base das duas. Isso matou as plantas e salvou sua vida.

– Foi por pouco - disse ele.

– Oh, minhas plantinhas - lamentou Fengmi, em tom meigo.

– Agora...é a sua vez! - disse ele, preparando a melhor bola que podia lançar. Ele fez isso com boa parte de seu ki, lançando um ataque potente o bastante para atingir um membro da Meyou Zidan, mas Fengmi rapidamente rebateu o golpe com um tipo de espada feita de...galhos e folhas? Álvaro se surpreendeu, mas conseguiu rebater o ataque de volta. Fengmi volta a rebater e Álvaro também. Os dois ficam nisso, até que a bola finalmente perde energia batendo em uma das paredes.

– Você é mesmo um tenista - disse a garota, com um ar sorridente - A gente até podia jogar se eu não tivesse que matá-lo.

– Isso não é um jogo - disse Álvaro - Por mais que as minhas técnicas de tênis sejam necessárias para derrotá-la!

– Entendo. Pelo jeito, não poderei atingi-lo à distância.

– Finalmente percebeu?

– Atacar um tenista à distância é tolice. É verdade. Mas posso lutar muito bem de perto - disse Fengmi com seu jeito sorridente de sempre - Principalmente com a minha arma.

– Essa espada - percebeu Álvaro - Não pense que isso me assusta.

– Sim. É a minha Espada Natural - disse ela - Mas não é apenas uma espada.

– Como?

A garota aplicou um pouco mais de seu ki na arma, aumentando seu tamanho. Álvaro se manteve alerta, mas não foi apenas o tamanho que aumentou. A espada não era apenas um galho com folhas reforçado por ki, agora parecia um imenso chicote facilmente manipulável.

– Droga - disse o garoto, mas não conseguiu escapar das chicotadas de Fengmi. Embora tenha se desviado de um ou dois ataques, foi atingido muitas vezes, principalmente nos braços.

– Vejo que você depende muito de seus braços, não é? - percebeu Fengmi - Acho que vou arrancá-los!

O jeito meigo que Fengmi dizer aquilo só deixava as coisas ainda mais assustadoras. Álvaro precisava defender o próximo ataque e o fez, sacrificando sua própria raquete, partida em pedaços pelo ataque da moça.

– Oh, que pena - lamentou ela - Mas no próximo eu não errarei!

Álvaro estava mesmo tenso. Precisava fazer algo, mas o quê? O próximo ataque de Fengmi estava a caminho. Com movimentos rápidos, ele conseguiu segurar o chicote dela, embora o reforço de ki deixasse a coisa mais difícil.

– Não vai aguentar segurar isso por muito tempo - disse Fengmi.

– Será?

Álvaro tentou aplicar seu próprio ki no chicote. Fez isso com o máximo de suas forças, garantindo assim que a própria Fengmi fosse atingida na extremidade da arma. Ela soltou o galho imediatamente.

– Ai - reclamou ela - O que você fez?

– Meu treino foi justamente baseado nisso...aplicação de ki.

– Entendo. É assim que reforça suas raquetes e bolas, não é?

– Exato. Mas nada impede que eu aplique meu ki em outros objetos, como no seu chicote. Vai precisar mais do que isso para me deter.

Álvaro abriu sua mochila e pegou outra raquete rapidamente. Ele não podia perder as oportunidades.

– Agora! - gritou ele, lançando mais duas bolas na direção de Fengmi, mas ela lançou duas rosas na direção das bolas, neutralizando o ataque. O tenista não podia acreditar.

– Você é mesmo insistente. Mas me atacar de longe também é inútil. Tenho tantos projéteis quanto você.

"Essa garota...não é possível. Ela tem muitos truques. Como posso ganhar dela?", pensava o pobre rapaz, enquanto a portadora do pingente do Cavalo apenas mantinha seu doce sorriso.

– Vamos nessa! - disse a mocinha, pegando mais uma vez sua espada-chicote - Agora eu não vou errar!

"Ainda tenho minha raquete. Não pense que será tão fácil", pensava Álvaro, enquanto tentava defender dos golpes e chicotadas com ela. No entanto, o ki também tem seus limites. Não demorou muito para o tenista começar a sentir os efeitos de um corpo cansado.

– O que foi? Já cansou? - disse Fengmi.

"Droga...devo ter gasto muito ki. Já não estou conseguindo acompanhar os movimentos dela", pensava ele, enquanto tentava apenas se esquivar dos golpes, levando vários ataques de raspão.

– É uma pena. Quero brincar mais - a garota continuava a atacá-lo sem piedade. Não muito longe dali, André, Lien, Amanda e Alex continuavam a correr para chegar até Chibang. No entanto, Amanda parou de repente.

– O que foi, Amanda? - perguntou André.

– Estou com um mau pressentimento...será que Álvaro está bem? - pensou ela.

– Ele sabe se virar - disse Lien - Ele mesmo disse para confiarmos nele.

– Espero que sim...eu treinei com ele e sei o potencial que tem, mas acho que ele ainda não descobriu isso.

– Como assim? - indagou André.

– De todos nós, acho que Álvaro é o que melhor controla o próprio ki - disse Amanda, lembrando de quando treinou com ele.

– Acha que é melhor voltarmos para ajudá-lo? - perguntou Lien.

– Não - respondeu Amanda - Ele ficou lá justamente para continuarmos. Precisamos seguir em frente.

Todos concordaram. Mas é verdade que o tenista estava tendo muitas dificuldades na batalha. Finalmente, Fengmi chegou a um ponto que destruiu a segunda (e última) raquete de Álvaro.

– Pronto. Não tem mais como se defender - disse ela sorrindo - Ou será que tem outra raquete?

"Não. Era a minha última", pensou ele. "Essa garota...é monstruosamente poderosa. E esse jardim tem todo o contexto para ela usar o ki ao máximo. Não devia ter assumido essa responsabilidade sozinho."

Álvaro sentia seu fim se aproximando. E seus arrependimentos também.

"Gostaria de ter conquistado o amor de Lien Wong...gostaria de ter participado de mais campeonatos...queria...queria saber como a novela das nove vai acabar, mas...tudo terminará aqui."

Foi quando Álvaro se lembrou dos momentos de treino e do quanto via André e Lien se esforçando. Na verdade, ele se lembrou o quanto também tinha se esforçado. Não. Não podia deixar as coisas acabarem assim. Precisava romper os limites de sua própria capacidade.

– Não.

– Como? - estranhou Fengmi.

– Não vou desistir ainda! - exclamou Álvaro, ampliando absurdamente seu ki.

– O ki dele...está aumentando? Mas como? Ele já devia estar quase morrendo - a portadora do pingente do cavalo estava espantada.

Mas o fato é que as energias de Álvaro não paravam de aumentar. Sua motivação dava forças de onde ele não tinha.

– Milagres podem acontecer com força de vontade - disse ele - E eu vou conseguir superá-la, Fengmi!

Ele disse isso, concentrando nos punhos toda a sua energia e criando um tipo de raquete feita de ki. Sim, uma raquete constituída de pura energia.

– Impossível! - falou Fengmi.

– Não dependo mais das raquetes de plástico...quando tenho isso aqui - falou Álvaro.

Será que agora ele terá alguma chance contra sua inimiga?