Capítulo 180 - As Últimas Energias de Álvaro

Em um momento de desespero, Álvaro conseguiu concentrar sua energia vital para criar raquetes com o próprio ki. Sua oponente Fengmi finalmente parecia abalada.

– Prepare-se! - gritou o tenista.

– Não será tão fácil - retrucou a garota, mandando suas folhas cortantes na direção dele, mas a raquete de energia não era quebrada por eles. Ao contrário, as folhas eram facilmente cortadas por Álvaro. E por ser um exímio jogador de tênis, os ataques à distância eram facilmente rebatidos.

– Agora seus ataques à distância não funcionam mais - disse ele.

– Espero que não tenha esquecido de que não ataco apenas à distância - lembrou Fengmi, tomando sua arma natural que se transformava tanto em espada quanto em chicote para atingir o tenista. Porém, a energia de sua raquete era superior.

– Não pode me atingir - falou ele, arrancando metade do chicote que Fengmi usava - É melhor se render logo e me deixar passar.

– Não posso fazer isso - respondeu a garota - Minha missão é acabar com todos os intrusos.

– Você é mesmo determinada...

– Nós da Meyou Zidan temos noção da dimensão do nosso objetivo.

– Tsc...Não vou dizer mais nada.

Álvaro tentou atacar Fengmi com a raquete, mas a moça ainda podia se esquivar.

– Você conseguiu um poder novo, meus parabéns - disse ela - Mas será que é o suficiente para me vencer?

– Como?

– Digo...mesmo que você esteja mais forte, não adianta nada se não conseguir me atingir.

"O pior...é que já estou no limite das minhas forças. Se não conseguir acertá-la, morrerei com certeza. Toda a minha energia espiritual está sendo gasta nisso", pensava o pobre atleta, enquanto Fengmi mexia em seu próprio cabelo. De repente, ela tirou uma semente de lá.

– Não pense que ataques à distância farão efeito! - reclamou Álvaro.

– Não, não vai ser à distância.

Fengmi avançou na direção dele. Álvaro tentou atingi-la com a raquete, mas ela se desviou e colocou a semente em um dos ferimentos abertos na luta.

– O que...você fez? - perguntou o tenista, sentindo uma grande dor no braço.

– Planta do Sangue - respondeu Fengmi - Ela consegue crescer rapidamente alimentada pelo seu sangue.

– Argh...meu braço..

– Você tem poucos minutos de vida agora - disse Fengmi - Não poderá escapar.

Uma planta crescia do ferimento de Álvaro, mas ele conseguiu usar sua força para arrancá-la dali com brutalidade.

– Então ainda tinha forças para isso?

Álvaro estava ofegante, mas talvez esse procedimento ainda não fosse o bastante. Fengmi confirmou.

– Mesmo arrancando a Planta de Sangue, você certamente está com pouca energia. Veja, nem consegue ficar de pé direito.

– Mesmo assim, não vou desistir!

– Impressionante, realmente impressionante - admirou-se Fengmi - O que te motiva a seguir em frente?

– Lien Wong..sempre é o horizonte que almejo.

– Ah? Lien Wong? Deve estar falando de uma das meninas que estavam no seu grupo, não é?

– Você não entende a força do verdadeiro amor..

– Bem, confesso que nunca me apaixonei - responde Fengmi - Mas, sabe...você é um rapaz bonito e resistente. Se eu não tivesse que te matar, talvez a gente até pudesse tentar alguma coisa.

– Meu coração só pertence a uma pessoa. Sinto muito.

– É...e eu sinto muito pela sua morte - Fengmi pegou outro galho e gerou outra arma - Vamos acabar logo com isso?

De novo, o jeito sorridente de falar da morte era um dos lados mais assustadores de Fengmi. Álvaro precisava fazer algo a respeito.

"Ainda tenho alguma energia. Preciso colocar tudo nesse último golpe", pensava ele, enquanto Fengmi se aproximava cada vez mais com seu chicote.

– Bem, adeus.

"No tênis, o objetivo é rebater a bola. E se...eu conseguisse rebater algo maior que uma bola. Terei que usar praticamente tudo que tenho"

– Não...tão...rápido - balbuciou Álvaro.

– Como?

O tenista concentrou todo o ki em potencial que ainda possuía para gerar uma raquete de energia gigante. Grande o suficiente para ter o dobro do tamanho de Fengmi.

– Mas que absurdo é esse? - Fengmi caiu para trás.

– Isso é tudo que tenho! - gritou Álvaro - Vou rebater você inteira!

– Impossível! - Fengmi tentou fugir, mas Álvaro balançou a raquete de modo a atingir a menina em cheio. Ela foi lançada na direção da parede mais próxima e caiu desacordada. Parece que o tenista ficou em pé nessa.

– Eu...consegui?

Álvaro desmanchou sua raquete gigante e se aproximou de Fengmi para ver se ela estava inconsciente. Sim, ele havia conseguido. Com cuidado ele retirou o pingente dela e seguiu para a saída, embora mal conseguisse andar direito. Seu braço também estava sofrendo com os efeitos da semente plantada ali.

"Essa garota estava cheia de truques...e eu não sei que tipo de efeito essa planta de sangue vai ter no meu corpo. Mas eu não posso desistir...ainda tem muita luta pela frente", pensou ele, praticamente se rastejando para conseguir se locomover. Mas ele venceu. Isso não podia ser negado.

Não muito longe daquele jardim, a notícia da derrota de Fengmi já fora sentida pelo alto escalão da Meyou Zídan. Long parecia bastante preocupado.

– Eles...passaram pelo jardim de Fengmi? Impossível.

– Mestre Long - disse Dushé, uma das servas mais fieis dele - Acho que agora já posso agir, não?

– Dushé? Finalmente irá lutar? - perguntou ele.

– Sim. Eu confesso que subestimei esses garotos quando os enfrentei na Academia, mas...não irei cometer esse erro. Lutarei sem piedade e trarei a cabeça deles para o senhor.

– Apenas acabe com eles e recupere os pingentes - falou Long - É nossa missão.

– Farei isso. O senhor ficará satisfeito - continuou a bela chinesa guardiã do pingente da Serpente.

– Apenas vá. Vou avisar a Mestre Chibang.

– Sim - concordou Dushé. Quando Long se ausentou, Dushé sorriu consigo mesma. "É a minha chance de mostrar o quanto sou útil para o Mestre Long. Não posso desapontá-lo", pensou ela.

Enquanto isso, Lien, Amanda, André e Alex continuavam a subir pela base. Lien não parava de se preocupar.

"Espero que os outros estejam bem. Como a situação foi chegar nesse ponto? Espero conseguir acabar logo com isso!", pensou ela.

Prepare-se Lien. Duras batalhas se aproximam!