Capítulo 174 - Lutando Incansavelmente

Jilié era o oponente de Kéfera e Astolfo naquele momento. Os dois elevaram seus espíritos de batalha ao máximo quando viram a incrível força do portador do pingente do Cão, mesmo que ele sequer tivesse usado seus poderes.

– Vamos! Tentem me atingir! - chamou Jilié, mais uma vez mostrando suas presas. Kéfera foi a primeira a atacar.

– Haah! - ela avançou em uma velocidade impressionante. Jilié conseguiu bloquear o chute dela com os braços e emendou um novo ataque. No entanto, agora o impacto foi bem maior. O ataque que Jilié usou emitia uma iluminação claramente gerada por ki.

– Gostou?

"O que é isso?", Kéfera olhou para sua própria costela. "É como se eu tivesse sido mordida por algo, mas...ele me atacou com as mãos"

– Mordida Espiritual!

– Quê?! - respondeu a garota, mais espantada pelo nome ridículo da técnica do que pela dor da mordida.

– Por que explicar se posso mostrar? Hah!

Jilié juntou seus punhos e colocou as duas mãos para a frente. Ele emitiu um ataque de ki que tinha a forma da cabeça de um cão furioso. Certamente, foi aquilo que causou a sensação de mordida no corpo da loirinha. O golpe foi rápido o bastante para atingir Kéfera novamente, agora bem na barriga.

– Kéfera! - gritou Astolfo.

– Relaxe - disse Jilié - Se ela é boa mesmo, concentrará o próprio ki na barriga para diminuir a dano.

De fato, foi isso que ela fez.

– Mas isso não quer dizer que não doa - falou a garota sorrindo.

– Não pense que vou continuar pegando leve assim - retrucou Jilié - Apenas quero mandá-los para o inferno com a certeza de que viram algo interessante.

– Muito legal o seu ataque - disse Kéfera - Mas todos esses dias de treinamento intenso do meu ki me permitem fazer isso!

Ela concentrou sua energia interior nos punhos e emitiu mais uma bola de fogo, dessa vez muito maior do que as outras vezes. Jilié colocou os braços na frente para bloqueá-la e, assim como a garota usou seu ki para aliviar o impacto, ele também fez o mesmo.

– Acha que um foguinho desses vai me queimar?

– Não. Mas tenho que continuar atacando - ela respondeu com um sorriso. Jilié também mantinha seu sorriso com seus caninos à mostra.

– Heh! É assim que se fala! Haah!

Agora ele lançou dois dos ataques de Mordida Espiritual. Cada uma das "cabeças de cachorro" que ele lançou foi para uma direção na intenção de atingir os dois. Astolfo correu o máximo que pode e conseguiu se lançar ao chão no último instante. O ataque de Jilié atingiu um bloco de pedra logo acima de onde Astolfo caiu, fazendo um barulho espantoso. Já Kéfera acabou caindo no meio de alguns dos soldados desmaiados da briga anterior.

– Cara...ele não tá mesmo para brincadeira - falou a garota, sendo agarrada pelo pé por alguma coisa.

– Vou...acabar com você - disse um dos guerreiros aleatórios que foram derrubados minutos atrás. A garota não tinha muito tempo para perder com ele.

– Ei, solta. Você já perdeu!

– Ainda tenho a minha honra e..argh!

Ele foi atingido fortemente por uma Mordida Espiritual de Jilié bem no pescoço. O cão de guarda não admitia algo assim.

– Eles são meus adversários, idiota - grunhiu Jilié - Não vou deixar que atrapalhem.

Kéfera não sabia se agradecia ou se espantava com a ação de seu inimigo. Ela só tinha certeza de que estava vivenciado a luta de seus sonhos. E precisava aproveitar aquela oportunidade ao máximo!

– Você...é do mal mesmo - ralhou Astolfo, enquanto se levantava com cuidado - Ataca até mesmo quem está do seu lado...

– Não se enganem. Só devo fidelidade à Mestre Chibang. Esses caras são tão cães quanto eu. Agora...chega de conversa. Hah!

Mais uma Mordida Espiritual. Dessa vez Astolfo não teve como desviar e recebeu o golpe bem no ombro. Foi como se tivesse mesmo recebido uma grande mordida bem naquela região.

– Aaah! - gritou ele - Caraca, isso doeu!

– Heh! Você já era! - disse Jilié.

– Do que está falando? - respondeu Astolfo - Ainda estou de pé...só vou desistir...quando parar de respirar!

"O cara é bem resistente", pensou Jilié. "Mas...é essa menina que me preocupa mais"

– O que foi? - provocou Kéfera - Não vai atacar mais?

– Você que está pedindo - disse ele, lançando mais uma Mordida Espiritual (sei que o nome é ruim, devia pará-lo de repetir tantas vezes para não te irritar, não é? Hmm...não!). Só que dessa vez Kéfera nem fugiu ou desviou. Ao invés disso, ela lança uma bola de fogo bem na direção do ataque adversário. Os dois ataques se equivalem.

– O quê? - Jilié ficou surpreso.

– Por que não pensei nisso antes? Se não consigo te acertar diretamente com as bolas de fogo, posso pelo menos anular seus ataques espirituais com elas.

– Ora, sua...

– E agora? Podemos voltar a lutar corpo a corpo? - continuou a menina.

– Boa jogada! - comemorou Astolfo - Já descobrimos como te parar, peludão!

"Peludão?", pensou Jilié com uma certa vergonha alheia.

– Vamos. Estou pronta - disse Kéfera, ainda bem disposta apesar dos danos que levou.

– Heh. Parabéns por ter superado meu ataque - disse Jilié - Mas não é só isso que tenho guardado.

O que mais Jilié estaria preparando?