Capítulo 161 - Tenha Bons Sonhos

Shuìmían, o portador do pingente do Carneiro, invadiu o Colégio Lua Minguante para perseguir Kéfera. Ela entrou naquelas bandas em busca do pingente do galo que foi ejetado pelo sistema de segurança de sua mansão, mas seu inimigo era mais forte do que pensava. Embora os três alunos mais fortes do Lua Minguante tenham tentado enfrentar Shuìmían, eles não tiveram muita sorte. Caíram na misteriosa técnica que os induziram a sono profundo, além de se tornarem vulneráveis em seus próprios sonhos. Restava a Kéfera enfrentá-lo, mas um novo oponente aparece diante de Shuìmían. Era Philip Draco, que já enfrentou Lien e seus amigos no passado. Ao contrário dos outros três, Draco não seria um alvo tão fácil.

– Uma luta de verdade você disse - falou Shuìmían, em tom sério, mas sem tirar os olhos de seu inimigo - Duvido muito que alguém como você tenha chances de me derrotar.

– Por que não tenta? - respondeu Draco, sem tirar o sorriso do rosto - Ações valem mais do que palavras.

– Foi você quem pediu - Shuìmían se virou rapidamente e atingiu Draco com um soco no rosto. O garoto foi lançado longe. Kéfera presenciou tudo espantada. Shuìmían era mesmo um oponente poderoso.

– Heh..é disso que estou falando.

– Não percebeu o quanto é lento? - reclamou Shuìmían - Não tem nenhuma chance de me enfrentar nessas condições. E você ainda disse que é diferente de seus colegas...só porque usou um truque barato agora pouco não significa que pode me enfrentar.

– Truque barato você disse, é? E o que você fez com Nick e os outros? Também não é algum tipo de truque?

– Truque? - repetiu Shuìmían - Ousa chamar os poderes do pingente do Carneiro de simples truques?

– Ah, essa coisa que você carrega no pescoço? - reparou Draco - Então você depende dessa coisa para lutar...que triste.

– Cale-se! Mesmo sem o pingente poderia acabar com você!

– Heh. Interessante - Draco ajeitou seu cabelo e apontou para o pescoço de Shuìmían - Então vou provar que mesmo com esse pingente, não conseguirá me vencer

– Como ousa? - Shuìmían parecia irritado - Eu, Shuìmían, um dos portadores dos pingentes do zodíaco chinês, ser insultado por um moleque desses? Ainda não tenho treinamento espiritual o bastante para aceitar isso calado.

– Então não aceite - disse Draco - Apenas me ataque!

Shuìmían voltou a atingir Draco com seus ataques. Embora o garoto tentasse desviar, muitos dos golpes o atingiram. Shuìmían parecia estar na vantagem.

– Viu só? Você não é diferente de seus amigos porcaria nenhuma!

– Não se satisfaça apenas com isso - disse Draco, saltando e atacando Shuìmían com seu bastão. Dessa vez, ele parecia bem mais rápido. Shuìmían acabou recebendo um ou outro golpe.

– Entendo...agora ficou mais rápido. Mas ainda é bem simplista.

– Não vou desistir tão fácil - advertiu o garoto - Mas...essa conversa sobre pingentes me lembrou de uma coisa.

– Hã? - Shuìmían não havia entendido.

– Não faz muito tempo...que encontrei algo parecido com o que você tem aqui nos muros do colégio.

– Como?

– Era uma jóia parecida, mas tinha o formato de uma ave.

– O pingente do galo! - Kéfera exclamou. Shuímían virou-se para trás na mesma hora.

– Pingente do galo, é? Bem que era parecido com um galo... - Draco coçava a cabeça.

– Draco. Não entregue o pingente para esse cara. Por favor!

– Não se meta, garota - reclamou Shuímían - Ouça. Esse pingente me pertence.

– Então agora está interessado? Bom saber que tenho algo que você deseja.

– Diga onde ele está.

– Se quer tanto assim saber - Draco voltou a empunhar seu bastão - Terá que me fazer falar.

Shuìmían apenas sorriu levemente.

– Então não quer me falar diretamente, heim? Ouça, você escolheu a pior pessoa para esconder segredos.

– Mesmo? - Draco não parecia amedrontado.

– Se não quer me falar aqui, irá me falar nos seus sonhos.

– Hã?

Shuìmían fechou os olhos e fez um sinal com as mãos como preparativo para seu ataque. Ao abrir os olhos enviou o ataque que derrubou os outros oponentes.

– ONDAS MENTAIS! - exclamou Shuìmían, Draco bem que tentou desviar para trás, mas foi atingido em cheio pelo ataque do inimigo. Shuìmían sorri satisfeito - Então..vamos ver se você é tão corajoso assim nos seus próprios sonhos.

Ele fecha os olhos e entoa algumas palavras em voz baixa. Ao abrir seus olhos, está em um ambiente diferenciado. Não era mais o pátio do Lua Minguante, mas uma planície enorme e vazia. Havia muito espaço e um clima tranquilizador. Shuìmían não demorou para descobrir Draco no meio daquele local. Ele estava ajoelhado, de olhos fechados, como se estivesse meditando ou orando. Seu bastão estava bem à frente.

– Que sonho lindo - elogiou Shuìmían - Pena que eu esteja aqui para torná-lo um pesadelo.

– Oh, estava te esperando - disse Draco, ao abrir seus olhos - Acho que o mundo dos sonhos tornará nossa luta bem mais interessante...

– O quê? - Shuìmían não pode deixar de ter dois sentimentos. O primeiro foi surpresa por Draco estar lúcido em seu próprio sonhos e o segundo foi de riso, pela ingenuidade do rapaz. Shuìmían dominava o mundo dos sonhos. Na visão dele, Draco nunca poderia derrotá-lo.

– Bem...acho que podemos começar - o rapaz parecia confiante. Mas assim que Draco se levantou, estranhas mãos surgiram de baixo da terra, como se pertencessem a zumbis. Elas agarraram as pernas de Draco com força. O garoto olhou surpreso para o ataque. Shuìmían apenas sorria.

– Infelizmente para você, o mundo dos sonhos é praticamente a minha casa - falou Shuìmían - Farei você sofrer tanto que desejará morrer...mas não irei parar até me dizer onde está o pingente do galo.

Draco apenas olhou fixamente para Shuìmían. Ao invés de sentir medo, ele apenas começou a sorrir.

– Hehe. Perfeito - falou Draco - Você é o oponente perfeito para mim!

Shuìmían se surpreende com essa resposta. Que tipo de batalhas serão travadas nesse mundo de sonhos?