Encrenca Shaolin escrita por Metal_Will


Capítulo 162
Capítulo 162




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Capítulo 162 - Vivendo um Pesadelo

Draco estava sendo puxado por diversas mãos que saíam do chão sob seus pés. Não havia explicação para o fenômeno, afinal, aquilo era um sonho criado por Shuìmían para atingir Draco. N entanto, Shuìmían precisaria de muito mais do que aquilo para vencer.

– Que poder interessante - falou Draco - Pena que...

O jovem mágico do Lua Minguante usou seu bastão para decepar os braços que o atormentavam facilmente.

– ...isso não me assusta nem um pouco - completou o garoto.

– Você parece controlar bem o seu medo - observou Shuìmían - É raro encontrar um oponente desse porte.

– Medo você diz - falou Draco - Foi bom você ter dito essa palavra...pois medo é exatamente a minha área.

– Duvido muito - ralhou Shuìmían - Farei de tudo para tornar esse mundo o seu pesadelo.

Shuímían apontou para cima e diversas bolas de fogo começaram a cair. O rapaz desviava de todos, até ser atingido de raspão por uma delas.

– Será que devo avisá-lo? - Shuìmían disse com um sorriso.

– O quê?

– Tudo que acontecer com você no sonho...afetará seu corpo no mundo real.

– Hmm...interessante - foi tudo que Draco disse - Isso deixa as coisas muito mais emocionantes.

– Você se arrependerá dessas palavras - Shuímían juntou as mãos e fez diversas lanças brotarem do chão. Contudo, elas não atingiram Draco em cheio, mas uma delas cortou levemente sua perna. A dor foi inevitável.

– Vai precisar de muito mais do que isso se quiser me vencer - comentou o rapaz, girando seu bastão e avançando na direção de Shuìmían. Mas, em termos de luta mano a mano, o chinês também era extremamente habilidoso.

– Seus movimentos são lentos - disse Shuìmían, chutando Draco. Mas o golpe não foi tão simples assim. Conforme caía, o cenário mudou e o rapaz acabou caindo em uma espécie de piscina vermelha.

– O que é isso? - reclamou ele.

– Sangue - explicou Shuìmían, se aproximando dele - Expandi a gota de sangue que saiu da sua perna, até que ela se tornasse uma piscina.

Shuìmían sorria triunfante, mas Draco apenas devolveu com um outro sorriso cínico.

– Moleque...está me irritando. Não é possível que não esteja sentindo nem um pouco de pânico.

– Isso está muito divertido. Por que deveria sentir medo? - perguntou Draco, sem tirar o sorriso cínico de seu rosto.

– Vejamos se irá continuar assim - Shuìmían bateu palmas e todo o cenário foi tomado por uma enorme escuridão. Draco não conseguia ver nada, embora sentisse que foi atingido por alguma coisa.

"O que é isso?", pensou ele. Ao tocar seu braço, percebeu que era mais sangue. Shuìmían parecia estar atacando á distância.

– Acho que não consegue me ver, não é? - disse Shuìmían, em um tom alegre - É uma pena...posso vê-lo perfeitamente.

– Escuridão, não é? - falou Draco, sem mostrar nenhum abalo - Claro...o que não se pode ver costuma assustar os mais desavisados.

– Não percebeu a gravidade da situação? - a voz de Shuìmían podia ser ouvida em bom tom - Estou com sua vida em minhas mãos. Posso atacá-lo a qualquer hora!

– Eu sei...mas será que pretende mesmo me matar?

– Hmm?

– Se tem mesmo total controle do mundo dos sonhos, então já poderia ter matado há muito tempo. Situações de perigo são incontáveis. Mas parece que você só está me atacando aos poucos.

– Oh, então você percebeu. Interessante. Sabe...não gosto de matar minhas vítimas de uma vez. Gosto de ver o medo nos olhos delas.

Draco continuava a ouvir tudo em silêncio.

– Nada me dá mais prazer do que criar pesadelos. Não teria graça acabar com tudo de uma vez só. Preciso sentir o medo de meu inimigo.

– Oh...então é por isso.

– Mas você não parece sentir muito medo. Deve ter dominado uma técnica de sonhos lúcidos, não é?

– Sim. Sou um mágico mentalista. Preciso estar com a mente bem treinada. Desde pequeno treino minha consciência para que ela diferencie o sonho da realidade.

– É uma pena que o meu poder deixe as coisas mais complicadas - disse Shuìmían - Posso entrar na sua mente de modo tão profundo que seu cérebro poderá interpretar os ferimentos do sonho como ferimentos reais. Mas vou torturá-lo bem mais antes disso.

– Oh, gostaria de saber como...

Assim que termino de falar isso, Draco se viu preso e acorrentado em uma cadeira numa sala escura, pequena e fechada. À sua frente, estava Shuìmían, segurando uma lâmina aquecida.

– Que tal isso? Queimar a sua pele tão intensamente a ponto da queimadura afetar seu corpo real?

– Oh...é mesmo uma tortura e tanto...

– Gostaria de ver até onde você aguenta, mas tenho um dever a cumprir.

– Dever?

– Você disse que tinha conhecimento sobre o pingente do galo. Se me disser onde está, posso poupá-lo dessa tortura.

– Se eu disser onde está....mas você não tem total controle do meu sonho? Pode explorar minha mente à vontade e encontrar a resposta sozinho..

– Se eu fizer isso, talvez sua mente nunca mais seja a mesma - continuou Shuìmían, com toda a confiança do mundo.

– Será?

– Não fique se achando por sonhar lucidamente. Muitas pessoas conseguem fazer isso. Mas não subestime o poder do Carneiro. Criarei seu pior pesadelo se não colaborar. Não estou brincando.

– Eu sei que não está brincando - continuou Draco - Mas será que sou mesmo eu que estou subestimando alguém aqui?

– Como assim?

De repente, as luzes se apagam. Um segundo depois elas retornam, mas agora o cenário estava invertido. Shuìmían estava acorrentado na cadeira, enquanto Draco estava livre e girando seu bastão com um sorriso bastante cínico.

– Moleque...você...

– Estava apenas vendo até onde você conseguia ir - falou Draco - Sabe...na minha mente quem manda sou eu. Não gosto muito de tê-la invadida.

– Ora, seu..

– E, sim, eu tenho total controle sobre a minha mente. Posso controlar o meu sonho à vontade. E, como conheço a minha mente bem mais do que você, adivinha quem está em desvantagem?

– Cale-se. Eu disse para não subestimar o carneiro..

Shuìmían se liberta e começa a crescer, crescer, ficando gigantesco. Preparava-se para esmagar Draco lá embaixo, quando algo o puxa. Era o próprio Draco, só que muitas vezes maior.

– Sempre existe algo maior - disse o garoto.

– Como?

Shuìmían faz o cenário mudar de novo, agora para o topo de uma montanha. Ele olha para a paisagem abaixo e tenta pensar rapidamente sobre a situação.

"Ele tem mesmo um controle bom da própria mente. Terei mais trabalho do que eu pensava".

Enquanto pensava Shuìmían quase é atingido pelas costas pelo bastão de Draco, mas ele era rápido o bastante para desviar.

– Bom ver que não fica de guarda baixa...

– Não pense que vai me vencer tão fácil - disse Shuìmían - Nunca sou derrotado no mundo dos sonhos.

– Será mesmo? Para tudo tem uma primeira vez.

– Ora, seu...

– Bem, você já brincou bastante - disse Draco, enquanto apoiava tranquilamente seu bastão no chão - Agora é a minha vez.

O olhar de Draco ficou mais frio naquele instante.

– Hã?

– Vamos lá, diga para mim...do que você tem mais medo?

Quem vencerá essa disputa mental?


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