Capítulo 157 - Quando as lâminas colidem!

Yang é o portador do pingente do rato. Yin a portadora do pingente do décimo terceiro signo, o gato. Acontece que o gato não tem nenhum poder: de acordo com a lenda do horóscopo chinês, o gato foi enganado pelo rato e não teve o privilégio de se tornar um animal do zodíaco. Os pingente compartilham o mesmo destino. Yin carrega o fardo de ser a gêmea mais fraca, que só possui afinidade com o pingente do gato. Sua única saída é derrotar seu irmão para ganhar os poderes do rato.

– Bem - balbuciou Yang - Está na hora. Mostre o seu melhor, garota...não pense que vou me segurar só por ser minha irmã.

– Eu digo o mesmo! - falou Yin, sacando sua espada e avançando na direção de Yang.

Os dois cruzaram suas espadas. Era mesmo uma luta de lâminas. Mas Yang parecia muito mais familiarizado com esse tipo de arma. Enquanto Yin se esforçava para empurrar seu irmão, ele usa uma lâmina escondida em seus próprios sapatos chutando a garota e quase cortando-a no peito. Mas a mocinha foi rápida o bastante para se desviar na última hora.

– Oh, vejo que treinou bem. Lembre-se que tenho as armas ocultas. Só sua espada não irá me machucar tão fácil - gabou-se Yang.

– Então você acha que só tenho essa espada, não é? - disse Yin, olhando para a própria arma.

– Sempre foi assim. Lutar contra todas as minhas armas com uma só. Que tolice!

Álvaro ainda estava ali, afastado da batalha, mas atentando para cada movimento. Ele era uma testemunha e um referencial além que poderia avaliar o que estava acontecendo naquela luta com muito mais cuidado.

"Aquela garota é tão rápida quanto o Yang. Mas com o poder que ele possui de ocultar as lâminas, vai ser difícil de lutar de igual para igual", pensava o tenista, embora não soubesse exatamente para quem torcer. Por via das dúvidas, preferiu se manter neutro. Seja lá quem levasse a melhor naquela batalha, teria que enfrentá-lo.

– Acho que...chegou a hora de mostrar todo o treinamento da minha força espiritual.

– Do que está falando? - ralhou Yang.

– Prepare-se! Transformação! - a garota fez um movimento rápido com as mãos e fez sua espada se transformar em um outro tipo de espada mais fina e bem mais rápida.

– C-Como? Bruxaria? - disse Álvaro, caindo para trás.

– As leis da natureza não permitem que se crie ou destrua algo do nada. Você precisa de energia para construir ou destruir qualquer coisa. Apenas orientei a minha energia interior para modificar a forma da minha lâmina. É a técnica da transformação.

– Interessante...então conseguiu desenvolver seus próprios poderes mesmo sem um pingente? Até que você não é totalmente inútil.

– Vai se arrepender de falar assim! - Yin avançou novamente, agora com muito mais velocidade. Yang conseguia se desviar das investidas e acabou sendo cortado de raspão na bochecha. Seu rosto começou a sangrar.

"Yin, sua...", pensou ele. "Mas está muito enganada se está pensando que é superior. Vai se arrepender de ter me enfrentado!"

– O que foi? Está tão surpreso que não consegue contra-atacar? - disse Yin, em tom sério - Hoje nossas posições irão se inverter. Eu ganharei os poderes do rato!

– Cale a boca! - disse Yang, saltando e lançando várias facas. Yin rebatia todas com sua espada, embora uma delas também acabou por atingir sua perna de raspão. Yang sorriu com essa pequena vitória.

– Tsc- reclamou Yin - Não vou desistir tão fácil.

– Precisa de muito mais do que uma espada mais curta para me vencer.

– Então...que tal uma arma mais longa? - disse Yin, realizando um ritual de transformação de sua arma mais uma vez. Agora, sua espada se transforma em uma longa, enorme espada que, apesar do aparente peso, Yin carregava com enorme facilidade. Um balançar daquela coisa poderia atingir quase metade do terreno onde estavam lutando.

– Que coisa enorme - gaguejou Álvaro - C-Como ela consegue manejar aquele troço?

– Hahaha. Só mudou para algo mais lento ainda. Acha que não consigo escapar disso? - zombou Yang.

– Apenas tente.

Yin balança a lâmina. De fato, quase metade do terreno estava na trajetória daquela enorme lâmina. E ao contrário do que Yang pensava, ela era bem rápida. Mesmo assim, o garoto conseguiu saltar.

– C-Como? - gaguejou Yang, espantado com a agilidade da menina.

– O que foi, irmão? Você não disse que essa espada era lenta?

– Como consegue manejar essa coisa com praticamente uma mão só? - indagou o chinês.

– Fruto do meu treinamento, querido irmão - disse ela - Consigo transformar minha espada na arma que desejar e consigo usar todas da melhor maneira possível. Não dependo apenas dos poderes de um pingente como você.

E ela balança a enorme espada novamente. A situação estava bem mais complicada para Yang agora.

"Incrível. Um golpe daquilo e a cabeça do garoto voará", pensou Álvaro. "Ela está mesmo lutando para matar com o próprio irmão?"

Yin preparou-se para usar o mesmo ataque novamente. No entanto, Yang conseguiu saltar e parar bem em cima da superfície da enorme espada. Sua agilidade também não devia nada aos ataques de Yin.

– Não fique se achando - falou Yang, agora em tom mais sério - Reconheço que seu golpe é forte o bastante para arrancar metade do meu corpo em um único corte...mas você acha que sou tão fraco a ponto de não conseguir desviar dos seus golpes?

– Não vou subestimá-lo - disse Yin - Mas como vai enfrentar um ataque de alcance tão amplo? Não pense que vou dar tempo para que você ataque...vai ter que pensar mais rápido, irmão.

– Não..é você que precisa pensar mais rápido - Yang saltou e, segurando uma adaga, tentou atingir as mãos de Yin. Na mesma hora, ela foi forçada a soltar sua espada.

– Ora, ora. Largou sua arma? - perguntou Yang.

Yin olhou para sua espada enorme jogada no chão. Ela tentou se arrastar rapidamente até ela, mas Yang ficou em seu caminho.

– Você já perdeu! - ele tentou atingi-la com um golpe de espada, mas a garota consegue segurar o ataque com as mãos nuas. A habilidade era impressionante.

– Não vou desistir tão fácil - e Yin chutou o irmão para longe. Tempo o bastante para que ela recuperasse sua espada gigante e mudasse para uma forma mais leve novamente. A exibição dos ataques era digna de palmas, mas Álvaro não queria chamar a atenção para si.

– Muito bem, irmãzinha - provocou Yang - Você conseguiu.

– Admite sua derrota? - estranhou Yin.

– Nunca - respondeu o irmão - O que você conseguiu...foi me fazer usar meus melhores trunfos.

Yin estava mais alerta do que nunca.

– Prepare-se. Faz muito tempo que não luto tão a sério.

Yin, mesmo sem seu pingente, parecia fazer frente a Yang. Quem sairá vencedor dessa batalha?