Encrenca Shaolin escrita por Metal_Will


Capítulo 158
Capítulo 158




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Capítulo 158 - Cortes Profundos

A batalha entre os gêmeos que carregam a maldição do gato e do rato prossegue. Yin, portadora do pingente do gato, desprovido de poderes especiais por conta de sua maldição, desenvolveu seu ki de forma independente, conseguindo transformar sua espada em qualquer arma cortante. Yang, por sua vez, utilizava os poderes do pingente do rato para controlar suas lâminas ocultas. A disputa parecia ter ficado cada vez mais séria. Álvaro observava a tudo escondido e admirado.

– Seu trunfo, é? - perguntou Yin - Que seja. Estou pronta para o que você tiver.

– Mesmo? Cuidado com o que fala! - ralhou Yang, saltando para trás e acumulando seu ki de forma cada vez mais notável.

"O que ele está fazendo?", pensou Yin. "Seja o que for, é melhor me preparar"

Yin modifica sua arma para uma espada fina, porém longa. Isso lhe dava mais agilidade. A garota saltou na direção do irmão, mas foi impedida na mesma hora por algo que cortou seu rosto. Yin parou na mesma hora.

"O que foi isso?", estranhou ela. "Não senti a presença de nenhuma lâmina, mas alguma coisa me cortou"

– Já ouviu falar de um vento cortante? - disse Yang.

– Vento? - Yin ainda não havia compreendido - Está querendo dizer que...você consegue controlar o vento?

– De certa forma, sim. Sou o mestre das lâminas ocultas. O que é mais invisível do que o ar? Posso usar meu ki para mudar a pressão do vento à vontade. Você sente como se tivesse sido cortada.

– Heh...entendo - disse Yin - Mas se pensa que isso me assusta, pelo contrário.

– Hã? - Yang não entendeu muito bem. Sim, ele esperava uma surpresa maior da irmã, mas ela parecia ter superado a armadilha dele.

– Estrela dos Quatro Ventos! - gritou ela, transformando sua espada em uma enorme estrela laminada com quatro pontas. Parecia mais um shuriken gigante na visão de Álvaro.

– O que é isso?

– Você disse que controla o vento, certo? Mas será que é o único a fazer isso?

– Ora, sua...duvido que consiga manipular essa coisa e impedir meus ataques! Hah!

Yang lançou mais uma rajada cortante de vento na direção de Yin. Ela conseguiu girar rapidamente sua estrela, lançando uma rajada forte de vento capaz de fazer frente aos golpes do irmão. Os dois eram realmente habilidosos. Álvaro sentia isso na própria pele.

"Eles são monstros! Mesmo depois de tudo que treinei, ainda não consigo imaginar como poderia fazer frente aos membros da Meyou Zídan!", ele pensava, em um raro momento de reflexão profunda sobre a própria situação.

Yang grunhiu de maneira furiosa. Yin ainda tentava manter a calma, mas sabia que seu irmão gêmeo ainda tinha mais habilidades e precisa estar pronta para novas surpresas. Antes que ele pudesse atacar, Yin resolveu investir no potencial de sua nova arma. Concentrando seu ki, ela lançou sua Estrela dos Quatro Ventos na direção de Yang. A arma não era apenas enorme, era muito rápida. Mesmo assim, Yang usou o seu melhor para conseguir desviar, embora não tenha conseguido evitar um corte feio na própria coxa.

– Oh, droga - reclamou ele.

– Heh! Perfeito - disse Yin, quando a estrela voltou para suas mãos - Agora eu duvido que consiga andar. Já é mais do que meio caminho andado para sua derrota.

– Não fique se achando, eu já falei! - retrucou Yang - Ainda tenho muitas cartas na manga..literalmente!

Yang retirou cinco cartas de tarô das próprias mangas. Claro que não eram cartas comuns. Cada uma era extremamente cortante. Enquanto Yin tentava se aproximar (depois de já ter feito sua estrela se tornar uma arma mais leve), teve que desviar de seu caminho para rebater as cartas de Yang.

– Sempre com um truque, não é?

– Sempre foi assim, não? - disse Yang - Quando você encurrala o rato, ele lutará, sempre lutará. Você é apenas um gato inútil. Você nunca perderá a maldição do gato!

– Não tenha tanta certeza - falou Yin, mudando sua arma mais uma vez. Agora, sua espada havia se transformado em uma outra espécie de estrela cortante, mas bem mais leve que a anterior e ligada a uma corrente.

"Uma lâmina com corrente?", pensou Álvaro.

– Pelo visto não basta te cortar. Terei que te amarrar, não é? - disse Yin, usando a corrente para rebater as cartas e amarrar Yang com suas correntes. Agora o garoto estava imobilizado.

– Droga - reclamou Yang, preso pelas correntes e caído de costas no chão.

– Acho que agora acabou, não é? - falou Yin, pegando a estrela laminada de volta. Ainda assim, as correntes continuaram amarrando Yang - Admita sua derrota e me entregue o pingente do rato.

– Heh! Sabe qual é o seu problema, irmãzinha? - Yang sorriu.

– Hã?

– Você canta vitória muito cedo - disse ele, usando uma lâmina escondida nos próprios sapatos para cortar a perna direita de Yin.

"Minha perna", pensou ela. "Ele...cortou e cortou bem fundo."

Aquele ataque não foi uma surpresa apenas por ter causado um dano grave em Yin. Yang também aproveitou a chance para jogar a arma da irmã para longe. A garota cai de joelhos na frente do rapaz.

– Maldição...eu estava tão perto - reclamou ela - Mas...você também não pode se libertar tão fácil. Essas correntes dependem da minha energia interna. Enquanto eu estiver concentrada, você não poderá se libertar.

– Ah, é? E você acha mesmo que irá ficar consciente por muito tempo? Assim que você desmaiar eu estarei de pé novamente! Você perdeu, Yin. Você sempre será a perdedora da família!

"Tsc. Ele tem razão. Se perder mais sangue por causa desse corte, ele vai se libertar. Tanto esforço...para perder mais uma vez", pensou ela. "Quero o pingente do rato...quero quebrar essa maldição"

Parece que os dois estavam em péssimas condições. Neste instante, Álvaro resolveu engolir seu receio e aproveitar a oportunidade. Era hora de aproveitar a chance para um bem maior. Quando os dois irmãos estavam caídos no chão, o tenista apareceu diante deles.

– Ei - disse ele, com voz trêmula - Posso...chamar uma ambulância para vocês?

– Hã? Você ainda está aí? - disse Yang - E-Entregue...os outros pingentes e...

– Acho que no momento estou em mais condições do que vocês, não?

– Não! Eu...vou derrotá-lo...e conseguir os pingentes para a Mestre Chibang - disse Yin, tentando se levantar.

Álvaro sabia que os irmãos estavam em seu limite. Os dois se derrotaram. Os dois estavam em condições deploráveis para uma luta séria. Foi fácil para Álvaro retirar os pingentes dos dois.

– Ora, seu..devolva isso!

Mas todo o treinamento ao menos serviu para Álvaro fugir das últimas tentativas frustradas de Yang tentar atingi-lo.

– Vocês...são mesmo muito fortes - disse ele - Pelo menos essa luta toda serviu para mostrar que ainda estamos muito despreparados para enfrentar a Meyou Zídan.

– Heh...nisso você tem razão - disse Yang - Mesmo que nos deixe morrer aqui, os outros membros irão acabar com você.

– Até lá, espero estar mais preparado - disse Álvaro - Eu sei que não vão morrer só por causa desses cortes, mas os pingentes de vocês agora são meus!

– Ora, seu..

Mas Álvaro conseguiu escapar antes que Yang terminasse a frase. Se o tenista continuasse ali, haveria chances dele ser atingido por alguma lâmina oculta do garoto chinês. Yin apenas riu.

– Do que está rindo? A Mestre Chibang vai nos exilar depois disso!

– Eu sei - falou Yin - Mas isso só mostrou que nós dois perdemos. Hoje ninguém venceu.

– Será que nós dois fomos amaldiçoados? - questionou Yang.

– Talvez...mas...aquele cara não vai viver muito tempo mesmo.

– Heh. Isso é verdade. Tem tido notícias da mamãe? - perguntou Yang,

– Acho que ela ainda torce por mim - falou Yin.

– E o papai ainda torce por mim. Heh. Somos mesmo eternos rivais...

E os dois desmaiaram ao mesmo tempo.

Enquanto isso, Álvaro corria longe dali, para voltar à Academia.

"Consegui", pensava ele, mas suando frio. "Tive sorte dos dois se machucarem feio, mas...eu não teria saído vivo daquela luta. Eu...preciso ficar mais forte!"

Qual será o destino de Álvaro? E como andarão os outros heróis? Essa guerra está longe de terminar.


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