Tinha se passado alguns míseros minutos e eu já tinha pedido ajuda a todo laboratório.

- Grissom calma. Talvez ela nem esteja viva! – Cath gritava comigo.

- Na primeira ela estava viva, e ficou viva.

- Mas diferente da primeira ela não se mexe na miniatura, na diferente da primeira Natalie esta presa! – Cath estava nervosa e irritada. Mas eu estava preocupado e ansioso.

Porem todos estavam preocupados e mais uma vez Catherine me deu um abraço apertado tentando me reconfortar. É claro que não me ajudou, mas era um jeito de me dizer que estava comigo pra qualquer coisa.

- Vamos encontrá-la. – ela me olhou nos olhos e suas lagrimas rolavam por sua face – Nick já foi pro presídio falar com Natalie, Greg e Warrick estão vendo se acham algo no apartamento dela... E o carro dela ainda esta aqui no estacionamento.

Afastei-me um pouco de Cath e então me virei.

- Aonde você achou a caixa Hank? – olhei pro garoto que estava sentado com a cabeça baixa.

- Na verdade não sei. Fui buscar sara um dia desses e ela carregava essa caixa, ela esqueceu no meu carro e disse que era um presente pra mim, bom, tinha o meu nome na caixa e a data de hoje. – ele deu uma pausa – e quando abri... – ele ergueu a cabeça.

- Você encostou-se à miniatura? – Brass perguntou.

- somente na caixa! – ele nos olhou e suas lagrimas não eram de compaixão.

- Estarei na minha sala... – falei querendo sair dali e achar um meio de encontrar Sara o mais rápido possível.

- Grissom! – olhei pra Hank – Vai fazer de tudo pra encontrá-la, certo?

- Darei minha vida se for preciso! – falei a mais pura verdade e sai daquela sala.

Lavei as mãos e me vesti apropriadamente. Coloquei com delicadeza a miniatura na mesa.

Fiquei observando aquela perfeição macabra por longos segundos.

Era mais perfeita que a primeira e isso eu não tinha duvidas talvez essa tenha tido mais trabalho.

O lugar em que a miniatura mostrava ser, era um cômodo, parecia uma sala bagunçada e escura, parecia uma casa abandonada ou talvez não, porque do lado de fora havia um gramado perfeito. A pequena boneca que representava Sara estava com os pulsos amarrados na poltrona e seus tornozelos em uma bacia cheia de água que continha duas caixas de energia elétrica, ao seu lado havia um relógio que marcava 23:07h., era meio sem lógica, porque Sara saiu do laboratório era 20:49h., da noite, então eu não sabia o que aquele relógio significava.

Em cima de sua cabeça havia uma bigorna que estava amarrada a uma corda que ia até uma roleta.

Estreitei os olhos sem entender.

Por que uma bigorna se já tinha duas cargas de energias em seu tornozelo?

Respirei fundo e decidi tocar naquela miniatura, atrás da poltrona havia a figura, a tal marca que Natalie colocava em suas miniaturas.

- Não foi Natalie Davis. – olhei pra porta e era Greg – Eu acredito que ela ainda esteja viva. Sara é uma mulher muito forte, ela vai sair dessa. Mas não foi Natalie...

- Encontrou algo na caixa? – perguntei nervoso.

- Só suas digitais e a do Hank! – Greg baixou a cabeça.

- Mas Hank disse que Sara tinha segurado a caixa! – mordi os lábios e meu corpo estava quente, me fazendo soar.

- Semana passada estava fazendo frio. Muito frio. – ele se aproximou arqueando as sobrancelhas – Talvez ela estivesse usando luvas.

Virei-me novamente pra miniatura querendo estudá-la mais.

- Está melhor que a primeira. – Greg quase sussurrou e aquilo me deixou um tanto nervoso – Nick está esperando Natalie sair da sala de tratamento, pra falar com ela e tentar conseguir algo.

- Licença. – Warrick entrou na sala – Desculpa, mas nossas esperanças é essa miniatura e Natalie.

- Não deu tempo nem de ela chegar a casa. Não deu tempo nem de ela pegar o carro. – falei batendo na mesa – Eu estava logo atrás dela... – tentei pensar em algo.

- Ei! Esse lugar é familiar. – Warrick olhava fixamente a miniatura. Eu e Greg olhamos pra ele a espera de algo – Bom, só o lado de fora. Deve ser por aqui em Vegas. Do lado de dentro pode esta uma bagunça, mas o lado de fora... Parece um quintal qualquer, um quintal de uma boa família. – ele se afastou – Vou ajudar Brass.

- Warrick, pode identificar este lugar? – minha voz era tremula.

Ele respirou fundo, colocando a mão na parede.

- Nasci aqui, mas é difícil identificar casa, cada quintal que aprece por aqui... Desculpa. – ele ia saindo, mas virou o rosto – Só disse que era familiar. Os quintais às vezes são bem parecidos. - ele suspirou – Ecklie esta preocupado com você meu amigo. – ele não esperou por uma resposta minha, apenas saiu.

Assenti, mas ele não viu, porque tinha saído apressado dali.

Eu só queria encontrá-la e se desse, o mais rápido possível, mesmo sabendo que Hank que iria cuidar dela, que seria Hank a protegê-la, que seria Hank a reconfortá-la...

- Todos já estão procurando por ela. – Greg tentou me acalmar.

Levantei, eu não podia ficar ali parado, eu não conseguia pensar. Greg, como os outros tentavam me reconfortar, mas aquilo me deixava mais nervoso, mais angustiado.

Eu não sabia mas o que fazer e tudo foi culpa minha, porque se eu não tivesse aberto a minha boca pra falar asneiras, se eu tivesse dito sim pro nosso amor, se eu não tivesse estragado o amor que ainda reinava em nós... Talvez ela estivesse aqui agora.

É, eu estava chorando, dizem que só homens fracos choram, mas não sou um homem fraco e sim um homem que ama, mas pra que chorar? Eu tinha que esperar, eu tinha que colher pistas, ela faz parte de mim, parte do laboratório...

Enxuguei minha lagrimas e parei em um corredor, me encostei-me à parede e olhei para minha frente. Hank me olhava através do vidro da sala da frente.

- Isso não parece mexer com você não é? – falei com importância.

Ele estava parado na minha frente com os olhos ansiosos.

- é porque eu sei que ela esta bem! – e ele parecia saber mesmo.

O meu celular tocou e eu atendi de imediato ansiando por uma boa noticia.

- Tenho uma noticia Grissom! – Greg estava... Animado – estava vendo a miniatura com Hodges e descobrimos uma coisa.

- Diga então. – Hank me olhava com uma cara estranha.

- Primeiro, as cargas que estão nos pés de Sara, talvez sejam fracas, só pra assustá-la, ainda vou ver a numeração que tem na miniatura. – ele deu uma pausa – e encontramos um fio de cabelo, com raiz. Hodges foi analisar.

- Bom trabalho. – falei mesmo orgulhoso de Greg.

- Nick acabou de chegar. – e ele desligou o celular.

Olhei pra Hank que agora me olhava de um jeito inexplicável.

- Tenho que ir. – dei um leve tapa em seu ombro e fui procurar Nick.