O Muro escrita por Help_Me_Fly


Capítulo 3
Bar


Notas iniciais do capítulo

oi gente!!
Desculpem a demora, mas tive tantas ideias para esse capitulo que nao fazia ideia de como faze-lo, mas esta ai! Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/166957/chapter/3

Aquele bar estava escuro com algumas luzes no fundo, pareciam holofotes de algum palco. Me aproximei e vi que estava num bar cheio de soldados apreciando uma mulher tirar a roupa na frente de todos. E dava para perceber que todos estavam babando por aquela cena. Estava enjoada ainda mais pelos soldados e pela cena que via. Como era possível algo do tipo acontecer? Mulheres perdendo o próprio respeito mostrando o corpo para homens que nem conhecem. E o pior é que ela parecia ser da minha idade. Não me imaginava fazendo tal coisa. Muito menos para soldados socialistas. Me aproximei mais um pouco e vi que eles estavam colocando dinheiro entre os seios dela. Comecei a me assustar e então me decidi, não ia mais assistir aquilo tão de perto. Sentei em uma das mesas e fiquei vendo todos aqueles homens babando por uma mulher que provavelmente vendia seu corpo para um homem diferente a cada noite. Tão idiota. Homens eram tão burros.

Sentei-me e comecei a pensar.  Em um dos meus pensamentos, algo cortou toda a minha linha de pensamento. Olhei para o lado e vi uma figura. Uma mulher, semi nua com um bloco de notas em uma mão e na outra uma bandeja.

- Vai querer o que?

Deduzi que não tinha dinheiro, pois o pouco que tinha, gastei com os pães e com chocolate. Entao não pedi nada. Comecei a pensar novamente de onde tinha sido cortada, mas vi que a garçonete não tinha ido embora.

- Tem certeza? – falou a garçonete com uma expressão monótona.

- Sim – eu respondi, já ficando irritada.

Finalmente ela saiu. E eu finalmente teria minha privacidade. Comecei a pensar em meios de matar pessoas, pois minha situação não era nada confortável. Num bar cheio de soldados e mulheres nuas dançando sensualmente, e garçonetes serviam os clientes só de roupas intimas, mas pelo menos nenhum estava me deixando tão fora de mim.

Percebi mais uma vez uma figura ao meu lado, imaginando que fosse a garçonete mais uma vez, disse, dessa vez um pouco mais irritada:

- Olha, não quero nada, ta?

Olhei para a figura e percebi que não era a garçonete semi nua, e sim, o soldado que tinha trombado comigo naquela tarde.

- Olha só, não é que é a vadia mesmo?

- Desculpe, só me deixe em paz, sim?

- O que uma menina certinha como você faz em um bar desse tipo a essa hora da tarde? – ele não queria sair de jeito nenhum.

- Não sou uma menina, tenho a idade dessas mulheres.

- Não parece, você parece uma menininha. Prove que você tem a idade delas, tire sua roupa na frente de todos nós.

- Eu não te conheço e nem conheço a maioria dos homens aqui.

- Meu nome é Tom Kaulitz, agora vá.

- Não!

- Tudo bem então, seja uma menininha.

- Prefiro ser uma menininha do que um idiota mal educado.

- Você tem sorte de eu estar de folga e um pouco bêbado, senão você já estaria sendo torturada.

- Pois é, que sorte. Agora, por que você não volta pro seu espetáculo? Deve estar adorando.

- Eu vou, mas fique bem esperta. Não são todas que escapam do “titio” Tom.

Apenas ignorei aquele comentário e percebi que estava com meu caderno na bolsa. Peguei e comecei a escrever a continuação da minha historia, que mais pareceu uma nova, pois só falava do soldado que me queria nua. Por outro lado, ele era lindo. Tinha olhos castanhos lindos, e ficava maravilhoso naquela farda. A me ver pensando naquele soldado pelo lado bom, me dei alguns tapas na cara e torci para que ninguém tivesse assistido aquela cena.

Decidi então, ir para casa, não agüentava mais aquele lugar. Nem aquele inconveniente pedindo que eu tirasse a minha roupa num palco.

A noite estava fria, como todas as outras noites e não admito que estava com medo de andar sozinha naquela noite. Comecei então, a pensar nos meus pais. O que estariam fazendo? Onde estariam? Teriam saído do país? Como estaria meu irmãozinho? Eles todos faziam muita falta, falta de segurança, falta de carinho, e às vezes, falta de amor. Só tinha a Julia e o casal Fritzwald agora.

Rapidamente, cheguei em casa. Abri a porta com delicadeza e tentava fazer o mínimo barulho possível. O silencio dominava aquela casa, era algo incrível de se escutar. Finalmente, o silencio que eu aprecio. Olhei o relógio e vi que já passavam das onze, então, na ponta dos pés subi a escada rumo ao meu quarto. Entrei e vi Julia em um sono pesado, talvez sonhando com o futuro. Lembro ter sonhos desse tipo quando tinha a idade dela. Aos dezoito anos iria para a faculdade de jornalismo nos Estados Unidos e com muito esforço trabalharia em algum jornal de Nova York, todos os sonhos estariam destruídos por causa de um simples muro?

Deitei-me no canto da cama que não estava sendo ocupado por Julia, que parecia cansada, pois estava esticada, ocupando grande parte de nossa cama. O silencio, sendo cortado pela respiração pesada de minha irmã, ainda era notável.

Sem tirar minhas roupas, me aconcheguei num canto pequeno e desejei boa noite a minha irmã silenciosamente. Aquele dia tinha sido cheio o bastante para dormir por um dia inteiro.

No dia seguinte, fui acordada por Julia, pulando na cama e gritando:

- Acorda Anne, acorda Anne!

- Já acordei Julia. O que você quer? – estava de mal humor o bastante para matar alguém.

- Onde você estava ontem? Tive que jogar xadrez com Herr Fritzwald a noite toda! Ele não quis dizer onde você estava então não falei nada, apenas joguei, e eu ganhei dele varias vezes!

Herr Fritzwald tinha cumprido o que eu tinha lhe pedido, algo que sua esposa nunca faria, sem duvidas.

- Primeiro de tudo, sente-se – Julia obedeceu – lembra que eu te falei que estava sem inspirações?

Ela apenas assentiu com a cabeça.

- Pois então, fui sair um pouco para ver se idéias vinham a cabeça, e dei uma volta quando vi um bar. Quando eu entrei, estava cheio de soldados soviéticos, mas eu estava calma ate. Eles estavam vendo uma mulher... Cantar! – menti – E logo depois, aquele soldado que nós encontramos na rua, chegou para mim e começou a conversar comigo, mas o sujeito estava bêbado! Entao, depois de conversar com ele, vim para casa. Foi basicamente isso Julia.

- Espera, quer dizer então que você encontrou aquele soldado maravilhoso?

Assenti com a cabeça.

- E você sabe qual o nome dele? – perguntei, para deixá-la ainda mais feliz.

- Mein Gott, você sabe o nome dele? Qual é? Qual é?

- Tom. Tom Kaulitz.

- Não acredito!

- Acredite se quiser.

Vi que alguém se aproximava na porta. Virei-me e percebi que era Herr Fritzwald.

- Tem alguém na porta querendo falar com você.

Fiquei curiosa, não sabia o que me esperava.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Voces ja devem saber quem eh, certo?
Se sabem quem eh, me digam nos reviews!
P.S.: Nao tenho preconceito com prostitutas, so pensei como a Anne pensaria!
Beijos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Muro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.