O Muro escrita por Help_Me_Fly


Capítulo 2
Bread and Soldiers


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOI GENTEM!
Desde ontem fiquei trabalhando nesse capitulo e foi meio dificil ter ideias para ele. Enfim, ta ai e espero que gostem!
Beijoos



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-          Julia, Annelise, vão comprar pão! – disse Sarah

-          Sim, Frau Fritzwald – eu disse – vem Julia, vamos nos arrumar, vamos comprar pão hoje!

Passávamos a tarde com roupas velhas de Frau Fritzwald para não gastarmos as nossas. E nos vestíamos melhor para sairmos. Mesmo que fosse algo pequeno, como comprar pao, era bom que nos passássemos por mulheres decentes, e não loucas como nossas roupas casuais nos caracterizavam. Não gostava de sair, porque sempre haviam soldados na rua, e eu me controlava para não atacar um deles, mas era bom fazer o que Frau Fritzwald nos mandava, uma vez que ela e seu marido eram de idade mais avançada.

Quando percebi, Julia já estava pronta, esperando por mim. Deveria estar ansiosa para sair e ver os soldados. Ela estava bonita, de chapéu e toda pronta. Eu precisava me arrumar, minhas roupas deixavam minhas pernas quase descobertas por inteiro, e se eu fosse para a rua desse jeito, provavelmente seria apedrejada. Coloquei uma saia, uma camisa, e o antigo batom vermelho de Frau Fritzwald. Peguei os marcos para os pãezinhos e sai com minha irmã. A cidade estava sempre do mesmo jeito, nublada.

Nada de anormal acontecia ha alguns dias, e a ultima vez que algo tinha acontecido era quando algumas pessoas foram baleadas ao tentar passar para o outro lado. Algumas pessoas com uma expressão normal andavam pela rua. Apenas seguindo com a rotina normal, mas não era normal, era tediosa. Se alguém não seguisse com as regras, era morto de varias maneiras: Cadeira elétrica, forca, etc. Se alguém não fosse igual ao outro, era morto, o que era um fracasso. Professores eram mortos por terem mais conhecimento que outros, mas ninguém matava os governadores por terem mais poder que o povo. O socialismo era algo complicado.

 No caminho, andávamos conversando. Julia me fazia brincar de escala de 0 a 10 de beleza das pessoas que passavam. Era brincadeira de adolescente, mas eu estava me divertindo. Quando passou um velhinho, nós duas nos olhamos e falamos: “zero” ao mesmo tempo. Começamos a rir e foi a primeira vez em dias que eu ria. Não suportava meu sorriso nem minha risada, mas de vez em quando dava risada sem me importar no que os outros diziam, mas eram muito poucas essas vezes.

Ao chegarmos perto da padaria, Julia me pediu o dinheiro, se tivesse mais, compraríamos alguns chocolates para comermos no caminho de volta, nós duas éramos viciadas em chocolate, mas fazia um tempo que não comiamos. Continuamos andando enquanto ficava mexendo na minha carteira. De repente, algo me fez cair ao chão frio e duro, foi uma caída horrível e sabia que as minhas costas iriam começar a doer em breve. Quando eu percebi, já estava caída no meio da rua. Abri meus olhos e vi um homem, com roupa de exercito, coisas assim sempre aconteciam comigo. Tinha trombado com ele, e caído. O soldado era ate bonito, mas ainda um soldado.

- Sua vadia! Olhe por onde anda! – ele gritou, furioso.

- Com licença, mas foi você que não desviou – eu respondi, também furiosa.

Ele se levantou e continuou a andar. O soldado soltou mais um “vadia” de longe, mas eu consegui ouvir. Brava, peguei minhas coisas do chão e comecei a xingar aquele maldito de todas as formas que sabia. Mentalmente. Não faria essas coisas na frente de Julia nunca. Mais uma razão para odiar soldados: Eles são incrivelmente rudes.

- Anne, mesmo por ter te xingado, aquele homem era lindo!

- Felizmente, mal olhei para a cara dele.

- Ele era lindo! Você devia ter visto! Definitivamente um homem dos sonhos!

- Julia, chega de comentários inapropriados.

Ela começou a encarar o chão enquanto andávamos. Provavelmente tinha ficado triste com meu comentário.

- Desculpe-me Julia, estou com raiva e você sabe minha opinião sobre soldados.

- Tudo bem Anne.

Finalmente, chegamos à padaria, compramos os pães e fomos embora. Queria voltar para casa o mais rápido possível, já não agüentava mais.

Voltamos para casa, colocamos outras roupas e decidi escrever. Minha historia precisava de minha total inspiração. Geralmente, tinha inspiração para escrever, mas nada vinha a minha cabeça naquele momento. Precisava relaxar.

Deitei na cama, e relaxei. Mas aquele soldado não saia da minha cabeça. Aquele incidente tinha sido inconveniente para mim e para a minha consciência. Não parava de pensar naquilo e queria sair matando todos que vinham a minha frente, era difícil controlar minha raiva. Decidi sair. Sozinha, sem ninguém.

Troquei-me mais uma vez, coloquei as mesmas roupas e o mesmo batom. E decidi esperar a noite cair sobre o céu alemão. Talvez as coisas fossem um pouco mais pacificas dessa vez. Esperava que fossem pelo menos.

Tinha que avisar Frau Fritzwald da minha saída, mas Julia não podia saber. Estava no banho ou lendo. Fui ate o quarto dela e bati na porta suavemente. A sanidade dela estava cada vez pior, a ponto de uma simples batida na porta parecer um tiro.

- Frau Fritzwald?

- Ela não está – disse uma voz masculina, provavelmente de Herr Fritzwald.

Entrei no quarto e vi seu marido, também velho, mas talvez um pouco mais sano que sua mulher.

- Herr Fritzwald?

- Eu mesmo Anne. O que você quer minha querida? Por favor, me chame de Dave – ele parecia ser mais calmo e mais gentil que Frau Fritzwald.

- Se o senhor insiste. Gostaria de sair um pouco, você poderia, por favor avisar Frau Fritzwald de minha saída?

- Claro.

- E mais uma coisa, não fale nada a Julia, sim? Obrigada Dave

- De nada minha querida.

De agora em diante, falaria com ele ao invés de Frau Fritzwald.

Desci as escadas daquela casa velha, porem com suas belezas. Berlim a noite era com certeza muito mais bela do que de dia.

Fui procurando lugares para se ter inspiração, mas nada vinha a cabeça. Quando avistei algo com as luzes acesas sem serem as luzes da calcada. Me aproximei e finalmente entendi do que se tratava. Era um bar. Entrei, e por um minuto sequer não podia acreditar em meus olhos nem no que minhas pernas tinham me levado.


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Notas finais do capítulo

OOOOOMG sera que foi algo bom ou ruim o q ela viu? Enfim, me deixem suas opinioes sobre o q pensaram, ok?
Mais uma coisa: voces tem Tumblr?
Beijos



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