- Então é melhor começar logo - Sugeri

- Você não está ajudando - Disse impaciente

- Eu quero apenas a verdade Lívia - Sorri para ela

Ela me olhou e andou até se aproximar de mim. Abaixou o olhar.

- Quando eu fiquei orfã eu fui mandanda para um orfanato. Dois anos depois, eu fiquei muito doente me levaram ao médico e ele confirmou a minha doença. Eu tinha um Tumor no cérebro. Ninguém se preocupou muito, pois eu já estava em uma idade avançada e não iria ser comum alguém querer me adotar. Com dezoito anos eu fui procurar emprego. Não importava do que seria. Foi então que eu encontrei o Black o dono do clube. Ele me deu trabalho, moradia tudo que eu mais precisa - ela me olhou com os olhos marejados - Na noite em que fui despedida, eu havia ido ao médico. Foi então que descobri que tenho apenas mais uns meses de vida.

Eu me afastei um pouco tentando entender realmente o que eu havia escutado. Lívia está doente! Tenho certeza que ela nunca iria contar, somente se fosse caso extremo. Eu estou chocado, mas ao mesmo tempo, estou magoado, pois ela não havia me contado isso. Nunca nem mencionou.

- Como você nunca me disse isso? - me exaltei - Você nunca iria me contar - sussurei

- Eu não queria preocupar você com uma coisa besta - ela soluçou - Não quero ser um peso em sua vida 

A olhei incrédulo. Era assim que ela se sentia em relação á mim? Pensando que era um peso em minha vida. Sendo que foi ela que me fez acordar para vida. Ela coloriu minha vida em apenas um mês de convivência. 

- Nunca mais repita isso - eu limpei uma lágrima de seu rosto - Você nunca será um peso em minha vida.

- Mas...

- Nada de mas - eu a interrompi - Bom agora temos que encontrar um bom médico para você se tratar

- Não vai adiantar Gust.- ela sorriu - Quando eu sai do orfanato eu não fui me tratar. Fiquei dois anos sem ter acompanhamento médicos, agora a doença já está em um estado avançado.

- Como assim Lívia? Tumor dá para se tratar. Creio que não é assim tão grave - Assegurei á ela

- Eu peguei toda a minha economia para pagar ao médico que estou indo e ele me garantiu que não tem como eu sobreviver - Ela pegou em minha mão

- Eu não vou aceitar isso assim tão fácil - Falei sério

- Aceite Gust - ela sorriu - Eu sinto muito não ter contado antes. Eu tive medo

- Não Lívia. Eu posso pagar seus tratamento se quiser - eu me aproximei dela - Faço qualquer coisa para que você continue aqui do meu lado.

- Por favor Gustav. Não faça isso - ela abaixou o olhar - Eu não quero que se iluda em uma busca milagrosa para a cura.

- Eu vou me iludir então - assenti - Eu nunca vou desistir de você. Sabe porque ? - Coloquei minha mão em sua cintura fazendo-a se aproximar.

- Não - Ela sussurou

- Eu te amo - Falei olhando em seus olhos. 

Ela sorriu e selou nossos lábios em um beijo. Nosso primeiro beijo.

Quatro meses depois *

Tudo havia mudado desde aquele dia que ela me contou a verdade. Eu parei de usar drogas e me empenhei em deixá-la orgulhosa de mim. Voltei a tocar bateria, mas apenas dando aulas para as crianças do bairro. Porém a minha maior alegria era que estavamos noivos. Quando fiz o pedido, ela não queria aceitar, pois achava que eu não merecia ficar viúvo jovem, que eu merecia alguém que pudesse viver ao meu lado até ficar velhinho cuidando de mim. Claro que eu consegui mudar a sua opinião.

- Amor vamos está na hora de ir - eu falei indo em direção ao banheiro do quarto - Amor?

Abri a porta e encontrei Lívia desmaiada no chão. Fui desesperado ao seu encontro.

- Lívia, por favor acorde - Meus olhos estavam ficando embaçados por conta das lágrimas.

Ela não respondia continuava imóvel no chão. Peguei-a no colo e levei até o carro. Teria que atravessar a cidade inteira até chegar o hospital.

Eu afundei meu pé no acelerador. Teria que ser rápido.

Não me perdoaria se algo acontecesse com ela. 

Chegando lá. Entrei desesperados e os enfermeiros á levaram para dentro de uma sala. Tentei entrar mais fui impedico pelo médico.

As horas não passavam. A cada segundo eu ficava mais atormentado. A única coisa que ficava em minha cabeça era o seu sorriso. 

Eu vi o médico que trata Lívia surgi no corredor vindo ao meu encontro. Ele parecia abatido, bom todos os médicos tem essa aparência.

- Senhor Schäfer 

- Como está ela? Posso vê-la? - Falei de supetão

- Sinto muito - Sussurou

Naquela hora meu mundo desabou. Não! Não poderia ser.