Algo estava estranho e eu iria descobrir ...

Fiquei com isso martelando em minha cabeça durante o resto da noite. Eu nunca gostei de me meter na vida de ninguém, mas ela, era necessário minha intromissão.

Já era 4 da manhã e eu não consegui dormi, decidi comer alguma coisa na cozinha. Desci o lance de escada. Chegando na cozinha tive uma surpresa. Lívia estava de costas para mim próxima do balcão que dividi a cozinha entre a sala de jantar. Ela está vestida com a mesma roupa que tinha passado o dia inteiro. Me aproximei lentamente dela, mas antes que chegasse mais perto ela se virou e me olhou assustada.

- Gustav - sorriu aliviada - que susto você me deu.

- Desculpe se te assustei não era minha intenção - sorri - mas o que faz acordada? - não iria comentar que vi ela saindo espero que ela fale por si só.

- Vim beber um pouco de água - me mostrando o copo - estou sem sono

- Apenas isso ? - interroguei

- Sim - ela me olhou desconfiada - porque a pergunta ?

- Ouvi barulho de porta batendo, pensei que tivesse saído - respondi

- Desculpe. Fui eu. Deixei a porta do meu quarto escapar de minha mão - colocou o copo de volta ao balcao - bom vou voltar ao meu quarto. Boa noite.

Ela passou por mim e indo em direção a escada. Fiquei a fitando desaparecer pela escuridão. Ela não iria mentir se algo sério estivesse acontecendo. Como dizia Tom; tem caroço nesse angu.

Fui em direção a geladeira um bolo que estava lá havia um tempo. Peguei um prato e cortei uma fatia e comecei a comer. Olhei para o relógio da cozinha e só havia passado 10 minutos. Coloquei o prato na pia, mas tarde eu iria lavá-lo. Olhei para a janela, é vai demorar um pouco para amanhecer. Subi o único lance de escada e indo em direção ao meu quarto. Troquei de roupa coloquei uma mais esportiva. Vou caminhar um pouco tentar colocar as coisas no lugar.

Fora o ar estava gélido, como sempre naquela época do ano. Estamos no outono. A rua vazia, me dava uma certa tranquilidade e relaxava ver o vento ajudar as árvores a fazerem suas folhas secas cairem no chão. Andei mais um pouco e perto de onde eu estava vi uma grande movimentação. Carros de polícia e ambulâncias. Olhei bem para onde estavam e percebi que se encontravam em frente ao clube de stripper que Lívia trabalhava. Tentei me aproximar do local, mas um polícial me deteve.

- Desculpe senhor, mas não pode ultrapassar a partir daqui.

- Tudo bem - respondi tentando não arrumar confusão - mas o que está havendo aqui ?

- Não posso oferecer agora informações á civis - respondeu prontamente

- Eu moro aqui perto tenho direito de saber - retruquei

Ele olhou para mim e depois para os lados.

- Ok vou lhe contar, aqui era um clube de stripper - olhou para mim e perguntou - o senhor sabia disso ?

- Claro que não, nunca imaginaria isso! - tentei ser o mais convicente

- Pois então, nessa madrugada alguém não muito sastifeito invadiu e matou várias pessoas envenenadas - se aprocimou mais - mas o sujeito decidiu matar o cafetão pelas próprias mãos.

- Como assim invadiram aqui? - perguntei assustado

- Pareci que alguém não gostou do serviço - deu uma risadinha

- Algum sobrevivente? - ignorei o comentário

- Nenhum encontrado até agora - saiu e entrou de volta ao casarão.

Dei meia volta em direção minha casa. Se Lívia não tivesse sido despedida com certeza estaria morta agora. Fico feliz de saber que ela agora está segura morando comigo. Porém isso não muda o fato de que ela havia mentido para mim descaradamente.

Passei o resto da manhã assistindo TV. Lívia apareceu só depois do horário do almoço

- Bom dia - ela descendo o lance da escada

- Boa tarde - sorri

- Dormi demais - rio

Eu estava ficando louco fingindo que não sabia o que havia acontecido, que tinha mentido para mim. Portanto preciso comentar logo ou ...

- Ouvi boatos que o clube onde você trabalhava foi atacado - falei indo em direção a cozinha - Todos morreram envenanados não sobreviveu ninguém

- Sério - o tom de voz dela parecia que estava feliz, mas não pude comprovar pois estava de costas para ela

- Porém o cafetão não teve uma morte muito calma - comentei e virei em sua direção

Ela estava olhando pela janela e vi a sombra de um sorriso em seu rosto. Ok! Tenho que parar de fumar maconha isso já está afetando meu cérebro. É claro que ela não ficaria feliz de saber de uma notícia dessa.

- Porque você saiu ontem á noite? - perguntei de supetão

- Como? - ela olhou para mim assustada

- Não tente mentir - falei sério - você está morando em minha casa. Tem que começar a confiar em mim

Ela passou a mão trêmula pelo rosto e deu um suspiro cansado.

- Tudo bem - ela se aproximou de mim - é uma longa história.