Capitulo III:

Sesshoumaru entrou em uma sala escura onde tinha apenas uma pequena mesa e uma poltrona preta. Ele sentou-se sem se incomodar em como seus indesejáveis convidados ficariam e ficou a encará-los, esperando que eles falassem algo.

Inuyasha não parecia querer falar. Kagome revirou os olhos e se aproximou do yokai.

- Você sabe que o que atacou o vilarejo foram yokais com uma força com uma enorme energia maligna, muito parecida com a de Naraku, queremos sua ajuda para derrotá-los. – Disse Kagome indo direto ao assunto.

- Por que ajudaria?

- Vamos Kagome, ele não vai ajudar. – Falou Inuyasha segurando o ombro de sua mulher.

- Você vai ajudar porque por um estranho motivo eles estão atrás da Rin! – Falou Kagome desviando de Inuyasha e batendo com força na pequena mesa de Sesshoumaru. – Eu sei que para você não importa as pessoas que morreram, mas tenho certeza que você não deixaria o mesmo acontecer com a Rin.

Sesshoumaru encarou a mulher que parecia desesperada, ela não parecia estar mentindo sobre os yokais estarem atrás da sua protegida. Ficou a encarar os dois a sua frente sem demonstrar reação nenhuma. Ele iria proteger Rin contra quem fosse, mas não precisaria de ajuda, principalmente deles, que mal suportava encarar.

Sesshoumaru se levantou e foi em direção a porta.

- Não interessa, esse assunto não pertence a vocês. – Disse. – Saiam de minhas terras.

- SESSHOUMARU! São nossos amigos que estão mortos e Rin... – Protestou Kagome.

O yokai de cabelos prateados foi em direção da agora sacerdotisa e ficou a poucos centímetros a encará-la.

- Eu não me importo com seus amigos e Rin não é mais de seu interesse! Agora saiam! – Sussurrou a Kagome em tom de ameaça, que logo se calou.

- Vamos Kagome, não da para argumentar com ele!

Ambos saíram pela porta, deixando Sesshoumaru na pequena sala sem janelas. Ele sabia que aqueles yokais que vira antes de buscar Rin estavam atrás dela, afinal não teriam motivo de deixá-la viva, mas ele antes de tudo precisava saber o que Rin tinha para yokais com tamanho poder poderiam querer com ela e mesmo assim não levá-la quando tiveram a oportunidade.

Sesshoumaru odiava não saber o que acontecia ao seu redor, ele não era de ficar pensando em soluções, ele sempre as tinha, mas nesse caso era diferente, não era simplesmente uma luta, ele precisava descobrir antes o que a Rin tinha que eles tanto queriam e por quê ainda não tinha pegado ela quando tiveram a chance.

Irritado ele saiu da pequena sala e bateu a porta com tanta força que acabou quebrando-a e enquanto andava pelo corredor até chegar ao quarto de Rin, viu Inuyasha e Kagome se despedindo dela. Sesshoumaru ficou imóvel, observando a cena até que por fim, os dois saíram escoltados por um homem de cabelos castanhos e de armadura azul e branca. Rin ficou a encarar Sesshoumaru com um sorriso tímido e tentando esconder suas roupas sujas com as mãos.

O yokai foi em sua direção e ficou a encará-la e ofereceu sua mão. Jaken ficou boquiaberto com o gesto de seu amo, ele jamais em todos aqueles anos de servidão, jamais vira oferecendo a mão a qualquer um, muito menos para humanos. Rin um pouco sem jeito segurou na mão e começou a acompanhá-lo pelo corredor. Eles quase chegaram no final do interminável corredor e só quando deu para ver a bela janela em formato de meia lua, Sesshoumaru parou em uma bela porta de madeira branca e abriu. Ele deu um passo para trás e deixou que Rin entrasse e se deparasse com uma enorme tina branca de pedra, cheia de água e com pétalas de rosas brancas e ao lado, uma pequena poltrona azul clara, onde tinha um lindo kimono dobrado e com o obi branco apoiado nas costas da poltrona.

- Banhe-se. – Disse tentando parecer menos serio, mas a voz de Sesshoumaru só estava acostumada a dar ordens, então não saiu como ele planejava.

Sesshoumaru saiu do quarto de banho e deixou Rin encarando a enorme tina e o belo quimono azul marinho com detalhes de pássaros brancos, como se os pequenos pássaros voassem pelo quimono.

Envergonhada ela tomou um rápido banho na água perfumada, tirando todo o sangue e sujeira que tinha em seu corpo e cabelo. Rapidamente pegou as toalhas que se encontravam dobradas ao lado e em seguida vestiu o belo kimono, mas por mais que tentasse não conseguia fechar o obi em volta dele.

Irritado com a demora, Sesshoumaru entrou e viu a menina tentando fechar o kimono e ficar completamente vermelha ao vê-lo entrar. Sem dizer uma única palavra ele caminhou em direção a menina e sem esboçar reação ele pegou a faixa de sua mão e mesmo com a menina tremendo de vergonha começou a fazer um belo nó, na bela roupa da garota.

- Obrigada. – Agradeceu Rin se virando a Sesshoumaru.

Os dois trocaram olhares carinhosos. Sesshoumaru jamais se sentira tão desarmado e se proteção como se sentia perto dela. Não gostava de se sentir como se sentia perto dela, mas não conseguia evitar, ela não tinha culpa de lhe deixar daquele jeito.

- Sesshoumaru!!!

Uma bela mulher com um kimono curto e agarrado ao corpo entrou no quarto de banho e se apoiou em Sesshoumaru e deu-lhe um beijo na bochecha e ficou a encarar a garota a sua frente, com um sorriso malicioso.

Rin ficou a encarar os dois sem graça e logo encarou o chão, envergonhada por achar que alguém tão belo e poderoso como Sesshoumaru olharia de um jeito diferente para ela.

Sesshoumaru não gostou do jeito que Yuki entrou no aposento, deixando Rin daquele jeito, mas teve que se segurar não poderia demonstrar nenhum afeto por humanos, principalmente perto de Yuki, sua prometida para continuar a linhagem pura de yokais cachorros. Só que não suportava sua companhia, ela era completamente exibida e isso ele não suportava em ninguém.