Aira Snape - A Comensal escrita por Ma Argilero


Capítulo 34
Contato


Notas iniciais do capítulo

Atraso na atualização, mas agora serão raros os atrasos - estou desempregada *-* Mas a faculdade não vai atrapalhar em nada, terei a tarde toda para escrever.
Espero que gostem do capítulo. E para quem estava se remoendo - eu sou uma - de quando Fred e Aira se entenderiam, aqui está um capítulo onde eles colocam tudo em pratos limpos.
P.S. Capítulo meio picante (não consigo colocar um hentai decente e ficaria muita coisa)
P.S. eu não sei se a música ajuda, mas eu ouvi ela enquanto escrevia esse capítulo, faz parte da construção: http://www.youtube.com/watch?v=ehMPmKHO6Vg



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A arte de ignorar era fácil. O difícil era manter isso e ainda manter-se de cabeça erguida enquanto fofocavam sobre mim. Diferentemente do que eu achava, nem incluíam Fred com freqüência. Apenas diziam que estávamos nos beijando. Mas sempre uma fofoca fica pior do que deveria. Sinceramente não ligava mais para ninguém e o que diziam. Eles sabiam se eu revidasse seria com punições severas. E eu estava tentada a usar meu poder de monitora.

Tinha o fato de que eu estava mais preocupada com os alunos que tinham sua moral e ética e não participavam das aulas – especialmente Artes das Trevas – Não era a toa que meu pai me deu esse dever. Ele nunca fazia nada sem outras intenções. O que ele queria era que eu ficasse de olho neles. A minha infelicidade era que a maioria era grifinória.

Os Weasley não fizeram qualquer alarde que normalmente fariam apenas se comportavam como pessoas comuns. Se comum fosse vender produtor mágicos e transformar “acidentalmente” os clientes em coisas estranhas. Eu fingia não ver, mas era uma das poucas coisas que ainda eram normais e engraçadas de se ver.

Muitas vezes eu peguei Parkinson me olhando com olhar psicopata. Era estranho e assustador. Ainda mais quando se dividi o quarto com ela. Mas, pelo menos ali, ela não tentaria nada comigo. Mantinha-me longe dela por questões de que “magoei” o amor da vida dele e porque eu estudava para os exames. Estava agradecida por viver mais na biblioteca do que no salão Comunal onde ela poderia tentar algo contra mim.

Draco fugia de mim. Seria aceitável se eu realmente o tivesse traído, mas estava me sentido desprezada. Coisa que há tempos não sentia. Já fazia semanas que não ouvia vozes conhecidas; a não ser à distância. Sempre que eu entrava no salão Comunal, todos paravam o que faziam e só retomavam quando eu saia. Era como se eu fosse a maior ameaça ali.

Eu era acostumada a perambular pelo castelo durante a madrugada, mas não fazia isso há muito tempo. Era uma maneira de colocar a mente no lugar. Elas haviam diminuído gradativamente até não ter mais a compulsão de vaguear pelos corredores. Mas agora eu precisava novamente. As noites não eram mais silenciosas. Meus sonhos. Esses sonhos que eu tinha quando era mais nova em que me tornava em um monstro estava se tornando realidade. Minhas emoções estavam conflitantes. Uma hora eu estava bem, na outra deprimida.

Estava com uma roupa normal; blusa e shorts. E usava um tênis todo acabado – que foi a primeira coisa que encontrei próximo a cama e no escuro antes de me aventurar para fora do meu dormitório. Parkinson dormia igual uma pedra e de boca aberta. Ela até parecia uma garota normal dormindo, retirando a baba. Deveria estar sonhando com algo bom.

Atravessei o salão Comunal, todo decorado em verde e mogno, para fora. A masmorra sempre foi fria, mas os corredores eram como gelo durante a madrugada, por isso eu me mantinha nos níveis mais altos. Não queria surpresas desagradáveis, por isso peguei um corredor que me levaria à escadaria sem ter de passar em frente à sala de um dos comensais. Era um breu total. A atmosfera de Hogwarts ficara sombria pela presença de liderança de Voldemort. Mas nada tirava aquele ar que eu senti na primeira vez em que vi o castelo: de um lugar mágico e repleto de esperança. Eu ainda tinha esperança; só que não sabia no quê.

Percebi uma movimentação estranha e vi um vulto no topo da escada, virando o corredor. Não fazia a mínima idéia de quem era. Normalmente as pessoas seguem as outras para não se encontrarem, mas eu seguia para fugir. Ultimamente fazia com a Parkinson. Eu a seguia até onde ela ia e depois desviava. Era uma forma de ter certeza de que não cruzaríamos o caminho mais a frente. Foi isso que fiz com o vulto. O segui para não encontrá-lo, caso fosse algum professor ou pior – um dos comensais.

O perdi de vista no próximo lance de escadas, mas depois de andar vi o vulto novamente pela projeção de sua sombra na parede. Mas não parecia com um comensal. O porte não parecia de nenhum deles. Virei-me para me afastar. Não tinha mais que ficar seguindo quem quer que fosse. E foi quando vi alguém; mais precisamente Fred, com a camisa aberta e o cabelo espetado.

Eu normalmente não perguntaria o que as pessoas fazem e certos lugares, mas ele estava vagando pelos corredores.

– Não devia estar dormindo?

Ele não disse nada. Apenas virou-se e começou a andar percebi uma sacola nas costas dele. Não deveria ter sido doloroso vê-lo ir daquela forma. Tentei ignorar e segui o caminho de volta paras as masmorras. Já tinha andado demais pela noite, quando ouvi um barulho. Não era normal haver ruídos. Andei mais alguns passos e ouvi novamente. Dessa vez mais nítida. Era o estilhaçar de alguma coisa. Algo me dizia que não era boa coisa eu estar ouvindo ruído de algo se quebrando.

Apressei-me pelos corredores e depois pela escadaria. Sempre que estou com pressa às escadas decidem se mover. Elas nunca descansam? Depois de infinitos minutos de espera, não esperei ela atracar na entrada de um corredor e pulei, bem a tempo de ver o que eu suspeitava.

Fred estava atirando garrafas na parede. Havia cacos de vidro por todo o chão. Ele lançou uma à frente, que se quebrou em contato com a parede não sobrando quase nada. Fiquei ali, parada, observando-o. Não parecia com o normal dele. Ele tinha me visto e agora encontrou outro lugar.

– Weasley! – repreendi. Ele lançou a garrafa que tinha em mãos e olhou-me por cima do ombro. – Você...

Ele colocou o dedo indicador direito sobre o lábio e virou-se. Eu obedeci mais por surpresa do que por vontade. Eu queria saber o que ele estava fazendo. Fred recolheu algumas garrafas e colocou de volta na sacola e limpou a sujeira toda em poucos minutos.

– Você não viu nada Snape.

Ele pegou a sacola e passou por mim.

– Como não vi nada? – eu quase gritei. Ele já estava me ignorando desde o primeiro dia de aula e isso fazia três meses. – Eu vi o que estava fazendo. Para que fazer isso?

Fred deixou a bolsa cair no chão, fazendo o barulho de garrafas se quebrando pelo corredor. Ele andou até mim com o olhar rígido. Estávamos a apenas alguns centímetros de distância um do outro. Meu coração martelava em meu peito. Não havia maneira de escondê-lo. Ele poderia ser ouvido à distância.

– Não tente me entender! Você nunca parou para pensar nisso, não é Snape? Nunca se perguntou como os outros se sentiam! Sempre faz o que quer e nunca pensa em como atingirá os outros!

– Não grite comigo! – gritei de volta. – Você que não sabe como me senti! Não foi você que foi enganado...

Ele olhou incrédulo.

– Eu te enganei? Você ouviu o que ouvi quando Giulia Cheege morreu. Ela disse o que fez. Você parece não ter escutado que foi tudo uma armação.

Ele estava certo, mas eu tinha meu orgulho e estava comprometida naquela época. Meu peito doía e meu rosto ardia por causa das lágrimas que se formavam. Eu não podia chorar na frente dele. Dele não.

– Não importa! Você não deveria estar quebrando garrafas em plena madrugada. Será castigado.

– Pouco me importo com o castigo. Talvez ele seja melhor. Talvez até me matem.

Ele não estava falando sério. Não podia. Não consegui me controlar e as lágrimas escorreram pelo meu rosto.

– Você não entende...

– Então me explica. Explique-me por que tudo isso?

Eu me encostei contra a parede e respirei, limpando as lágrimas. Queria me recompor ao máximo antes de revelar qualquer coisa. Olhei-o e ele estava tão próximo, mais próximo que antes.

– Não quero que ninguém se machuque. Acha que fico longe das pessoas por escolha? Eu... Eu abandonei minha vida. Eu me tornei Comensal para salvar meu pai e acabei me destruindo, me tornando um monstro! – eu levantei minha mão para secar uma lágrima fujona, mas Fred me impediu. Ele ergueu sua mão e passou o dedo indicador sobre minha bochecha, limpando-a.

– Isso não é verdade...

– Não é verdade que não matei ninguém? Que nunca desejei mal? Fred – eu disse o nome dele suavemente – ninguém tem um futuro perto de mim. As pessoas deveriam ficar longe...

Eu nunca consegui terminar a frase, pois Fred me interrompeu quando me beijou. Era natural de nós dois discutirmos e depois nos beijarmos? Ele me prensou contra a parede. Eu sentia os músculos dele ficando rígidos. Ele segurou minha nuca e aprofundou sua língua ainda mais dentro de minha boca. O beijo era feroz e cheio de luxuria, como se tivéssemos lutado tanto para contê-lo.

Quando ele separou sua boca da minha, estávamos ofegantes. Fred olhava-me de uma maneira diferente, parecia pena; mas ele nunca demonstrava isso. Ele me abraçou pela cintura e enterrou seu rosto em meu pescoço.

– Oh, Aira! – eu levantei meus braços e segurei a cabeça dele, acariciando-o. – Como chegamos a essa situação? – ele segurou minhas mãos e as levantou acima de minha cabeça, pressionando-me contra a parede. O olhar dele brilhava. – Eu sou louco por você – ele se aproximou e roçou seus lábios aos meus.

Eu queria beijá-lo de novo. Meu sangue ainda fervia pela adrenalina da briga e o fervor do nosso contato. Eu queria tanto...

– Fred... – ele desceu seus lábios para meu pescoço. Isso era sacanagem. Eu não podia revidar com ele segurando meus pulsos acima de minha cabeça. Ele corria a minha pele descoberta lentamente. Onde ele tocava com seus lábios, queimava. Pareceram horas quando ele abaixou meus braços.

– Fica comigo.

Como eu podia ignorar esse convite?

– Não posso...

Fred suspirou frustrado e recolheu a sacola e virou-se para mim. Não podia mais agüentar essa vida de privações. Fred estava bem à minha frente. Nós dois nos queríamos...

– Não posso...

– Entendi – ele ajeitou a alça da bolsa e virou-se. – Não tenho chances, não é? Talvez seja melhor eu continuar minha vida...

Impulsivamente eu corri até ele, mas eu tropecei. Teria parado no chão se não fosse por ele segurar minha cintura. Meu coração parecia que ia explodir dentro de meu peito.

– Eu não posso me permitir. Eu não posso fazer isso.

Ele me soltou e eu quase fui parar no chão.

– Não brinque comigo, Aira! Desde o primeiro dia em que tivemos algo, aquele dia em que nos beijamos você não sabe o que fez comigo.

Eu o observei. Era inútil me manter perto dele. Virei-me e corri. Queria correr de tudo, deixar tudo para trás. Parei ao lado de uma parede, arfando. Deixei-me escorregar e chorar. Não me permitia a algo assim desde quando me tornei Comensal. Abracei meus joelhos e deixei as lágrimas fruírem.

Uma mão foi estendida para mim. Eu olhei para quem poderia ser e vi Fred. Recuei o que podia e virei meu rosto. Senti-o acariciar com a ponta dos dedos meu rosto. Não entendia o que ele estava fazendo. Relutante o observei e ele deixou a mão cair.

– Você sente pena de mim? – perguntei.

– Pena? Como pode pensar nisso?

Afastei-o e me levantei, enxugando minhas lágrimas. O que eu sentia era diferente do que eu fazia. Eu queria contar tudo para ele; jogar-me em seus braços. Mas era imprudência demais fazer isso.

– Ninguém se aproximaria de mim se não fosse por pena – não acreditava realmente no que estava dizendo, mas fazia sentido. Giulia se aproximou de mim por eu estar encrencada; com as gêmeas foi quase a mesma coisa.

– Você é tão cabeça dura! – ele sorriu e se inclinou para mim e segurou meu queixo. – Quem sentiria pena de uma criatura irritante como você? – os lábios dele estavam próximos, mas eu o afastei.

– E quem iria gostar de um idiota como você? Um grifinório que se acha.

Fred exibiu seu sorriso. Eu não consegui evitar sorrir também. Segurei a gola da camisa dele e o puxei.

– Não me faça me arrepender mais tarde.

Ele sorriu e me segurou. A última vez em que me lembrava de alguém me segurar foi meu pai enquanto eu esperneava para ele me soltar.

– Aonde vamos? – perguntei ingênua.

Mas não era ingenuidade minha. Eu sabia o que ele pretendia e estava disposta a corresponder. Só não sabia exatamente onde que ficaríamos. Para minha surpresa: era a torre da Grifinória. A mulher no quadro estava tão grogue de sono que nem se importou em olhar para nós dois e verificar por que havia alunos – um casal – fora de suas camas. Ele seguiu caminho pela escada que ia ao dormitório dos garotos e abriu uma porta. Em todas as casas havia pelo menos dois quartos vazios por causa do primeiranistas que não estavam em Hogwarts.

Fred trancou a porta e me colocou no chão. Ele retirou a varinha de dentro do bolso e sussurrou um feitiço acústico. Ninguém poderia nos ouvir e nem nós a eles.

Eu fiquei parada esperando ele avançar, mas a única coisa que fez foi deixar a sacola com garrafas jogada num canto. Ele suspirou e vi seu olhar.

– Por que fugir tanto de mim?

– Eu... Hum... – não conseguia explicar em palavras. Para ele não seria nada demais, mas não era ele que estava em minha pele e carregando o peso de seis mortes na costa. – Eu já disse que quem fica perto de mim acaba sofrendo.

Fred sentou-se na cama e eu me aproximei. Não era possível ele me ignorar agora. Sentei-me de frente para ele, sobre suas pernas e envolvi seu pescoço com meus braços.

– Você nunca disse que me amava... – o tom que ele usou era de alguém magoado.

Eu nunca havia dito com convicção e sim da boca para fora. Eu sabia que demorei demais para falar. Que demorei demais para me permitir fazer algo que realmente eu queria. Eu segurei o rosto de Fred. Ele parecia mais vulnerável que eu, alguns minutos atrás.

– Weasley, você acha que eu estaria aqui se não te amasse? Eu enfrentei o diabo em pessoa, mas nada é mais difícil do que ficar no mesmo ambiente em que você e não poder dizer o quanto te amo.

– Então porque não diz? Você teve tantas oportunidades.

Suspirei. Olhei dentro daqueles olhos que me tragavam.

– Não podia dizer que te amo e que te quero pelo fato de que se você for ligado a mim e lhe acontecer algo... – engoli em seco desejando que minhas palavras nunca se tornassem realidade. – com você, eu ficaria louca. Eu perderia a razão. Fred, você é a única coisa que eu lutaria até o inferno para ter de volta.

E dito isso, Fred levantou-se e eu enlacei minhas pernas na cintura dele para não cair. Ele subiu na cama e deitou-me, ficando por cima de mim.

– Nada vai acontecer comigo. Eu ficaria doente sem você, como eu já estava ficando.

E eu percebi por que ele usava as garrafas daquela forma. Ele estava transferindo a raiva dele. Raiva que eu causei.

– Então vamos ficar loucos juntos – ofereci a ele. – Estou pouco me importando com as consequências esta noite.

Os beijos dele eram quentes e excitantes. Em pouco tempo ele havia se despido e retirado as minhas roupas. Ele beijava cada centímetro do meu corpo, arrepiando o local e o deixando quente. Eu estava em chamas com o corpo dele sobre o meu, me tocando daquela forma. Gemidos escapavam de meus lábios com as caricias dele. Meu autocontrole havia sumido.

Fred olhou-me. Eu podia sentir o desejo dele. Estava bem sensitível em minha virilha. E como se fosse minha primeira vez novamente, Fred foi carinhoso. Ele estava sendo desde o começo. Eu me agarrei a ele quando senti o prazer subir. Eu envolvi meus braços ao pescoço dele e o beijei. Ele continuava se movimentando dentro de mim, me fazendo gemer entre seus lábios.

– Fred... – era inútil chamar a atenção dele quando estávamos tão entorpecidos. Mas eu não iria desistir. Antes que dissesse qualquer coisa, o arranhei e aproximei meus lábios da orelha dele. – Oh, Fred. Seu cretino idiota. – ele olhou para mim e sorriu.

– Você nunca chamou a doninha de idiota, então deduzo que isso seja carinhoso de sua parte.

Eu sorri. Era verdade. Eu o chamava de idiota por amá-lo.

– E eu amo tanto esse idiota...

O restante de nossa noite foi gasto dessa forma. Quando Fred caiu ao meu lado, estávamos suados e cansados. Eu o abracei e enterrei meu rosto no peito dele, sentindo seu coração ainda acelerado pela adrenalina que o sexo deixou.

– Acho que não é uma boa hora para lhe pedir em casamento.

Eu virei rapidamente para olhá-lo e ele sorria. Não seria estranho ele pedir algo, já que ele me pediu em namoro depois de eu ter tido minha primeira vez. Senti-me exposta e puxei o cobertor. Ele sorriu ainda mais e levantou-se indo até as suas vestes. Ele recolheu uma caixa e voltou para a cama, sentando a minha frente. Eu me sentei e olhava fascinada para a caixinha.

– Não sou bom com pedidos importantes. Você deve se lembrar de quando te pedi em namoro.

Não sabia que era possível ficar envergonhada na frente dele depois de termos feito amor, mas eu fiquei.

– Você fica linda quando está envergonhada – ele retirou uma mecha de meu cabelo e colocou atrás de minha orelha. – Gosto do seu cabelo assim. Não precisa mudá-lo. Você é perfeita ao natural.

Ele havia desbotado tanto que parecia grama ressecada. Ketlen me ajudou a trazê-lo ao normal com alguns feitiços e umas poções. Eu não estava com vontade de cuidar de meu cabelo tanto quando de minha vida.

Fred abriu a caixa e eu vi a fina linha de prata com uma pedra minúscula incrustada nele. Não era o anel mais requintado do mundo, mas para mim era tão lindo.

– Aceita viver comigo, seu idiota, seu amante e futuro pai de seus filhos? – se eu não estivesse chorando eu teria dito que era idiotice dele me pedir em casamento. Éramos muitos novos e o que seria de nosso futuro? Fred vendo minha reação, deixou a caixa sobre a cama e me amparou, abraçando-me. Os braços dele me envolviam enquanto eu chorava em seu peito e sentia o seu coração e sua respiração. – Eu disse que sou fiasco para pedidos.

Ele me afastou e enxugou minhas lágrimas. Eu queria muito dizer algo, mas as palavras se prenderam em minha garganta.

– Não precisa me responder agora...

Pulei em cima dele o beijei. Olhei para ele, que sorria igual um idiota.

– Isso é um sim? – balancei a cabeça. Fred segurou minha cintura e me puxou para cima dele, ele me abraçava. – Sei que vai parecer loucura, mas não consigo ficar longe de você. – eu o observava com atenção. – Estaria disposta a fugir comigo?

Se o pedido de casamento já havia me deixado muda, eu quase engasguei com esse. Ele não estava apenas me oferecendo o que eu sempre quis dele, mas também uma rota de escape em que poderíamos ficar juntos sem conseqüências.

Eu me levantei e sentei-me na cama. De repente me sentia mal. Era uma escolha que eu tinha. Não sabia o que fazer. O anel ainda estava ali. Suspirei e estiquei minha mão para pegá-lo. Ele era lindo. Coloquei em meu dedo anelar direito e coube perfeitamente. Olhei para Fred. Era a minha vida, mas eu ainda estava em débito. Lentamente me levantei da cama e andei até minhas roupas.

Olhei para Fred, que me observava curioso. Retirei o anel e deixei sobre uma das camas e me vesti o mais rápido que pude. Não conseguia olhar para ele. Eu sabia que estava fazendo algo que nunca me perdoaria.

– Desculpe.

Abri a porta e sai. Eu esperava que ele me parasse. Mas era impossível. Eu destruí as esperanças dele. Voltei para meu quarto e invés de encontrar conforto, encontrei Parkinson com a varinha apontada para mim.


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Notas finais do capítulo

Não me matem! É só se colocarem no lugar da Aira, ela é leal a família e deixaria de lado quem ama para protegê-los.



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