Simplesmente Complexo escrita por Julie Blair


Capítulo 14
Capítulo 14




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Voz: Booth

- Você disse que não demoraria pra chegar...

Sophie tentava me fazer sentir culpado. Estava sentada no sofá, com seu hobby e pantufas de coelho, eram três da manhã. Ela passara me ligando parte da noite, questionando a minha demora. Havia passado o dia procurando pela Brennan, sem resultado. Não havia pensado em como ou se diria á Sophie que Brennan havia desaparecido. Embora Sophie fosse mais madura que todas as meninas de sua idade, ainda assim era uma menina de 7 anos de idade. Não podia assustá-la, não podia demonstrar o quanto estava arrasado por não ter encontrado nenhuma pista de onde Brennan poderia estar. Sophie era uma menina muito esperta, teria que me esforçar muito para enganá-la.

- Pai, você ainda não me respondeu. E onde está a mamãe?
- Você não deveria estar acordada a essa hora mocinha... Amanhã tem que levantar cedo, sabia?

Forcei um sorriso.

- Só vou dormir quando me responder.

Sophie parecia firme.

- Tudo bem... Sua mãe e eu trabalhamos bastante hoje no caso, esse é um dos casos difíceis... Ela teve que ficar no laboratório, fazendo seu trabalho de Squint.

Sophie me olhou com os olhos semi cerrados, como se desconfiasse.

- Tudo bem... Mas isso não é desculpa pra me deixar sozinha, eu ainda sou uma criança!

Disse emburrada, cruzando os braços, mas sabia o quanto ria por dentro da situação.

- Não vai mais acontecer, eu prometo. Agora vamos que tenho que levar uma garotinha de 7 anos de idade pra cama...

Peguei Sophie nos braços, ela gargalhava enquanto rodopiava com ela em meu colo. Ela mal podia imaginar o quanto me esforçava para manter o sorriso. Meus pensamentos estavam longe... Onde quer que estivesse, tinha medo de que algo acontecesse a Brennan. Não podia nem mesmo pensar nessa possibilidade sem que minha vontade fosse de correr porta a fora para procurá-la. Larguei Sophie em sua cama, ao lado de seus ursinhos de pelúcia. Estendi a coberta sobre ela, e deixei um leve beijo em sua testa.

- Eu te amo pai...

- Eu também te amo.

Com essas palavras, deixei o quarto de Sophie. Ela já estava com os olhos fechados, pronta para dormir. Fechei a porta de seu quarto, e em seguida abri a porta de casa. Não poderia dormir, não naquela noite... Eu e os Squints combinamos de continuar procurando por Brennan, iria encontrá-los agora no Jeffersonian, descobrir se tinham alguma pista de onde Brennan poderia estar. Pedi para um dos seguranças ficar lá dentro, cuidando de Sophie. Peguei o carro, e acelerei para que chegasse no menor tempo possível. Angela me esperava na porta da frente, estava tão assustada quanto eu. Todos estavam, mas em especial, eu e Angela.

- Booth, que bom que você chegou...
- Encontraram algo novo?

Angela apenas balançou a cabeça negativamente. Fiquei cabisbaixo, por um tempo. Não agüentaria perdê-la, não podia. Angela segurou o meu braço, fazendo com que prestasse atenção nela novamente.

- Mas vamos. Confie em mim Booth, vamos encontrá-la. Não esqueça... É a Brennan, ela sabe como se virar... Ela luta artes marciais que nem mesmo sei pronunciar o nome, ela sabe se defender.

Angela forçou um sorriso, tentando melhorar a situação. Me aproximei, lhe dei um abraço, e baixinho falei...

- Obrigado.

Angela se afastou, e com um novo sorriso disse...

- Agora Seeley Booth, vamos voltar para o laboratório. Temos muito trabalho a fazer!

Nós dois rimos, e voltamos para o laboratório. Cam e os estagiários examinavam os restos, Hodgins estava no estacionamento tentando coletar amostras, e Sweets pesquisava sobre os antecedentes dos suspeitos e esboçava um perfil para cada um deles.

- Booth, venha cá.

Disse Cam. Subi na plataforma com pressa, e arrumei um espaço em meio aos estagiários. Cam continuou...

- O assassino foi extremamente cuidadoso. Foram três golpes no osso parietal, exatamente na mesma posição... 

Zack continuou...

- Não precisamos reconstruir a hora da morte para sabermos que o assassino não estava sozinho.

Zack voltara faziam três anos. Depois de um tempo, todos por lá perceberam que ele não era louco, apenas brilhante. Cam novamente voltou a falar...

- Nenhum vestígio de toxinas, cordas, a vítima tinha que estar parada para que os ferimentos acontecessem dessa maneira...

Daisy a interrompeu...

- E também seria impossível a vítima ser pega de surpresa, uma vez que a arma demoraria no mínimo 0,6 segundos para subir e descer.
- Eu entendi.

Disse. Não quis pensar no quanto aquilo piorava a situação... Apenas concentrei meus pensamentos em encontrar Brennan, esse era o meu único objetivo. Continuei...

- Ótimo trabalho, apenas continuem...
- Seeley, você não quer conversar?

Cam perguntou, tirando as luvas.

- Não... Apenas quero que continuem concentrados... Vou visitar o irmão da vítima.

Saí do Jeffersonian, peguei o carro, e novamente acelerei. Em pouco tempo já estava na frente da casa de Marcus, eram quatro da manhã, mas não me importei muito com o horário ao bater. O céu estava estrelado, a rua em completo silêncio, e apenas as luzes dos postes continuavam acesas. O som de minha batida podia ser escutado quadras e quadras além daquela. Estava prestes a bater mais uma vez, quando Marcus abriu uma pequena fresta da porta...

- Agente Booth, o que você faz aqui?

Parecia confuso.

- Minha parceira está desaparecida, precisamos conversar.

Marcus abriu espaço o suficiente para que eu pudesse passar. Seu tom agora passara a ser de preocupação...

- Sente-se.

Apontou o mesmo sofá bege da última vez. Mas não me sentei antes de começar... Tinha pressa.

- Preciso que me conte absolutamente tudo sobre Ben.


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