Simplesmente Complexo escrita por Julie Blair


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Cenas a seguir realmente fortes. O capítulo passou por várias modificações, e eis a versão light. Peço que todos leiam com calma e compreendam que também foi difícil para mim escrevê-lo.



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Voz: Brennan

Já era noite, todos preparavam-se para dormir. Fazia frio, aproximei-me da fogueira. Estava cansada, mas não dormiria. Sabia o quanto era perigoso. Lampiões na frente das cabanas, céu estrelado, homens com o peito coberto de pelos á mostra. Uma mistura de sons. O barulho tranqüilizador da cachoeira, grilos, e as risadas amedrontadoras de todos os homens que estavam lá.

- Então a mocinha dormirá conosco é?

Todos riam. Não respondi. Precisava ignorar para não trazer maiores complicações, sabia o quanto todos eram perigosos. Em um determinado momento, todos aparentavam já dormir. Tentei me distrair, enganar o sono... Por mais que meu corpo doesse, por mais que todos aparentemente estivessem dormindo, não podia dormir naquele lugar, na companhia daqueles homens. Pensei em Booth, em Sophie. Eles ocuparam a minha mente durante uma tarde inteira. Pensei no quanto seria bom encontrá-los novamente, pensei no quanto seria bom deitar em minha cama, ao lado do meu homem. Podia escutar o riso de Sophie e Booth, podia ver na minha frente à cena dos dois rolando de tanto rir das cócegas que faziam um no outro. Podia sentir a barba mal feita de Booth em minha pele, seu cheiro, seu carinho, seu amor. Tranqüilizava-me saber que onde quer que estivesse, estaria me procurando. E eu sabia que não desistiria até me encontrar. E eu sabia que ele me encontraria, cedo ou tarde.
Já eram três da manhã. O silêncio passou a ser substituído por ruídos. Nathan acordava. Logo, acordou mais três homens, semelhantes a ele. Sujos, nojentos, asquerosos. Após acordar os três homens, dirigiu-se a mim. Senti medo, não tinha para quem pedir proteção.

- A mocinha está se sentindo sozinha? Ora, que desperdício!

Os três homens riram, junto com Nathan. Afastei-me um pouco da fogueira, eles estavam do outro lado, mas queria me distanciar um pouco mais.

- Posso fazer companhia... Nós podemos.

Nathan tirou o pênis pra fora, era tão sujo quanto ele. Os outros homens riram, enquanto eu me arrastava ainda mais para longe. Não tinha força o suficiente para levantar, meu corpo ainda doía, apenas me arrastava, não tinha mais o que pudesse fazer. Segurando o pênis, Nathan se levantou com pressa. Os outros homens permaneceram sentados, rindo. Tentei me afastar com mais pressa, mas Nathan estava em perfeito estado, e logo chegou até mim.

- Chupa mocinha.

Nathan segurou a minha cabeça com força. Tentei resistir, mas ele era mais forte do que eu. Enfiou seu pênis em minha boca, e puxou a minha cabeça para trás e para frente, enquanto eu gritava e chorava. Os outros homens mais gargalhavam, e então levantaram-se, juntando-se a ele. Tentei lutar, tentei me afastar, mas meu corpo doía. Mordi com força o seu pênis, fazendo com que tirasse de minha boca. Nathan ficou bravo, deu-me um tapa forte no rosto. Meu rosto agora doía, não conseguia mais ser forte, as lágrimas rolavam pelo meu rosto. Gritei por Booth, gritei alto, mesmo que não pudesse me escutar. As minhas últimas forças foram gastas naquele pedido de socorro, minhas mãos tremiam, já gaguejava. Um dos homens me pegou em seus braços, tentei escapar, mas ele era forte. Nathan e os três homens me levaram para longe, e tiraram a minha roupa. Eu pedia, implorava para que parassem... Meu corpo doía, sentia nojo de mim mesma, queria apenas que Booth estivesse ali, pra me proteger. As lágrimas não paravam de rolar pelo meu rosto, eu tentava gritar mesmo sem forças, mesmo sabendo que tão longe ninguém me escutaria. Mas foi aí que escutei a voz de Ben...

- Deu por hoje rapazes.

Nathan e os três homens afastaram-se, obedecendo-o. Embora Ben estivesse sério, esboçava um leve sorriso também nos lábios. Levava consigo uma toalha, que sem pressa me alcançou.

- Preferia que você permanecesse nua.

Me enrolei rapidamente. Ben voltou a se dirigir a mim.

- Creio que não consiga voltar até a cabana sozinha. Não irei tocar mais no seu corpo do que o necessário, a não ser que você queira!

Ben agora esboçava um sorriso levado. Embora não quisesse ficar nos braços de Ben, não podia ficar ali. Corria menos perigo estando com ele. Então apenas balancei a cabeça positivamente, e Ben aproximou-se. Me pegou com cuidado, e manteu sua promessa. Chegando ao acampamento, falou novamente...

- Quer passar o resto da noite aqui, ou ir comigo para a cabana?

Por mais que não quisesse dividir uma cabana com o homem responsável por ter me causado todo aquele sofrimento, não tinha opção. Respondi com a voz fraca...

- A cabana.

Ele entendeu, e virou-se em direção a cabana. Entrando, percebi que a cabana era muito mais confortável que o acampamento. Era iluminada por lampiões, e composta por uma escrivaninha, cadeira, uma cama de casal, outra de solteiro, uma cabeceira entre elas e um banheiro. A cabana era simples, relativamente pequena, mas significava que poderia dormir um pouco mais segura. Ben me largou em cima da cama de casal, e voltou a falar...

- Não vou machucar você. Não vou fazer nada sem o seu consentimento. A não ser que você queira, a não ser que você mereça. E mesmo assim, não cuido da parte mais suja do trabalho. Se alguém machucar você, não serei eu. Basta você se comportar que tudo ficará bem. Se a quisesse morta, teria deixado que a matassem hoje cedo. Você é muito inteligente, muito bonita para ser morta. Pode ser útil.

Respondi com meu silêncio.

- Como médico, devo medicar você.
- Não quero seus medicamentos!
- É assim que me agradece por ter salvo a sua vida, duas vezes?

Ben pegou de uma bolsa medicamentos. Os reconhecia, sabia que não me fariam mal. Logo, peguei de suas mãos e engoli a seco.

- Vou buscar água pra você.

Ben foi até a escrivaninha, onde estava uma grande jarra de água. Pegou um copo que também estava ali em cima, e voltou com o copo cheio.

- Beba, você não bebeu nada o dia inteiro.

Estava realmente com sede, mas a sede não ocupou e nem ocupava o meu pensamento. Esquecera da sede completamente, o medo era mais forte. Ben logo trouxe alguns biscoitos, estava com fome também. Após comer alguns biscoitos e beber toda a água, Ben continuou...

- Naquela bolsa estão apenas coisas suas, mandei comprarem para você.

Ben disse, apontando para uma grande bolsa amarela.

- Eu não quero nada vindo de você!
- Você não tem escolha, apenas agradeça bela!

Ben achava graça. Continuou...

- Tudo o que você precisa está ali! Pegarei roupas pra você, ajudarei a vesti-las!

Não queria a ajuda de Ben, não queria ser tocada pelas suas mãos. Mas embora não quisesse deixar que me visse nua, que tocasse em meu corpo, tinha medo. Precisava me vestir, e não conseguiria sozinha. Estava fraca, meu corpo ainda doía muito, não conseguiria me mexer. Aquela não era uma opção, era a única escolha.

- Não tocarei em você mais do que o necessário. Se pedir, quem sabe!

Ben disse sorrindo. Deitei na cama, Ben desenrolou meu corpo da toalha. Estava completamente nua, mas aquele não era o meu pensamento no momento. A dor era tanta, que não conseguia pensar em mais nada. Ben pegou a calcinha e a colocou pelas pernas, até que chegasse ao lugar certo. Observei a lentidão de Ben, e o quanto observava o caminho percorrido pela calcinha. Senti nojo! Depois colocou com cuidado a camisola, até que estivesse completamente vestida.

- Pronto! Você dormirá na outra cama, ela está pronta. Donzela, permita-me?

Ben esticou os braços, rindo de tudo aquilo. Permiti que me carregasse, não tinha outra opção. Após me largar em minha cama, Ben dirigiu-se para o banheiro. Não o vi saindo de lá, peguei no sono assim que deitei. Não me lembro do sonho que tive, mas imagino ter sonhado em estar nos braços de Booth. Acordei forte o bastante para me levantar, forte o bastante para esquecer o que havia ocorrido na noite anterior, e pensar em como poderia sair dali.


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