[Flashback Ulquiorra On]

Aquela garota entrou aqui em casa e arregalou os olhos, deve mesmo ter se espantado com tamanho luxo, isso me irrita, mas ela só veio fazer um trabalho de ciências, depois vai embora e volta tudo ao normal. Eu realmente odeio quando as pessoas começam a me fazer perguntas, e essa foi a gota, ainda mais por causa daquela vozinha irritante dela:

–Desde quando você mora aqui?

–Sempre.

–Você não é de falar muito não é?

–Escuta aqui garota, eu não pedi a professora pra fazer nenhum trabalho com você, então eu agradeceria se você CALASSE A SUA BOCA! - Gritei, ela era chata demais.

O pai entrou e começou a falar:

–Você tem que ser mais sociável Ulquiorra, ela só quer ser a sua amiga...

[Flashback Ulquiorra Off]

Dentro do carro, Ulquiorra ainda pensava no que o pai falou, o que Aizen estaria pensando quando disse "eu já sei o que fazer"? Com um pouco de receio, ele estava disposto a perguntar ao próprio "rei" da família o que aquilo significava. Ao chegar em casa, se depara com a Neliel sentada no sofá, chorando copiosamente.

–Nell? - Se assusta o moreno

–Ulquiorra-kun!!! - Neliel avança em cima do mais novo, dando o abraço mais apertado que podia.

–O que houve? Aconteceu algo?

–Eu pensei que...Que você iria morreeeeeeeer!!!!

–Ah é isso? Calma Nell, quase eu morria agora mesmo, pensei que era algo mais grave ou...

–Ou nada! Você não sabe como está a cara do pai! Ele entrou aqui com uma cara de "vou aprontar algo" e entrou no escritório.

–Onde ele está?

–No escritório, bobinho!

–Tudo bem mana, vou lá

–Ta bom - disse enxugando as lágrimas, mas ainda com a cara super vermelha.

Ao entrar no comôndo, Ulquiorra empurra as portas com uma das muletas que sustentavam o seu corpo. Sua perna estava engessada.

–Papai?

–Ah Ulquiorra, que bom que voltou, precisamos conversar sabia?

–Eu sei, por isso eu vim pra cá.

–Bem eu quero dizer que...

–Pai.

–Que foi?

–Por que não disse o que iria fazer no hospital? - Pergunta cabisbaixo o dono de orbes verdes.

–Bem, era isso que eu iria contar. Ulquiorra meu filho, você anda desde os quatorze anos com aquela garota, filha do Kisuke.

–Inoue...

–O que disse?

–Inoue papai, o nome dela.

–Sim, isso, o que eu quero dizer é que, nesse tempo, você já está com dezessete anos, e ela, já meteu você em inúmeras confusões. Eu perdoei todas, mas isso filho, isso é muito crítico!

–O que? O que o senhor quer dizer com isso papai?

–Eu quero dizer que ano que vem, você vai estudar em um colégio de Elite! Aliás, nem era pra eu ter tirado você do antigo.

–O QUÊ? Como o senhor faria isso comigo?

–Não grite comigo eu sou o seu pai e você não pode fazer nada ouviu? Me respeite!

A briga e os gritos continuavam, e Nell, do outro lado da porta ouvia tudo, ela estava preocupada com o irmão mais novo, e mesmo que ela fosse cinco anos mais velha do que ele, levou as mão a boca e começou a chorar, aquilo era algo que tinha traumatizado a garota, brigas de família. Era por isso que a sua querida mãe tinha morrido, e ela lembrava muito bem daquele dia. Não queria ouvir mais aquilo, saiu correndo, e no meio do caminho, se bateu com alguém. que ela conhecia muito bem, e em meio a lagrimas ainda teve forças para perguntar:

–O que você está fazendo aqui...Byakuya?