Em pleno sábado, Melissa sabia o que deveria ser feito. Ela iria mostrar a Daniel a verdade sobre o amor. Faria com que ele se apaixonasse por ela. E qual a melhor forma para se chegar ao coração de alguém? Surpreendendo-o. Seduzindo-o. E era isso o que ela faria. O primeiro passo seria comprar alguma roupa bonita e sensual, e a melhor pessoa para lhe ajudar seria a sua grande amiga, Vanda.

Vanda era uma mulher casada há nove anos, mas que ainda conservava a sua liberdade e seus trajetos ingênuos. Ela vivia muito bem com o seu marido e era a melhor amiga de Molly.

-Muito bem, qual foi a emergência? – Vanda perguntou em frente a boutique que Molly havia marcado com ela. Vanda estava com óculos escuros, vestindo-se de forma séria e os cabelos, loiros, deixados soltos ao vento.

-Tem que me ajudar a seduzir alguém – Molly falou direta.

-Uau – retirou os óculos sorrindo – quem é ele? Me conte tudo.

-Não é nada demais, apenas quero seduzi-lo e para isso...

-Nada melhor que uma boa aparência – Vanda a interrompeu, completando a sua frase – mas.. Está apaixonada por ele?

-É claro que não. Nunca iria me apaixonar por alguém como ele.

-Como ele?

-Sim, um completo louco, egocêntrico e egoísta.

-Ok, mas porque seduzi-lo então? – indagou confusa.

-Ele olhou em minha cara e disse que não acredita em amor. Farei ele acreditar em paixão, em amor, em tudo que for possível quando se apaixonar por mim.

-Peraí, você quer seduzir um homem apenas para provar a ele que está errado?
         -Sim.

-Você é louca – disse rindo – mas vou lhe ajudar. A propósito – disse ao entrar na loja acompanhada por Molly – de onde esse homem é?

-Ah, ele é meu chefe.

-O QUE?

-Que foi? Porque o espanto?

-Está tentando seduzir o seu chefe?

-Bem... Não é bem seduzir e sim dar uma lição nele – disse sorridente.

-Isso vai acabar mal. Ou alguém vai se apaixonar e não será correspondido ou acabará no olho da rua e quando digo alguém estou falando de você.

-Menos conversa e mais ação – falou sem dar atenção ao que Vanda falava. Ela já estava procurando alguma roupa provocante e formal para usar.

Vanda sorriu e não deixou de se divertir ao imaginar Molly tentando seduzir alguém. Molly era a pessoa mais desastrada que ela já havia conhecida. Provavelmente ela vai acabar caindo sobre ele criando alguma situação constrangedora no final disso tudo, pensou. Caminhou ate onde ela estava e decidiu ajudá-la a achar algo... Interessante.

Molly andou altiva por todo o corredor da empresa. Ela estava sentindo-se a mulher mais bela de lá. Sorriu ao ver os olhares das pessoas que passavam por ela. Como será que farei com que ele me veja? Se perguntou ao caminhar ate a sua sala, mas Daniel estava logo a sua frente conversando com um grupo de pessoas. Ela voltou, escondendo-se, respirou fundo, ajeitou o seu vestido e caminhou ate ele. Viu os olhares de todos se direcionarem para ela e sorriu, triunfante, ao escutá-lo chamar por ela. Muito bem, já está caidinho por mim, isso foi tão fácil, pensou sorrindo.

-Sim, Sr Heiden – virou-se e o encarou sorrindo.

-Esse vestido.... – disse olhando para a roupa que ela usava – deveria prestar mais atenção.

-Como?

-Todos estão vendo a sua calcinha – disse sem sorrir – nunca imaginei que vestiria uma peça tão... Peculiar – falou referindo-se a calcinha com carinhas felizes em sua bunda.

-Como.... Como Pode dizer isso? – perguntou nervosa, aumentando o tom de voz.

-Seu vestido ficou preso em sua lingerie, Srta Jones – Daniel disse antes de dar as costas para ela e ir embora.

-Ele... Está mentindo, não é? – falou sozinha sem se importar. Respirou fundo antes de levar a sua mão ate as suas nadégas e com lagrimas nos olhos, percebeu que ele não havia mentido. Ela não sabia o que fazer, estava morta de vergonha. – Meu Deus. – murmurou antes de correr ate o banheiro tentando ignorar as risadas atrás de si.

Minutos depois ela se olhou no espelho do banheiro desolada. Ela estava linda, mas havia passado vergonha.

-Porque eu fui ao banheiro antes de subir? Poderia ter esperado – falou ao olhar para a sua imagem. O vestido lhe caia como uma luva de tão perfeito. Ele era vermelho de alcinha, apertado no busto e folgado da cintura para baixo. Ele conseguia evidenciar todo o aspecto positivo de seu corpo, mas tudo havia sido em vão. A calcinha que ela havia escolhido para vestir foi a mais confortável, ou seja, a mais infantil possível. Ela era vermelha também, mas possuía carinhas felizes em preto por toda a extensão da bunda, e ainda tinha escrito me beije. –Não me darei por vencida, mesmo que a humilhação tenha sido tamanha – falou desanimada.

Daniel sorriu ao entrar em sua sala ao lembrar-se de Molly andando pelo corredor como a mulher mais provocante do mundo.

-Ela é realmente engraçada e... Encantadora – falou consigo mesmo ao lembrar-se dela. – Trabalhar aqui está se tornando muito divertido – disse antes de voltar ao trabalho.