The Beautiful Thieves escrita por bitterends


Capítulo 24
Traição


Notas iniciais do capítulo

Contém palavrões e um pouco -o mínimo- de hentai



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Corri para longe do prédio de Davey, o mais rápido que minhas pernas aguentavam e que o frio deixaria. Sim, corri muito, o suficiente para que ele não pudesse me alcançar.

Quinta-feira à noite, os porões (bares de punk rock) estavam lotados, vi jovens saindo suados e alegres de lá, com cheiro de álcool.

Minha vontade e impulso por aquilo me fizeram adentrar no “ Hot Rock Glass”, eu não conhecia a banda que tocava ou qualquer outra pessoa ali dentro; mas tinha o dinheiro!

Comecei tomando uma vodca, mas precisava de mais, fui para o absinto, a famosa fadinha verde.

Estava bem louca, já dançava no palco somente de sutiã e calças, ao lado da banda que tocava.

Me joguei para os caras, num “mosh” incrível e fui tirada dali por um homem alto, de olhos claros, cabelos negros na altura dos ombros. O homem mais bonito que havia visto até aquele dia em minha vida. Ele me segurava com firmeza e tinha meu casaco pendurado em seu ombro direito.

- Você é o cara mais lindo que eu já vi... mas meu namorado ainda é melhor!

- Como sabe se ele é melhor? Você nem me provou ainda!

- Não é certo eu estar no seu colo.

- Não é certo você estar bêbada, sem blusa e sem um homem pra te proteger!

- Você me protege?

- Sim.

- Você é segurança do papai?

- O que você quiser que eu seja, loirinha!

Ele disse que iria me proteger e me levar pra um lugar mais calmo. Não me recordo bem de como chegamos até um banheiro nojento, imundo e desativado.
Eu estava com enjoo, procurando onde vomitar, sem dinheiro àquela altura, apenas com o celular no bolso e o anel de compromisso no dedo. O nome desse cara era Josh.

Enquanto eu estava de costas, lavando minha boca, ele estava logo atrás, apalpando meu corpo, desabotoando e abrindo minhas calças.

- Eu tenho namorado, eu o amo, não quero que me toque!

- Calma, não farei nada de ruim que você não goste...

- Por favor... ahn... ahn...

- Está vendo? Disse que iria gostar.

Ele remexia os dedos levemente, me dando uma sensação de prazer e medo ao mesmo tempo, sentou-me naquele lavabo imenso e nojento para fazer com a língua o que fez com os dedos. Involuntariamente, eu estava gostando.

Josh me encaixou a ele, enquanto beijava e mordia meu pescoço e eu puxava seus cabelos. Sem cuidado algum ele me penetrava, quando eu comecei a gritar de tanta dor, tentando a todo custo me soltar, ele começou a me bater e me apertar ainda mais contra ele.

“ Chame seu namoradinho para defendê-la agora! Ele também precisa bater em você pra afogar o ganso, vadia?” Ele dizia... Deus, não podia simplesmente ter esperado o Davey me levar pra casa?

Desmaiei, ou não lembro mesmo do que houve depois disso, ainda tenho duvidas.

Acordei vestida, em frente ao bar, com o celular no bolso (cujo o milagre disso eu não saber!) tocando sem parar. Era o Davey.

- Miche, volta pra mim... eu te amo, a gente pode superar isso juntos... Eu terei mais paciência, me desculpe ter dito que você nunca será melhor...

- Eu fiz uma merda muito grande, Davey...

- Eu te perdoo.

- Está frio, está escuro aqui... estou com muito frio...

- Do que está falando, onde você está?

- Em frente ao Glass, Hot sei lá... eu estou com frio...

- Pelo amor de Deus, Miche! O que você fez?

- Me tire daqui, eu estou com frio, eu estou com medo...

Esta foi a última coisa que disse a Davey antes de desmaiar, deixando o celular cair no chão.

Algum tempo depois, me senti aquecida, sendo carregada... Era Davey, que havia me embalado em uma manta, carregando-me em seus braços em direção ao carro. Abri os olhos lentamente, com dor, mas ao vê-lo, a dor e embriaguez pareceram sumir, mesmo que por poucos instantes.

- Quantas vezes você ainda virá me salvar?

- Sempre. Sempre irei te encontrar pra te salvar, Michelle.

# 2 – ENCONTRANDO MICHELLE, por Davey.

Jef estava acordado no quarto de hóspedes, escrevendo algumas letras de músicas, até se assustar ao me ver em sua frente.

- Porra, mas que susto! Que cara é essa, Davey?

- A Michelle, está em frente a um lugar chamado Glass, Hot, sei lá... nunca ouvi falar. Deve ser um desses porões que tocávamos antigamente.

- Aaah! É o Hot Rock Glass, Davey... não é muito longe daqui. Mas o que uma garota como ela faz num beco fedorento daquele?!

- Não sei, mas ela me pediu pra ir buscá-la... Já que sabe onde é, vamos comigo, agora!

- Calma, pegue isto – disse ele, jogando uma manta em meus braços – está muito frio, ela vai precisar.

Não demorou e estávamos lá, graças ao Jeffrey, mais rápido que imaginava. Jeffrey nunca foi uma pessoa ruim apesar de tudo.

Michelle estava desmaiada perto de uma caçamba de lixo, fedia à bebida, cigarros, suor, tudo junto e eu ficava a imaginar o quanto ela deve ter aprontado naquele bar. Ela estava muito suja, não parecia nem de longe a minha patricinha.

Eu a erguia e Jeffrey a embalava na manta, ele fez muito bem em ter levado, Miche estava gelada.

- Cruzes, Davey! Ela fede a Absinto...

- Melhor que esteja fedendo a Absinto à Formol, você não acha?

Miche abriu os olhos, sorrindo lentamente.

- Quantas vezes você ainda virá me salvar?

- Sempre. Sempre irei te encontrar pra te salvar, Michelle.

Voltou a adormecer, sem sequer reparar em Jeffrey.

Acomodei-a no banco traseiro e comecei a guiar o carro de volta para minha casa; não podia levar Michelle para seu pai no estado em que se encontrava. Eu tinha de cuidar dela.

Jef pousou sua mão em minha perna, fazendo-me olhar sobressaltado para ele.

- Você gosta mesmo dela, não?

- A amo.

- Espero que ela valha por esse amor.

- Ela tem muito o que crescer e aprender, mas tenho certeza que valha.

- Olhe, amanhã, antes que ela acorde, eu não estarei lá... Não retruque, eu decidi sozinho. Não quero que ela fique irritada.

- É irônico... Ela foi uma mal criada, te tratou de um jeito horrível e você ainda a ajudou.

- Qual a utilidade do rancor, Davey? Sem contar que acredito que outra coisa já a aborrecia antes, a situação entre nós só piorou a cabeça dela.

- Você é muito compreensivo! Obrigado por ter ajudado.

- Sempre poderá comigo, mesmo que agora você ame uma mulher e que as coisas não serão como antes.

- Jef, eu não quero saber ou escutar sobre antes, gosto muito de você como meu amigo, mas respeite a Miche... ela é quem me importa agora.

Chegamos em casa, fui dar um bom banho em Michelle, que estava num porre odiável.

Enquanto tirava suas roupas fedidas e imundas, o seu corpo branco estava cheio de hematomas, marcas de tapas e mordidas.

Não sentia raiva, mas pena... Ela, sem querer era a culpada daquilo, assim como eu, que não a procurei antes.

Deitei-a limpa em minha cama e fiquei a admirá-la, acariciando seus cabelos, já que reclamava todo toque em seu corpo

Algumas horas depois ela acordou.

- Davey, me perdoe... eu sei que viu as marcas em meu corpo, mas eu juro que não queria!

- Eu sei, querida.

 Ela me contou minuciosamente o que lembrava.

Eu estava realmente furioso com o tal Josh, mais revoltado porque Christie foi violentada e morta! Deus, podia ter ocorrido o mesmo com Miche!

- Me perdoe, eu te amo... em sã consciência nunca faria isso!

- Eu sei querida, tudo bem, não foi culpa sua...

- Foi sim, não adianta negar... Fui eu quem entrou naquele bar, fui eu que me embriaguei, ninguém me chamou!

- Michelle, você está viva, agradeça por isso, querida. Agora descanse muito, você ainda não está parecendo muito lúcida.

 E o que diria meu sogro sobre isso? Não sabemos, decidimos não contar.


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