The Beautiful Thieves escrita por bitterends


Capítulo 25
Decepção


Notas iniciais do capítulo

"Imperfeito choro, gritos em êxtase
então o que acontece à impecável?
Olha o que eu construí.
Ela brilha tão lindamente!
Agora vejam como isso me destrói."
"The Leaving Song pt 2" AFI



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 Acordei quando Davey levava o café da manhã na cama para mim. Como ele podia cuidar de mim, depois do que fiz? Eu estava com nojo do meu eu.



- Dorminhoca, ligue para o seu pai! Ele deve estar preocupadíssimo. - disse pousando a bandeja em meu colo e estendendo o telefone.

- Puxa, bom dia pra você também! - dizia enquanto discava o número. - Alô, papai? Me desculpe não ter voltado para casa... sei que está preocupado, mas passei a noite com Davey... queria muito conversar com ele... esqueci de ligar antes. Tudo bem, quando chegar em casa, será como quiser. Beijos.

- E aí?

- Estou certa que levarei uma bronca daquelas!

- Melhor não falar o que ocorreu com você, mesmo sendo sério... vamos cuidar dessas marcas, sei lá... Ainda bem que seu rosto está intacto, tirando o inchaço do seu porre! Vamos, coma um pouco, tenho certeza que bebeu de estômago vazio.

- Bebi mesmo, nos primeiros copos até que era bom...

- Tão bom que te deixou assim... Nunca me atraí por bebidas alcoólicas, nunca senti vontade de seu gosto, também não quero provar em seu beijo, está escutando?

- Ai, estou! Davey, eu adoro essas coisas vegans que você faz, mas... mas eu quero ovos, bacons, panquecas e leite de vaca!

- Tenho dois ovos bem aqui pra você! - ele disse apontando para baixo, rindo maliciosamente, eu adorei!



Ele engatinhou por cima de mim e me beijava num ritmo um tanto alternado entre rápido e lento, acariciando meu corpo com doçura... Doçura e leveza, mas ainda assim oferecendo o prazer e a maldade do momento mais íntimo entre um homem e uma mulher.

Quando nos demos conta já estávamos nus e prontos pra outro passo.

Então, ao abrir um pouco mais as pernas, ao apenas encostar do começo da penetração, a dor interrompeu. Eu não aguentaria continuar.

No rosto de Davey pousou uma decepção e compreensão ao mesmo tempo. Decepção porque outro se aproveitou do que era dele. Compreensão, bem, eu não sei o que ele compreendia... eu estava errada, eu o trai e pronto! O que havia para compreender? ...Havia meu remorso...



- Ele não teve cuidado algum, não foi?

- Não... Eu sinto muita dor...

- Você terá de ir ao hospital, verificar se não contraiu uma DST, infecção, algo assim... Sabe se ao menos camisinha ele usou?

- Não, eu não sei...

- Já imaginava mesmo e... Michelle! Está sangrando! Não vamos esperar piorar, vista-se e coloque um absorvente aí. Te espero lá no carro.



Quando ele diz “te espero lá no carro”, é o mesmo de dizer “ande logo, se não descer em 5 minutos, te puxo pelos cabelos!”. Eu não queria ir para o hospital, mas era o mínimo que poderia fazer, afinal, sempre acontece algo ruim quando não dou ouvidos a ele.

Chegamos lá, fomos atendidos rapidamente - o que dinheiro não faz? Isso me enoja – Fiz exames e o laudo sairia em meia hora. Quanta agilidade...

Ainda tive de arreganhar as pernas para uma ginecologista, mas que vergonha! Ao menos era uma mulher.



- Não há o que se preocupar, Michelle... Sem infecções, sem inflamações, e inicialmente, sem doenças! A vagina tem alguns cortes superficiais, mas vão dar um certo incômodo na hora de urinar ou qualquer outra coisa que tiver de passar por ela. Mas vou aliviar as coisas pra você, vou te receitar uma pomada que deve ser passada dentro dela e um anti-inflamatório. Use por 7 dias.

- Tudo bem, doutora.

- Que mal lhe pergunte, mas o que te aconteceu?

- Ela foi violentada, doutora – respondeu Davey, me envergonhado sem querer.

- Ah... Bem, você teve muita sorte de não contraído doenças ou alguma infecção, mas volte para um exame de gravidez!

- Credo, gravidez seria pior que alguma doença... por que estes exames não acusam gravidez agora?

- Michelle, uma gravidez indesejada você se livra; você poderia abortar, você poderia doar... Existem muitas mulheres querendo ser mãe e não podem. Uma doença pode não ter cura. Estes exames não acusam gravidez porque um espermatozoide pode levar 24 horas vivo, procurando o caminho e sendo fecundado.

- Ah...



Pouco tempo depois fui liberada, pedi a Davey para não me levar pra casa ainda, ele foi à farmácia, comprou os remédios e guiava até seu apartamento, estava calado, pensativo.

Chegamos ao apartamento, eu sentei no sofá da sala enquanto ele abria as cortinas. Ele foi até a cozinha e voltou com o anti-inflamatório e um copo d'água.



- Tome. Quero ter certeza que fará isso... - de cabeça baixa, eu fiz o que ele dizia – Muito bom, agora abaixe as calças, vou passar a pomada em você!

- Não!

- Vou sim, suas unhas estão compridas demais, você pode se machucar. - disse ele, abrindo um sorriso um tanto malicioso.

- AH, entendi! Seu safado.

- Eu quero tirar proveito da situação, e daí?

- Tudo bem, tudo bem!



Então ele aplicava a pomada, enquanto eu sentia um misto de dor e prazer. Durou pouco, mas não perdeu qualidade.

Davey foi lavar as mãos enquanto eu me recompunha, depois sentou em minha frente e me fitou sério.



- Miche... e se você engravidar? Seu pai me mataria!

- A criança não existiria, ele não faria algo com você. - falei com firmeza, e ele me olhou tonto, assombrado com a ideia.

- Não, não, não... Você não poderia ser tão cruel com o ser que menos tem culpa nisso... aliás, que não tem culpa alguma!

- Davey, eu não vou privar minha vida por uma criança que eu não quero.

- Michelle, pense bem... Meu amor, as coisas não acontecem por acaso. Deixe a criança viver, se ela puder... Você pode escolher dar a vida para ela, minha filha não teve chance...

- Davey, se eu deixá-la viver, irei olhar para seu rostinho e lembrar de tudo e a odiarei! Se for pra eu engravidar, que essa criança seja sua... que seja do homem que eu amo, não do fruto de uma insanidade, de uma violência. Eu farei isso por mim, sinto muito.



Minha voz estava embargada, ele não respondeu, apenas me abraçou forte, pousando minha cabeça em seu peito e beijando minha testa.



- Me perdoe por fazê-lo passar por isso, eu estou sentindo tanto nojo de mim... Eu queria voltar no tempo, ter saído da escola para casa... Te ver sem hematomas em meu corpo, e entregá-lo pra você.

- Nós vamos superar isso, Miche. Prometo que vamos...

- Amor... você se importaria se não fizéssemos sexo por um tempo?

- Não. Eu aguentarei o quanto for preciso, quando estiver pronta de novo.

- Obrigada... Eu te amo.

- Eu também amo, Michelle

Inventar algo para papai não foi difícil, ele não bronqueou como o esperado e passou muito tempo conversando com Davey.
Adoro ver o quanto se dão bem os homens da minha vida!

O drama deste dia me livrou de uma conversa chata a respeito de Jeffrey, cuja eu não estava afim ou pronta para ter. O que eu menos queria era outra briga com meu namorado. 


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