No dia seguinte acordei cheia de pintinhas. Minha mãe me obrigou a ficar em casa. No começo não entendi, só depois ela disse que eu estava com catapora.

    Logan estranhou a minha falta, porque eu não era de faltar. Raramente eu faltava. Por que? Porque simplesmente a companhia dele era o único motivo de eu ter vontade de ir à escola, de eu gostar de “estudar”.

    Ele ficou preocupado e pediu a Carly para levá-lo a minha casa. Carly é a mãe do Logan, ela não deixa ninguém chamá-la de “senhora”, ou de “dona” ou até mesmo de “tia”. Nisso eu concordo. E se você a chamar assim, ela já vem para cima com lições de moral. E o pior, eram sempre as mesmas. Mas enfim, quando ele chegou, minha mãe logo o reprimiu e não o deixou entrar. 

    — Sam está doente. — Falou Gabriela, apenas com a cabeça para fora da porta.

    — O que ela tem? — Disse Logan assustado.

    — Catapora.   

    — Catapora? Como ela pegou?

    — De uma garota da sala de vocês. Ela foi entregar uns trabalhos, e não deve ter lembrado que era transmissível. Cabeça oca.  — Virou os olhos.

    — Não acredito! Posso vê-la?

    — A menos que queira ficar doente também, fique a vontade.

    — Ok. Pode abrir a porta agora?

    — Não, está louco? Por qual razão eu deixaria você entrar? Sem chance.

    — Deixando ou não, eu vou ver a Sam. — Falou determinado.

   — Eu vou chamar a sua mãe garoto. — Ela e o seu olhar raivoso. Eu não sei quem ela achava que conseguia assustar com aquele olhar, mas tudo bem.   

    Carly estava no carro ouvindo música, nem sei deu conta do que estava acontecendo.

    — Chame-a, assim eu ganho tempo.