Nada Por Acaso escrita por HermannRed


Capítulo 3
Third


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo que acabou de sair do forno, espero que gostem, porque foi divertidíssimo escrever ele =p



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-Bruno?! Filho... Acorda. - Toc-toc - Bruno... Acorda filho, ta na hora de ir pra aula. - Falou minha mãe batendo na porta.

-Ta bom mãe, já to indo... - Falei me virando e colocando o travesseiro na cabeça tentando abafar qualquer tipo de som, infelizmente não deu muito certo.

-Cuide logo! Não me faça ir aí te acordar com um balde de água gelada. - Pelos sons dos passos, ela ia em direção a cozinha, provavelmente tinha acabado de chegar do seu plantão.

Como em todas as manhãs, fui em direção ao banheiro me arrastando, liguei primeiro a água gelada pra despertar, depois coloquei a quente em um banho relaxante, felizmente eu tinha tempo de sobra pra chegar na escola.

Já saí do quarto com a mochila nas costas, e como de praxe minha mãe me obrigou a comer, ela ainda estava toda vestida de branco, foi quando eu notei uma manchinha vermelha na borda da blusa dela, senti a comida voltando, mais me controlei pra não fazer um estrago na mesa do café.

-Já to indo. - Falei me direcionando a porta.

-Leve a sua chave de novo, estou morta de cansaço e vou tirar a tarde pra repor meu sono. - Ela falou, e eu estava hipnotizado na mancha de sangue na blusa dela. -Pegue - Ela disse me estendendo uma nota de dez reais. -Pra você almoçar e lanchar.

-Valeu mãe! -Peguei o dinheiro com o maior entusiasmo, não era sempre que a minha mãe me dava dinheiro.

Direcionei-me a parada de ônibus, e olhei no relógio do celular, ainda era 7:00 a.m., eu realmente havia acordado muito cedo naquele dia, como a escola não ficava "tão tão distante" resolvi ir andando pra espairecer um pouco a confusão que estava na minha cabeça, em virtude do simples toque de Léo.

Não demorei muito a chegar à escola, já havia gente correndo e gritando no corredor feito loucos. Me direcionei ao meu armário pra retirar o livro da primeira aula, que era de português.

-Bruno... -A voz era familiar.

Virei-me e vir que era Léo, no mesmo instante meu coração disparou, como se alguém tivesse ligado o Butão de "Bombeamento de sangue extra".

-Oi... Léo... -Estava morrendo de vergonha, queria um buraco pra colocar a minha cabeça dentro.

-Eu acho que precisamos conversar... - Ele disse sem jeito, encarando o chão.

-Oi meninos! - Su disse se aproximando de nós e colocando as suas mãos no meu ombro direito, e a outra mão no ombro esquerdo de Léo, com o mesmo entusiasmo e felicidade de sempre.

-Oi Su, então Léo... O que você tinha pra falar? - Eu disse primeiramente me virando pra poder cumprimentar Su e depois me virando pra poder continuar a conversando que estava tendo com Léo.

Antes que Léo pudesse abrir a boca, Su se adianta.

-Eu to atrapalhando alguma coisa?! - Ela fala com uma mistura de preocupação e erotismo.

-Não, não está... Quer saber Bruno, não era nada de mais. - Léo diz, abrindo um meio sorriso, mais se podia perceber um certo tom de frustração na sua voz, e é claro que eu percebi. -Depois a gente se fala... E tchau Su. - Ele disse se afastando de mim e de Su, soltando apenas um aceno com a mão.

-Tchau! - Disse Su com o mesmo gesto, depois ela se virou pra mim novamente. - Se eu fosse inexperiente, eu diria que não estava acontecendo nada, mais como o meu currículo já é relativamente bem amplo, eu digo que ta rolando um lance entre vocês dois. - O belo sorriso mais uma vez, estava estampado na sua cara.

-Não ta acontecendo nada. - Disse fechando o armário.

-Me engana que eu gosto Bruno! - Ela disse com um tom de ironia.

-Se você não acreditar é problema seu, agora vamos andando que a aula já vai começar e esses livros estão pensando. -Eu disse me dirigindo a sala.

O que será que Léo queria me dizer... Será que era algo serio?

Léo já estava dentro de sala quando entramos, senti o seu olhar cruzando o meu, e aqueles velhos Tum, tum, tum, tomam conta do meu coração. Desviei o olhar, não queria ter um infarto em plena escola, ele também fez o mesmo, mais seria difícil controlar meu coração, já que ele sentava atrás de mim.

No segundo horário, Su joga um pedaço de papel em cima de mim.

O Léo não para de olhar pra você, eu sei que vocês estão tendo um caso! kkkkkk

Olhei pra ela, ela estava rindo baixando olhando pra minha cara, escrevi no verso do bilhete.

E eu sei muito bem que você esta tendo um caso com a quele ogro de Jeremy e com a Catie! AO MESMO TEMPO!

Ela apaga a pergunta anterior e no lugar responde.

Eu nunca falei que não gostava, e outra, você não perguntou nada...

-Será que o Sr. Blaine e a Sra. Andrews pode dividir com a sala o assunto dos bilhetinhos?! - O professor de historia falou se direcionando a minha cadeira e a de Su, ele estende a mão para que eu entregasse o bilhete pra ele. Por sorte ele não olhou, só jogou no lixo, a sala toda começou a rir, até mesmo a Su, a única pessoa que eu pude perceber que não estava rindo se sentava atrás de mim.

-Não vai acontecer de novo, professor... -Falei enquanto olhava pro meu caderno pra disfarçar a minha cara de vergonha, enquanto a sala todo ria.

                                               ..........

Na hora da saída, demorei um pouco pra sair de sala, queria falar com o professor sobre um trabalho que tinha entregado atrasado, só estava eu e o professor na sala. Su já tinha ido se encontrar com a Catie, elas marcaram de ir no shopping que tinha sido inaugurado a pouco tempo.

Acompanhei o professor até a porta, puxando um pouco o seu saco pra que ele não descontasse pontos por causa do atraso, até que finalmente ele disse que meu trabalho estava muito bom e ele não descontaria nem um décimo, quase pulei de felicidade mais só disse.

-Obrigado professor! - Com um sorriso no rosto.

O professor saiu de sala, e eu voltei pra minha cadeira pra poder pegar minhas coisas e ir comer em algum lugar, quando a porta bateu, me virei com o som, era Léo, com uma cara um tanto seria.

- Oi Léo... -Falei puxando a mochila pra colocar nas costas, e posteriormente no armário.

-Bruno... - Ele disse pegando no meu braço. - Não tem mais como eu adiar isso.

Minhas mãos começaram a suar, meu coração batia tão rápido, que parecia que pularia do meu peito. Ele me imprensou na parede, colocou uma das suas mãos na lateral do meu rosto, e a outra na minha cintura, por alguns segundos ele me encarou, eu estava completamente apavorado.

-Me desculpe... - No momento em que ele disse isso, senti minha boca ser tomada, senti sua língua entrar em sintonia com a minha, senti o calor da sua respiração ofegante no meu rosto, o calor que vinha do seu corpo em contato com o meu.

Nossos corpos se desgrudaram, eu ainda continuava sem executar qualquer tipo de reação, Léo se afastou lentamente e olhou profundamente nos meus olhos, não pude perceber o que ele estava pensando, ou qual sentimento ele estava sentindo.

-Desculpa... Desculpa... Eu preciso ir. - Ele disse evitando me olhar nos olhos.

Ele se virou e foi indo em direção a porta, quando finalmente meus sentimentos tomaram controle da reação, o puxei pela mão, ele se virou e me olhou, me aproximei do seu corpo e passei minhas mãos em volta do seu pescoço, ele segurou a minha cintura.

-Não vá agora... -Falei aproximando levemente meus lábios dos dele, estava com muita vergonha, mais queria sentir aquela sensação novamente, a sensação de ser desejado por alguém.

Iniciamos outro beijo, porém esse foi mais calmo, e com mais intensidade, nossas cabeças se encaixavam em completa harmonia, nossas mãos vasculhavam o corpo um do outro, pude sentir seu membro pulsando em baixo da calça jeans, o meu já se encontrava no mesmo estágio.

-Eu acho melhor pararmos por aqui... -Falei com um leve sorriso no rosto com a cabeça baixa.

-Concordo. -Ele disse levantando o meu queixo, para que os nossos olhares se cruzassem mais uma vez. 

Seus lábios tocaram os meus, ao se afastarem, Léo sorriu de uma forma doce e feliz, os traços de nervosismo e talvez até medo, sumiram completamente, e no lugar havia uma cara alegre e radiante.

Ele me puxou junto ao seu peito e me abraçou, percebi que eu era realmente mais baixo que ele, a ponta do seu queixo tocava na minha cabeça...

Ninguém sabia mais aquele havia sido o meu primeiro beijo...


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?! Finalmente o Bruno se deu bem!