Nada Por Acaso escrita por HermannRed


Capítulo 2
Second


Notas iniciais do capítulo

Ai esta o segundo capítulo, espero que gostem =)



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Já estávamos no último horário, a professora de biologia era um amor, por causa do seu nome, Mabel, os mal intencionados da sala apelidaram-na "carinhosamente" de Biscoito, pena que só em achá-la um amor, eu não passe na disciplina dela, Taxonomia, não é o que eu classifico como "Super divertido".

Finalmente o sinal de saída soou, não pensei duas vezes em guardar minhas coisas e ir pra casa, mais lembrei que tinha combinado com a Su pra estudar pra prova de matemática, nem ela, nem eu dominávamos a matéria.

-Não se esqueçam que a prova já é na semana que vem, então estudem pra não ficarem para recuperação! - Ela disse animada, como se estivesse dizendo uma coisa hilária.

-Ela não é paga pra dizer o que é obvio. - Su disse cochichando pra mim enquanto saíamos da sala de aula.

-Eu gosto dela. -Eu falei mais com intenção de defender a professora.

-Eu não, aliais, vou ta te esperando na biblioteca. -Ela disse indo no rumo de um corredor paralelo ao principal.

-Tá bom, eu vou só guardar uns livros no meu armário. -Queria saber pra quê tanto livro, sendo que não usamos nem a metade.

Com muita dificuldade, consegui abrir o cadeado do armário, tomei um belo de um susto quando vejo uma aranha enorme em cima do livro de física, minha atitude natural foi tomar um susto enorme, e com o susto os livros caíram no chão.

-De novo?! -Resmunguei me abaixando pra catar os livros e as folhas que tinham caído junto com os livros.

-Quer ajuda? - Léo estava perto o suficiente pra ver toda a cena.

-Não precisa, eu dou conta. - Disse catando as folhas da revisão de química.

-Faço questão. -Ele disse se abaixando pra me ajudar, já que tinha até "algumas" folhas espalhadas pelo corredor, uma ajuda não cairia nada mal.

Metade dos livros e folhas soltas, já estavam nas minhas mãos e nas mãos de Léo, só faltava o livro de química, minha mão agarrou o livro, e a mão de Léo agarrou a minha mão, como reação instantânea, nossos olhares se cruzaram, pude sentir a formicação nas minhas bochechas, o rosto dele começava a ficar levemente rosado, ele tirou sua mão de cima da minha, e se levantou rapidamente.

-Errr... Eu tenho que ir! - Ele disse coçando a cabeça, podia notar que ele estava envergonhado e nervoso.

- Tudo bem, obrigado... -Não tive coragem de encará-lo, e comecei a fitar o chão.

Ele deixou os livros e folhas que estavam na sua mão, no chão mesmo e basicamente correu até a saída mais próxima. Eu não sabia o que pensar ou o que fazer, eu só sabia que aquilo tinha sido algo que eu jamais experimentei antes.

Recolhi as coisas, tirei meu sapato do pé e fui caçar a aranha, olhei e olhei, mais acho que ela tinha se escondido em outro armário, menos mal. Coloquei tudo nos seus devidos lugares, peguei o material de matemática e fui em direção a biblioteca.

                                             ...........

Tudo estava na mais santa paz, Su estava sentada em uma das primeiras mesas.

-Porque você demorou tanto?! Quase que eu aciono o alarme de Emergência. -Ela disse mostrando seus dentes bem escovados.

-Aconteceu um imprevisto no meio do caminho... Mais o que importa e que eu estou aqui. -Disse ignorando a piadinha anterior e jogando dois livros sobre a mesa, ainda estava um pouco mexido com a cena de poucos minutos atrás.

-Tudo bem, parece que a tarde vai ser longa. -Ela disse fazendo uma cara de desgosto ao olhar os dois livros de matemática que eu havia levado. 

-Vai ser mesmo. - Olhei com a mesma cara para os livros.

-Mais antes de toda essa baboseira de Pitágoras e outros, me diz uma coisa, o que você tem com aquele menino? - Ela disse de uma maneira provocativa, ela sabia que eu iria ficar com raiva das suas insinuações.

-NADA SUELEN! AGORA SE POSSIVEL, EU GOSTARIA DE ESTUDAR! - Falei gritando e sem menor paciência pros comentários irônicos de Su.

-Shhhhhi! -A bibliotecário falou colocando o indicador na boca, fazendo sinal de silêncio.

-Ta bom, ta bom! Não está mais aqui quem falou. - Ela disse abrindo o primeiro livro, e fingindo prestar atenção.

-Obrigado! - Sentei na cadeira emburrado.

                                             

                                                  ............

A tarde de fato foi longa, mais é o que dizem, quando se estuda de verdade, as horas passam mais rápido, quando eu e Su nos tocamos, já estava escurecendo.

-Detesto interromper meninos, mais já estamos encerrando o horário... -Falou a bibliotecária de uma forma doce e gentil.

-Ok tia, não to mais agüentando isso aqui. -Disse Su, ajeitando as coisas dentro da sua bolsa e tirando um pirulito, jogando o embrulho no chão.

Encarei-a com uma cara de “O que você tá fazendo?!", parecia que ela tinha entendido o recado.

-Que foi?! - Ela me disse tirando o pirulito da boca pra poder falar. -Te vejo amanha Bruno. - Ela disse indo em direção da porta.

-Mais que garota abusada... -Pude ouvir a senhora cochichando ao observar a cena toda.

Juntei minhas coisas, e antes de sair, também juntei o embrulho e dei um sorriso sem jeito pra senhora, ela retribuiu com outro sorriso. Era a minha forma de pedir desculpas pelo jeito de Su. Parei na lixeira mais próxima pra jogar o lixinho da Su antes de ir pra casa.

Naquele horário a escola ficava assustadora, não havia ninguém nos corredores, além do zelador que esfregava seu pano pra lá e pra cá, logo me lembrei de um filme que tinha assistido semanas antes, onde o zelador era um psicopata que seqüestrava os melhores alunos da escola, claro que se isso fosse verdade, era mais fácil eu fazer amizade com o zelador psicopata, do que ele me seqüestrar.

Não havia sinal de vida em nenhum canto da escola, exceto por alguns alunos que pareciam estar bebendo algo que não parecia ser água, me direcionei a parada de ônibus sem encarar nenhum deles, o grupinho me assustava.

-Ei Bruno! -Ai meu Deus, o que eles querem de mim?! e como eles sabem o meu nome?!

Paralisei de medo, não queria nem me virar, mais tinha que tomar coragem pra pelos menos fazer isso. Quando me virei, vi um homem alto com os cabelos loiros bem aparados e usando uma jaqueta de couro.

-Você que é o amigo da Suelen, não é?! - Ele disse fazendo uma cara de dúvida.

-S-sim... - Não conseguia falar mais do que isso, estava realmente paralisado.

-Ótimo, então você pode me fazer uma favor?! Fala pra ela me ligar, tentei falar com ela pelo celular, mais só dava desligado, será que você pode fazer isso pra mim?!

-C-claro! Tentei não gaguejar, mais não conseguia, as palmas das minhas mãos estavam pingando de nervosismo, até onde sabia, esse pessoal não tinha motivos pra mergulhar sua cabeça na privada ou lhe dar um soco no estômago.

-Valeu cara! Você quer alguma coisa? - Ele falou gesticulando pro resto do pessoal.

-Não, obrigado, eu tenho que ir, foi um prazer. -Disse me afastando o mais rápido que eu conseguia.

Só a Su mesmo pra se meter com um cara como esse Jeremy, parecia que ele se divertia matando filhotes de cachorro, mais de qualquer forma, eu estava a salvo e sem qualquer hematoma ou algo do tipo, o que já era um alivio.

Pra minha sorte o ônibus não demorou pra chegar, porem estava lotado,e nem todos sabiam o que era um "higienização" de vergonha, mais como a minha mãe não tinha carro, o jeito era esse.

Desci na parada que fica mais próxima a minha casa, que não era muito distante, coisa de 3 minutos andando. A casa estava ás escuras, como eu passei a tarde toda estudando, minha barriga já estava gritando por comida, nem tirei o sapato, fui direto à cozinha ver o que minha mãe tinha deixado pra mim, não tive surpresa quando eu vi dois sanduiches de queijo e mortadela e um bilhete que dizia: 

Tem refrigerante na geladeira

                                                                 Amo-te muito, Mamãe

Minha mãe era muito legal e tudo mais, problema e que ela não sabia fritar um ovo, e eu muito menos, nossas refeições eram regadas a Fast-food e gorduras saturadas em geral.

Peguei o prato com os sanduiches, enchi um copo com Coca-Cola, e me acomodei no sofá em frente a televisão. Tentei me concentrar no programa que estava passando, mais meu pensamento estava voltado para o toque da mão de Léo sobre a minha, fiquei me perguntando como esse menino em um simples toque, mexeu tanto com a minha cabeça?!

Como não achei a resposta, fui tomar um belo banho e dormir, já que no outro dia havia aula e eu estava sem despertador pra poder acordar. Tranquei a casa e me deitei na cama, meu pensamento só ia a uma pessoa,Léo, Léo, Léo...


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Notas finais do capítulo

Gostaram?! Comente! Semana que vem eu vou postar o terceiro capítulo, com um desenrolar mais profundo, até lá! ;)