UM MÊS DEPOIS

POV Perseu

Faz um mês que meu tio, Hades, faleceu. Nas duas primeiras semanas as coisas estavam bem tensas na família, mas ao longo do tempo tudo foi se ajeitando.

Bianca não estava mais tão estranha como antes. Ela quase estava sem sorrir a uma semana, mas agora ela está de volta, rindo e brincando, embora às vezes confesse que está um pouco triste pela falta de seu pai.

Nico quado ficou sabendo do acontecido ficou totalmente sem expressão, sem reação. Não sei o que estava acontecendo com ele, mas não o vi chorando, não o vi rindo, só via suas feições frias e travadas. Acho que essa era a maneira de ele ficar triste. Mas graças a Deus ele tinha voltado ao normal. Idiota como sempre. A única diferença é que agora ele tem uma garota fiza. É, ele e Thalia estão namorando. Se você ficou surpresa por Nico estar compromissado, não se sinta excluído, eu também fiquei.

Minha mãe gata voltou a morar no seu pequeno apartamento no centro de Nova Iorque, ela me vizitava uma vez por semana, e estavamos sempre conversando por telefone.

Bianca, como já é maior de dezoito, ficou com a guarda de Nico. Eles venderam a casa e ficaram com a herança de Hades. Esses dois pequenos fatores lhes renderam muito dinheiro, assim eles compraram um apartamento no mesmo prédio de Apolo, e este se ofereceu para ajudar quando eles precisassem.

Depois que voltei "ao normal", Rachel veio correndo pedir que nós voltassemos, mas eu não estava afim. Mas mesmo assim, eu estava namorando, com uma outra garota, a Drew. Ela é té legal, mas estou com ela por outros motivos, se é que me entende...

Annabeth e eu estamos naquela de sempre, o que não está me deixando muito feliz. Eu até arrumei uma namorada pra tentar esquecer ela e tals. (É, tem dois motivos pra eu ter uma namorada) Mas essa de tentar esquecer não está dando certo. Eu vou continuar tentando, em nome dos caras chutados pelas garotas, eu vou ter minha moral de volta! Isso foi discurso a favor da esperança, ok?

Uma boa notícia!!! O natal é daqui alguns dias! Eu adoro o natal.

***

Hoje é uma sexta-feira a tarde. Foi o último dia de aula, o que me deixa muito feliz. Fora o fato de talvez eu precisar voltar para fazer as provas de recuperação. Tomara que minh fonte de cola tenha passado de ano direto, o que é bem provável.

Toc, toc, toc.

Abri a porta e encontrei Annabeth parada nela. Ela usava uma saia de babados branca, uma blusa vermelha e sapatilhas.

–Oi.- falei.

–Oi. - ela sorriu levemente. - Então, eu, Thalia, Nico, Bianca, Silena e Brad vamos ao cinema. Quer ir também?

–Hum... Não sei. Vão agora?

–É.

–Acho que não vai dar. Marquei com minha namorada. - Por algum motivo Annabeth começou a rir. Como se fosse a coisa mais hilária do mundo eu ter uma namorada. Humpf, desaforo. - Que foi?

–Você tem uma namorada? - perguntou entre risos.

–É, eu tenho. Esqueceu que sou um cara desejável? - fiz uma pose realmente muito sexy.

–Claro que é. - respondeu ela sarcástica. - Você não vai mesmo?

–Não. - ela saiu andando na direção da escada. - Não está curiosa pra saber quem é minha namorada? - gritei da porta do meu quarto. A garota parou e se voltou para mim.

–Talvez.

–Quer saber o nome?

–Fala de uma vez Perseu.

–Drew. - sorri largamente, sabia que Annie odiava aquela garota.

–Não me surpreende você estar com aquela puta. Ela está no antigo lugar da Rachel nada mais justo que ela ficar com você.

–Obrigado, eu acho. - uni as sobrancelhas tentando entender se aquilo tinha sido um elogio.

–Não foi um elogio.

Annabeth saiu andando e ouvi a porta da frente se fechando. Me joguei na cama e esperei que desse 19:50 pra mim ir me trocar e passar na casa da Drew as 20:00. É, eu sou ninja.

POV Luke

Era sexta a noite, eu não nada pra fazer. Acho que vou chamar alguém pra sair. Quem? ... Essa é fácil. Peguei meu celular e disquei um número que atualmente eu já sabia de cabeça.

–Alô? ... Oi, tudo bem? ... To ótimo! ... Então, queria saber se você quer sair comigo hoje a noite ... Ah, vamos, você vai no cinema outro dia ... Beleza, passo na sua casa daqui meia hora? ... Ok, até mais.

Pulei da minha cama, tomei um banho rápido, troquei de roupa e fiquei esperando dar quarenta minutos, porque eu sabia que ela demorava pra ficar pronta.

***

Bati a porta do seu apartamento, em alguns minutos ela atendeu. Usava um shorts, ou uma saia, ou um combo desses dois, e uma blusa de alças. Seu cabelo estava preso numa trança lateral e ela sorria.

–Oi. - sorri. - Você está linda.

–Obrigada.

–Onde quer ir? - perguntei enquanto já estavamos no elevador.

–Você que escolhe.

–Tem um teatro que começa daqui a meia hora. Está afim?

–Claro. Que peça vai ser?

–Sonhos de uma noite de verão.

–Ah, já vi esse livro. É incrível.

–Sherquesper é incrível.

Chegamos ao teatro e pegamos lugares na quarta fileira. Logo a peça começou.

POV Bianca

Gente, alguém me conta porque Nico, Thalia, Annabeth e o amigo dela pagaram a entrada por filme? Eles podiam ficar se pegando lá fora, e não me deixar segurando vela. E ainda por cima a Silena furou com a gente pra sair com o Luke, oh maldade!

Mas tenho que adimitir que o filme era a coisa mais fofa, eu adoro filmes românticos, são tão fofos!

***

Depois que o filme acabou, Nico e Thalia foram jantar em algum lugar, e nem nos convidaram. O tal "amigo" da Annabeth a levou pra casa. E eu... bom, eu fiquei lá plantada na frente do cinema. Porque eu tinha vindo com o Nico e com a Thalia, mas ELES FORAM EMBORA COM O CARRO. Agora eu tinha que dar um jeito.

–Taxi? - perguntei pra mim mesma. - Sem grana. Ônibus? Já falei que to sem grana. A pé? - olhei para meus saltos altos e me chinguei inernamente por não estar de sapatilhas. - Por que eu estou de salto? - levantei as mãos para o céu esperando uma força divina vir me buscar e me levar para a casa.

Uma mulher passou com uma criança ao meu lado e me olhou como se eu fosse uma louca.

–Qual é? Não se pode mais pedir um favor pro céu não? - perguntei pra ela.

A mulher se assustou, pegou a mão da criança e saiu apressada. Hump. Suspirei alto.

–É o jeito. - tirei os saltos e fui andando descalsa na direção do meu prédio. Oh desgraça.

Eu morava em um prédio de classe média, o mesmo de Apolo, Brad e Silena. Era bem legal, eles me ajudavam com algumas coisas, como no quesito cozinhar.

Já estava andando pela calçada de uma pracinha que havia perto do prédio. Ela estava escura, apenas iluminada pelos postes de luz do outro lado da rua. Mas num instante esta foi iluminada pelos faróis de um carro. Ele vinha exatamente na minha direção, mesmo eu estando na calçada.

Meu corpo paralisou, eu via que ia ser atropelada, mas minhas pernas se recusavam a obedecer às ordens do meu cérebro. Fechei os olhos esperando a batida, quando senti mãos fortes em torno de minha cintura me puxando para a esquerda.

Caí no chão sobre alguma coisa. E pude ver o carro passar pelo lugar exato de onde eu estava, em seguida saiu em alta velocidade voltando para a rua e sumindo aos meus olhos.

Balancei a cabeça orgnizando meus pensamentos. Eu acabei de quase ser atropelada, provavelmente com a intensão de me atropelar, não por acidente.

Voltei meu rosto para a pessoa sob mim e não pude ver muito bem suas feições. Me levantei e esperei até que ele fizesse o mesmo, analizei meus cotovelos ralados e suspirei aliviada por ser apenas isso.

–Você está bem? - uma voz conhecida perguntou.

–Estou, obrigada... Por, me tirar da frente do carro.

–Sem problemas. - ele repirou. Não jura que ele respira? Calada Bianca! - Acho melhor eu te levar pra casa.

–Ah...

Eu ia falar alguma coisa, mas ele pegou minha mão e saiu andando na direção do prédio. Como ele sabia que eu morava lá? Um espião da CIA! Ah meu Deus, eu sempre quis conhecer um espião da CIA!!!

Quando entramos na recepção do hotel pude ver seu roto claramente. Oh, não era um espião da CIA. Me decepcionei. Era Brad. Já percebeu que ele sempre aparece quando as pessoas estão precisando. Será que ele é um anjo igual naquele livro "Fallen", ou um super herói, ou Robin hood. Bianca, Robin Hood roubava dinheiro dos ricos e dava pros pobres, qual é a ligação entre ele e Brad? Ah, não estraga Bianca interior, esse nome me pareceu impactante.

Subimos até o meu andar, que ele sabia qual era, pois foi ele quem me disse que tinha um apartamento vendendo naquele prédio. Saímos do elevador e entramos no minha casa.

–Vamos lavar isso aqui. - ele olhava para meus braços ralados que sangravam um pouco, e doíam quando eu mexia, mas achei melhor não comentar aquilo naquela situação.

–O banheiro é logo aqui. - falei andando pelo corredor e entrando na primeira porta.

Ele lavou com água e sabão, o que não me agradou nem um pouco. Depois secou e colocou um bandeide de bichinho que tinha no bolso.

–Por que carrega bandeides de bichinho no bolso? - perguntei sorrindo divertida.

–Estava voltando do hospital e bem... As crianças preferem bandeides de bichinhos.

–Trabalha com crianças?

–É, estou estudando ainda.

–Deve ser bem legal.

–É sim. Mas... Como aquele carro foi parar na sua direção?

–Não sei. Eu estava andando e ele veio pra cima de mim.

–Não acho que tenha sido um acidente.

–Eu também não acho... - respondi pensando no cara que atirou em meu pai um mês atrás.

Meus olhos se perderam pelo ladrilho do chão, e fui acordada pela companhinha. Corri abrir e era o entregador. Ele tinha uma caixa rosa nas mãos com o nome da loja onde eu tinha comprado meu vestido de formatura. Dei pulinhos ao ver que tinha chegado, me esquecendo completamente da situação anterior.

Assinei a folinha, peguei a nota e fechei a porta correndo para o sofá. Sentei e coloquei a caixa sobre a mesinha, a rasguei em menos de cinco segundo e retirei o belo vestido da caixa. Mas eu não vou descrevê-lo agora pra não estragar a surpresa. Brad me observava confuso enquanto eu colocava o vestido na frente do corpo e pulava de um lado para o outro.

–Hum... O que você tá fazendo? - ele uniu as sobrancelhas.

–Estou pulando de alegria com meu vestido de formatura. - respondi naturalmente.

–Ah. Você vai se formar no ensino médio né?

–Isso mesmo. - sorri largamente. - Já está na hora de eu sair daquele inferno.

–Vai por, a faculdade é muito melhor.

–Assim espero.

–Vai ter um baile na sua formatura?

–Vai. - disse numa voz no falsete.

–Com você vai? - perguntou curioso.

–Ainda não tenho um par. - fiz biquinho.

Brad sorriu marotamente como se tivesse uma ideia.

–Quer que eu vá com você?

–Você iria? - perguntei já ficando feliz.

–Claro! Você é linda!

–Ah, eu ia adorar! - pulei no seu pescoço o abraçando.

–Quando é o baile?

–Amanhã, às nove da noite.

–Combinado, passo aqui.

–Ok.

POV Luke

O teatro já tinha acabado, eu dirigia até o prédio de Silena enquanto comentávaos sobre a peça. Mas na verdade, eu não estava prestando muita atenção no que ela falava, apenas assetia e dizia "verdade", "hum".

Estava muito ocupado prestando atenção em seu sorriso, seus olhos verdes, na maneira como ela falava e mexia as mãos, em como seu cabelo caía suavemente pelos ombros. Não conseguia tirar os olhos dela.

Parei em frente ao prédio, desci e abri a porta para ela. Subimos até o andar de seu apartamento, ela parou na frente dele virando-se para me encarar.

–Eu adorei a peça Luke, obrigada. - Silena sorriu delicadamente.

–De nada. Obrigado pela companhia.

Fiquei encarando seus olhos verdes, e cada traço de seu rosto. Eu queria beijá-la ali, no meio do corredor, mas ela não percebe que quero isso. O que é extremamente frustrante. Umideci os lábios e desviei o olhar, antes que ficasse muito evidente.

–Hum... Nos vemos outro dia? - ela levantou as sobrancelhas e levantei meu rosto para o seu.

–Claro. - sorri fracamente e sai andando pelo corredor.

POV Percy

Quando cheguei em casa Annabeth estava sentada no sofá com a cabeça para baixo, mexendo no celular. Quando me viu se endireitou.

-Oi. - falei.

-Oi. - respondeu ela. Uma luzinha verde acendeu em seu celular. Mensagem.

-Com quem tá falando por mensagem?

-Com a Bianca. Ea tá vibrando porque tem um par para o baile.

-Que baile?

-De formatura/ de fim de ano. Todos o alunos estão convidados.

-Você vai?

-Acho que sim. - respondeu ela unindo as sobrancelhas. - E você?

-Acho que se eu não for Drew me esfola vivo.

-Pode ter certeza. - nos encaramos por um momento, e foi nesse momento que me perguntei por que estava namorado com Drew.

-Vou dormir. Má noite, tomara que você caia da cama e quebre o pescoço.

-Má noite pra você também. Tomara que você bata a cabeça na porta, quem sabe assim os neurônios voltam pro lugar.

Dei língua e ela devolveu um dedo do meio. Subi as escadas pro meu quarto sorrindo com a nossa infantilidade.