The Little Girl escrita por Texys Mackennzie


Capítulo 18
Rest


Notas iniciais do capítulo

Nem comento a tragedia que persegue a nossa querida Little Girl,aonde quer que ela vá



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Ana deu um jeito de sua mãe me levar de volta a nossa cidade sem reclamar. A mãe de Ana,Milena,era uma das melhores pessoas que conheci.Me deu seus pêsames,apesar de eu achar que não merecesse nenhum amparo de ninguém.Minha vida era só desgraça,desgraça,desgraça.Não tive tempo de ficar feliz por causa de mim e Billie,a dor do luto,da verdade,da saudade,impediam do sentimento aflorar.No caminho,Milena sussurrava no banco da frente,provavelmente pensando que eu estava dormindo.Mas na verdade,eu apenas ouvia musica e esperava o tempo passar.Para minha sorte,ele passou voando.

-x-x-x-x-

Elas me deixaram na porta do cemitério. Minha cidade parecia diferente agora... Mais sombria. Talvez porque, parecia que o céu iria desabar, de tão escuro que estava, por causa das nuvens de chuva. Vi um carro antigo estacionado ali perto,mas longo o suficiente para eu não saber qual era.Mas eu tinha certeza,que Lucas estava em algum lugar ali dentro,á minha espera.Eu coloquei meu sobretudo e comprei as flores favoritas de minha mãe,gardênias brancas e em seguida,entrei no cemitério.Não havia ninguém,alem de um homem parado a vários metro de distancia de mim...Lucas.Andei em silencio até seu lado,me abaixei para colocar as flores no tumulo de minha mãe.Por vários minutos,ninguém se moveu,ninguém disse nada.Até que para minha surpresa,Lucas se vira e me abraça apertado,me tirando do chão.Para minha surpresa,retribui o abraço com a mesma intensidade esmagadora.Ele sussurrou em meu ouvido:

-Eu senti sua falta... AA, como eu senti sua falta

-Eu também senti muito a sua falta, Lucas. –Ele me abaixou e sorriu. Mas eu não conseguia sorrir. Eu ainda sentia o luto de meus pais. Parecia que ele leu a dor em meus olhos, e me abraçou de novo, agora, era um abraço reconfortante. Subi o capuz de meu, sobretudo e ele riu uma risada forçada.

-Então quer dizer que minha irmã está de viagem com o Green Day? Incrível

-É... Estou sim – eu disse, sem vida.

-Você ainda é menor de idade... Eles podem ser presos e você sabe... Já que você agora é órfã e não tem guardião legal – ao ouvir a palavra “órfã” senti uma dor emocional terrível... Chegava a ser física.

-Isso é só um de meus muitos problemas.

-Posso dar conta disso...

-Sério?- Depois de tanto tempo separados, ele ainda faria isso por mim?

-Claro!Você pode ser esse ser errante da natureza punk, mas ainda é a irmã que eu amo.

-Ser... Errante da natureza punk?Você não podia ter falado coisa pior... Obrigada por me ajudar. Mas acho que não vai precisar... Meu aniversario é daqui uma semana. - O abracei mais apertado. Nem eu mesma me lembrava que meu aniversario estava tão perto. Agora encostando a cabeça em seu peito, já que ele era mais alto que eu. Ele sorriu. Um vendaval começou, e a chuva caiu sobre nós, forte. Ninguém se moveu, e ficamos ensopados e nossos pés, cobertos de lama.

-BIA!- ouvi alguém me chamar e me virei. Deparei-me com Guilherme ali, parado, igualmente sujo e ensopado, mas ainda assim, sorrindo. Eu o conhecia desde quando eu tinha 10 anos e ele 15.Compartilhávamos os mesmíssimos gosto musicais desde então.Ele tinha olhos castanhos e cabelo castanho também.Vestia-se de preto de cima a baixo...ele nunca muda,mesmo com 23 anos Algo em mim despertou e corri para abraçá-lo. Quase caímos na grama lamacenta. Não pude conter um sorriso.

-Eu sabia que você sentia a minha falta. -Ele disse como se fosse a coisa mais obvia do mundo... Bem era mesmo.

-Porque diabos você não me ligou?-eu perguntei, mas ainda não havia soltado-o.

-Você sabe... Falta de créditos e. Preguiça. -Ele deu um sorriso debochado

-Depois a preguiçosa sou EU não?

-Você também não me ligou. -Agora ele parecia triste.

-Ará, eu sabia que você me amava.

-Besta... AA foda-se, eu te amo mesmo.

-Idiota. -lhe mostrei a língua. Eu o soltara, e me lembrei porque estava ali... A dor voltou tão rápido quanto tinha ido.

-Eu soube da sua mãe... Sinto muito.

-É a vida. -Ouvi meu irmão ás minhas costas. -Melhor eu te levar de volta para São Paulo.

-Mas já vai?Você mal chegou-Guilherme protestou,mas meu irmão estava certo.Eu precisava voltar...agora que as coisas com Billie começaram a se ajeitar.

-Me ligue no meu aniversario está bem?

-Claro... Ligarei antes também. -um sorriso faiscou em seu rosto, e não pude deixar de sorrir também, mesmo que por poucos segundos. Ele se virou e andou para fora do cemitério. O encontro fora curto demais, mas eu o veria de novo.

-Vamos?-Lucas disse.

-Ainda não... Posso ficar mais um pouco?

-Aaan... Ok estarei esperando no carro, mas não demora baixinha.-Ele desarrumou me cabelo,mesmo embaixo do capuz.Me virei e voltei para o tumulo de minha mãe.Comecei:

-Talvez você não me ouça, mas... AA. que droga, não sei fazer isso... Olha mamãe... Desculpe-me por todas as vezes que eu te decepcionei que eu sei que foram varias. Desculpe-me por não ser aquela filha perfeita que você queria. Desculpe-me por meu egoísmo. Desculpe-me pelas brigas, pelos xingamentos, pelos copos e pratos que eu quebrei... Eu não queria que você se fosse, apesar de minhas atitudes provarem o contrario. Você merecia coisa melhor. Espero que você ganhe coisa melhor agora... Espero que você esteja junto com papai... Espero que você me perdoe por tudo. Por quanto tempo eu esperei que meu amor superasse minha estúpida ignorância... Agora é tarde. Eu te amo... Tanto você, quanto papai. Eu só queria que você soubesse-Naquele instante, percebi que a chuva parara, e o sol de repente sairia detrás das nuvens.Estupidamente,comecei a cantas Almost Easy do Avenged Sevenfold...fora a primeira musica que eu tocara em homenagem a minha mãe.Embora ela achasse a banda assustadora,ela amava aquela musica.Me virei para o tumulo de meu pai e disse:

-Papai... Cuide dela do jeito que eu deveria ter feito. Eu te amo.

Eu me sentia uma maluca, falando com meus pais mortos. Sorri me lembrando de uma cena quando vi pela primeira vez, o tumulo de meus avôs. Meus pais disseram para mim durante o funeral.

“As pessoas morrem, minha querida. Mas o amor verdadeiro é eterno” Parecia que eu tinha 5 anos de novo, e acabara de ouvir aquela frase. Sorri.

-As pessoas morrem, mas o amor verdadeiro é eterno. -eu repeti. Aquela frase fazia mais sentido agora do que nunca.

-x-x-x-x-

Quando voltei a São Paulo, meu irmão não resistiu de dar uma espiada no trio verde. Eles conversaram calmamente, e Lucas pediu autógrafo. Eles deram a ele,surpresos.Deu um beijo em minha testa e saiu.Ele prometeu que me daria um presente de aniversario,o que me obrigou a contar á Billie,Mike Tre e Jason que meu aniversario seria dali exatamente uma semana.Eles tentaram me convencer a fazer uma festa,mas rapidamente descartei a questão.

-Nada de festas para mim... É só um aniversario nada importante.

-Mas... -Ter tentou insistir... Ele era louco por festas, obviamente.

-SEM, MAS... BASTA... Minha vida está complicada demais, vocês sabem. -eu contara a eles sobre minha mãe e meu irmão. Nada que colocasse em risco meu passado, mas eu sabia que eles ficaram desconfiados. Eu só escutei 2 musicas o dia todo. Rest e Almost Easy.Era como se elas lembrassem meus pais,me fizessem estar mais perto deles.Porque a partir de agora,eu teria que aprender a me virar sozinha com a vida,mesmo que fosse morar com meu irmão.Mas,eu sentia medo,muito medo.Fui me deitar cedo,dizendo que me sentia exausta e fraca,o que não era bem verdade.Eu me sentia assim,mas só queria um lugar para chorar em paz.Esperei e as lagrimas não vieram.Me senti frustrada e decidi fazer uma caminhada.Mas me diga,que resolve dar uma caminhada,as 12:30 da madrugada?Eu te respondo, eu. Coloquei um jeans, uma blusa de manga, meu tênis novo. Coloquei maquiagem preta, sem saber o motivo. Era como se não fosse eu,como se alguma coisa estivesse me puxando para algum lugar. Deixei-me levar por isso. Peguei o dinheiro que me sobrara das “compras” com Ana e sai.

-x-x-x-x-

Eu andara a meia hora e reconheci o lugar. Era o antigo prédio, que eu conhecera Brian, Bianca, Christopher, Carina e Zachy.Eu ia entrar no prédio,quando o som de uma garrafa sendo quebrada me chamou a atenção.O barulho viera do beco que levava a construção abandonada.Minhas pernas me transportaram para lá,mesmo com meu coração gritando que eu devia voltar para o conforto dos braços de Billie.Andei o beco todo,que era muito escuro e cheirava a drogas,sexo e bebidas.Havia pessoas ali,fumando ,se drogando e bebendo.Elas me olharam curiosas enquanto eu passava,mas mantive a cabeça erguida.Quando entrei na construção,rapidamente entendi  porque metade de mim[a parte que nunca era ouvida,devo acrescentar] me alertara de voltar.Ali era um ponto de vendas de drogas...era o Palace White,um dos maiores e melhores pontos de venda de drogas de toda a São Paulo.Sei disso porque eu já vim aqui...varias e varias vezes.Um dos que vendiam a droga me olhou curioso,e o reconheci.Eu tentei correr,mas o cheiro forte de drogas já estava me deixando viciada,e meu corpo clamava por mais.O homem se aproximou de mim.Era ruivo,de olhos verdes e lindo.Gabriel.

-Ora,Ora se não é a famosa Little Girl....parece que a nossa favorita está de volta.-ele sorriu e eu fiquei ali,paralisada.


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Notas finais do capítulo

continuo? reviews?



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