Eliza No País Das Maravilhas escrita por Avril_Gomez_108


Capítulo 20
Fico colorido na mansão maior que a casa branca


Notas iniciais do capítulo

Oiiii, eu ia postar depois, só que o cap fico tão grande que eu dividi e vou postar agora, a segunda parte eu estou terminando
Aproveitem!
Também queria agradecer a CarolFigueiredoLee e a lulu d angelo pelas lindas recomendações, vocês são incriveis! Esse capitulo é pra vocês!



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POV Nico

Depois de Lia comer a maioria dos milhos, e limpar praticamente o todo o lugar, seguimos em frente. Mas eu não queria ir, estava cansado de mais para voltar a andar horas e horas. Nós não dormíamos fazia muito tempo e nos esquecíamos disso porque nunca anoitecia, mas de qualquer jeito meu cérebro formigava imaginando uma cama macia e lençóis quentinhos. Descobri, olhando a cara de meus amigos, que não era o único a sentir falta de fechar os olhos pra descansar, cada um de nós caminhava lenta e pesadamente com as pálpebras insistindo em se juntar. De vez em quanto alguém bocejava e resmungava, infeliz.

–Estou cansada- disse Lia esfregando os olhos- Quero dormir.

–Eu também- choramingou Afrodite- Não sei por que meu prazo aqui não acabou, mas sem um sono de beleza vou ficar parecendo...

–O Coringa por causa da maquiagem?- sugeriu Lia

–Michael Jackson por causa das suas plásticas?- apontou Percy

–O Chucky em vez da Barbie?- perguntou Connor

–Um daqueles cachorros de senhora todo vermelho e branco, só que morto de baixo de uma ponte?- sugeriu Laís

Afrodite começou a chorar e pegou um pedaço rasgado de sua roupa pra limpar os olhos, o que borrou completamente sua maquiagem, não que eu tenha coragem de dizer isso em voz alta.

–Parabéns Julie! Você quebrou o coração dela- disse Lia olhando para a filha de Atena com expreção de desagrado

–Você tem que parar de fazer isso com as pessoas- falou Percy balançando a cabeça negativamente

Julie chutou o ar e acabou batendo em uma pedra, depois começou a pular enquanto massageava a ponta do pé.

–Viu? É carma- disse Ane

Continuamos andando sem ajudar Julie, ignorando-a totalmente, afinal foi ela que fez Afrodite chorar. Lia parou de repente, sorrindo vitoriosa. Quando ela abria esse sorriso era uma ideia, quando era uma ideia eu acabava me ferrando, quando eu me ferro ninguém ajuda, então... Por que eu gosto dela mesmo? Ah sim, porque sua mente maligna me encanta a maior parte do tempo (como sou Mané), sem falar de sua esperteza e, bem, ela é bonita, mas não vou dar detalhes do que eu gosto nela, é pessoal demais.

–Não tem uma mansão maior que a casa branca bem em frente de nós, com mordomos, empregadas, muita comida, roupas e todo o tipo de lazer possível- disse Lia

Para contrariá-la uma mansão com tudo o que ela citou surgiu bem em frente a nós, mas nem eu nem ninguém ali prestou atenção nos detalhes. Apenas corremos por portões de ouro e pelos jardins, depois abrimos grandes portas de carvalho e procuramos quartos de verdade, e camas de verdade para dormir, com direito á chocolatinho de baixo do travesseiro. Subimos as escadas que estavam bem de frente para o hall de entrada e, no andar de cima, havia quatorze portas espalhas pelo corredor.

O estranho de tudo era que cada porta tinha uma cor diferente e uma placa com o nome de quem deveria adentrá-la. Haviam todos os nossos nomes e qualquer um desconfiaria de uma coisa dessas, mas não quando tinha ressuscitado da morte por uma deusa maluca e preso por milhos gigantes sugadores de almas. Eu só pensava em descansar, nada ali parecia me apresentar perigo enquanto minha mente se esforçava apenas pra continuar acordada. Procurei alguns instantes e achei presa em uma porta negra, uma placa de ouro com Nicolas Di Ângelo escrito em prata. Fiquei irritado momentaneamente por ter meu nome inteiro (eu o odiava), mas logo cansei de ficar bravo também já que exigia muito de minhas forças.

Entrei no quarto e não vi as paredes, não vi o chão, não vi o teto, não vi nada além de uma linda cama com cobertor branco e travesseiros pretos. Em volta dela havia cortinas branco creme que logo fechei enquanto me aconchegava mais, em seguida fechei os olhos e abracei a almofada fofinha como marshimallow e dormi. Um sono sem sonhos foi minha recompensa por aguentar firme ou pelo menos era isso que eu achava, mas isso é o de menos a se contar nessa história. O importante é que eu acordei por causa de uma garota no meu quarto, mas não era uma que eu conhecesse, acredite em mim, eu saberia se já tivesse visto uma loira dos olhos azuis com uma roupinha mínima de empregada.

–Desculpe te acordar Nicolas, se não for muito abuso chamá-lo assim- disse a garota/ empregada

–Tudo bem, mas me chame de Nico. Quem é você e o que está fazendo no meu quarto?- perguntei levantando da cama

–Sou a empregada da mansão de vocês, vim aqui para verificar se continuava dormindo, mas sem querer esbarrei em uma estante- explicou ela

–Estante?- olhei em volta com uma curiosidade imensa

De fato havia uma estante, era negra com cinco gavetas e estava encostada em uma parede branca atrás da porta. Todas as paredes do quarto eram brancas, o teto também, o chão não era visível, pois um tapete negro cheio de pelugem o cobria todo. O quarto era realmente muito grande, tinha três janelas e uma sacada que vi, quando arrastei a porta para o lado, que dava para uma enorme piscina aquecida (eu só sabia que era aquecida porque borbulhava). O quarto era tão grande havia uma área com sofás negros e uma mesinha de vidro no centro, com garrafas peroladas colocadas uniformemente e em uma simetria exata completamente desnecessária. Havia também outra porta em um canto mais afastado onde provavelmente era o banheiro, o lugar que iria assim que terminasse a conversa com a linda empregada.

–Meu nome é Cat se precisar de algo é só me chamar, desculpe de novo por te-lo acordado- repetiu enquanto já abria a porta para sair do quarto

–Espere!- chamei-a novamente- Os outros já estão acordados? Algum deles sabe de você?

–Fui encarregada de verificar os meninos, mas você foi o único que acordou, então até agora apenas você me conhece- explicou ela

–Não seria melhor um homem verificar os meninos em vez de uma mulher? Quer dizer, um de nós poderia te paquerar ou algo assim... Não que um de nós vá fazer, a maioria tem namorada... Não que eu tenha namorada, estou completamente disponível... E não estou dizendo que você se importa comigo disponível, pode não se importar... Quer dizer, eu também não me importaria... Não que você não seja de se importar, é só que... – me enrolei tanto que resolvi parar de falar

Cat deu umas risadinhas.

–Você é engraçado, mas eu não namoro em serviço- disse e saiu do quarto me deixando sozinho lá, olhando pra porta como um completo pateta

“Parabéns Nico! Agora ela acha que você é afim dela, é melhor Lia nunca descobrir sobre isso.” pensei. Andei até a porta mais afastada e a abri a fim de tomar um longo banho.

Minha boca foi ao chão quando vi que o banheiro era quase do tamanho do quarto. Os azulejos eram verde limão, o teto era branco, o chão era de mármore negro, o mesmo material da pia. Mas o mais impressionante era que a banheira não era de um tamanho normal, era do tamanho de uma piscina e se encaixou perfeitamente com a largura do banheiro, fazendo uma espécie de calçada em volta para dar passagem á uma TV de plasma pendurada em uma parede toda marrom. Uma coisa que eu não entendi era o porquê de palmeiras em tamanho real estarem espalhadas por todo o lugar, mas elas davam um ar elegante ao ambiente. Então quem era eu para reclamar?

Procurei a torneira para deixar a água aquecendo, mas achei em vez disso um Tablet com os comandos escritos na tela: Ligar, aquecer, esfriar, borbulhar, mudar de cor, espumar e escorrer. Apertei o botão ligar e esperei a água subir por torneiras de dentro da piscina, mas para minha surpresa o teto começou a se mover e uma enorme placa de metal foi descendo devagar cobrindo todo o perímetro da banheira. De repente começou a sair água da placa de metal por pequenas frestas, como um chuveiro gigante, não, com toda a certeza um chuveiro gigante.

Andei pela calçada até a TV e a liguei, em seguida abri um armarinho em baixo dela pra ver o que tinha lá e me surpreendi com mais de trezentos DVDs arrumados em ordem alfabética. Escolhi Piratas do Caribe navegando em águas misteriosas e coloquei pra rodar enquanto me despia. Pulei na água e senti o conforto que os ricos devem sentir todo dia, então fiquei com raiva por ter uma vida de pobre e só aqueles magnatas imbecis terem essa sensação maravilhosa sem nem mesmo merecerem. “Eu tinha que nascer pobre?”.

Peguei o Tablet com os comandos da banheira e resolvi me divertir um pouco. Apertei o botão mudar de cor, em seguida aparecer na tela um gráfico de cores, escolhi azul marinho e pressionei o dedo sobre a cor.

–Mãe de Deus!- (N/A: Quem tem Tumblr entendeu essa) falei olhando pasmo para a piscina/ banheira

A água mudou de cor sem mais nem menos, só que não havia canos em baixo d’água para colocar corante ou algo assim, era efeito do País das Maravilhas deixá-la azul marinho. Aí vem a parte em que eu regresso aos meus tempos de criança: Fiquei trocando de cor desesperadamente e rindo da água como um bebê. Amarelo, vermelho, preto, verde, rosa, tudo! No fim apertei o comando borbulhar e a água agora laranja se mexeu sozinha, como se houvesse jatos, até mim fazendo uma massagem formidável. Depois apertei espumar e uma crosta branca saiu do fundo da banheira magicamente, não consegui aguentar o impulso de brincar com aquilo. Em poucos minutos o lugar inteiro estava branco por causa da espuma que espirrava de minhas mãos, enquanto eu pulava pra tentar pegá-las.


Notei de repente uma geladeirinha prata encostada na parede, sai da banheira para olhar lá e acabei encontrando todo o tipo de bebida que se podia imaginar. Peguei, é claro, uma Coca Cola original, depois entrei novamente na piscina ainda tomando a latinha. Aquele foi sem dúvida o melhor banho que alguém no mundo inteiro poderia tomar, nem o presidente conheceria esse luxo todo, a partir daquele momento eu nunca mais fiquei com raiva de verdade pelo País das Maravilhas.

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Depois do banho coloquei uma roupa que encontrei na estante de cinco gavetas, eu havia me esquecido que nos termos de Lia tinha roupas junto com a mansão, àquela garota pensa em tudo. Já trocado com uma blusa preta do AC/DC, uma jaqueta de couro, calça jeans escura e tênis preto da Nike, abri a porta para o corredor que, como horas atrás estava morrendo de sono e não prestara atenção nos detalhes, não vi que era gigante com muitas portas de todas as cores e com paredes bege sendo iluminadas por pequenos lustres de diamantes.

Meio assustado, andei até a beira de uma escada grande de mármore polido com todos os degraus cobertos com um tapete vermelho, que não reconheci como se não tivesse subido ela assim que chegara à mansão. Desci até o hall de entrada luxuoso, com um lustre milhares de vezes maior que os do corredor também de diamantes, uma mesinha encostada á parede cinza com flores de todos os tipos descansando em um vaso de cristal. Á esquerda eu via vários sofás pretos caríssimos como uma versão maior da mini sala que havia em meu quarto, á direita era outro corredor cinza cheio de janelas bem arejadas e uma porta branca no final. Dava para se ouvir muita agitação atrás da porta, então fui para lá.

Quando entrei meu primeiro pensamento foi “Bela combinação de cores”. Aquele lugar era a cozinha, mas tudo ali era preto, branco ou cinza. Paredes brancas, armários pretos com detalhes em cinza, mesa preta provavelmente do mesmo conjunto dos armários, até o jogo de talheres era preto, os pratos e os copos. Praticamente todos os meus amigos estavam ali, menos Percy que dormia feito pedra desde que nos conhecemos.

–Demorou pra acordar- disse Lia, ela vestia um vestido até um palmo antes do joelho, com babados pretos desde um pouco antes da cintura até o final e a parte de cima branca com alçinhas, havia Simple Plan escrito em letras maiúsculas

–Eu estava no banho- expliquei

–TV de plasma na parede? Água saindo de um chuveiro gigante para uma banheira que parece piscina? Mudança de cor? Espuma?- perguntou ela, rindo

–Exatamente- respondi, rindo também

–Eu acordei por causa de um empregado, quando ele já saia e bateu a porta. Fiquei super assustada com esse lugar- disse ela, enquanto se servia de café e passava manteiga no pão

–Acho que todos nós acordamos assim- disse Connor- Pelo menos quem eu já perguntei.

Todos fizeram que sim com a cabeça, também se servindo de comida. Passei requeijão na Bisnaguinha (é meu pão preferido desde que saí do Hotel e Cassino Lótus) e sentei ao lado de Lia. Cat entrou na cozinha de repente e abriu um dos armários para pegar algo, todos os homens do ambiente fixaram o olhar nela assim como eu, embora eu não tivesse orgulho disso.

–Oi Nico- cumprimentou ela

–Oi Cat- respondi, ela sorriu e saiu da cozinha

Todos os olhares se voltaram pra mim e um deles, o que estava ao meu lado, era com raiva.

–Quem é ela?- perguntou Lia

Pensei se deveria falar a verdade, resolvi que sim, afinal Lia acabaria descobrindo mais cedo ou mais tarde.

–Uma empregada, acordei por causa dela como vocês acordaram também- respondi tentando disfarçar mordendo o pão

–Cara, eu acordei, mas só com o barulho da porta batendo quando a empregada saía, ela nem deve fazer ideia que eu acordei. Eu nem sabia que o nome dela é Cat- disse Rafael

O olhar de Lia pesou mais em mim, quase me fulminando.

–Como sabe o nome dela?- perguntou

–Eu perguntei.

–Por que estava tão interessado?- continuou

–Sei lá! Ela apareceu no meu quarto e me chamou de Nicolas, aí eu disse que era Nico e perguntei o nome dela, depois fiquei falando um monte de coisas idiotas e agora a Cat acha que eu to afim dela, foi isso que aconteceu- expliquei de boca cheia, mas tarde de mais eu percebi meu erro- Espero que você tenha se desligado nos últimos segundos e não tenha ouvido o final da minha frase.

–Não Nicolas, eu ouvi o final da sua frase- disse Lia, depois ela pegou um pedaço do seu pão e jogou na minha cara, em seguida saiu da cozinha

–Você é burro pra caramba!- disse Ane

Tirei o pedaço de pão que havia ficado na minha testa.

–Por que ela está com ciúme?- perguntei

–Psiu!- disseram todas as meninas da sala, Laís levantou correndo e abriu a porta pra olhar algo- Ela foi mesmo- disse minha irmã

–Nunca diga que uma mulher tem ciúme. Se ela ouvir sua vida acaba, esta me entendendo?- perguntou Afrodite, sentando no lugar antes ocupado por Lia

Fiz que sim com a cabeça.

–Mas por que ela está com... Você sabe... –falei

–Não é tecnicamente ciúme- disse Afrodite- Imagine que ela acabou de te contar que acordou por causa de cara lindo loiro dos olhos azuis, e ela sabe o nome dele e ele o dela, aí o cara passa aqui e os dois se cumprimentam. O que você vai pensar?

Tentei imaginar isso e uma onda de raiva correu pelo meu corpo.

–É eu não ia gostar- falei

–Ótimo, porque se gostasse você não gostaria da Lia e isso arruinaria meus planos- falou Afrodite- Agora ela está com raiva, então não vá até lá, surpreenda ela com algo romântico, mas depois. Nesse momento ela precisa insultar você em seis línguas diferentes em paz... Junto com as amigas- Afrodite olhou para as meninas e estas saíram da cozinha correndo, não me senti muito bem com isso sabendo que elas ajudariam Lia a me insultar em seis línguas diferentes

–O que eu faço agora?- perguntei

–Por que está perguntando á mim? Não gosto de homens dependentes e aposto que Lia também não- disse Afrodite

–Mas você estava me dando conselhos e...

–Ah, homens!- disse Afrodite se levantando- Às vezes são tão dependentes

A deusa saiu da cozinha deixando Rafael, Travis, Connor, Chris e eu completamente confusos. Afrodite estava me ajudando com Lia e eu perguntei qual era o próximo passo, depois ela disse que eu era dependente. “Eu não sou dependente!” pensei, “Ou sou? Não, aquela é doida que é muito... Doida!”

–Que tal pararmos de tentar entender Afrodite e irmos aproveitar a super mansão?- perguntou Connor

–Por mim tudo bem- concordei já me levantando

Saímos da cozinha para o corredor cinza e paramos no hall. Mais adiante tinha a sala e lá haviam outras portas, eu e os meninos nos entreolhamos e sorrimos maleficamente em um acordo silencioso, exploraríamos cada canto da casa. Andei calmamente até a beira de um sofá, como se não planejasse nada que proporcionalmente explodisse a casa, e só fosse me sentar. Meus amigos repetiram o gesto. Olhei para os dois lados do jeito que uma criança olha quando vai fazer algo errado e está se certificando de que não será descoberta. Havia três portas, todas com placas como as do corredor de nossos quartos, na da esquerda estava escrito Sala de Arte, na do meio estava escrito Sala dos Ventiladores e na da direita Sala dos Jogos.

Embora eu quisesse muito ir direto à porta da direita resolvi deixar o melhor para o final. Fiz sinal para meus amigos e caminhei até a Sala de Arte, quando coloquei a mão sobre a maçaneta ouvi o som de alguém forçando a garganta pra chamar a atenção. Virei-me assustado que fosse Cat ou algum empregado e aquela sala pudesse ser proibida, mas era Percy. Ele vestia regata branca com desenho de bolhas negras subindo em espiral, uma bermuda bege, chinelos azuis que combinavam com a bóia de peixe que usava em volta da cintura e segurava uma lata de Coca Cola.

–Que bóia é essa Percy?- perguntei gargalhando

–Cara, com esse peixinho azul aí você parece uma figura engraçada de desenho animado, hahaha- disse Rafael, quase se engasgando de tanto rir

Percy sorriu com deboche.

–Eu vou à piscina, já comi no meu quarto. Queria convidar vocês pra irem também- disse Percy

–Estamos ocupados tentando entrar na Sala de Artes, vai sozinho Nemo- disse Travis

Nemo olhou para nós e para as três portas, depois sorriu como se uma ideia houvesse passado por sua cabeça quase vazia. Ele abriu a boca para dizer algo quando eu interrompi.

–Sim, você pode vir com agente. Agora parem de fazer barulho se não os empregados aparecem, ou pior... As meninas.

Todos olharam para os lados, não sei se aconteceu apenas comigo, mas senti até um calafrio. Coloquei a mão novamente sobre a maçaneta, mas desta vez fui rápido e abri logo a porta antes que mais alguém aparecesse. Aquilo are um estúdio de arte, as paredes eram cobertas por papel branco para provavelmente não mancharem, havia armários com trilhões de tintas de todas as cores, três placas de madeira com moldes onde provavelmente se fazia escultura de argila, em um canto uma grande pilha de jornal e tubos de cola ao lado de um ventilador de duas entradas que sinceramente não entendi para quê servia, várias bexigas ao lado de fitas adesivas e dardos (N/A: Vão entender mais tarde), tinha tudo menos pincéis.

–Sou o único que notou que isso é um ateliê?- perguntou Percy

–Sou o único que notou jornais ali no canto?- perguntou Rafael

–Sou o único que notou que nesse ateliê não tem pincéis?- perguntei

–Sou único que notou o leve cheiro de perfume?- perguntou Connor. Não entendi muito bem, então prestei atenção, era um cheiro doce, mas ardente. Como o perfume de Lia, não que eu preste atenção no perfume dela é só que toda a vez que estou perto dessa garota sinto esse cheiro maravilhoso. Não ousem dizer que estou sendo romântico.

–Sou o único que notou as meninas atrás de nós?- perguntou Travis

Virei-me quase ao mesmo tempo em que os outros e, como dito por Travis, todas as meninas estavam ali e nos olhavam com desconfiança. Lia andou até mim, pensei que diria algo sobre minha estúpida fala essa manhã, mas ela só me empurrou levemente para o lado liberando a passagem para entrar na sala de artes. Confesso que fiquei decepcionado, mas era melhor do que um pão grudado na testa. Ou uma lontra... Eu não gosto de lontras... Elas me deixam nervoso como as joaninhas... Também não gosto de joaninhas... Mas as lontras até que são engraçadas. Não tanto como os patos, mas são um pouco... Acho que os patos são legais. Meu Pokémon preferido era um pato da garota com cabelo de palhaço, se bem que todas tinham cabelo colorido, mas o dela era o mais engraçado.

–Adorei esse lugar- disse Lia olhando em volta

As outras entraram também e fizeram coro de “Uau!”.

–As paredes estão até forradas para não mancharem, que luxo- disse Ane

Lia olhou para ela com a testa franzida.

–Não é para não mancharem- disse

Passei pela soleira e me pus ao lado dela.

–O papel é para quê então?

Lia andou até o armário e o abriu, em seguida pegou tinta vermelha molhou toda a mão com ela e jogou na parede. A tinta escorreu pelo papel branco até o chão, também forrado, mas de algum jeito parecia que se Lia continuasse com mais cores ficaria como uma pintura abstrata.

–Caramba, como sabe que era para isso?- perguntei

–Já tive uma amiga rica que adorava arte. Ela me levou a casa dela e me ensinou vários truques divertidos para pintar- explicou

–Quero tentar- falei

–Antes de tudo tire o casaco. Eu amo jaquetas de couro e ficaria horrorizada se manchasse- começou caminhando até minhas costas e retirando meu casaco com delicadeza, em seguida saiu do ateliê para colocá-lo sobre o sofá- Agora todos me ajudem a encher a bexigas com tinta.

–Guerra de tinta?- perguntou Travis

–Depois, há outra coisa que pretendo fazer com elas- respondeu a filha de Poseidon

Enchemos umas vinte bexigas, Lia disse para pegarmos as fitas adesivas dupla-face e colar na ponta delas, depois pressionar na parede. Quando fizemos o que mandou, Lia pegou os dardos e acertou em cheio uma bexiga azul que de explodiu em tinta verde pela parede. A filha de Poseidon sorriu para nós angelicalmente, ela me entregou um dardo e apontou para as bexigas indicando que repetisse seu gesto anterior. Preparei-me, respirei fundo já que precisava me acalmar para minha mira não sair uma droga e atirei em uma bexiga amarela que espirrou liquido rosa em tudo quanto é lugar.

Peguei mais dardos e atirei cada vez mais com entusiasmo, era muito divertido acertar aquelas pequenas bolhas cheias de líquidos coloridos que estouravam com muita facilidade. Eu ria com gosto toda a vez que acertava e tinta explodia, nunca havia pensado o quanto poderia ser legal pintar. Talvez todo pintor profissional fizesse isso, talvez seja por causa de toda a alegria dessa brincadeira que os quadros fiquem bonitos, eles não queriam mostrar o que sentiam a partir de cores misturadas eclodindo da tela com os críticos normalmente diziam, eles queria brincar, mas acabaram fazendo uma meleca enorme e para consertar tudo resolveram vender. (N/A: Filosofou agora)

–Isso é muito divertido- falei- Tentem você também- olhei para meus amigos que se divertiam apenas com minha felicidade sem motivo

–Ta legal- disse Rafael, ele pegou dardo e atirou como se não achasse grande coisa, mas quando uma bexiga roxa explodiu tinta vermelha por causa de seu dardo o filho de Apolo começou a pular de empolgação- Isso é maravilhoso!

Em pouco tempo todos já atiravam dardos e tivemos que repor várias vezes as bexigas. Lia parecia ter esquecido momentaneamente minha frase do café da manhã, talvez as meninas a tivessem convencido a se acalmar. De qualquer jeito, ela agia como se eu não tivesse dito que uma loira linda dos olhos azuis achasse que estou a fim dela, uma coisa muito idiota de se dizer a sua ex-namorada que ainda seria namorada se não fosse um deus maluco e ameaçador.

–Agora a melhor parte- disse Lia. Todos olharam para ela, esperando para algo que fosse melhor que isso- GUERRA DE TINTA!

Lia pegou uma bisnaga de tinta rosa e espirrou na minha roupa, depois espalhou tudo com prazer. Não tive tempo se revidar, porque Ane se empolgou e jogou tinta amarela em Laís, minha irmã a olhou com raiva e tentou jogar tinta laranja na filha de Afrodite, mas a mesma se jogou no chão para não ser atingida e Laís acabou acertando Connor. Era a guerra. Tinta voava para todos os lados atingindo tudo e todos, mas a única feliz com isso era Meg, que como filha de Íris devia adorar ver tanta cor em tantos lugares, ela mesma parecia um arco-íris.

Todos estavam totalmente coloridos menos Lia, que havia se escondido quando a guerra começou e não tinha uma única mancha. Mas eu não podia deixá-la se livrar dessa imune de cores.

–Lia, eu gosto muito de você, sabe. Que tal um abraço?- perguntei abrindo os braços com um sorriso falso estampado no rosto

Lia olhou para minhas roupas e em seguida para as dela, provavelmente imaginando como ficariam depois de meu abraço.

–Estou com preguiça de tentar correr então... – Lia abriu os braços, fechou os olhos e virou a cara- Vá em frente.

Encaixei meus braços nos seus e tentei ao máximo sujar tudo nela.

–Agora- desfiz o abraço e peguei um balde cheio de tinta vermelha- A vingança se completa- despejei toda a tinta do balde em sua cabeça, que foi escorrendo pelo corpo todo

Percy começou a rir como... Bem... Um idiota. Parecia que ele havia adorado a cena da irmã, mas Lia não.

–Continue rindo Percy... – Lia caminhou até o ventilador de duas entradas ao lado da pilha de jornal e cola, virou uma das entradas para Percy e jogou muita cola sobre os jornais- Coberto de jornal- em seguida ligou o ventilador e empurrou um jornal inteiro pela outra entrada, que sugava ao em vez de empurrar ar.

Dentro do ventilador o papel do jornal cheio de cola acabou sendo picado e lançado contra Percy em alta velocidade. Meu primo foi lançado contra a parede por causa da força do vento e várias fatias do papel continuaram a se cola nele.

–Para! Sua... – Percy foi interrompido por um pedaço que entrou direto por sua garganta. De repente ele ficou vermelho e começou fazer grunhidos como quem está morrendo asfixiado

Lia desligou o ventilador rapidamente, enquanto Annabeth corria até o namorado.

–Você está bem?- perguntou Lia

A cor de Percy voltou ao normal tão rápido quanto apareceu, ele suspirou aliviado.

–Sim- respondeu

–Então agora não fale- Lia ligou o ventilador e colocou mais jornal

Dessa vez Percy e Annabeth foram lançados contra a parede e cobertos de jornal com cola. Annie começou a tentar usar o namorado como escudo e este usava as duas mãos para tampar a boca desesperadamente, chutando o ar como se lutasse contra o homem invisível.

–Pronto- Lia desligou novamente- Agora vai pensar duas vezes antes de rir mim.

Percy a olhou com raiva enquanto tentava se levantar, mas cola ainda fresca impedia e ele acabou caindo sobre Annie.

–Ai Percy! Saí de cima de mim- ela empurrou Percy e se levantou

–Uma ajudinha?- perguntou Nemo com a mão esticada, Annie suspirou e o ajudou a levantar por pena

Lia riu dos dois e saiu de trás do ventilador, alegre por ter torturado o irmão.

–Vamos para a Sala dos Ventiladores?- perguntou Chris

–Tem mais salas?- perguntou Clarisse, ela parecia mais colorida do que ficaria em toda a sua vida

–Tem, vamos!- fiz sinal aos outros para sairmos do ateliê

–Não vão nem se limpar?- perguntou Afrodite. Eu não a havia notado uma única vez em tanto tampo, ela estava parada na soleira da porta observando tudo silenciosamente. Vestia a mesma roupa hilária de Copas, só que limpa. Não sei como havia conseguido tirar aquela roupa, mas resolvi nem perguntar.

–Nossa, eu nem tinha te notado aí- falei- Não, nós não vamos nos limpar.

–Mas...

–Não tem necessidade Dite- disse Lia

–Adoro quando me chama de Dite- disse deusa batendo palmas

Lia revirou os olhos e andou até ficar bem de frente para a Sala dos Ventiladores, ela colocou a mão sobre a maçaneta e abriu se supetão, mostrando o quanto estava curiosa. Já ouviu falar daqueles brinquedos gratuitos para crianças que tem um ventilador no chão que quando é ligado, as pessoas voam por um tubo? A sala era isso, só que mil vezes maior e com um tipo de pó brilhante dourado no chão.

–Mãe de Deus!- falei

–Hora de voar- disse Lia sorrindo malignamente


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Prometo que não vou demorar tanto agora, ok? Quero reviews e recomendações,THAU!!!!!
Alguem me da engresso pro show da Selena?? Eu preciso ir, se não eu entro em depresão!