Eliza No País Das Maravilhas escrita por Avril_Gomez_108


Capítulo 18
Somos salvos pela escada de chocolate


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, mas é que meus pais acham que eu estou viciada no computador, ai já viu né? Pouquissimo tempo no pc!
Espero que gostem desse capitulo!



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Saímos do estádio algumas horas depois da morte de Nico, quando consegui parar de chorar. Estávamos na trilha amarela novamente, em um completo silêncio. Perder o filho de Hades foi demais para todo mundo, falar parecia um crime nessas circunstâncias. Eu andava ao lado de Percy com a cabeça em seu ombro, escondendo o rosto todo vermelho, enquanto meu irmão massageava minhas costas carinhosamente. Mesmo sem enxergar nada eu sabia que minhas amigas tentavam não me olhar, elas realmente não gostavam quando eu entrava nessas situações e recusava a ajuda de todos. Elas queriam me confortar, mas tinham medo de eu brigar com elas alegando que não precisava da pena de ninguém, como fiz uma vez.

Eu não entendia como era possível ele ter morrido. Perecia tão irreal e errado imaginar meu futuro sem ele. Imaginar-me saindo do País das Maravilhas depois de ter derrotado Loki, anos depois eu me apaixonando por alguém e enfrentando meu pai com esse alguém, meses mais tarde tomar a linda decisão de sair de casa e abandonar o acampamento para me casar, talvez até formar uma família. Imaginar-me décadas depois, quando minha pele estivesse enrugada e o cabelo branco, segurando meus netos recém nascidos. Depois de viver tudo isso, eu ainda lembraria de Nico? Lembraria que ele estava no mundo inferior esperando por mim? Eu esperava que sim.

Depois de muitas horas andando, paramos para comer usando a lógica contraria. Sentei-me abaixo de uma árvore azul afastada dos outros enquanto comia barras de chocolate, depois enfiei a cabeça entre os joelhos, cansada. Senti alguém á meu lado e olhei assustada, deparando-me com Annabeth.

-Eu entendo sua dor- ela disse- Um grande amigo meu também morreu ano passado. Ele era o herói da profecia, o filho de Hermes que me ajudou por anos se tornando minha única família, junto com Thalia. Seu nome era Luke.

Respirei fundo, eu sabia onde essa conversa ia dar.

-Não se ofenda, mas eu não estou a fim de ouvir palavras confortadoras agora- falei

-Lia você não precisa fechar suas emoções quando está triste, não precisa ter vergonha de estar triste- disse Annie- Não que eu queira você se mostrando fraca toda hora, mas dê um tempo á si mesma de vez em quando, ou essa fortaleza que você segura com tanto cuidado pode um dia desabar.

-Não quero que as pessoas tenham pena de mim.

-O sentimento de pena é inevitável para as pessoas que te amam. Mas se você mostrar logo o que está sentindo estará provando ser corajosa, e ninguém tem pena da coragem- disse Annabeth sorrindo acaloradamente, em seguida ela se levantou e foi para perto de Percy

Pensei nisso por algum tempo, eu queria tentar mostrar o que estava sentindo, mas não sabia como. Levantei-me e me esgueirei atrás das árvores sem nenhum dos meus amigos ver, então saí correndo pela floresta. Pulei raízes e troncos, desviei de galhos baixos, passei como um foguete por diversos arbustos, e só parei quando cheguei á um rio de flores. Do meu ponto de vista parecia um rio, mas na verdade era apenas um caminho de flores azuis, rodeado por alguns buques de rosas brancas e rosas cor de rosa. Um lugar tão lindo no meio de um mundo maluco era uma maluquice.

-Lia?- uma voz conhecida soou nas árvores no fim do rio

Meu coração bateu como um tambor descontrolado. Eu queria acreditar que era a voz dele, mas o País das Maravilhas só podia estar me enganando. Ele havia morrido bem diante de meus olhos.

-Lia?- disse novamente

-Não pode ser- sussurrei

Um garoto gótico e estranhamente pálido surgiu no fim do rio. Ele sorria. Um sorriso tão lindo que devia motivar os passarinhos á cantar, as flores á se abrir, as borboletas á voar colorindo o céu, o sol á nascer, as estrelas á existir e a lua á brilhar. Ele deu um passo para frente.

-Sou eu Lia- disse o garoto- Nico Di Ângelo.

-Não. Você está morto, eu te vi morrer. Você é só uma ilusão do País das Maravilhas ou de Loki- falei dando cinco passos pra trás

-Afrodite me tirou de lá, ela... – ele parou de falar quando viu que eu estava acreditando menos ainda- Tenho que contar do único jeito que você entenderia.

Continuei quieta, só esperando. Eu queria que ele me explicasse, queria que fosse real.

-Eu não morri, porque eu estava no País das Maravilhas quando morri, por tanto eu não estava morto. Afrodite entendeu isso e arrumou um jeito de me tirar dos campos de Ásfodelos- ele dizia cada palavra com muito cuidado

Minha mente maluca começou á entender. Andei alguns passos até ele, mas parei na metade do rio de flores.

-Você jura pelo Estige?- perguntei

-Juro por todo o chocolate que há no mundo.

Abri um sorriso desajeitado comparado ao dele, depois corri pelo rio. Nico deu alguns passos e me puxou para um abraço quando nossa distancia ainda era de um metro. Lágrimas de felicidade escaparam de meus olhos quando finalmente coloquei os braços em volta de seu pescoço, lembrando de como pensei que jamais faria isso novamente. Ele riu como uma criança e me levantou no ar com uma alegria sem tamanho.

-Nunca mais faça isso de novo- falei ainda no ar

-E você acha que eu quero?

Nico colou-me no chão e me beijou por alguns longos minutos, até que ouvimos palmas e gritinhos histéricos.

-Que lindo! É muito melhor do que nos filmes- disse Afrodite saltitando

-Hahaha Afrodite, olhe para sua roupa- falei

Eu havia me esquecido que os deuses assumiriam fantasias para serem mais malucos. A deusa do amor usava um vestido branco até um palmo antes do joelho, com dez corações vermelhos, uma meia calça preta e sapato vermelho. O mais engraçado era que em seu cabelo pendiam vários mini corações brilhantes e suas unhas lampejavam com esmalte de corações. Até sua sombra mostrava corações quando Afrodite piscava, sem falar do batom pintado em forma de coração.

-O que fizeram comigo?- perguntou ela

-O País das Maravilhas te deu uma fantasia de Copas- disse Nico segurando a risada

-Copas? Que Copas?- indagou ela massageando a roupa

-A carta de baralho. Pelo visto você é um 10 de Copas- falei contando os corações

Afrodite choramingou batendo o pé, mesmo em minha opinião ela estando bonita. Nico colocou o braço em volta de mim e sugeriu que fossemos encontrar os outros. Concordei com cabeça, já andando até o fim do rio e passando pelo mesmo caminho em que vim. Eu havia corrido muito e nem percebido, porque só chegamos à trilha amarela 10 minutos depois, quando minha perna já doía.

-A MEUS DEUSES!- gritou Laís quando viu Nico, chamando a atenção de todos

A filha de Hades correu para abraçar o irmão, depois Ane gritando histericamente igualzinho Afrodite. Os amigos de Nico lhe deram tapinhas nas costas ou bagunçaram seu cabelo. “Homens! Parecem animais até quando um amigo ressuscita da morte” pensei, eu sabia que nem todos eram assim (N/A: Tipos os que acompanham essa fic), mas esse jeito de demonstrar carinho é muito estranho.

-Então Afrodite salvou o dia?- perguntou Percy quando explicamos toda a história

-Sim!- disse a deusa batendo palminhas junto com a filha

-Ei gente, estamos felizes por Nico ter voltado, mas precisamos andar rápido se não nunca chegaremos á parte escura do País das Maravilhas- disse Annie

Seguimos em frente na trilha amarela tentando se afastar do sol atrás de nós. Caminhei do lado de Nico, mas sem tocar nele (ainda tínhamos um fachada), o que torturava muito Afrodite. Não entendi muito bem porque até ela precisava de fantasia, em minha opinião a deusa do amor era bem maluca por si só. Ela fazia planos pra juntar Poseidon e Atena, sem falar que punha a mão toda na relação de Percy e Annabeth, devia ser um inferno ser controlado por essa psicótica. Mas eu nunca falaria nada disso pra ela, afinal Afrodite tirou Nico do mundo inferior, precisa de um pouco de compreensão (N/A: Nossa! Que mudança de personalidade! Até ontem batia no primeiro que via) (N/Lia: Não quero discutir com você! Mas só um toque: O que vem de baixo não me atinge) (N/Nico: Patada!) (N/Ane: Cruel!) (N/A: O que todo mundo está fazendo na minha narração? Vão embora!) (N/Nico: Estreçada!).

-Cause I'm back! Yes, I'm back! - cantarolou Nico-Well, I'm back! Yes, I'm back!

Comecei a rir e continuei a música.

- Well, I'm back, back. Well, I'm back in black.

-Yes, I'm back in black! - cantamos em uníssono

Nico imitou o barulho da guitarra e eu o da bateria, depois subi em suas costas e batuquei em sua cabeça.

-Para de fazer isso- pediu ele

-Não- continuei batucando

-Ou para ou eu faço ataque de cosquinha- ameaçou

-Ta bom! Eu paro, não precisa apelar!- parei de batucar, mas não desci de suas costas

Nico respirou fundo.

-Você não vai descer né?- perguntou

Discordei com a cabeça.

-Tudo bem. Estou tão acostumado que nem me importo mais- disse seguindo em frente

Mais alguns minutos andando, na verdade, 40 minutos pra ser exato. Só que ao contrario de estar frio, como deveria porque o sol estava longe, cada passo para frente trazia mais calor. Tentei fazer as contas mentalmente de quanto tempo havíamos andado, ontem andamos algumas horas até o Jogo dos Grifos e passamos a noite em claro na sala de espuma para bichos de pelúcia. Hoje andamos mais algumas horas, mas depois de tanto tempo era ilógico fazer um calor de fritar ovo na barriga de um panda.

-Você está bem ai?- perguntei á Nico- Está fazendo muito calor, quer que eu desça?

-Não, eu estou bem. Você está estranhamente gelada- respondeu ele

-Estou? Que legal!- comemorei

Annabeth veio até mim e tocou meu braço ainda em volta do pescoço de Nico.

-Nossa! Como você não está soando?- perguntou ela

-Quando está muito calor eu não sôo. Só quando faço exercício isso acontece- respondi

Não soar era uma coisa de criança. Sempre que minha mãe me levava á praia, ou á qualquer lugar muito quente eu nunca soava. Imagino desde pequena que meu corpo funciona de maneira diferente dos outros, mas a realidade é que sou anormal mesmo. Talvez estar no País das Maravilhas me fizesse soar, só que como isso já é uma coisa maluca, não tem por que me fazer ficar como os outros. Seria lógico demais.

Sorri para meus amigos que me encaravam e descansei a cabeça no cabelo de Nico, como um travesseiro. Ele não reclamou e Percy notou isso. Meu irmão começou a encarar de repente o filho de Hades, passando o olho por nós dois diversas vezes, desconfiado. Eu conhecia esse olhar. Quando Percy entendia uma coisa irritantemente obvia e que fora escondida dele, meu irmão fazia essa cara atum, quer dizer, não que ele parecesse um atum, mas um ditado na família Letter dizia “Olhos estreitos na desconfiança, fazem atum encher a gansa”. Nunca entendi se o atum desconfia da gansa e enchia ela como uma pinhata pra se vingar, ou se algum ser desconfiava do atum e ele resolvia encher a pobre gansa por diversão.

-Ta olhando o quê Percy?- perguntei alto o bastante pra todo mundo olhar para meu irmão e ficar curioso também

Percy me ignorou e andou até Nico.

- Minha irmã sofreu muito, muito mesmo quando você supostamente morreu- falou meu mano- Lia e você apareceram de mãos dadas dizendo que Afrodite te salvou, o que não é uma coisa muito normal dela. Agora ela está nas suas costas falando de descer por pena, coisa que Lia é incapaz de sentir. Você diz que não e ela, depois de contar um fato perigoso sobre seu corpo, relaxa a cabeça na sua... E você não a impede. O que... Está... Havendo... Com os dois?

-Nada- falei

-Nada mesmo?- perguntou ainda olhando Nico

O filho de Hades encarou o chão se preparando pra falar.

-Bem... Percy, eu e sua irmã... Meio que... Já namoramos escondido e... Terminamos com medo de Loki fazer algo... Contra nós- disse Nico

Vários sussurros de “ó” correram por nossos amigos. Percy escancarou a boca e arregalou os olhos, depois de alguns segundos ele se recuperou da surpresa e adotou uma expreção mortífera.

-Como assim?- perguntou com uma voz fina- Namo... Não com a minha irmã! Namora com a árvore!

-Eu não quero namorar a árvore- respondeu Nico

-Não importa! Vai namorar a árvore!- ordenou Percy

-Você não manda em mim! Por que está tão incomodado?- perguntou o gótico

-Você gostaria que eu namorasse sua irmã?-desafiou

-Como é?- perguntaram Laís e Annabeth juntas

Percy ignorou-as e me puxou das costas de Nico. Depois me arrastou até um canto afastado.

-Por quê?- perguntou inconformado

-Sei lá Percy! Agente brigava e eu adorava isso, só que minha cabeça confundiu a mensagem e começou a adorar ele. Mas já acabou, Loki pode usar isso como arma exatamente como todos os vilões fazem- expliquei

Meu irmão fechou os olhos e apertou minha mão.

-Então acabou?

-Acabou- respondi

Ele abriu os olhos e tirou um cabelo que sempre caía no meu rosto.

-Você queria que acabasse?

Discordei com a cabeça e Percy me abraçou. Nossa diferença de altura fez minha cara alcançar apensas seu peito, dois palmos abaixo de seu queixo.

-Então fi-fi-fi-fique com ele- disse com muito esforço- Eu garanto que nada vai acontecer, posso bater em Loki até ele virar uma mancha no chão. Vai lá e... Se-se-se-seja feliz.

-Não.

-Como é que é?- perguntou agora com raiva- Eu estou cedendo e prometendo proteção, mas você não quer?

-Eu já vi o que Loki pode fazer. Você não vai se arriscar á uma luta com ele por mim, que seja por qualquer outro ali- apontei para meus amigos á quase seis metros- Mas não por mim. Além do mais, eu tive um sonho transmitido por Loki em que ele dizia para eu terminar ou o Nico morria.

-Pode ser só... Não, os sonhos de um meio sangue nunca são apenas sonhos- disse bagunçando o cabelo

Andei até meus amigos e pulei novamente nas costas de Nico, enquanto Percy vinha e parava ao lado de Annie. Dissemos para seguirem em frente sem contar nada de nossa conversa, eu só falaria para Nico quando estivéssemos á sós, mas fora isso ninguém. Era para esse fato do namoro passar tão despercebido quanto se podia. Ane, Laís, Pâmela e Meg estavam inconformadas que eu não havia dito que tinha um namorado escondido assim que o arranjei, então culpavam Julie e a acusavam de fazer parte da máfia, embora eu não entendesse muito bem essa parte. Rafael, os Stoll e Chris olhavam para Nico com raiva, eles também pareciam preferir ter tido o conhecimento do namoro antes, mas se tivéssemos contado para tanta gente não podia ser considerado escondido, como queríamos.

Enquanto toda a cena se desenrolava Afrodite assistia, ela devia ter usado seus poderes para ouvir minha conversa com Percy porque ficou muito emburrada de uma hora para outra. A deusa queria mais do que tudo eu e Nico juntos, um fato muito desconfortável para nós dois, era muita pressão. Não ser pressionado era uma das razões pelo qual namoramos escondido e agora que já terminamos faz tempo, as pessoas caem em cima. Mesmo ali, depois de uma hora de Nico ter contado, o clima de tensão continuava no ar.

De repente o chão começou a brilhar roxo abaixo de nós e em seguida, rápido com uma flecha, ele se abriu para cairmos num posso. Minha cabeça bateu contra uma parede na queda e tentei chegar ao chão com as pernas, mas meu corpo acabou esmagando a esquerda e torcendo a direita. Engoli um grito de dor e, com algum esforço, levantei a cabeça para olhar o lugar. As paredes cinza e o chão negro davam um aspecto macabro, mas o céu muito acima brilhava convidativo, como se nos incentivasse á voar para ele.

-Todos estão bem?- perguntou Percy, a voz ecoando como um eco

-Sim- dissemos em eco também

Meu irmão suspirou aliviado.

-Onde estamos?- perguntou Julie

-Sei lá, mas to com raiva de quem fez isso e vou bater na pessoa- disse Clarisse

-Tem uma placa- apontei ainda no chão

Um cartaz branco com letras em amarelo estava pendurado precariamente na parede. Annabeth o pegou e leu em voz alta: Se você caiu nesse posso é porque o caminho que seguia era muito perigoso. Não direi aqui com o que você se encontraria, mas acredite, todos os que encontraram implorariam morrer aqui. Todos ficaram em silêncio, imaginando assim como eu o que encontraria de tão horrível. Um monstro? Uma árvore do mal? Uma maldição irreversível? Um castor? A última opção pode ser meio bizarra, mas um castor no País das Maravilhas pode ser pior que a morte, ou talvez não, porque eu fico pensando em castores mesmo?

-Espera! Está dizendo que implorariam para morrer aqui, então quer dizer... Que vamos morrer?- perguntou Laís

-Não! Eu não quero morrer de novo!- disse Nico. Ele chutou as paredes inutilmente e tentou desesperadamente escalar sua superfície lisa

-Não vai funcionar!- falei para ele- Afrodite, você é uma deusa, nos tire daqui!

-Só sou deusa no outro mundo. Aqui nem metade dos poderes funciona- explicou ela olhando para os sapatos, um deles havia quebrado- A deusa mais linda está a coisa mais feia- choramingou

-Annabeth, por favor, me diz que você tem um plano- implorei

Ela discordou com a cabeça.

-Parede lisa demais, chão inquebrável, nenhum objeto ao alcance que nos levasse para cima, posso muito fundo para chegar ao topo subindo um no outro- citou Annie como o Google

Continuei sentada suportando a pontada de dor em silêncio. Eu sentia mil facadas na perna esquerda, então conclui que devia ter quebrado, mas tentei nem passar muito a mão para não chamar atenção de ninguém. Eles ficariam muito preocupados e eu só acabaria dando mais desespero á todos. Encostei a cabeça na parede e ignorei outra pontada de dor lá (eu também havia machucado ali) para olhar o céu. Nico sentou- se ao meu lado e sorriu, olhando para o mesmo lugar que eu.

-Vamos desistir?- perguntou Pâmela- Não acredito que vamos desistir.

-Eu não desisti de arrumar um plano, só preciso de mais tempo- disse Annabeth

Voltei a olhar o céu, já havia passado duas horas enquanto eu fazia isso. Era interessante como as nuvens se mexiam fofinhas, feitas de um algodão doce (literalmente) bem delicioso. Pensar naquela massa uniforme e gostosa me deu fome, “Ótimo! Com dor e fome, deve ser culpa da Julie!” pensei. Minha perna começou a latejar desconfortavelmente, passei a mão sobre o tornozelo e uma dor excruciante surgiu desde meu toque, fiz um esforço para não gritar. Lembrei de como havia controlado a água no Jogo dos Grifos e de como isso poderia ajudar o machucado, flexionei os dedos sem ninguém ver e pensei no barulho das ondas. Uma surpresa me invadiu, eu não acreditei.

-Gente! Esse posso é a prova dos nossos poderes- falei

-O que?- perguntaram

-Estou tentando controlar a água, mas não funciona- expliquei

Assim que ouviu o que eu disse Percy fechou os olhos e levantou as mãos. Alguns segundos depois ele piscou confuso, em seguida olhou Annabeth concordando com a cabeça.

-Isso não é bom!- disse Annie- Nada bom.

Suas palavras não ajudaram em nada meu estado de espírito.

-Não é bom? Eu já sabia que essa situação não era boa desde o inicio!- falei com raiva- Estamos presos em um lugar na qual não se pode fugir, com uma coisa lá fora que uma droga de bilhete diz que é horrível. Sem falar que enquanto eu caía minha cabeça bateu em uma parede e eu quebrei a perna, todo o meu corpo dói e não posso gritar pra não dar mais pânico á vocês. Resumindo estou morta de fome e paralitica.

Respirei fundo para me acalmar, enquanto Nico estendia a mão fria em minha perna.

-Por que não disse antes que estava quebrada? Agora deve estar doendo muito- repreendeu o filho de Hades

Abaixei os olhos. Não podia falar que era porque não queria deixá-los preocupados, eles diriam aquela baboseira de não se importar com a preocupação.

-Usem a lógica contraria e me dêem comida por favor!- pedi

-É isso!- disse Annabeth se levantando e apontando o dedo para cima- Podemos pedir muita comida e usar para sair!

-Uhuu!- comemoramos

Todos se levantaram (menos eu) dispostos á ajudar, só esperando a estratégia de Annie.

-Todos fiquem pedindo muita comida e depois de um nós á usamos como escada e...- começou ela, mas eu a interrompi

-Tenho uma ideia mais pratica-falei- Não tem um escada de chocolate extremamente duro de uns cinco metros encostada á parede.

Para me contrariar uma escada de chocolate extremamente duro de uns cinco metros apareceu encostada á parede, tinha até corrimão. Sorri para meus amigos convencida.

-Você é a melhor cunhada que eu poderia querer-disse Annabeth- Subindo pessoal!

Nico me pegou no colo e subiu comigo os degraus sem nenhuma dificuldade. Percebi que ele me segurava com cuidado para não machucar minha perna, um ato muito fofo de sua parte embora eu nunca diga isso em voz alta, nem sei por que estou dizendo á vocês, então apaguem essa informação do seu cérebro.

-Pronto- disse Nico quando chegou ao topo- Eu já estava de saco cheio daquele buraco!

Aos poucos os outros foram saindo do posso e alguns (como Ane, Julie, Laís e Pâni) dançaram de tanta felicidade. Rafael cantou a música do Barney “sol, sol, meu amigo sol...” ajoelhado, uma cena muito engraçada de se ver, tanto que se eu não fosse semideusa gravaria com um celular e colocaria no Youtube. O vídeo ganharia sem mil acessos fácil, talvez até ganhasse do Pônei Maldito. Enquanto isso, Afrodite se rebelava tirando os sapatos e jogando no mato totalmente feliz.

-¿qué eres?-disse uma coisa atrás de nós

Nico virou para olhar o que era e Julie sufocou um grito. Esse foi um dos únicos momentos de minha vida em que senti realmente pena dela.


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Notas finais do capítulo

Não vou contar o que é! HÁ! Mas dessa vez vou me esforçar para não demorar e acabar matando vocês de curiosidade.
Agora grita quem gostou da volta do Nico (AAAAAAAAAAAAAAAAAA)
Espero pelos reviews!!!!!!!!!!!!!!!!!