Eliza No País Das Maravilhas escrita por Avril_Gomez_108


Capítulo 14
Realizo meu sonho de gelatina


Notas iniciais do capítulo

Oi, não tenho nada a dizer. Espero que gostem
Pare de ler, vai ler a história. Pare de ler isso aqui!



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Caímos por uma eternidade. Não acabava nunca, era decepcionante não bater logo a cara no chão e sentir a dor. Só havia tédio e coisas voando, sério, eu vi até uma mesa redonda acertar a cara de Nico uns metros abaixo. Livros, cadeiras, relógios, armários, pinguins e todo tipo de coisa flutuavam enquanto nossos corpos desciam, lembrei que era exatamente assim que deveria ser e me arrependi disso. De repente nós chegamos ao piso e olhei em volta assustada, apenas esperando algo maluco acontecer. Vi uma espécie de escritório verde, dentro não se via ninguém e uma placa fora pendurada na fachada.

Pedágio, se você quer passar maluco se deve provar.

Pedágio? Estão seriamente me avacalhando!” pensei inconformada. Além de ter aquela merda de teste pagaríamos pedágio ou que quer que signifique ali, vida doida. Levantei-me e caminhei até a porta marrom escuro, a abri e perguntei:

-Tem alguém aí?

-Vamos logo Lia! Se aparecer alguém vamos ter que seguir as regras- disse Nico me puxando

Fechei a porta com cuidado.

-Mas não sabemos exatamente para onde temos de passar, precisamos pagar o pedágio e perguntar- falei com raiva

Os outros estavam sentados no chão esperando. Nem parecia que estávamos no País das Maravilhas, talvez porque não estávamos. Só com a droga do pedágio chegaríamos lá, mas a sala fazia parecia ter sido abandonada a muito tempo. Abri de novo a porta e comecei a fuçar nas gavetas das cômodas, podia ter alguma pista ali ou assim pensava eu.

-Ei!- gritou alguém- Tire as mãos daí menininha insolente!

Era uma voz grave que falava, como a de um homem adulto. Mas quando olhei para ver quem era vi um bebê mais ou menos da minha altura, usava macacão amarelo e tinha as bochechas rosadas mais lindas que eu já havia visto, era loiro dos olhos azuis como uma miniatura de Apolo. Enquanto eu observava o quanto estranho era sua voz em seu corpo o bebê monstro me encarava com raiva.

-Eu cuido dos pedágios e você não pode mexer em minhas gavetas- disse ele

-Desculpa, mas queremos passar- falei e apontei para meus amigos no chão do lado de fora

-Se quer passar terei de fazer o teste.

-Já sabemos que somos malucos, não precisa dessa droga- eu disse impaciente

-Não vão fazer teste para provar maluquice, vão fazer teste para provar que não são normais- ele falou

-Mas não é a mesma coisa?- perguntou Nico atrás de mim

O bebê o olhou e resolveu ignorar. Andou até meus amigos e os mandou levantar, em seguida estalou os dedos e nada aconteceu. Ficamos todos muito confusos, deveria surgir algo maluco ou esse cara era normal de mais para o País das Maravilhas (N/A: Caramba que insulto!). O mini Apolo sorriu angelicalmente e apontou para o espaço vazio na sua frente.

-Escondi coisas malucas por todo esse lugar, agora vocês terão de passar por ele e descobrir meus planos- falou

-Pra começo de conversa você não escondeu nada- falei

-Mas você não tem certeza, é maluca o bastante para pisar ali?- ele apontou para um ponto no chão

-Sou, mas você iria contra sua própria armadilha?- perguntei

-Não tem armadilha nenhuma sua doida varrida... – o bebê parou- Muito bom para um estreante. Me fez dizer o que queria.

-Tem certeza?- falei desafiando-o

-Claro que... Não sei, eu tenho certeza? Acho que não- ele respondeu

-Então, vamos passar?- perguntei

-Vão, com esse talento você merece.

O bebê cuspiu no chão e foi como se sua saliva fosse um ácido, porque dela se abriu um buraco enorme como continuação daquele em que já estávamos. Como antes empurrei Nico e fui em seguida, com os outros no meu encalço. Dessa vez durou bem menos, fiquei aliviada quando batemos a cara logo no piso de pedra (não que isso estivesse na minha lista de natal). Minha cabeça latejava por causa do impacto e precisei da ajuda de Percy para levantar, eu parecia um bêbado no carnaval brasileiro. A sala estava girando á meus olhos, mas mesmo assim reconheci a habitual Sala com Portas do desenhinho da Disney, mas totalmente diferente. O piso era preto e branco, o teto (que tinha se fechado) era roxo, as paredes tinham a coloração mais verde que o Grinch, mas as portas é que realmente mostravam a diferença.

Em vez de ser circular, a sala era no formato e tamanho de um campo de futebol. Em vez de um monte de portas grandes ou pequenas nas paredes elas voavam por aí como corujas (N/A: A porta voa como coruja e chegaria mais rápido que a minha com a carta de Hogwarts!), sem falar que algumas não eram retangulares e sim redondas, quadradas, estrelares, triangulares e mais outras formas que eu não sabia que existiam. Também tinham estampas de coração, peixes, raios, notas musicais, letras, Apple (a que eu mais gostei) e milhares a mais em todas as cores. Até as maçanetas eram de formas estranhas. Sem duvida perfeito para entrar num mundo de estranhezas.

-Como vamos achar a porta certa?- perguntou Meg

-Abrindo todas- respondi

Corri para um porta verde em forma de estrela e maçaneta de borboleta laranja. Virei a maçaneta e empurrei, todos devem estar penando que ela precisaria de chave, não é? É exatamente por isso que não precisava. Um mundo feito de gelatina de fruta se estendia na minha frente. Árvores de laranja, grama de uva, nuvens de limão, flores de framboesa, folhas de abacaxi, sol de amora e enfim, uma das coisas mais perfeitas que um ser humano podia imaginar.

-Não é essa, Lia- disse Pâni fechando a porta, pois eu ficara ali parada com água na boca por um bom tempo

-Espere, quero fazer uma coisa- falei desesperada

Entrei no mundo gelatina e me senti caminhando num trampolim, mais perfeito que andar sobre algodão. No meio da felicidade completa eu pensei em como a lógica do País das Maravilhas funcionava, então pus em prática meu plano.

-Não tem um grampeador na minha mão- um grampeador surgiu num passe de mágica para me contrariar

Sei que ele não deveria ter aparecido porque eu o queria, mas eu sabia disso e ele apareceu mesmo eu sabendo que apareceria. Confuso, não é? Andei até uma árvore de laranja e tirei do chão um pedaço de gelatina, depois o grampeei na árvore.

-Olha Nico!- gritei sorrindo, todos eles me observavam na soleira na porta estrelar, então meu ex foi a frente e começou a rir desesperadamente

-Gelatina, hahaha, grampeada, hahaha, na árvore, hahaha- ele dizia enquanto se curvava com dor na barriga, em seguida se jogou no chão mole e continuou a gargalhar

-Uhuu! Realizei meu sonho de gelatina!- berrei e comecei a dançar a macarena

 -Eu também quero!- Nico levantou-se do chão e correu até mim, depois grampeou mais gelatina- Isso é muito divertido!

-Eu sei- tirei o grampeador de suas mãos e o usei com mais gelatinas- Melhor dia da minha vida!

-Meus deuses!- disse Annabeth, ela olhava a cena pasma junto com os outros atrás de nós- Parecem drogados.

-Se não pode impedi-los, junte-se a eles- falou Percy pegando o grampeador e imitando eu e Nico- Que legal- sussurrou ele

-Vamos dar um fora pessoal. Temos que achar a porta certa logo- falou Julie

Eu, Nico e Percy fomos embora com a cabeça baixa. Enquanto Ane fechava a porta eu mandei um thau para a árvore de laranja agora toda grampeada e acabada.

-Vamos nos dividir- falou Annie

-Mas o que queremos achar?- perguntei

-Eu sei lá- todos a encaram chocados e Annabeth pareceu desconfortável com a frase seguinte- Vão se acostumando, aqui não vou entender nem saber de muitas coisas.

Começamos a abrir todas as portas que víamos pela frente, vimos vários mundos diferentes, mas não sabíamos qual era o certo. Depois de o que me pareceram horas desistimos. Abrimos cada porta maluca que voava e até uma que rastejava (Clarisse bateu nela em uma crise de irritação), mas nenhuma parecia ser o verdadeiro País das Maravilhas, não avistamos cartas nem outra referência que podia ajudar. Mesmo sabendo que procurar isso seria esperar aquilo e acabaria sendo outra coisa nós procuramos, pois a lógica daquele lugar acabaria mudando quando o pensamento de alguém o fizesse. Tentei fazer aquela coisa de dizer algo certo e o lugar me contrariar, mas pelo visto só daria certo com objetos.

-O que faremos agora?- disse Laís

Todos repousavam no chão, cansados demais para responder a minha prima. De repente a luz no fim do túnel. Lembrei que meu livro ajudaria, afinal ele era um guia, um mapa do maroto, tinha de ajudar ou eu daria uma de Gina jogando-o na privada. Fui até Ane e peguei o livro de sua bolsa (eu tinha achado mais seguro ficar lá). Encarei a capa por uns segundos, depois minutos, mas a droga não brilhou ou algo assim como eu esperava. “Vai com toda a certeza para a privada” pensei.

-Não vai dar certo- disse Cris- Se cada vez que tivermos esperança esse lugar fizer a lógica contraria, estamos perdidos.

Uma ideia me veio á cabeça. Como podia ter sido tão idiota por não ter entendido isso de cara eu não sabia.

-Isso, lógica contraria. Estamos procurando a porta mais maluca que conseguíssemos achar, nós esperamos isso. Então não é, na verdade deve ser a porta menos provável- falei e me levantei olhando em volta

O livro que iria para a privada finalmente brilhou, suas paginas viraram sozinhas freneticamente enquanto uma luz azul saia com força. O objeto flutuou até minhas mãos e o posicionei como se fosse ler para uma multidão, a luz me envolveu num escudo e começou a lançar um jato para o outro lado da enorme sala formando um caminho. Segui a trilha calmamente e cheguei a uma porta normal, marrom, velha e gasta por cupins. Meus amigos andavam atrás de mim cautelosamente, olhando pasmos para aquela estaca de madeira empodrecida que alguns chamariam de porta.

Toquei a maçaneta de prata. Hesitei com medo de me decepcionar mais uma vez, mas enfim empurrei a porta. Vi um lindo jardim com árvores pequeninas em vez de flores, vasos desenhados em vez de árvores, cestas com borboletas em vez de vasos com plantas e, de repente, várias florezinhas caíram do céu verde em vez de neve. Se isso não era o País das Maravilhas nada podia ser, mas confesso que estava esperando o gato risonho aparecer já que ele sempre foi um dos meus personagens favoritos. Saber que podia surgir um sorriso no meio do ar e se formar em volta aquele gato era irritante de tão legal.

-Caramba- disse Laís

Todos arquejavam enquanto passavam pela porta e Ane a fechou (ela era a última). Andei até as mini árvores e parei.

-Temos que achar o Ás, não?- perguntei olhando o horizonte por traz dos vasos pintados

-Isso. Mas como o faremos é a questão- respondeu Connor

-Alguém tem uma ideia?- olhei os rostos- Annabeth?

-Não sei de nada.

Pensei um pouco. Loki queria o Ás para mudar a dimensão. Nós queríamos Loki para mandá-lo catar coquinho. Tínhamos de procurar o Ás e impedir Loki, mas antes arranjar um jeito de descobrir onde essa arma se encontrava, então a única saída seria perguntar á alguém. Mas todos ali eram malucos, como confiar? Uma lâmpada surgiu sobre minha cabeça e acendeu quando tive uma ideia, literalmente. Parece que o lugar era tão maluco que vinha com efeitos especiais.

-Gente, se vamos perguntar a uma pessoa daqui e isso é o que devemos fazer- olhei suas expressões confusas- Temos de procurar o único ser confiável e sábio deste lugar. A lagarta azul.

-Certo, talvez ela saiba- concordou Percy- Mas como achá-la?

-Isso é fácil- respondi sorrindo

Vi uma trilha amarela e comecei a segui-la junto com os outros.  Passamos por rios laranja com peixes em forma de pão, arbustos cheios de sapatos sem par, colméias azuis do tamanho de casas cheias de abelhas que mais pareciam vaga-lumes, uma cama (ninguém soube dizer o que ela fazia lá), um fatia de torrada com a parte amanteigada para cima, bem, essa torrada deixou Annabeth seriamente irritada.

-Isso é impossível! Como essa droga esta virada para cima?- perguntou minha cunhada estupefata

-Tudo é possível- disse Percy

Nesse momento eu ouvi a voz que mais queria, a de uma lagarta azul em cima de um cogumelo bem á frente na trilha.

 -Se tudo é mesmo possível, o impossível também é possível. Então tudo é possivelmente impossível.

-O que?- perguntou Annabeth

Corri até a lagarta. Ela tinha o tamanho de uma anaconda e uma grande névoa preta a cercava, saindo de um pequeno cigarro em sua mão. Usava óculos e relaxava a cabeça na ponta do cogumelo totalmente virada. Sorri para o personagem que tanto conhecia e me perguntei o porque de não ter mudado, devia estar diferente desde que Alice vira aqui afinal, tudo estava. Até a Sala com Portas do filme mudou completamente, o jardim e várias outras coisas. Mas os personagens eram tão perfeitamente malucos que talvez nem precisassem mudar, o mundo devia mudar sem eles. Todos quando pensam em País das Maravilhas não se lembram da Alice, lembram do que ela viveu e conheceu aqui, a alma desse lugar não tinha mesmo de se transformar.

-Está perfeitamente certa. Nós não mudamos, então vocês praticamente reviverão os passos de Alice- disse a Lagarta

Ela lê mentes?

-Sim, minha mente é tão maluca que se infiltra malucamente nas mentes mais maluquetes- disse a Lagarta

-Maluquetes?- perguntou Annie

Essa Lagarta parecia tão confusa quanto o resto, mas eu não tinha o direito de falar dela já que entendi exatamente tudo que ela disse. Estamos no mesmo gral.

-Eu sei o que vocês querem, também sei o que Loki quer. Consequentemente sei onde está ambas coisas, mas também sei que sabendo corro perigo. Então finjo que não sei sabendo que saber é um crime de um ponto de vista que vocês não sabem- ela falou

-Mas se você sabe e corre perigo sabendo, sabe que eu não a ameaçaria. Eu sei que você sabe disso e sei que Loki sabe que eu sei que você sabe disso. Mas como no final todos nós sabemos que não fará diferença você sabe o que eu deveria saber e sabe que farei de tudo para saber- falei

-Então está bem, eu contarei- ela disse- O Ás literalmente não pode ser encontrado, o que deve ser encontrado é a única coisa que pode ajudar a encontrá-lo. Existe um objeto de estrema magia que ajuda qualquer um a encontrar o que quiser aqui, mas ele não quer ser encontrado para ser usado para encontrar.

-O objeto tem mentalidade própria?- perguntei chocada

-Tudo aqui tem- respondeu a Lagarta- Vocês tem que achá-lo e convencê-lo a ajudar.

-E que objeto é?

-Isso não é permitido ser revelado- ela soprou um pouco de fumaça preta- Tem que saber e achar por si mesmos.

-Mas isso volta a não sabermos por onde seguir- falei desesperada

-Eu já disse onde deve ir- ela falou sorrindo

-Não disse não. Só falou umas baboseiras sobre saber e coisas com mentalidade própria se escondendo- disse Annabeth batendo o pé no chão com raiva, sendo acalmada por Percy

-Eu já revelei onde está só é preciso entender o que falei exatamente. Mas calma, comparado as coisas que tem aqui isso será relativamente mais fácil- a Lagarta falou sumindo no meio da fumaça preta e desaparecendo completamente

Ficamos encarando o cogumelo agora sem ninguém na esperança de a Lagarta voltar, mas só ganhamos uma decepção. Sentei na trilha amarela e apoiei a cabeça nas mãos para pensar melhor. Revivi tudo o que ela disse minutos atrás, as coisas que deveriam ser sem sentido, mas eram perfeitamente normais á meus ouvidos. Nada daquilo parecia realmente uma pista de um lugar ou um enigma, pareciam só umas drogas de palavras que não ajudaram em nadica de nada. A única diferença era que agora tínhamos certeza que o Ás só seria encontrado se primeiro achássemos um objeto desconhecido que não quer ser achado, mas o lugar que se escondia foi revelado negativamente por uma merda de Lagarta que provavelmente caiu em um balde de tinta azul e pirou na batatinha no mesmo instante.

-Se a Lia não sabe temos que nos preocupar- falou Nico

-Se preocupar com o que? Estão tendo problemas- ouvimos a voz de Poseidon

Viramos e vimos que os deuses faziam contato por MI (Mensagem de Íris). Estávamos olhando a sala dos tronos com todos os treze olimpianos nos encarando.

-Não, pai. Só não sabemos muito bem aonde ir- eu falei

-Viu Zeus? Eu disse que nós temos que ajudar- falou meu pai acusando o irmão

-Está bem, nós ajudamos- disse Zeus- Entraremos no País das Maravilhas um ou dois de cada vez para ajudar em uma parte da viajem, mas apenas isso. Os deuses nunca ajudam nas missões, mas nesse caso essa regra deverá arrumar uma exceção.

-Quando irão entrar?- perguntou Percy

-Eu entrarei amanhã de manhã- disse Atena se oferecendo- Durmam por aí e me esperem.

-Mas nem está de noite- falei com raiva

-Aí o céu não mostra nada, me digam, estão com sono? Cansados?- perguntou ela

-Muito- todos responderam

-Pois bem, durmam. Aqui já são nove da noite.

-Certo. Estamos na trilha amarela- falei e mexi a mão na imagem para apagá-la

Olhei para os outros. Pereciam mesmo extremamente cansados.

-Vamos, temos que arranjar lugar pra dormir- falou Annie

Falei uma lógica contraria e, em vez de sacos de dormir como eu planejava, apareceu uma casa. Era parecida com um bloquinho de montar roxo com uma chaminé de bolas de natal. Entrei na sala que era respectivamente menor em relação aos dois enormes quartos com sete camas cada um, tinha um sofá mínimo feito de marshimallow e uma mesa grande de jantar. Nem olhamos muito bem os cômodos, só mudamos uma cama de um quarto para outro e dividimos um para as meninas (somos oito) e outro para os meninos. Não nos demos ao trabalho de se preocupar em dormir com as mesmas roupas, apenas nos jogamos na primeira cama que vimos e mergulhamos no sono instantaneamente.

Acordei feliz em não sonhar. Eu não queria sonhar principalmente estando no País das Maravilhas, onde os sonhos poderiam ser uma coisa muito perigosa. Imagina o quanto maluco podia ser e o pânico que viria a me levar. Mas soube exatamente assim que acordei que não se tratava de sorte ter meu desejo atendido. Fiquei com certeza absoluta de que seria atormentada por pesadelos, então não fui. Se essa situação não fosse melhor para mim eu ficaria com raiva, afinal ser sempre contrariada era extremamente irritante.

-Bom dia- disse Pâni sorrindo para mim

Ignorei completamente minha amiga e levantei sem jeito da cama, já caminhando pelo corredor procurando por comida. Vi Nico estava sentado na mesa de jantar com um prato de bacon e ovos tomando suco de laranja.

-Nossa- falou ele olhando para mim- Não sabia que você acordava horrorosa, tem razão em se trocar e colocar uma massa de creme para melhorar isso que você chama de cara. Não deve deixar ninguém com estomago fraco te ver assim, seria crime.

-Quieto Gaspar Zinho! Esse ninho de rato na sua cabeça não pode ser nem comparado á um cabelo de verdade- falei com desdém enquanto roubava seus bacons

-Nem acordaram e já estão brigando, como fazem isso?- disse Percy saindo do quarto

O ignorei também sentando do outro lado da mesa sem disposição para continuar uma briga com Nico. Essa coisa de lógica contraria é muito útil, devia ser patenteada no mundo real. Você só dizia uma verdade e ela se realizava para provar o contrario, simplesmente perfeito para os mendigos. Falei que não tinha pão Frances com manteiga Italiana na minha frente e apareceu, depois disse que não havia café preto especial da Suíça com pedacinhos de chocolate na mesa e surgiu no meio do ar.

-Admita- falou Nico me olhando- Você só pediu esse café da manhã todo especial para dizer que é melhor que o meu.

-Espere- eu disse levantando um dedo- Não tem na minha frente queijo cheddar da melhor fazenda da Europa- apareceu exatamente isso. Eu coloquei no pão e comi apreciando o sabor, em seguida experimentei o melhor café que já havia tomado na vida- Agora sim. O meu café da manhã é milhares de vezes melhor que o seu.

-Obrigada, mas gosto de coisas simples- disse Nico, mas foi impossível não notar a cara de decepcionado que ele fez ao olhar a comida na sua frente

Aos poucos os outros chagavam e se serviam do bom e do melhor, claramente aproveitando tanto quanto eu esse negócio de lógica contraria. Depois de comer todos se preparam para a chegada de Atena, pensando se ela realmente conseguiria descobrir a resposta ou, assim como Annabeth, não entenderia nada que se passava nesse lugar. Eu me concentrei cada vez mais em achar a resposta por mim mesma, repassando mentalmente as palavras da Lagarta e inventando possíveis soluções. Não podia ser tão difícil entender que pista ela deu sobre onde se localizava o objeto que nem queria ser encontrado, ou poderia?

O objeto não queria ser encontrado. Que lugar um simples objeto usaria para nunca ser achado? Eu sabia a resposta.

-Eu sei onde devemos ir.

Em meio a todas as caras de surpresa e expectativa, ouvimos batidas na porta. Ane correu para receber a deusa da sabedoria.

-Como posso ajudar? – perguntou Atena


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Notas finais do capítulo

Curiosidade, né? MUAHAHAHAHA!! Mandem reviews e recomendações, reviews e recomendações, reviews e recomendações...