Eliza No País Das Maravilhas escrita por Avril_Gomez_108


Capítulo 15
Mudo meu nome para Keitlyn


Notas iniciais do capítulo

Oi



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/164910/chapter/15

POV Percy

–Pensem- falou minha irmã batendo a mão na mesa de jantar com irritação- Onde um objeto que não quer ser achado se esconderia?

Foi uma correria quando Atena chegou. Principalmente porque ela estava fantasiada de Lagarta azul, sério, não estou brincando. Minha sogra usava um vestido tubinho azul marinho, meia calça e sapatos da mesma cor, na cabeça havia uma espécie de chapéu com olhos da Lagarta e com o corpo dela se estendendo até a parte de trás do joelho da deusa, quase como uma capa ligada á uma touca. Tinha até antena! Segurei-me para não rir daquela cena, mas jurei a mim mesmo que contaria para meu pai e este não perderia a chance de zoar Atena por mim.

A deusa da sabedoria contou que para os deuses teria um processo diferente do nosso. Eles não são tão malucos, por isso o País das Maravilhas os transformaria completamente para parecerem malucos. A teoria de minha sogra era que cada deus apareceria com uma fantasia de cada personagem e, bem, eu adoraria ver como Ares iria se ferrar legal. Depois de ela explicar aquela estranheza todos se sentaram à mesa de jantar para ouvir Lia, que tinha finalmente achado a resposta de onde teríamos de ir.

–Atrás de um pão gigante?- respondi á sua pergunta falando a primeira coisa que veio na minha cabeça

–Quieto Cabeça de Algas!- disseram Atena, Annabeth e Lia

–Não pode chamar ele assim Aquamarine- falou Nico do lado oposto da mesa, longe o bastante de Lia para ela não esfaqueá-lo

–A conversa não chegou ao cemitério Gaspar Zinho- rebateu minha irmã

–Espera! Suas unhas mudam de cor que nem as da menina do filme, hahaha!- Nico quase caia da cadeira de tanto rir- É mesmo Aquamarine, hahaha.

–Olha aqui Chucky, se não fechar esse fosso que chama de boca eu conto pra todo mundo que você tem medo de joaninhas- disse Laís- Ops, já contei.

–Prometeu que nunca contaria- choramingou Nico

Todos na mesa caíram na risada com a declaração, até Atena já se encontrava vermelha. Nós fomos nos acalmando, mas eu e Lia fizemos um pacto silencioso no qual planejamos infernizar Nico com isso por toda a eternidade. Alguns minutos depois já estávamos cercados de tensão novamente, esperando a fala de minha irmã.

–Não é óbvio que nesse lugar existe uma área para coisas que decidem fugir ou se esconder?- perguntou ela

–Mas você está esperando isso- falei, já seguia perfeitamente a ordem desse lugar

–Não funciona assim Percy. O livro se escondeu em um lugar que todos achariam obvio demais para ele se esconder e nem procuraram lá- disse Lia bem devagar- Mas ele continuará ali sem se importar que eu saiba porque ele não sabe que eu sei, mas como ele já está lá a lógica desse lugar não vai mudar um dos objetos mais poderosos dessa dimensão.

–Ah- disseram todos balançando de leve a cabeça concordando

–Mas qual seria este lugar e onde ele se encontra?- perguntou Atena

–A ilha dos achados e perdidos, provavelmente bem longe da praia sem sol no oceano de lágrimas- respondeu Lia

–Qual é direção para a praia sem sol?- perguntou Clarisse

–Na exata direção oposta do sol.

Nossa, uma praia sem sol que ficava na direção oposta dele, até eu perceberia.

–Mas o sol não muda de lugar? Isso aqui não gira como a Terra?- Annabeth arregalava os olhos

–Não, existe uma parte de dia e uma parte de noite, mas não faz diferença para os doidos daqui. Nenhum deles dorme- respondeu minha irmãzinha

–Então, vamos- incentivou Pâni

Saímos da casa bloquinho de montar e seguimos pela trilha amarela. Caminhamos muito, muito tempo sem dizer nada até que Lia se irritou e chutou Nico, depois seguimos novamente sem nenhum som além de nossas respirações. Um local maluco que era um tédio total, minha Hiperatividade e meu déficit de atenção atacavam constantemente, fazendo-me cantarolar baixinho a trilha sonora de Harry Potter. O sol ainda estava praticamente no mesmo ponto, então concluímos que isso não era nem a metade da metade do caminho.

Enquanto andava pensei muito no que acontecera nos últimos meses. Eu arranjara um estágio em uma agência de biologia marinha já que estava no último ano do colegial e logo iria para a faculdade. Decidi ser biólogo quando vi os cartazes dessa agência e imaginei os bônus que teria: Ganharia um ótimo salário, pois era filho de Poseidon e seria fácil estudar os animais aquáticos; ajudaria meu pai constantemente sem nenhum problema; arranjaria em pouco tempo dinheiro o bastante para comprar um apartamento só pra mim e Annabeth; o mais importante, compraria um carro. Futuro perfeito em minha opinião.

Depois de um ano indo da escola para o estágio, do estágio para a casa de Annie, da casa de Annie para a minha, da minha de volta para a escola e assim por diante finalmente chegaram as férias. Acampamento Meio Sangue, chalé 3, Pinheiro de Thalia, sentar na praia de noite depois do toque de recolher ao lado de Blackjack. As coisas que eu mais queria no momento, além de passar muito mais tempo com Annabeth. Mas uma semana depois de chegar ao Acampamento Nico saiu para buscar meios sangues, até aí tudo bem, só que ele voltou com quatro meninas malucas e uma em particular que o fez de burro de carga.

Dois meses atrás conheci minha irmã maluca, estranha, neurótica, controladora, chocólatra e rebelde que passei a amar em menos de quatro horas. Agora graças á ela caminhava em uma trilha amarela esquisita, do lado de minha sogra/ Lagarta, depois de dormir em uma casa feita de bloquinho, em um lugar dentro de um buraco em uma floresta da Transilvânia, tal lugar que o sol não se mexia e pães caiam com o lado sem manteiga. Sinceramente eu havia pensado que não participaria mais de missões como essa, pensei que teria paz e os outros que se dane. Mas minha vida era isso, lutar contra monstros e todos os dias correr perigo mortal, se acontecesse o que eu pensei seria uma catástrofe. No meio de tanta maluquice fiquei feliz.

Annabeth caminhava ao meu lado com a testa franzida, ela odiava não entender. Parecia querer fechar os olhos e parar de vez de ver cada segundo mais coisas improváveis, coisas que ela queria explodir apenas por não serem corretas. Annie me pegou olhando-a e sorriu disfarçando a frustração, então chegou mais perto de mim e continuamos o caminho de mãos dadas.

–Que fofos- disse Ane. Ela era uma copia extremamente bem feita de Afrodite tanto no jeito como na aparência. Gostava de casais bonitinhos, shopping, adorava fazer papel de cupido (ela me ajudou quando eu e Annie brigamos quando Afrodite mandou Rose para Lia) e era realmente linda. Cabelo castanho encaracolado grande com cheiro de jasmim, olhos chocolate e um corpo que Zeus que me abane, evoluído demais para alguém com treze anos.

–Pelo menos eles não estão se agarrando. Ninguém aqui quer ver isso, né?- perguntou Nico todo sarcástico. Ele sempre foi irritante, mas subiu á um novo gral quando Lia chegou. Parece que ele anda aprendendo muito com ela.

–Quietinho que você tem medo de joaninhas- falei para provocá-lo. Pois é, Nico não é o único a aprender novas dádivas de vida com Lia.

–Levou na cara- riu Connor

–Olha aqui mister Aladin, porque não vai conversar com os quarenta ladrões e me deixa em paz?- perguntou Nico encarando o filho de Hermes com desdém

–Olha aqui versão gótica e menos bonita de Edward Cullen, porque você não vai ter uma conversa triste com Anúbis lá no inferno?- perguntou Connor levantando gargalhadas de todos

–Olha quem fala Robin Hood. Que tal você servir de bobo da corte pra lá?- propôs Nico apontando em qualquer direção

–Olha... Lia me ajuda. Eu não sei mais o que dizer- pediu Connor

–A não, não meta ela. Isso é trapaça, você sabe que Lia ganharia- murmurou meu primo com raiva

Comecei a rir histericamente sendo seguido por todos. Era estranho como Nico sempre admitia que pudesse ser vencido por Lia. Ele nunca foi fã de falar a verdade se tratando dessas circunstâncias. Preferia mentir descaradamente e arrumar uma desculpa para seus fracassos, normalmente ele culpava alguém. Mas com minha irmã era diferente, Nico sabe que inventar só daria mais uma oportunidade de ela humilhá-lo. Talvez ele não fosse tão burro assim.

–Calem a boca!- ordenou Lia, ela havia parado e consultava seu livro- Eu me lembrei de uma coisa. Se vamos para a direção oposta ao sol daremos praticamente uma volta completa no País das Maravilhas.

–E?- perguntou Clarisse

–E isso quer dizer que enfrentaremos todos os personagens daqui. Inclusive os maus como a Rainha de Copas e seu exército de cartas- respondeu Lia

–Não podemos simplesmente contornar seu palácio?- perguntou Pâmela

–Não. O palácio dela é muito grande, nós nos afastaríamos demais da rota- explicou Lia- Quando chegar a hora teremos de cruzar o castelo da rainha.

–Estamos fudidos- disse Rafael sentando-se no chão amarelo- Como agente passaria por aquele lugar despercebidos? Percy acabaria ferrando todos nós.

–Pensaremos em um plano depois. Agora temos de se preocupar com Loki, ele pode tentar nos impedir de chegar lá com algum soldado maluco ou algo assim.

Todos concordaram e voltamos a andar agora mais alerta. O que aconteceria? Se passaríamos por toda aquela maluquice e obviamente Lewis Carroll não descreveu nem o mínimo do País das Maravilhas, o que enfrentaríamos? Muitas coisas surgiriam na trilha amarela e talvez alguma hora tenhamos de sair dessa trilha. Era muita coisa para mente de qualquer um acompanhar os acontecimentos. Nosso objetivo era continuar em uma linha reta até uma praia sem sol, depois navegar até uma ilha e lá procurar um objeto que não sabemos qual é e que ajudará na busca pelo Ás. No caminho provavelmente tentaríamos descobrir qual é a forma do objeto em questão para pelo menos termos uma chance na ilha.

Então passo 1: Enfrentar tudo em nosso caminho até a Praia Sem Sol; passo 2: Procurar na Ilha dos Achados e Perdidos aquele objeto; passo três: Voltar e procurar o Ás antes de Loki; passo 4: Usar o Ás para derrotar Loki, restaurar a paz e sair daqui o mais rápido possível. Pra mim tudo isso é fichinha.

–Vamos descansar um pouco- sugeriu Lia que, é claro, estava com preguiça

Sentei no chão encostado á uma árvore. Não percebi em horas de caminhada que minhas costas e minhas pernas doíam, que os músculos de meu corpo se retorciam e gritavam por uma linda cama, que as árvores eram roxas e que mais a frente a floresta ficava cada vez mais densa. Não me preocupei com nenhum dos fatos, só olhei Annabeth. Ela sorria ao meu lado com a cabeça em meu ombro e o braço entrelaçado com o meu. Encostei o rosto em seu cabelo e continuamos assim sem dizer uma palavra.

–Está muito quieto- disse Ane com impaciência- Vamos fazer algo.

–Como o que? Cantar- disse Lia com sarcasmo

–Sim! Por que alguém não canta?- perguntou Ane com entusiasmo

Todos pararam o que estavam fazendo e a encararam.

–Maluca! Por que cantaríamos no meio do nada?- indagou Laís

Quando disse isso uma luz branca iluminou as árvores bem á frente. Parei totalmente desconsertado por aquilo, estava quase enfeitiçado pelos tons claros que brilhavam cada vez mais e não era o único. Lia andou até lá bem devagar, depois Ane foi também e todos decidiram as seguir hipnotizados. Uma espécie de cortina de plantas cobria a abertura de um arco e atrás deles que vinha a luminosidade perolada. Minha irmã passou em meio a cortina sumindo completamente, voltou alguns segundos depois e sorriu para todos, pegou minha mão e puxou-me até eu também ter sumido nas plantas do arco.

Meus olhos tiveram de piscar muitas vezes até se acostumarem com a brancura de uma sala de dentista. Meu primeiro pensamento foi... Bem, eu não sei, estava pasmo de mais para pensar. As árvores eram, em vez de roxas, pálidas como Nico e nelas desciam milhares de cipós com flores. Copos de leite, Lírios, Rosas, Tulipas, Narcisos, Orquídeas, Magnólias, Azáleas, Margaridas e muitos outros estavam espalhados pelo lugar, era quase um Olimpo. No meio de tudo um piano negro se encontrava no topo de uma pequena escadaria, era como um palco redondo.

–Agora vocês podem cantar?- perguntou Ane rindo

Lia concordou com a cabeça e subiu as escadas sentando-se no piano.

–Espere!- disse Atena e virou-se para Julie e Annabeth- Filhas, eu perdi quase tudo na vida de vocês e uma boa mãe não faz isso. Não me interrompa- disse quando Annie abria a boca para dizer algo- Eu quero ter esse momento.

Atena puxou as filhas até Lia e sorriu radiante para todas. Ela sentou-se sobre o piano de um lado e Annabeth do outro enquanto Julie se acomodava no banco em frente ao piano junto com Lilis. Minha irmã começou as primeiras notas de uma linda música. (N/A: Como são quatro fica assim: A parte normal é Lia, as partes em Itálico é Atena, as partes sublinhadas é Julie, as partes em negrito é Annabeth e todas juntas é Itálico, sublinhado e negrito)

Live Like Theres No Tomorrow (Selena Gomez)


If time came to an and today and we left to many things to say

If we could turn it back what would we want to change?

_

Now's the time to take a chance

Come on we gotta make a stand

What have we gotta lose? The choices is in our hands

And we can find a way to do anything if we try to,

_

Live like theres no tomorrow (cause all we have is here right now)

Love like it's all that we know (The only chance that we ever found)

Believe in what we feel inside, believe and it will never die

Don’t ever let this life pass us by

Live like there's no tomorrow

_

It never was a night at day and memories could fade away

Then there’d be nothing left but the dreams we made

Take a leap of faith and hope you fly

Feel what it's like to be alive

Give it all that we’ve got and lay it all on the line

And we can find a way to do anything if we try to

Live like theres no tomorrow (cause all we have is here right now)

Love like it's all that we know (The only chance that we ever found)

Believe in what we feel inside, believe and it will never die

Don’t ever let this life pass us by

Live like there's no tomorrow

Be here by side we'll do this together

Just you and me

Nothing is impossible

Nothing is impossible

Live like theres no tomorrow (cause all we have is here right now)

Love like it's all that we know (The only chance that we ever found)

Believe in what we feel inside, believe and it will never die

Don’t ever let this life pass us by

Live like there's no tomorrow

Live like theres no tomorrow (cause all we have is here right now)

Love like it's all that we know (The only chance that we ever found)

Believe in what we feel inside, believe and it will never die...


Annabeth parecia um anjo cantando, Lia tinha a voz de uma cantora profissional, Atena era extremamente habilidosa com notas altas por ter anos de experiência, a voz de Julie era doce como um delicioso bolo e todas juntas... Bem, Uau! Elas olharam para todos os que estavam sentados ouvindo e começaram a rir, passei os olhos pelas pessoas a minha volta e vi o porquê. Todos mantinham a boca praticamente no chão e as olhavam vidrados, Nico até babava. Mas eu não podia dizer nada deles, porque depois de alguns segundos percebi que minha boca também estava aberta, fechei-a antes que alguém notasse.

O clima era de alegria, mas o País das Maravilhas era maluco demais para manter isso por muito tempo. Sabe o que aconteceu? De repente um coelho de palito passou correndo por ali.

–O jogo, o jogo. Estou muito atrasado- dizia ele- Muito, muito atrasado. Tenho de ver o jogo.

–Ei, seu coelho! Que jogo?- gritou Lia descendo os degraus e correndo atrás dele

–Não me diga que essa cena vai se repetir- pediu Nico levantando do chão e saindo em disparada atrás de minha irmã- Deixe esse coelho pra lá! Foi ele que ferrou Alice- berrava meu primo

Levantei também e corri o mais rápido que pude até ficar ombro á ombro com Nico. Nenhum de nós parou, só gritamos para Lilis parar. Ouvi passos nos seguindo e dei só uma olhada em meus amigos em nosso encalço também gritando, mas nesse mínimo segundo que não olhei por onde andava Lia parou bruscamente fazendo-me trombar com ela. Nós dois rolamos no chão e ela parou bem em cima de mim me esmagando completamente até Nico a puxar para o lado. Eu me sentei zonzo e, depois que meu cérebro voltou a funcionar, vi um estádio cinza gigantesco com postes de holofotes quadrados iluminando o centro. De fora dava para ouvir gritos de torcida, milhares e milhares ao mesmo tempo.

–Um estádio?- perguntei

–Não, um mendigo- disse Lia com sarcasmo

Olhei-a com raiva e me levantei com ajuda de Annie. Meg apontou para a entrada do estádio e seguimos pra lá. Era uma abertura triangular com um tapete vermelho até a soleira e, provavelmente de guarda, se encontrava um urso negro com olhos vermelhos. Ele era como a versão maligna do urso Teddy, com direito a risada do mal.

–Oi- falei para o urso tentando disfarçar o medo- O que está acontecendo aqui?

–O jogo dos grifos obviamente- disse o urso numa voz incrivelmente fina, como se ele tivesse sugado o ar de uma bexiga umas cem vezes e deu naquilo- Vocês não são daqui, não é?

–Não- respondi lentamente ainda me recompondo da surpresa que levei por sua voz- Queremos entrar.

–Claro, estou aqui só de fachada para causar medo- falou ele- Mas por alguma razão quando falo todos riem e passam direto por mim- seus olhos começaram a se encher d’água- Não sou nem um pouco respeitado, sabe?- agora gotas grossas caiam por sua face

–Ahan. Vamos pessoal- disse Nico passando pelo urso, o segui com Rafael, Travis, Connor e Cris logo atrás

–Não podemos deixar ele aqui chorando sozinho- disse Annabeth abrando o braço esquerdo do urso- Percy, quando te conheci você não era assim.

Lia abraçou o outro braço do urso, depois Ane tocou um de seus ombros e Pâni o outro. Em alguns segundos todas as meninas acalmavam aquele animal chorão.

–Vem com agente- disse minha irmã enquanto todas o puxavam pela porta. Elas continuaram a confortar ele pelo túnel tentando distraí-lo e conversando como velhos amigos- Então... Qual é seu nome?

–Josefino- o nome já era feio, mas quando saiu naquela voz de falsete ficou mais feio ainda- Minha mãe nunca gostou de mim, sabe? Ela sempre preferiu meu irmão Rudinei de voz grossa e pelo ruivo, sabe? Eu tinha um nome legal. Era Esmarrel, mas um dia minha mãe Fedicleia mudou para Josefino porque cansou de minha incompetência, sabe? Já tentei mudar para um nome bonito como Valdifir só que não atenderam ao meu pedido porque ficaram rindo de mim por uma semana, aí eu desisti, sabe?

Eu entendi pouquíssimas coisas que ele disse. Entendi que era rejeitado pela mamãe Fedicleia por causa do irmão Rudinei e se chamava Esmarrel, mas foi mudado para Josefino. Entendi também que ele tentou mudar para Valdifir e riram da cara dele. Mas o que não entendi foi por que ele tinha voz fina, por que terminava cada frase com “..., sabe?” e por que aquela família de ursos adorava nomes ridículos. Ninguém entendeu. Todos só o encaravam enquanto ele desabafava.

–Bem... Josefino é um nome legal- seus olhos brilharam quando falei isso- Combina com você. Josefino, que nem sua voz fina.

Ele voltou a chorar apoiando a cabeça no ombro de Lia enquanto minha irmã me fulminava com os olhos. Annabeth deu um tapa em meu braço e todas continuaram a confortá-lo. Mas eu sabia que uma hora sobraria para mim, sempre sobrava e, como eu adorava esse direito, eu culparia Julie alegremente.

–Não liga para ele- disse Lia- Ele está com inveja porque seu nome pelo menos é de homem. O nome dele é... Keitlyn.

–O QUE?- falei me virando e encontrando seu olhar do mal, calei a boca instantaneamente e voltei a andar de cabeça baixa

Tive de aguentar as piadas do urso fracassado até o túnel terminar. Ele disse que viu logo de começo que eu era meio afeminando, que esse nome também combinava comigo e muitas outras coisas. Meus amigos riam da minha cara e nenhuma santa alma me defendeu, não, eles zoaram junto com direito á juros. Mas quando finalmente acabou entramos numa sala feita de tapetes de todas as cores e de todas as texturas, era o mundo do Aladin, só pode. Havia duas portas á nossa frente com escritas impossíveis de se ler e coisas (digo coisas porque não quero ser grosseiro) entravam nelas á toda hora.

–Essa é a sala de carpete. A porta da direita é para quem vai competir no jogo dos grifos e a da esquerda para quem vai assistir. O que vocês farão?- perguntou Josefino (N/A: Não paro de rir enquanto escrevo esse nome)

–Vamos competir- disse Lia sorrindo

O urso assentiu.

–Vou avisar os juízes, volto em alguns minutos para explicar as regras- falou Josefino passando de baixo de um tapete vermelho

Assim que ele sumiu de vista nós treze viramos para encará-la. Além de todo aquele drama com o urso de nome ridículo, varias horas de caminhada e mudar meu nome para Keitlyn eu teria de enfrentar essa droga de jogo? Porque comigo Zeus? Seu velho gordo desgraçado!

–Calma gente, é só uma diversãozinha- disse Lia. Josefino surgiu de novo e caminhava até nós- Vamos Keitlyn, vamos jogar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Thau, reviewssssssssssssss!!!!!!!!