De onde é que eu venho? Que aparência é que eu tenho? Ninguém além de mim realmente sabe. Sou Monocromático Comedor de Sonhos Baku, mas pode me chamar de Kagamine Len. Gosto de inventar que tenho um nome humano. É divertido fingir ser humano. Grande forma de matar o tédio enquanto não estou trabalhando.

    Se a jovem senhorita está com problemas de dormir à noite... Ah!Nesse caso, é a mim que deve chamar! Que tal se eu te lançar um feitiço? Ah! Não tem problemas com pesadelos? Então a dama gostaria de saber mais sobre mim? Pois bem então, vou lhe contar uma história interessante... É sobre uma garota que fui visitar uma vez, ela tinha pesadelos horríveis e sonhos deliciosos:

    Aconteceu por volta da 2ª Guerra Mundial, na Inglaterra, em Londres.

    O Big Ben soava familiar, e a lua cheia se mostrava com seu brilho enigmático, enquanto eu saltava rapidamente pelos telhados, pois uma garota clamava a uma estrela pelos meus serviços, era uma linda jovem de longos e brilhantes cabelos verde-água, grandes e belos olhos azuis e um rosto que me lembrava uma adorável boneca de porcelana. Pensei que seria divertido me esforçar um pouco mais em brincar com ela.

    Surgi com os braços apoiados no parapeito de sua janela, pude perceber que ela ainda usava roupas de dormir, por certo, havia acordado por algum pesadelo:

   - Olá, linda dama!-Como de praxe, cortejei a garota e alarguei o sorriso.

   -Ah...Olá, mas...O que faz o cavalheiro na minha janela?-Perguntou, com o rosto corado, essa garota era, sem dúvida, diferente.

    -Só estou na sua janela, porque não me convidastes para adentrar o recinto!-Expliquei, polidamente, enquanto ela parecia envergonhada, parecia até que estava nas regras de etiqueta que você deveria chamar as pessoas que estão na sua janela do 3º andar para entrar. Eu não sou um excelente conhecedor das diretrizes humanas, mas tenho certeza que a polícia deveria se envolver.

   -Ah! Perdão! Entre por favor err...Como se chama?-Disse me dando passagem para entrar.

    -Kagamine Len!-Respondi, com certa diversão, como já lhe foi dito, adoro fazer de conta que tenho nome.

    - Senhor Kagamine, é um prazer imenso que me tenha dado a honra de sua companhia, me chamo Hatsune Miku!Por favor, espere um segundo!-Ela disse, sorrindo docemente enquanto saia do quarto, em passos silenciosos, e eu me perguntava o que ela faria (já tive que fugir de/machucar muitos pais, por conta de suposto assédio sexual e coisas do tipo) Então, ela voltou com uma bandeja e nela tinha um jogo de chá, então ela me ofereceu um lugar para sentar enquanto servia pra mim uma xícara do líquido, eu aceitei com um sorriso no rosto, enquanto jogava o conteúdo do recipiente no vaso de uma flor que estava na cabeceira de sua cama, e então ela me fitou atônita:

    -Eu agradeço que tenha se preocupado comigo, mas eu não suporto beber chá... Qualquer bebida e comida humana não me satisfazem de forma nenhuma, e na verdade, tem um gosto deplorável!-Eu falei sinceramente, enquanto lhe entregava a delicada xícara de chá.

    -E o que você come?-Ela disse, parecendo mais curiosa do que supresa.

    -Pesadelos e sonhos!-Respondi me lembrando do delicioso sabor, em fato, estava com fome.

    -Oh! Isso é incrível! Então poderá me livrar dessas coisas horríveis?-Ela exclamou alegremente, juntando as duas mãos com os olhos azuis brilhantes, como eu já disse Diferente.

    -Ora, ora! Não foi por isso que me chamastes aqui? “Estrela do céu, por favor, me ajude a livrar-me desses pesadelos!”- Isso foi dito, enquanto eu imitava a voz dela perfeitamente, essa garota que estava me olhando como se eu fosse o salvador da vida dela. Doce anjinho, tão inocente, garanto que nem imaginou o que aconteceria à seguir.

     - Se tiveste pesadelos, agora não tens mais, por favor, deixe tudo comigo!-Eu falei, sorrindo enquanto brincava distraidamente com a minha bengala.

    -Eu lhe imploro... Por favor, Sr. Kagamine!-Pediu, tinha um brilho incomum no olhar, aparentemente não havia nada mais importante que isso pra ela. Esse tipo de pensamento facilita tanto o meu trabalho.

     Bom, não há nada mais prazeroso pra mim do que ser chamado por esse nome humano. Levantei-me de onde estava sentado, segurando a ponta do seu queixo e trazendo o seu rosto pra mais perto do meu, enquanto ela corava de uma maneira adorável, certamente esperava algo de mim nesse momento:

    -Faremos uma promessa com nossos dedos mindinhos... E então eu irei comer os seus pesadelos completamente!-Dei as instruções com um sorriso perverso no rosto, ela estava um pouco raivosa e contrariada, mas eu não irei beijá-la ainda, no entanto,confesso que é uma tentação.

    Feita a promessa, eu comi seus problemas, pesadelos e preocupações (curiosa pra saber como eu faço isso? É um segredo meu) se quer saber, nunca comi nada tão intragável... O que significa que os seus sonhos devem ser deliciosos. Eu então, coloquei minhas mãos sobre os seus olhos e lhe disse:

    -Esquece todas essas coisas horríveis!-Dei um leve beijo em sua testa, antes de saltar pela sua janela e me misturar com a escuridão da noite.

    A primeira visita havia se completado... Ela com certeza chamará por mim de novo.