Um Acidente No Tempo escrita por MelanieSofie


Capítulo 14
Capítulo 14 - Acusação


Notas iniciais do capítulo

**** HELLOOOOO, PESSOAS LEAIM ISTO, ESTÁ BOM?******
Oi sentiram a minha falta? Eu sei que tive sumida por mil e quinhetos anos, mas hoje, concretamente hoje é o meu primeiro dia de féria (MEU DEUS, FINALMENTE), e eu não consigo pensar começar as férias de uma maneira melhor se não com um capitulo para vocês. Terminei de o revisar hoje, e por isso aqui vos entrego.
Como sabem eu coloquei o capitulo temporário, terminei agora de o eliminar, para quem não o chegou a ler, ele falava sobre a minha quebra de autoestima enquanto escritora. E sobre os meus resultados ruins a Lingua Portuguesa. Bem, não vou ocupar mais o seu tempo, este capitulo tem uma coisa especial aqui no inicio e não tem pormenores :3
Beijinhos, até as notas finais.



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Eu decidi oferecer a todas vocês uma surpresa. Eu levantei a minha avaliação em português na parte da escrita, graças a um texto, mais concretamente um conto muito pequeno (mesmo!), que tive que escrever baseado numa imagem de um rapaz e um velho. Nesse conto foi avaliado com um 16 (numa escala de 1 a 20) e irei partilhar com vocês como recompensa pela vossa gigante paciência.

Nota: Este conto foi inspirado numa obra que eu estou atualmente a ler em inglês chamada Catcher in the Rye (O Apanhador no Campo de Centeio no Brasil), uma obra realmente extraordinária. O texto sofreu ligeiras transformações para o português do brasil para facilitar a vossa compreensão.

A Beleza do Desespero

"Imagino que estejam á espera de um doloroso relato da minha infância ou algo idêntico. Não o farei, o meu mundo é um lugar falso, onde é mais inútil que espectativas. Odeio essas pessoas, não compreendo como podem ser estúpidas ao ponto de esperarem algo bom de mim.

Não sou bom, nunca o serei.

Mas devo anunciar que existe uma espécie de seres humanos mais desprezível do que aqueles que sempre aguardam coisas boas. Esses seres, levam o termo falsidade a outro nível. Um exemplo disso era o homem à minha frente.

Aparentava ser o típico cavalheiro inglês do século vinte, com o cabelo branco bem penteado, barba feita e um casaco de bom corte, que o protegia do Inverno que se aproximava.

Mas a maioria das pessoas não compreendia a sua verdadeira essência, puramente desprezível. Para eles, ele era um digno professor de matemática, na verdade um dos mais respeitados de Inglaterra. Mas quando ele me entregava um conjunto de equações, com um sorriso no rosto e palavras de confiança, eu via a falsidade nos seus olhos.

– Meu rapaz, você irá conseguir. Você é um rapaz inteligente. Confie nas suas capacidades.

Era isso que eu desprezava, ele sabia que eu não iria conseguir, ele sabia que a inteligência não era uma das minhas qualidades. Mas mesmo assim ousava utilizar aquelas palavras, com um falso e maldito bastardo.

Com a pena a tremer-me nos dedos, comecei a desenhar números. Eles entrelaçavam-se na minha cabeça, não sabia como os organizar, com os escrever.

– Não desista, meu rapaz. – disse ele, com um sorriso arrogante perante a minha fraqueza.

Nesse momento pousei a pena no papel e os meus olhos encontram-se com os dele. O azul no castanho. Foi nesse momento que eu soube que o iria matar."

***Inicio do Capitulo***

Na manhã seguinte, a neve parecia cobrir toda a superfície de Hogwarts, pequenos rebentos esverdeados brotam pelo solo, mas eram rapidamente espezinhados pelos alunos que corriam e brincavam na neve. Era Domingo, e fato de não terem aulas permitia que grandes guerras de bolas de neve, corridas de trenós, descidas de tobogã, patinagem no gelo, juntassem a maioria dos alunos de Hogwarts. Tal não acontecia com Harry e Rony que estavam sozinhos no salão, cobertos por livros. Enquanto Hemione tinha decidido ir tentar novamente ter com Hagrid.

Para os marotos e Lily, a manhã estava igualmente agradável, Lily tinha-se comprometido a fazer mais poção Polissuco especial. Dumbledore lhe tinha ensinado que o segredo da poção era adicionar um ingrediente muito raro, que parecia um xarope viscoso e vermelho. Era sangue de dragão do norte, com mais de cinco anos. Era o ingrediente que dava aquela durabilidade à poção. O maior problema era que necessitava de ser agitado durante sete horas de seguida e precisava de ficar ao lume durante três meses. Os marotos e a ruiva tinham tomado a segunda dose à poucos dias, e apenas restava poção para mais uma dose. Que teriam que tomar em finais Fevereiro se quisessem manter o disfarce.

Os marotos arrastavam-se pelos corredores, completamente entediados. Minerva tinha os proibido de se juntar aos alunos numa luta de neve, pois Dumbledore não podia continuar a protege-los eternamente, então era essencial que eles não se comportassem como garotos, para não dar mais razão a Umbridge. Mas pedir a Tiago Potter e Sirius Black que ficassem quietos no seu canto, era o mesmo que pedir a um gato para ladrar. Era algo contra a essência deles.

A manhã ainda nem ia a meio quando eles atravessam ao lado do gabinete de Umbridge. Ao olharem para a porta, algo perigoso atravessou a mente de Tiago.

– Hum… cachorro? – Tiago bateu-lhe na cabeça. – Auu!

– Professores, lembra? Você não ouviu aquilo que a Minerva disso? Temos que nos comportar como adultos. – Disse Sirius sério, mas a cara de incrédulo de Tiago, o fez revirar os olhos. – O que foi?

– Desde quanto o Senhor Almofadinhas liga para aquilo que a Minerva diz? – Sirius revirou os olhos novamente. – Está bem, cara. Esquece, eu só me lembrei de um jeito de a gente se vingar da Umbridge.

– Conta!

– E a Minerva? E o comportamento adulto? – Disse Tiago, ironicamente. Seu olhar era malicioso.

– Podemos abrir uma exceção. O que você está a pensar?

Novamente um sorriso malicioso se abriu no rosto de Tiago.

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Se havia algo que Hogwarts aprendera com os anos, era que dois marotos num lugar fechado, pertencente a alguém profundamente odiado por ambos era algo que deveria ser evitado a qualquer custo. Infelizmente para Umbridge, bem debaixo do seu nariz pequeno, dois marotos terminavam de executar o seu plano.

Uma multidão de estudantes parecia se acumular junto ao gabinete de Dolores Umbridge com a porta parcialmente aberta. Um cenário suspeito, perto da hora de almoço num Domingo, com o exterior cheio de neve. Mas entre si os alunos comentavam animados o cenário hilariante na sua frente. Os famosos pratos no gabinete de Umbridge, com gatos vestindo os vestuários muito bizarros, estavam todos partidos e amontoados num canto. Ainda eram possível ouvir alguns miares dolorosos desse lugar. As cortinas rosadas, tinham sido pintadas numa mistura de vermelho e dourado. Todas as rendas rosa, tinham sido desfeitas e deixadas no chão, como trapos velhos, a secretária onde Umbridge guardava todos os seus documentos, tinha sido riscada com tinta vermelha e todo o seu conteúdo derramado pelos cantos da sala, mas o mais impressionante tratava-se de uma enorme faixa vermelha com palavras provocantes.

“ Com enorme prazer, o Senhor Pontas e o Senhor Almofadinhas, apresentam o novo quarto de Dolores Jane Umbridge”

– Quem são os senhores pontas e almofadinhas?

– Serão os gêmeos Weasley?

– Nãão, eles nunca deixariam uma mensagem para trás.

– Não sei, parecem bem o estilo deles. – Comentários eram soltos entre os alunos, ninguém parecia ter a certeza de quem cometera aquele ato, apesar dos gêmeos George e Fred serem os principais suspeitos. Tudo parecia bem até Severo Snape surgir.

– O que está a acontecer aqui? – Perguntou ele, assustando muitos dos alunos que não tinha reparado que o duro professor, de olhos escuros como o breu estava bem atrás deles.

Alguns deles, saíram rapidamente dali, com medo de apanhar detenção, mas a maioria simplesmente apontou para o gabinete de Umbridge. Severo ergueu uma sobrancelha ao observar o cenário na sua frente, ao contrário dos alunos ele parecia ter bastante certeza sobre os culpados da brincadeira. Sua boca de apertou numa linha fina e quando se preparava para expulsar os alunos daquele lugar, Umbridge surgiu.

Umbridge poderia ser uma mulher cruel, mas havia algo que ela prezava assim de tudo. Eram aqueles pratos com gatos bizarros pintados. Ao observá-los miarem destruídos num canto do seu gabinete, e todo o seu gabinete danificado e vandalizado, apenas uma palavra surgiu dos seus lábios pequenos.

– Quem? – Disse ela baixinho, não havia falsa doçura na sua voz. Apenas um ódio mais profundo que o fundo do oceano. Seus olhos brilhavam mais perigosamente que nunca. – Quem são Pontas e Almofadinhas!? – Gritou ela, bruscamente, observando cada aluno próximo, todos se pareceram retrair de medo.

– Eu sei. – Umbridge se voltou ferozmente para Severo. – E não me parece que nenhum deles estivesse disponível para redecorar o seu gabinete.

– Quem? – Perguntou Umbridge novamente, quase devorando Severo com os olhos.

– Tiago Potter e Sirius Black. – Murmurou Severo lentamente. - O primeiro está morto e o segundo é um criminoso procurado pelo Ministério, sinceramente não me parece que algum deles pudesse realizar tamanha estupidez.

– Como você sabe isso?

– Frequentaram Hogwarts no meu tempo. Eram conhecidos por esses apelidos.

– Você disse POTTER E BLACK, juntos? – Agora havia um sorriso no seu demoníaco no seu rosto. – Onde está o Senhor Potter?

– Não foi o Harry. Se é nisso que está a pensar. – Murmurou uma voz no meio do amontoado de alunos. Lentamente os alunos foram se desviando, mostrando quem falara. Era Hermione Granger. – O Harry esteve a manhã no Salão da Grifinória.

– Tem provas?

– Tenho. – Murmurou a garota confiante. – Rony Weasley esteve com ele a manhã inteiro.

– Não acredito em si, nem do Senhor Weasley. – Havia um sorriso cruel em seu rosto.

– Mas devia. – Disse Tiago, bem alto. Ele e Sirius tinham ficado escondidos o tempo todo, para poderem observar a reação de Umbridge à nova decoração, mas assim que perceberam que Harry seria culpado da peça, eles entraram em sua defesa. O rosto de Umbridge ficou extremamente vermelha ao ver o maroto corrigi-la. – Não foi o Harry que provocou isto. Fui eu e o cachorro, e se está se preguntado das assinaturas, eles estudaram connosco, e certamente se sentiriam honrados por verem os seus apelidos numa peça tão brilhante.

Não houve nenhuma resposta da parte de Umbridge. Apenas um silencioso ódio.

– Mas então, gostou da nossa surpresa? – Provocou Sirius, sorrindo maliciosamente.

Umbridge fixou os seus olhos castanhos nos dois marotos e começou a andar lentamente na direção deles. Havia um brilho bizarro na maneira de os olhar, que começou a assustar os dois marotos. Instintivamente Tiago retirou a varinha, a apontando na direção de Umbridge.

– Quieta. O quer que seja que você esteja a pensar fazer, é melhor mudar de ideias. – Umbridge parou a menos de um metro de distancia dos marotos.

– Isto não ficará assim, senhores. – Disse ela lentamente, e com os olhos ainda a brilharem de ódio fechou a porta do seu gabinete e saiu do corredor.

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Após toda a confusão no gabinete de Umbrigde, e agora mesmo muito perto da hora de almoço, Hermione com as vestes úmidas até ao joelho, entra ruidosamente no salão da Grifinória. Seu rosto mostrava toda a irritação e indignação que sentia naquele momento.


– E então? - Disse Rony, analisando o estado da amiga. - Pegou todas as lições planejadas por ele?

Hermione pareceu se relembrar do verdadeiro motivo pelo qual tinha deixado os amigos sozinhos, algo que de jeito nenhum melhorou o seu humor. Ainda sem responder, ela sentou-se numa poltrona junto de Harry.

– Sobre isso eu tentei. – Com um suspiro, ela pegou na sua varinha, e num complicado giro começou a libertar ar quente da ponta, secando as suas vestes. - Ele nem mesmo estava lá quando eu cheguei, fiquei batendo na porta por pelo menos meia hora. E então ele veio rapidamente da Floresta...

Harry gemeu. Todos sabiam da que a Floresta Proibida estava cercada de criaturas que poderiam valer uma bela demissão a Hagrid. Era extremamente irresponsável o que ele estava a fazer.

– O que ele está mantendo lá? Ele disse? – Perguntou Harry.

– Não - Disse Hermione miseravelmente. - Ele disse que queria fazer uma surpresa. Eu tentei explicar sobre Umbridge mas parece que ele não entende. Ele continua dizendo que ninguém em sã consciência iria preferir estudar ouriços em vez de quimeras. Oh, eu não acho que ele tenha uma quimera – Harry e Rony ficaram extremamente pálidos. -, mas isso não é por falta de tentativa, pois ele disse sobre como é difícil pegar os ovos. Eu não sei quantas vezes eu disse que era melhor ele seguir o plano da Grubbly-Plank, eu sinceramente não acho que ele tenha ouvido metade do que eu disse. Ele está com um humor um tanto engraçado, vocês sabem. Mas além de Hagrid eu estou preocupada com o seu pai, Harry.

– Meu pai? O que aconteceu? – Harry largou todos os pergaminhos que tinha na mão, de maneira a observar mais avidamente a garota ao seu lado.

Herminou suspirou sonoramente, iniciando o extenso relato sobre o desastre que Tiago e Sirius tinham provocado no gabinete, apesar de tentar conter algumas gargalhadas enquanto Hermione descrevia o caos o que gabinete se transformara, o rosto de Harry se tornou sério que Hermione referiu e que por muito pouco não tivera sido dele o culpado.

– Não pode estar falando a serio? Ela me queria castigar por algo que nem fiz? – Havia bastante indignação na sua voz.

– Se não fosse por seu pai, pode crer que você iria pagar pela brincadeirinha deles.

– Acha que lhes vai acontecer alguma coisa? Mamãe vai ficar verde de raiva quando souber. – Murmurou Harry mais para si mesmo do que para os amigos, mas Hermione pareceu ficar pensativa por alguns momentos.

– Bem, sem dúvida nenhuma que a Umbrigde irá tentar arduamente. Mas acredito que Dumbledore trate de tudo. Ele sabe que eles não podem ir para outro sítio. Quanto à sua mãe, Harry não leve a mal, mas acho que dos três é a única que ainda tem juízo. Seu pai e seu padrinho estão a ser extremamente irresponsáveis ao se exporem desse jeito. A atrair demasiadas atenções.

– É isso que me preocupa.

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Na manhã seguinte, as nuvens cobriam quase a totalidade do céu, enquanto a neve, brilhante e clara, cobria os caminhos, campos e árvores em redor do castelo. O clima em Hogwarts era em parte desanimado, muito pelo tempo desagradável e gelado, mas também por se iniciar uma nova semana. Uma semana com aulas e trabalho, apesar de já se encontrarem muito próximo do natal. Mas nem mesmo essa proximidade parecia aquecer os corações dos estudantes.

Durante o café da manhã, pela primeira vez, Hagrid surgiu por entres as portas do castelo. A noticia da sua chegada, era do conhecimento geral, mas a maioria parecia partilhar a opinião que a mudança de professor era para bem pior. Apesar de tudo, alguns como Jorge, Lino e Fred, atravessaram todas as mesas e gritaram de prazer, pela chegada do seu grande amigo. A chegada de Hagrid, podia traduzir-se numa mudança radical nas aulas, que deixariam de ser simples e educativas, para algo perigoso e excitante.

Quando libertado pelos alunos, que apreciavam o seu retorno, Hagrid se dirigiu a um dos únicos lugares livres, ao lado de Lily. A ruiva lhe dirigiu um largo sorriso, ao observar um dos seus maiores, não apenas em tamanho, amigos a tentar sentar o corpo todo da cadeira de dimensões médias a seu lado. Enquanto isso, Hagrid corou levemente, embaraçado pela sua ausência de jeito em frente de uma professora nova.

– Bem-vindo de volta, Hagrid. – Saudou Lily cordialmente, sentia pena de não poder abraçar o velho amigo, era uma pessoa que lhe tinha feito alguma falta na sua prolongada ausência. Se recordava bem de todas as horas que passou sentada a tomar chá na sua cabana e a conversar com ele, sobre todos os acontecimentos do mundo bruxo. Ele tinha sido a primeira pessoa a lhe falar sobre Voldemort.

– Obrigada. É a professora Evanne, certo? – Perguntou Hagrid, sorrindo agora de volta. Não parecia detectar nenhum sinal suspeito ou estranho a ruiva ao seu lado, que ainda a sorrir, acenou avidamente com a cabeça. – O Harry e os garotos me falaram de você. – Ele se aproximou de Lily, de maneira que apenas ela ouvisse. – Sabe, sobre ter estado a aturar o Snape e tudo mais. – Lily riu-se baixinho.

– Tem sido muito agradável trabalhar com ele. Não tenho qualquer motivo para reclamar. – Disse Lily, um tom avermelhado surgiu nas suas bochechas ao lembrar o beijo. Mas Hagrid pareceu nem notar no rubor nas faces da ruiva.

– Eles parecem gostar bastante de si. Não me lembro de falarem tão bem de um professor, com talvez a exceção do Lupin. – O coração da ruiva apertou-se. – Especialmente nestes tempos mais sombrios.

– Muitos parecem não acreditar nisso. – Sussurrou Lily, desviando o seu olhar duro na direção de Dolores, que comia uma maça, com os olhos pequenos a estudar os alunos no canto da mesa dos professores.

– Mas aquele cujo nome não deve ser pronunciado está de volta. Temo que mais poderoso que nunca.

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Na terça-feira seguinte, a neve caia lentamente em flocos pequenos e pouco definidos, quase pomposos, como pequenas esferas de algodão gelado. Enquanto isso nas masmorras, Lily e Severo devolviam os relatórios realizados na semana anterior, aos alunos do primeiro ano. Dos recantos sombrios das masmorras não era possível observar a bela paisagem que se construía no exterior.

– Você não foi rigorosa. – Murmurou Severo, com um falso desagrado para Lily, quanto terminava de entregar os testes. A maioria da classe obtivera um Razoável, e havia inclusive um número elevado de Ótimos.

– São turmas do primeiro ano, não podes esperar talentos magníficos. Não seja tão duro e não reclame com o meu trabalho. – Com um sorriso divertido, ela desviou os seus olhos de um Severo quase descontente para os alunos. – Não haverá dever hoje, como recompensa pelo sucesso nos resultados. Mas não se esqueçam que isso não é motivo para não estudarem. – Severo parecia ter desistido de argumentar contra a ruiva, os seus olhos nem se esforçavam por espelhar alguma raiva. – Podem se retirar. Mas, sem bagunça.


Poucos alunos pareceram ouvir as últimas palavras de Lily, múltiplas cadeiras foram arrastadas em simultâneo, e os alunos corriam para a saída, quase se atropelando entre si. Em breves minutos, nenhum aluno restava dentro da sala.

– Vê o que acontece quando se dá demasiada liberdade a crianças, Lily? – Disse Snape, com os olhos sob as cadeiras desarrumadas e mesas fora do sítio.

Lily não lhe devolveu uma resposta, apenas se limitou a recolher as cadeiras no sítio para o seu devido lugar, e a puxar as mesas para a sua posição inicial.

– Devia arrastar cada um deles para arrumar tudo isto.

– Nem pense nisso, Severo. São crianças. Crianças. Quando nós éramos assim também não queríamos arrumar as cadeiras.

– Eu sempre arrumei a minha cadeira. – Corrigiu Severo, com os braços cruzados sob o peito.

– Hum… Se a minha memória não me falha, eu estou a me lembrar de um episódio na biblioteca… Hum, em que você deixou a cadeira desarrumada, e dos montes de livros para eu arrumar.

– A sério, Lily? – Em meio sorriso surgiu nos seus lábios, era estranhamente agradável recordar aqueles momentos. Em que eles eram apenas a Lily e o Sev. Não havia nenhum ressentimento, nem tristeza que os separasse. – Eu estava atrasado e você disse que não se importava.

Por alguns momentos ele se deixou levar pelas memórias daquele dia, ele tinha perdido a noção do tempo com um livro particularmente interessante sobre venenos, e Lily tinha vindo ter com ele, mesmo a tempo de o lembrar que teria aula de história. Ela trazia o cabelo preso naquele dia, com algumas madeixas ruivas a cair pelo rosto. Ele se lembrava de ela estar particularmente bela naquele dia e de ter beijado a sua face.

– Sev. – Ele regressou lentamente à realidade. – Eu nunca disse que me tinha importado, apenas não venha com besteira, você também foi criança, e também deixava cadeiras desarrumadas.

– Assim você me ofende. – Severo aproximou-se dela, deseja tanto tocar-lhe, como nos velhos tempos, mas sabia que não podia. Pelo menos não do jeito que desejava. Era como um bêbado com uma garrafa na mão sem poder provar a sua maior tentação. Pegou numa madeixa do seu cabelo, era mais avermelhado que a sua cor original. – Me fez muita falta ter aqui você a implicar com tudo o que eu digo ou faço.

– Não precisa de agradecer, tenho muito gosto nisso! – Exclamou Lily, libertando fortes risadas. Severo acompanhou-a, sem libertar a mão no seu cabelo, e os olhos da sua face. – Fico contente por curar o seu permanente mau humor.

– Devo novamente me sentir ofendido?

– Claro que… - Iniciou Lily, mas foi interrompida pelo ranger da abertura da porta. Da zona exterior das Masmorras saiu Minerva, com uma capa esverdeada sobre os ombros, e um apertado coque no cimo da cabeça. Os seus olhos se estreitaram ao observar a proximidade entre os dois professores.

– Lamento interromper, mas Dumbledore solicita a sua presença, Professora Liana. – A mão de Severo caiu do rosto de Lily, seus olhos mostravam-se algo constrangidos. Um tornado de emoções parecia percorrer os olhos negros do professor. Enquanto a ruiva parecia não encontrar nada de anormal na situação.

– Sabe porquê? – Questionou Lily, ao se aproximar de Minerva. Os cabelos cacheados movimentavam-se em ondas enquanto a ruiva se movimentava.

– Não. Mas Dumbledore parecia inquieto. – A inquietação de Dumbledore parecia ter contagiado Lily, as suas sobrancelhas aproximaram-se, formando uma ondulação na zona da testa, os seus lábios estavam semi abertos como se desejasse proferir algo, mas não soubesse as melhores palavras. – É melhor ir.

A ruiva acenou com a cabeça. Em poucos segundos, apenas Minerva e Severo se encontravam nas masmorras. Severo parecia fazer um esforço para ignorar a presença da professora, enquanto arrumava as restantes cadeiras, mas Minerva permaneceu firme, com os olhos críticos.

– O que você está a fazer é errado. Muito errado.

– Não sei a que se refere. – Havia uma certeza perturbadora nas palavras de Severo, se Minerva não tivesse a certeza do que estava a acontecer teria hesitado. Mas ela sabia, era estupidamente óbvio. Severo podia ter escondido com perfeição ao longo de quinze anos, mas naquelas breves semanas a felicidade avassaladora que o atingira tornara-o menos cuidadoso na ocultação das suas emoções.

– Na verdade eu tenho bastante certeza que sabe exatamente a que me refiro. O passado não pode ser modificado. Harry Potter necessita de nascer. – Murmurou Minerva firmemente, sem retrair pelos olhos bizarramente duros de Severo.

– Temo que não tenha sido claro. – Havia tanta calma nessas palavras, cortantes como o gelo. - Não estou à procura de mudar nenhum passado. Lily Evans trata-se de uma amiga chegada do meu passado. Nada mais do que isso.

– Você a ama?

– Não. Agora, peço que me perdoe. Mas tenho assuntos a tratar.

Sem mais palavras, Severo abandona a sala.

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Deveriam faltar poucos minutos para terminar o último tempo da manhã quando a ruiva abandonou o gabinete do diretor. A conversa se tinha prolongado por tanto tempo, que a ruiva tivera que deixar a aula seguinte nas mãos de Severo. Não que ela não confiasse nele, mas ela parecia ter algumas dúvidas em relação a como Severo se iria comportar, sem a presença dela para o controlar. Quando ele estava com ela, sempre era muito mais agradável e passivo para com os alunos. Mas além do sofrimento dos seus alunos, outros dois assuntos estavam pendentes na sua mente.

Assuntos que tinham sido tratados na última hora e meia com o diretor. Um desses assuntos era Severo. Ela tinha conhecimento sobre os sentimentos do mesmo, mas apenas agora ela compreendia até que ponto eles eram, e sobre o quão difícil deveria ter sido para Severo admiti-los. O relato de Dumbledore sobre o sofrimento do seu a amigo ao encontra-la morta, tinham deixado cada célula do seu corpo arrepiada.

“Ele era um homem destruído no meu gabinete, Lily. Nem cem anos em Azkaban conseguiriam o que a sua morte conseguiu.” O jeito como os olhos de azuis de Dumbledore a penetraram ao pronunciar essas palavras, não deixavam quaisquer dúvidas que eles tinham observado aquele grau de sofrimento. A ruiva não tinha a menor ideia de como conseguiria encontrar novamente Severo.

O outro assunto de máxima importância era o facto de Tiago e Sirius terem tido novamente a brilhante ideia de fazer besteira. Era compreensível que eles a odiassem, a própria Lily a odiava profundamente, mas quase estragarem o disfarce que dera tanto trabalho manter e ainda irritar Umbridge ao ponto de o Ministro da Magia ter-se deslocado a Hogwarts para azucrinar o juízo a Dumbledore, era dispensável. A continuação dos dois marotos encontrava-se verdadeiramente por um fio, Dumbledore apenas conseguira mantê-los sob o argumento de que era uma disciplina experimental e que eles estavam apenas a fazer uma demonstração. Nem um louco acreditaria nisso, por isso se Sirius e Tiago pisassem o risco novamente seriam banidos.

A ruiva desejava sufoca-los com uma almofada. De forma dolorosa. Com esses pensamentos homicidas em mente, continuou a caminhar ao longo dos extensos corredores em direção à sala onde lecionaria a aula seguinte, quando se deparou com Hermione. O rosto da garota demonstrava aflição.

– Senhorita Granger, está tudo bem?

– Não, professora. Era mesmo consigo que eu precisava de falar. Acabei de chegar da aula de Hagrid. Temo que ele não fique conosco por muito tempo.

Flashback On – Poucas horas atrás…

Os alunos do quinto ano, mais concretamente da Grifinória e Sonserina, caminhavam pela neve em direção a Hagrid, que os aguardava alegremente num canto da Floresta. O seu aspecto não melhorara muito, o machucado encontrava-se agora tingido de verde e amarela, e algumas das suas feridas continuavam a sangrar. Complementando isso, encontrava-se no seu ombro a metade de uma vaca morta.

– Nós vamos trabalhar com isso hoje! - Hagrid pediu alegremente para os estudantes se aproximarem, enquanto olhava para as escuras árvores atrás dele. - Um pouco de abrigo! De qualquer forma, eles preferem o escuro.

– O que prefere o escuro? – Murmurou Malfoy para os seus amigos, era possível identificar pânico na sua voz. - O que ele disse que prefere o escuro, vocês ouviram?

– Prontos? - Disse Hagrid sempre alegre, olhando em volta dos alunos. - Certo, bom, eu estive planejando uma viagem dentro da Floresta para o seu quinto ano. Acho que veremos essas criaturas em seu habitat natural. Agora, o que estudaremos hoje é muito raro, eu presumo que provavelmente eu seja a única pessoa na Grã-bretanha que treina essas criaturas.

– E você tem certeza que são treinadas, não é? – Perguntou Malfoy, o pânico parecia cada vez maior. - Não seria essa a primeira vez que você trouxe coisas selvagens para classe, seria?

A Sonserina murmurou concordando e alguns grifinórios olharam como se achassem que Malfoy tinha uma certa razão também.

– Claro que são treinados - Respondeu Hagrid sem esconder a sua raiva, e ajeitando o animal morto no seu ombro.

– Então o que aconteceu com seu rosto? - Retrucou Malfoy.

– Vá cuidar da sua vida! Agora, se vocês terminaram com suas perguntar estúpidas, sigam-me!

Ele começou a andar diretamente para a floresta. Ninguém parecia muito disposto a seguir. Harry olhou para Rony e Mione, que suspiraram mas oscilaram, e três deles estavam logo atrás de Hagrid, conduzindo o resto da classe.

Andaram por volta de dez minutos até chegar em um lugar onde as árvores estavam tão próximas umas das outras que se tornara tão escuro quanto um crepúsculo e não havia tanta neve no chão.

Num som quase animalesco, o meio gigante pousou a metade da vaca no chão e se voltou para a classe, muitos dos alunos estavam escondidos por trás das árvores, observando atentamente e nervosamente tudo à sua volta.

– Juntem-se aqui, juntem-se aqui – Encorajou Hagrid. - Agora, eles serão atraídos pelo cheiro da carne mas eu vou dar a eles uma chamada de qualquer jeito, porque iriam gostar de saber que sou eu.

Ele sacudiu sua cabeça peluda para tirar o cabelo do rosto e deu um estranho "guincho chorante", que ecoou pelas sombrias árvores como se fosse o grito de um pássaro monstruoso.

Ninguém riu; muitos deles olhavam um tanto assustados para conseguir fazer algum barulho.

Hagrid reproduziu o mesmo som novamente, e um minuto se passou durante o qual todos continuaram a observar por cima dos seus ombros em busca de uma aparição bizarra. Então, Hagrid sacudiu o cabelo pata trás, e expandiu o seu enorme peito, em busca de ar para produzir o estranho grunhido mais alto, quando algo dois galhos de árvores se torceram misteriosamente.

Um par de olhos brilhantes e negros estava crescendo através da escuridão e um momento depois um rosto de dragão com o pescoço e o esqueleto de um enorme e negro cavalo alado surgia na escuridão. Isso foi à visão da classe por alguns segundos, zunindo seu longo e negro rabo, curvando sua cabeça e começando a rasgar o corpo da vaca morta com suas presas afiadas.

– Por que Hagrid não chama novamente? – Murmurou Rony para Harry, que continuava fascinado pelo estranho animal que percebera que antes não se tratara de uma ilusão sua.

Muitos dos alunos estavam com expressões confusas e nervosas, espantadas como Rony e outros, ainda estavam pasmos com o cavalo bem à frente deles. Havia apenas outras duas pessoas, além de Harry, que pareciam ser capazes de vê-los: um menino da Sonserina bem atrás de Goyle estava assistindo o cavalo comer com uma expressão de grande desgosto; e Neville estava observando o longo e negro rabo.

– Oh, e aqui vem mais um! - Disse Hagrid orgulhosamente, um segundo cavalo negro surgiu de dentro das árvores com suas rígidas asas envolvendo seu corpo e mergulhando sua cabeça para devorar a carne. - Agora... Quem pode vê-los levanta a mão.

Imensamente realizado de sentir que agora estava entendendo o mistério dos cavalos, Harry levantou sua mão. Hagrid sorriu para ele.

– Sim...Sim, eu sabia que você seria capaz Harry - Disse seriamente. - E você também, Neville?

– Com licença - Pediu Malfoy com uma voz covarde. - Mas o que nós temos que ver?

Para uma resposta, Hagrid apontou para a carcaça da vaca no chão. A classe inteira parou por alguns segundos, então várias pessoas suspiraram e Parvati gritou. Harry entendeu o porquê: partículas de ossos flutuando e sumindo no ar, pareceu muito estranho, de fato.

– Quem está fazendo isso? - Parvati perguntou com uma voz de medo, escondendo-se atrás de uma árvore. - Quem está comendo isso?

– Testrália - Disse Hagrid orgulhosamente e Hermione deu um leve "Oh" de compreensão sob o ombro de Harry. - Hogwarts tem um grande bando deles aqui. Agora, quem sabe...?

– Mas eles dão muito, mas muito azar! - Interrompeu Parvati, parecendo inquieta. - Eles podem dar todo tipo de azar para quem olha para eles. A professora Trelawney me disse uma vez que...

– Não, não, não, isso é apenas superstição, eles não trazem má sorte, eles são muito inteligentes e úteis! Claro, esses não dão tanto trabalho, principalmente carregam a carruagem da escola quando Dumbledore tem que fazer uma longa jornada e não quer aparatar, e ali está mais um casal, olhem...

Mais dois cavalos saíram silenciosamente de dentro das árvores, um deles passou muito perto de Parvati, que gritou e correu para perto de uma árvore, dizendo.

– Eu acho que senti algo, eu acho que estão perto de mim!

– Não se preocupe, eles não vão te machucar - Disse Hagrid pacientemente. - Agora, quem pode me dizer por que algum de vocês pode vê-los e outros não?

Hermione levantou a mão.

– Vá em frente! - Hagrid sorriu para ela.

– As únicas pessoas que podem ver um Testrália são pessoas que já viram alguém morto.

– Está absolutamente correto - Disse Hagrid solenemente -, dez pontos para a Grifinória. Agora, Testrálias...

– Hum, hum.

Aquele com anunciava a chegada de Umbridge, ela encontrava-se a alguns passos de Harry, com o seu chapéu e casaco verde e a prancheta suspensa nos seus pequenos dedos. Apesar de tudo, Hagrid esquecera-se por completo da inspeção de Umbridge e pareceu pensar que aquele tratava-se de um som proveniente do animal.

– Hum, hum.

– Oh, olá! - Disse Hagrid agora sorrindo, após localizar de onde vinha o barulho.

– Você recebeu o bilhete que lhe mandei esta manhã? - Disse Umbridge, com o mesmo tom de voz de sempre. - Dizendo que eu inspecionaria sua aula?

– Ah, sim - disse Hagrid radiante. - Que bom que você nos achou! Bom, como você pode ver, ou, eu não sei, você pode? Nós estamos vendo Testrálias hoje...

– Como? – Gritou Umbridge, aproximando sua mão do ouvido e curvando-se. - O que você disse?

Hagrid pareceu um pouco confuso.

– Hum, Testrálias! – Ele gritou. - Grandes cavalos com asas, você sabe!

Ele bateu seus gigantes braços esperançosamente. A professora Umbridge levantou seus olhos castanhos para Hagrid e resmungou enquanto escrevia em sua prancheta:

– Tem... Que... Melhorar... Sua... Linguagem... Grosseira.

– Bom... De qualquer forma... - Disse Hagrid, olhando para a classe como se estivesse nervoso. - Hum... O que eu estava dizendo?

– Parece... Ter... Uma... Memória... Muito... Curta - Murmurou Umbridge, alto o bastante para todos ouvirem. Draco Malfoy olhou como se o Natal tivesse vindo um mês antes; Hermione, por outro lado, ficou parva de raiva.

– É sim - Disse Hagrid, jogando um olhar de relance para a prancheta de Umbridge, com muita coragem. - Sim, eu ia dizer a vocês como nós formamos um bando. Sim, então, nós começamos com um macho e cinco fêmeas. Esse aqui... - Ele pegou o primeiro cavalo que apareceu - se chama Tenbrus, ele é meu favorito, o primeiro que nasceu aqui na Floresta...

– Você está ciente - Disse Umbridge bem alto, interrompendo-o - de que o Ministério da Magia classificou Testrálias como perigosos?

O coração de Harry afundou como uma pedra mas Hagrid apenas hesitou.

– Testrálias não são perigosos! Tudo bem que podem te machucar se você perturba-los...

– Mostra... Sinais... De... Prazer... Com... A... Idéia... De... Violência - Resmungou Umbridge, rabiscando em sua prancheta novamente.

– Não, vamos lá! - Disse Hagrid, parecendo um pouco ansioso agora. - Quer dizer, um cachorro morderia você se você o perturbasse, não é mesmo? Mas Testrálias só têm uma má reputação por causa do negócio da morte, as pessoas costumam pensar que são maus presságios, não é? Apenas não entendem, não é?

Umbridge não deu uma palavra; escreveu sua última nota, olhou para Hagrid e disse, mais uma vez alto e devagar.

– Por favor, continue ensinando usualmente. Eu vou dar uma volta - Ela fez uma mímica de o que seria andar, Malfoy e Pansy Parkinson estavam dando umas risadinhas - entre os estudantes - Apontou para alguns membros da classe - e vou fazer-lhes algumas perguntas - Apontou para a sua boca para indicar o que era falar.

Hagrid a encarou, claramente perdido e sem entender por que ela estava agindo como se eles não falassem a mesma língua. Hermione tinha lágrimas de fúria em seus olhos.

– Sua velha rabugenta, sua bruxa cruel! - Ela sussurrou, enquanto Umbridge andava em direção a Pansy Parkinson. - Eu sei o que você esteve fazendo, sua terrível, pervertida, corrupta...

– Hum... de qualquer jeito - Começou Hagrid, visivelmente se esforçando para recuperar o sentido de sua aula -, então, Testrálias. Sim. Bem, existem várias coisas boas sobre eles...

– Você acha - Disse a Professora Umbridge com uma voz ressoante para Pansy Parkinson - que você é capaz de entender o professor Hagrid quando ele fala?

Assim como Hermione, Pansy tinha lágrimas em seus olhos mas essas eram de felicidade, de fato, sua resposta foi quase incoerente porque estava tentando esconder suas risadas.

– Não... Porque... Bem... Ele parece... Estar grunhindo o tempo todo...

Umbridge escreveu em sua prancheta. O pequeno pedaço descoberto do rosto de Hagrid parecia excitado mas ele tentou agir como se não tivesse ouvido a resposta de Pansy.

– Hum... Sim... Boas coisas sobre os Testrálias. Bom, quando eles estão domados, como esses, vocês nunca estarão perdidos. Um incrível senso de direção, apenas diga-lhes aonde você quer ir...

– Na hipótese de que eles podem-lhe entender, claro - Disse Malfoy em voz alta e Pansy Parkinson teve um colapso de várias risadinhas. A professora Umbridge sorriu para eles e se voltou para Neville.

– Você pode ver os Testrálias, Longbottom, não é mesmo?

Neville corou.

– Quem você viu morto? - Ela perguntou, seu tom de voz indiferente.

– Meu avô

– E o que você acha deles? – Disse Umbridge, mostrando com suas curtas mãos os cavalos, que agora depositavam uma grande quantidade de carcaça.

– Hum - Disse Neville nervosamente, com um olhar para Hagrid. - Bem, eles, hum...Ok...

– Os estudantes... Ficam... Muito... Intimidados... Em... Admitir... Que... Estão... Assustados - Resmungou Umbridge, adicionando mais uma nota em sua prancheta.

– Não! - Disse Neville parecendo decepcionado. - Não, eu não estou com medo deles!

– Está tudo bem - Reconfortou Umbridge, batendo no ombro de Neville como se fosse um sorriso, embora parecesse uma maldade para Harry. - Bom, Hagrid - Ela olhou para ele novamente, falando mais uma vez bem alto e devagar. - Eu acho que já tenho o bastante para continuar com isso. Você receberá - Ela fez uma mímica como se estivesse pegando algo no ar - os resultados de sua inspeção - Apontou para a prancheta - em dez dias - Mostrou seus dez dedos curtos e então, com seu sorriso maior e parecendo um sapo mais do que nunca sob seu chapéu verde, partiu, deixando Malfoy e Pansy Parkinson rindo, Hermione tremendo de fúria e Neville parecendo triste e confuso.

Flashback Off

Hermione terminou de narrar os acontecimentos de á poucas horas a Lily. A ruiva parecia que ia explodir a qualquer momento, no seu tempo seria impessavel alguém vir avaliar um professor, e como se não bastasse que Tiago e Sirius, pela suas besteiras, estarem por um fio, era necessário que a estadia de Hagrid, que estava em Hogwarts bem antes dela entrar, estivesse também por um fio.

Hogwarts parecia estar naquele preciso momento á mercê do Ministerio da Magia. Foi nesse momento que Lily compreendeu uma coisa.

Tempos negros se avizinhavam.

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As duas semanas seguintes decorreram com alguma naturalidade, os dois marotos tinham ficado quase surdos com os sermões que tinham ouvido. Desde Lily a Harry, todos pareciam prontos a lhes saltar para cima. Como tal, os dois decidiram acalmar as peças temporariamente, de modo a não serem no futuro próximo expulsos do castelo. Claro que durante as suas aulas, eles procuravam mostrar aos alunos como fazer peças de forma discreta, e todas as artimanhas que tinham desenvolvido ao longo dos anos, mas nada de extraordinário ou destrutivo acontecera.

Mas isso era algo temporário, não era fácil conter dois marotos num castelo com Hogwarts, especialmente para Tiago, que agora mal conseguia encontrar Lily no castelo. Nos raros momentos que conseguia avistar o seu cabelo fogoso, ela se encontrava numa correria desenfreada para as masmorras ou para a biblioteca. Era complicado lecionar um sétimo ano de poções que ela não frequentara. Claro que havia o Snape, mas ela não se sentia bem em deixar todo o trabalho para ele. Além de que isso seria obviamente suspeito.

Por isso, a abstinência de besteira de Tiago terminou quando este, por mero acidente, escutou uma conversa entre duas alunas do quarto ano da Corvinal.

“- Charlotte, repaste no que acabou de acontecer? – Murmurou a rapariga de cabelos pretos e muito curtos. Os seus olhos brilhavam de entusiasmo, como se tivesse terminado de presenciar um evento extraordinário.

– Claro que sim, quem não notou? – Respondeu a rapariga loira, com os olhos esverdeados a brilhar cm o mesmo sentimento. – Mesmo ali no meio da aula. Eu acho que eles têm alguma coisa, não me lembro de alguma vez ter visto o Snape tão feliz como nestas semanas.

– Eles sem dúvida têm um caso, a Violet jurou à algum tempo que viu a professora Liana sair do quarto de Snape à noite.”

Tivera sido o nome do seu inimigo que atraíra a atenção de Tiago, mas agora que revia a conversa entre as duas garotas na sua mente, pareceu compreender tudo por completo. Era também por isso que Lily não tinha tempo para ele, a ruiva estava demasiado ocupada com o ranhoso.

Uma onde de raiva incendiava o espírito do maroto. Ele sabia que teria que agir, mesmo estando sobre aviso, afinal agora a sua vingança estava destinada a Snape e não a Umbridge. Com poucas certezas sobre o melhor método para agir, Tiago voltou para o seu quarto, onde pode refletir calmamente.

Aquele assunto seria tratado com as suas mãos, não era necessário trazer Sirius para o jogo.

**********************+.+**********************

Passava da meia-noite quando Tiago abandonou o seu quarto, não se lembrara de nada genial o suficiente para ser digno de um maroto, por isso decidiu que seria exatamente como nos velhos tempos. Com a varinha na mão, saiu em busca de Snape. O seu corpo parecia encher-se de coragem e adrenalina enquanto caminhava pelos corredores escuros. Era quase como nos velhos tempos, as únicas diferenças reais era que Snape era muito mais velho e que desta vez ele partia sozinho.

Tiago sabia que Snape encontrava-se de vigia nesta noite, era comum os professores, excluindo os dois marotos por motivos óbvios, vigiarem os corredores durante a noite, em busca de alunos irresponsáveis que estivessem fora da cama. Também era um bom momento para reflexão pessoal, coisa que Snape estava fazendo quando Tiago o encontrou.

A princípio Severo não pareceu notar na presença do maroto, encontrava-se embrenhado em pensamentos esperançosos. Um contraste bizarro com os pensamentos sempre sombrios que trespassavam a sua mente ao longo de muitos anos. Lily representava de muitas maneiras a única luz na sua mente. A única coisa que tornava a vida tolerável.

– Óh Ranhoso. – Desdenhou Snape, com a varinha apontada às costas de Snape. – Sabe, só porque a Lily está de volta, isso não te dá o direito de...

Tiago não conseguiu terminar a sua acusação.


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Notas finais do capítulo

Digam o que acharam! Eu estou ansiosa para ouvir as vossas opiniões nao só relacionadas com o capitulo, mas também com o curtissímo conto (sim, é suposto ele ser mesmo curto :c)
Gostava também que me dissesem o que imaginam que irá acontecer a seguir, eu sei que é muito ruim deixar a história desse jeito, mas eu irei começar se não mesmo hoje o proximo capitulo por tanto eles agora vão saindo á velocidade da luz (isto é ciências a mais). Digam os vossos palpites!!!! :3
Beijinhos, até breve meus amores.