Um Acidente No Tempo escrita por MelanieSofie


Capítulo 13
Capítulo 13 - Viagem de Hagrid


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeeeeeeeeeeeee ♥_♥ gente gostosa do meu coração!
Aiii, nossa, desculpem estar alguns dias atrasada. Mas este ultimo fim de semana tive que estudar aserio para ver se as minhas notas subiam para um resultado decente (sim, porque o meu decente não é o decente das outras pessoas. Eu sou uma nerd ♥_♥ orgulhosa. Eheheeh, uma nerd portuguesa. Mete graça. ^-^). Gosh, eu estou tão cansada :'c. Mas eu estava em divida com você por isso como prometido aí esta o capitulo! :D
Notinha, eu vou desaparecer novamente, desta vez apenas volto no carnaval, onde vou tentar publicar se possivel dois capitulos. Um esta prometido, mas dois vou fazer o meu maximo.
Este capitulo tem os pormenores.
Jáááááá agora agradecimente especial ás 11 meninas perfeitas que fizeram as minhas recomendações. Vocês são lindas e eu amo vocês ♥.♥.
Boa Leitura.



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Lily não esperava por aquela reação. Mais uma vez tinha aquele homem, que conhecia desde sempre, implorando para ela não partir. Tudo aquilo parecia tão fora do sítio, virado do avesso. Delicadamente, a ruiva soltou a mão de Severo e sorriu docemente.

- Preciso de voltar para os meus aposentos. Não posso permanecer aqui. – Disse ela, caminhando em direção à porta sem esperar pela resposta de Severo. A pouco espaço da porta, ela voltou-se sorrindo em despedida. - Até amanhã, Severo.

- Até amanhã. – Com isso, Lily abandona os aposentos de Severo. Durante o caminho para os seus aposentos, imagens bombeavam na sua mente. Muitas peças daquele futuro estavam agora ligadas, pareciam fazer muito mais sentido. Havia uma profecia, Severo tinha a contado a Lord Voldemort, que deduzira que Harry era o menino da profecia, então ele procurou para nos matar, Severo tentou colocar-nos em segurança, Pedro nos traiu, ela e Tiago morreram. Tudo parecia fazer sentido, mas ainda havia uma peça que não encaixava. Como seu filho sobrevivera? Na verdade, aquilo não era assim tão importante, seu filho estava seguro apesar de tudo e naquele momento tudo o que a ruiva precisava era de uma boa noite sono.

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No salão Principal da Grifinória, pouco tempo depois de Lily o ter abandonado para ir ter com Severo, Harry permanecia sentado numa das poltronas, refletindo nas palavras da mãe. Aquilo que tinha acontecido tinha sido um… acidente. E Harry tinha puro e simplesmente assistido a esse acidente. Não havia nenhuma relação amorosa entre a sua mãe e o Snape. Mesmo assim eles se tinham beijado. O que significa que havia sentimento de um lado. Se não era do lado da sua mãe, seria do lado de Snape.

O Snape gostava da sua mãe?

Aquilo soava irracional, e se Harry não tivesse observado com os seus próprios olhos, nunca conseguiria acreditar em tamanha besteira. Mas sua mãe pedira-lhe que fizesse um esforço para se dar melhor com o Snape. Harry duvidava conseguir isso, os sentimentos de ódio profundo que sentia pelo professor não se apagaria de um momento para outro, principalmente agora que suspeitava que ele gostava da sua mãe. Isso apenas o fazia sentir ainda mais raiva. Submerso nesses pensamentos, ele houve um barulho de passos e vê Hermione e Rony descerem as escadas.

- Ele está sozinho, vês? – Disse Hermione baixinho a Rony, que parecia algo carrancudo. – Eu disse que só precisávamos de esperar um pouco.

- Vocês não tinham ido se deitar?

- Estávamos à espera que a tua mão fosse embora. Tenho boas notícias. O Hagrid está de volta. – O rosto de Harry iluminou-se com aquelas palavras, enquanto Rony permaneceu passivo, Hermione tinha-lhe contado sobre isso enquanto tinham estado escondidos, à espera da saída de Lily. - Pensei que pudéssemos ir vê-lo agora.

Harry logo correu em direção o dormitório dos garotos para pegar a capa de invisibilidade e o Mapa do Maroto do seu malão, seguid por Rony. Foi tudo de tal forma rápido que ele e Rony já estavam prontos pelo menos cinco minutos antes de Hermione voltar correndo dos dormitórios das garotas, vestindo cachecol, luvas e um de seus horríveis chapéus de elfos.

- Bom, está frio lá fora. – Se defendeu ela, vendo a impaciência dos dois garotos à sua espera em baixo.

Deslizaram pelo buraco do retrato, onde a Madame Gorda, dormia sem dar pela abertura da porta e se cobriram com a capa da invisibilidade. Eles caminhavam devagar, e com imenso cuidado, descendo a múltiplas escadas do castelo. Em curtos intervalos eles checavam o mapa em busca de sinal próximo de Flich ou da Madame Nor-r-ra. A sorte estava do lado dos garotos, os corredores estavam vazios, com a exceção de Nick Quse Sem Cabeça, que flutuava distraidamente, murmurando baixinho “Weasley é nosso rei”, com algum orgulho na voz. Deslizaram cruzando o Saguão de Entrada e saíram no silencioso e congelado pátio. Harry pode observar pequenos quadrados de luz dourada e muito fumo, sair da chaminé da cabana de Hagrid. Sentia-se mais confiante, fazia muito tempo desde a última vez que vira o seu grande amigo.

Os três aceleraram a marcha, quase correndo entre a densa neve até atingirem a porta de madeira. Quando Harry levantou o punho e bateu três vezes um cão começou a latir freneticamente do lado de dentro.

- Hagrid, somos nós. – Disse Harry pelo buraco da fechadura.

- Devia ter adivinhado. – Disse uma voz rouca, sem dúvida de Hagrid.

Os três sorriram entre si, ainda em baixo da capa.

- Estou em casa a três segundos... Sai do caminho Canino... Sai do caminho, seu cão preguiçoso.

A grossa tranca foi empurrada para o lado, a porta abriu rangendo, de dentro surgiu a cabeça grande e peluda de Hagrid.

Hermione gritou ao observar o rosto de Hagrid.

- Por Merlin, falem baixo. - Disse Hagrid duramente, encarando insensatamente acima de suas cabeças. - Embaixo daquela capa, não? Bom, entrem, entrem.

- Desculpe. - Disse Hermione, enquanto os três se espremiam para passar por Hagrid e tirar a capa para que ele pudesse vê-los. - Eu só, oh, Hagrid.

- Não é nada, não é nada. - Disse Hagrid de forma dura, ao fechar a porta atrás deles e correndo para fechar as cortinas, mas Hermione continuou o encarando com horror.

O seu cabelo, embora juba fosse o termo mais adequando, estava ainda mais embaraçado do que o normal, e tinha sangue congelado em algumas partes. O seu olho esquerdo, estava de tal forma inchado, que no meio do inchado hematoma roxo e preto, apenas se encontrava uma fenda estreita onde deveria estar olho escuro. Havia vários cortes ao longo de todo o seu rosto, alguns ainda sangrando. Hagrid movia-se cuidadosamente, o que levava a suspeitar que algumas costelas deveriam estar quebradas. Os três garotos perceberam que Hagrid tinha acabado de chegar, uma espessa e suja capa de viagem estava colocada nas costas de uma cadeira, e um saco gigantesco, suficiente para carregar várias crianças, estava encostado à parede atrás da porta.

Hagrid tentava caminhar, com muita dificuldade, até ao fogo, colocando a chaleira de cobre sobre ele.

- O que aconteceu com você? - Perguntou Harry enquanto Canino dançava em volta deles, tentando lamber seu rostos.

- Já disse, nada. Querem uma xícara?

- Deixa-te disso. – Disse Rony. - Olha o estado que você está!

- Estou falando, eu estou bem. - Hagrid se levantou e virou para encarar todos eles, mas logo se encolheu. - Nossa, é bom ver vocês três de novo, tiveram um bom verão, foi?

- Hagrid, você foi atacado. – Disse Rony, sem retirar os olhos do rosto marcado de Hagrid.

- Pela última vez, não é nada. - Continuou Hagrid firmemente.

- Você diria que não é nada se um de nós aparecesse com um quilo de carne em vez de rosto? - Rebateu Rony.

- Você devia ir ver Madame Pomfrey, Hagrid. - Disse Hermione. - Alguns desses cortes estão feios.

- Eu estou lidando com isso, está bem?

Ele contornou a enorme mesa de madeira, que ficava bem no meio da sua cabana, puxou a toalha de chá que tinha ficado lá. Debaixo havia um bife cru, cheio de sangue, num tom meio esverdeado e maior que um pneu de um carro normal.

- Você não vai comer isso, vai Hagrid? - Disse Rony, encostando para ver melhor. - Parece venenoso.

- Era para parecer, é carne de dragão – Esclareceu Hagrid. - E eu não peguei para comer.

Ele pegou no bife e colocou-o no lado esquerdo do rosto, onde o seu olho estava dolorosamente roxo. O sangue esverdeado escorreu por seu rosto e barba, enquanto ele fazia um som de alívio, por ter acalmado a dor.

- Assim está melhor. Ajuda com a ardência, sabe?

- Então, você vai nos contar o que houve? - Perguntou Harry.

- Não posso, Harry. Segredo. Meu trabalho vale mais do que dizer isso a vocês.

- Os gigantes bateram em você, Hagrid? - Perguntou Hermione calmamente.

Os dedos de Hagrid deixaram escorregar o bife de dragão, que caiu ruidosamente no seu peito. Hermione não precisava de mais nada para ter a certeza que acertara em cheio.

- Gigantes? - Disse Hagrid, pegando o bife antes que atingisse o cinto e o colocando de volta sobre seu rosto. - Quem falou qualquer coisa sobre gigantes? Com quem vocês têm falado? Quem contou para vocês que eu... Quem disse que eu tenho... Hein?

- Nós adivinhamos. - Disse Hermione, quase que se desculpando.

- Ah, vocês adivinharam, foi? - Disse Hagrid, observando-a com o olho que não estava coberto pelo bife.

- Era um pouco... Óbvio. - Disse Rony, algo que Harry concordou.

Hagrid os encarou atentamente, sorrindo em seguida, aqueles três eram verdadeiramente especiais para ele, lançando o bife de volta para a mesa, ele deu um passo largo em direção á chaleira, que apitava ruidosamente.

- Nunca vi crianças como vocês três para saber mais do que deveriam. – Murmurou Hagrid, servindo água fervente em três de suas canecas, que pareciam mais baldes, do que canecas normais de chá. – Eu não estou apoiando vocês também. Curiosidade, alguns chamam de Interferência. – De forma sombria a sua barba estremeceu.

- Então, você tem procurado gigantes? – Disse Harry, de forma séria, sentando-se numa das cadeiras que cercavam a mesa.

Hagrid colocou as canecas na frente de cada um deles, em seguida se sentou e pegou no bife, o jogando de volta no rosto.

- É, está bem. - Ele grunhiu. - Eu estive.

- E você os achou? - Perguntou Hermione num tom apressado.

- Bom, não é tão difícil achá-los, para ser sincero. Bem grandes, sabe?

- Onde eles estão? - Perguntou Rony.

- Nas montanhas.

- Então por que os trouxas...

- Eles sabem. - Disse Hagrid obscuramente. - Só que suas mortes são sempre encobertas por acidentes de alpinismo, não são?

Ele ajeitou o bife ligeiramente, para que este cobrisse os machucados em estado mais ruim.

- Ah vai, Hagrid, conta o que você fez... – Pediu Rony. - Conta sobre ser atacado por gigantes, que o Harry conta como ele foi atacado pelos dementadores...

Hagrid engasgou-se com o chá da caneca, deixando ao mesmo tempo o bife cair na mesa. Uma grande quantidade de chá, saliva e sangue esverdeado agora decoravam a mesa, enquanto ele tossia bruscamente e o bife escorregava para o chão, produzindo uma grande barulheira.

- O que você quer dizer "atacado por dementadores"? - Resmungou Hagrid, quase recomposto do choque.

- Você não sabia? - Perguntou Hermione de olhos arregalados.

- Eu não sei de nada que aconteceu desde que eu saí. Eu estava em missão secreta, não estava? Não queria corujas me seguindo por todo canto, benditos dementadores! Vocês não estão falando sério?

- Estamos, estamos sim, eles apareceram em Little Whinging e atacaram meu primo e eu, e o Ministério da Magia me expulsou... – Murmurou Harry, sendo interrompido por Hagrid.

- O quê?

- E eu tive que ir a uma audiência e tudo, mas diga sobre os gigantes primeiro.

- Você foi expulso? – Insistiu Hagrid.

- Conta sobre o seu verão que eu conto sobre o meu.

Hagrid o encarou através do seu único olho aberto. Harry olhou de volta uma expressão de determinação inocente no rosto.

- Está bem. - Disse Hagrid num tom conformado, curvando-se para tirar a carne de dragão da boca de canino, voltando a coloca-la no sobre o olho inchado.

- Ah, Hagrid, não faz isso, não é higiê... – Disse Hermione, mas Hagrid não parecia importar-se.

Ele tomou outro gole fortificante de chá, então começou a história.

- Bom, nós partimos logo depois que as aulas acabaram...

- Madame Maxime foi com você, então? – Perguntou Hermione.

- É isso. - Disse Hagrid, com uma expressão mais gentil aparecendo nas poucas polegadas do rosto que não estava obscurecido pela barba ou pelo bife verde. - É, éramos só nós dois. E eu vou dizer isso, ela não tem medo de lutar, a Olímpia. Vocês sabem, ela é uma mulher refinada e bem vestida e sabendo onde estávamos indo eu imaginei como ela se sentiria sobre escaladas e dormir em cavernas e essas coisas, mas ela não reclamou.

- Vocês sabiam onde estavam indo? - Repetiu Harry. - Vocês sabiam onde os gigantes estavam?

- Bom, Dumbledore sabia e ele nos disse.

- Eles estão escondidos? - Perguntou Rony. - É segredo onde eles estão?

- De fato, não. - Disse Hagrid, sacudindo sua cabeça peluda. - É só que a maioria dos bruxos não se importa onde eles estão, ainda que é uma longa estrada. Mas onde eles estão é muito difícil chegar, para humanos, pelo menos, então nos precisamos das instruções de Dumbledore. Levamos um mês para chegar lá.

- Um mês? - Gritou Rony, como se fosse incrivelmente ridículo uma viagem demorar tanto tempo. - Mas por que vocês não podiam simplesmente pegar uma chave de portal, ou algo do tipo?

Havia uma expressão estranho no olho negro de Hagrid, enquanto este encarava Rony, era algo idêntico a dó.

- Nós estamos sendo observados, Rony. – Disse Hagrid grosseiramente.

- O que você quer dizer?

- Você não entende, o Ministério está observando Dumbledore e qualquer um que eles saibam que é leal a ele...

- Nós sabemos disso. – Disse Harry rapidamente, mais do que ansioso que Hagrid retornasse à história. - Sabemos que o Ministério está vigiando Dumbledore...

- Então vocês não podiam usar magia para chegar lá? - Perguntou Rony, ainda atordoado. - Vocês tiveram que agir como trouxas todo o caminho?

- Bom, não exatamente todo o caminho. - Disse Hagrid com cautela. Como se confessa-se um crime desonesto. - Nós só tivemos que ter cuidado, porque eu e Olímpia chamamos atenção...

Rony fez um barulho abafado em algum lugar entre um ronco e uma fungada e apressadamente tomou um gole de chá, tentando disfarçar.

- Então não é difícil nos seguir. Nós estávamos fingindo que estávamos de férias, juntos, então fomos para o interior da França, simulando que íamos para onde é a escola da Olímpia, nós sabíamos que tinha gente do Ministério seguindo. Tivemos que ir devagar, porque na verdade não devo usar magia e sabíamos que o Ministério estava procurando uma razão para nos prender. Mas nós demos um jeito de escapar perto de Dee-Jonh...

- Ooooh, Dijon? - Disse Hermione agitada. - Eu estive lá nas férias, você viu... – Hermione se calou com o olhar de Rony.

- Arriscamos um pouco de magia depois disso e não foi uma má viagem. Encontramos alguns trasgos loucos na divisa com a Polônia e eu tive uma pequena discussão com um vampiro num pub em Minsk mas, fora isso, foi uma viagem calma. Então chegamos no lugar, então veio a parte difícil pelas montanhas, procurando por sinais deles... Tivemos que deixar de usar magia, então, parte porque eles não gostam de bruxos e nos não queríamos briga tão cedo, parte porque Dumbledore tinha avisado que Você-Sabe-Quem estava determinado a achar os gigantes e tudo. Ele disse que seria estranho se não tivesse mandado mensageiros até lá ainda. Disse para tomarmos muito cuidado ao chamar atenção para nós no caso de haver Comensais da Morte.

Hagrid parou para um longo gole de chá.

- Continue. - Disse Harry apressado. Sua ansiedade por saber o resto da história estava a consumi-lo.

- Achamos eles. - Disse Hagrid grosseiramente. - Fomos ao lado de um cume uma noite e lá estavam eles, espalhados abaixo de nós. Pequenas fogueiras queimando sob enormes sombras... Era como ver pedaços da montanha se mexer.

- Quanto eles medem? - Perguntou Rony numa voz baixa.

- Uns cinco metros. - Disse Hagrid despreocupadamente. - Os maiores deviam ter seis metros e meio.

- E quantos eram?

- Eu acho que mais ou menos setenta ou oitenta.

- Só isso? - Exclamou Hermione surpresa.

- É. - Disse Hagrid, havia uma certa nostalgia no seu olhar. - Oitenta restam e haviam muitos antes, devia haver centenas de tribos diferentes, de todo lugar do planeta. Mas eles têm morrido há anos. Bruxos mataram alguns, claro, mas eles matam uns os outros e agora estão morrendo mais rápido que nunca. Eles têm que viver juntos desse jeito. Dumbledore diz que é nossa culpa, foram os bruxos que os forçaram a sair e fizeram com que ficassem bem longe da gente e não tiveram outra escolha além de ficar junto para proteção.

- Então - Disse Harry. - você os viu, e depois?

- Bom, esperamos até de manhã, não queríamos tentar alguma coisa no escuro, para nossa própria segurança. Por volta das três da manhã eles dormiram bem onde estavam sentados. Não ousamos dormir por dois motivos, queríamos ter certeza de que nem um deles acordasse e viesse onde estávamos e também porque os roncos eram inacreditáveis. Causaram uma avalanche perto do amanhecer. Bom, quando amanheceu fomos falar com eles.

- Simples assim? - Disse Rony, olhando completamente aterrorizado. - Vocês foram entrando no acampamento de gigantes?

- Bom, Dumbledore tinha dito como fazer isso. Dar presentes ao Gurg, mostrar respeito, sabe.

- Dar presentes a quem? - Perguntou Harry.

- Ah, ao Gurg, quer dizer o chefe.

- Como vocês sabiam qual era o Gurg? - Perguntou Rony.

Hagrid parecia divertido com a pergunta de Rony.

- Sem problemas, era o maior, mais feio e mais preguiçoso. Sentado, esperando que os outros tragam comida. Cabra morta, essas coisas. O nome era Karkus. Eu diria que tinha uns cinco metros e meio, talvez seis, o peso de um par de elefantes machos. A pele como dinheiro amassado e tudo.

- E vocês foram falar com ele? - Perguntou Hermione, perdendo o ar.

- Bom... Fomos, ele estava deitado no vale. Estavam numa depressão entre quatro montanhas bonitas e altas, sabe, do lado do lago da montanha, e Karkus estava deitado ao lado do lago, uivando para os outros trazerem comida para ele e para a mulher. Olímpia e eu descemos a encosta da montanha...

- Mas eles não tentaram matar vocês quando viram? - Perguntou Rony, sem conseguir acreditar na facilidade daquilo.

- Definitivamente, eles estavam pensando nisso. - Disse Hagrid, encolhendo os ombros despreocupado. - Mas fizemos como Dumbledore pediu, que era segurar nosso presente no alto e ficar olhando para o Gurg e ignorar os outros. Então nós fizemos isso. E o resto deles ficou calado e olhando a gente passar. Fomos até o pé de Karkus, então nos curvamos e pusemos nosso presente no chão na frente dele.

- O que se dá a um gigante? Comida?

- Não, eles se viram para achar comida sozinhos. Levamos magia. Gigantes gostam de magia, só não gostam quando é usada contra eles. De qualquer jeito, aquele primeiro dia demos um galho de fogo Gubraithian.

Hermione disse "Wow" baixinho mas Harry e Rony franziram as sobrancelhas, embaraçados pela sua ignorância.

- Um galho de...?

- Fogo eterno! - Disse Hermione, bastante irritada. - Vocês já deviam saber. O professor Flitwick comentou pelo menos duas vezes na sala!

- Bom, de qualquer forma. - Disse Hagrid rapidamente, impedindo que Rony pudesse responder de forma grosseira. - Dumbledore enfeitiçou esse galho para queimar para sempre, o que qualquer bruxo poderia fazer, então eu pus no chão coberto por neve perto do pé de Karkus e disse: "Um presente para o Gurg, dos gigantes, de Alvo Dumbledore, que manda seus respeitosos cumprimentos".

- E o que Karkus disse? - Perguntou Harry, sempre ansioso.

- Nada. Não falava inglês.

- Você está brincando!

- Não importava. - Disse Hagrid, sem se deixar perturbar. - Dumbledore tinha avisado que isso poderia acontecer. Karkus sabia o suficiente para gritar para que alguns gigantes que conheciam nossa língua e eles traduziram para nós.

- E ele gostou do presente? - Perguntou Rony.

- Ah, sim, começou uma tempestade quando ele entendeu o que era. - Disse Hagrid, virando a carne de dragão, de modo a pressionar o lado mais frio no olho ainda muito inchado. - Muito satisfeito. Então eu disse: "Alvo Dumbledore pede que o Gurg fale com seu mensageiro quando voltar amanhã com outro presente".

- Por que vocês não podiam falar com ele aquele dia? - Disse Hermione.

- Dumbledore queria que fôssemos muito devagar. Fazer com que vejam que cumprimos nossas promessas. "Vamos voltar amanhã com mais ofertas", e voltamos com mais presentes, dá boa impressão, vê? E dá tempo a eles de testarem o primeiro presente e descobrir que é bom, os deixa ansiosos por mais. De qualquer jeito gigantes como Karkus, sobrecarregue-o com informações e ele te mata só pra simplificar as coisas. Então nos curvamos fora do caminho e saímos e achamos uma pequena caverna para passar a noite e na manhã seguinte voltamos, dessa vez encontramos Karkus sentado esperando por nós, parecendo ansioso.

- E você falou com ele?

- Ah, sim. Antes demos a ele um bonito elmo de batalha, feito por duendes e indestrutível, sabe, e então sentamos e falamos.

- O que ele falou?

- Não muito. Ouviu mais. Mais houveram bons sinais. Ele tinha ouvido falar de Dumbledore, ouvido que tinha brigado contra a matança dos últimos gigantes na Inglaterra. Karkus pareceu estar bem interessado no que Dumbledore tinha para falar. E alguns dos outros, especialmente aqueles que falavam um pouco de inglês, se juntaram e ouviram também. Tínhamos esperanças quando partimos aquele dia. Prometemos voltar na manhã seguinte com outro presente. Mas aquela noite tudo deu errado.

- O que você quer dizer com deu tudo errado? - Disse Rony rapidamente.

- Bom, como eu disse, eles não deviam viver juntos, gigantes. - Disse Hagrid, com muita tristeza. - Não em grupos grandes como aquele. Eles não se aguentam, matam metade deles a cada poucas semanas. Os homens lutam uns com os outros, as mulheres lutam umas com as outras; os remanescentes das antigas tribos lutam uns com os outros, isso sem contar brigas por comida, os melhores fogos, os melhores cantos para dormir. Você pensaria, vendo que toda a raça está para se extinguir, que eles cuidariam uns dos outros, mas...

Hagrid suspirou profundamente.

- Aquela noite uma briga começou, vimos da boca da nossa caverna, olhando para baixo, no vale. Continuou por horas, vocês não acreditariam no barulho. E quando o sol subiu a neve estava escarlate e sua cabeça estava na beira do lago.

- Cabeça de quem? - Ofegou Hermione.

- Do Karkus. - Disse Hagrid pesadamente. - Havia um novo Gurg, Golgomath. – Hagrid suspirou profundamente. - Bom, não havíamos considerado um novo Gurg dois dias depois de fazer contato amigável com o primeiro e tínhamos um pressentimento de que Golgomath não estaria tão ávido por ouvir, mas tínhamos que tentar.

- Você foi falar com ele? - Pergunto Rony, incrédulo. - Depois de assistir ele tirar a cabeça de outro gigante?

- Claro que sim. - Disse Hagrid. - Não fomos até lá para desistir depois de dois dias! Nós descemos com o próximo presente que íamos dar a Karkus. Eu sabia que não ia ter jeito antes de ele abrir a boca. Estava ali sentado, com o elmo de Karkus, olhando com maldade enquanto chegávamos perto. Ele era grande, um dos maiores. Cabelo preto e dentes combinando e um colar de ossos. Alguns ossos humanos. Eu fiz uma tentativa, segurei um grande rolo de pele de dragão e disse "Um presente para o Gurg dos gigantes...". Logo depois eu estava pendurado de pés para o ar seguro pelos pés, dois de seus colegas me haviam agarrado.

Hermione tampou a boca com as mãos, completamente horrorizada com o relato de Hagrid.

- Como você se safou disso? - Perguntou Harry.

- Não teria se Olímpia não estivesse lá. Ela tirou a varinha e fez um dos feitiços mais rápidos que eu já vi. Maravilhoso. Acertou os dois que me estavam segurando bem no olho com a maldição Conjuctivitus e eles me largaram na mesma hora, mas estávamos enrascados então, porque tínhamos usado magia contra eles e isso é o que gigantes odeiam sobre bruxos. Tivemos que sair a pé e sabíamos que não havia jeito de voltar ao acampamento de novo.

- Nossa, Hagrid. - Disse Rony baixo.

- Então por que você demorou tanto para vir para casa se você ficou lá por apenas três dias? - Perguntou Hermione.

- Não partimos depois de três dias! - Disse Hagrid, parecendo indignado com a pergunta. - Dumbledore estava contando connosco.

- Mas você acabou de dizer que não havia jeito de voltar!

- Não durante o dia, nos não podíamos, não. Só tivemos que repensar um pouco. Gastamos alguns dias deitados na caverna e observando. E o que vimos não foi bom.

- Ele tirou mais cabeças? - Perguntou Hermione, sensivelmente.

- Não, preferia que fosse isso. – Murmurou Hagrid pesarosamente.

- O que quer dizer?

- Eu quero dizer que nos logo descobrimos que ele não recusa todos os bruxos, só nós.

- Comensais da Morte? - Calculou Harry rapidamente.

- É. - Murmurou Hagrid obscuramente. - Dois deles os estavam visitando todos os dias, trazendo presentes para o Gurg; ele não estava os virando de pés para o ar.

- Como você sabia que eram Comensais da Morte? – Perguntou Rony.

- Por que reconheci um deles. - Disse Hagrid. - Macnair, lembra ele? O cara que mandaram para matar Bicuço? Maníaco, é o que ele é. Gosta de matar tanto quanto Golgomath. Não é à toa que se deram tão bem.

- Então Macnair convenceu os gigantes a se aliar a Você-Sabe-Quem? - Disse Hermione desesperadamente. Aquilo eram péssimas notícias. 

- Segure seus Hipogrifos, eu ainda não terminei minha história. - Disse Hagrid, indignado, que, no início não queria de maneira nenhuma contar a história aos garotos, agora parecia ter ganho algum entusiasmo a contar as suas aventuras, bastante perigosas. - Eu e Olímpia conversamos e concordamos que só porque o Gurg parecia estar favorecendo Você-Sabe-Quem não queria dizer que todos favoreceriam. Tentamos convencer alguns dos outros, os que não queriam Golgomath como Gurg.

- Como vocês sabiam quais eram? - Perguntou Rony.

- Bom, eram os que estavam apanhando feio, não eram? - Disse Hagrid pacientemente. - Os que tinham alguma consciência estavam ficando fora do caminho de Golgomath, se escondendo em cavernas em volta da depressão, assim como nós. Então decidimos ir remexendo as cavernas à noite e ver se conseguíamos convencer alguns deles.

- Vocês foram remexendo cavernas escuras procurando gigantes? - Disse Rony, com admirável respeito em sua voz.

- Bom, não era com os gigantes que estávamos mais preocupados, estávamos mais inquietos por causa dos Comensais da Morte. Dumbledore tinha dito antes de partirmos para não bobear com eles se pudéssemos evitar e o problema era que eles sabiam que estávamos por perto, acho que Golgomath contou sobre a gente. De noite, quando os gigantes estavam dormindo e nós estávamos rastejando nas cavernas, Macnair e o outro ficavam rondando as montanhas, procurando nós dois. Foi difícil impedir Olímpia de pular em cima deles. - Disse Hagrid, os cantos da boca levantando sua barba selvagem, quase sorrindo. - Ela estava querendo atacar ele... Tem alguma coisa quando ela acorda, Olímpia... Abrasador, sabe... Acho que é por que é francesa...

Hagrid encarou com os olhos enevoados o fogo. Harry deixou trinta segundos de lembranças antes de limpar sua garganta alto.

- Então, o que aconteceu? Vocês chegaram perto de algum dos gigantes?

- Que? Ah... Ah, é, chegamos. É, na terceira noite depois que Karkus morreu nos saímos da caverna onde estávamos nos escondendo e nos dirigimos de volta para a depressão, mantendo os olhos abertos por causa dos Comensais da Morte. Entramos em algumas cavernas, de nada adiantou, então por volta da sexta achamos três gigantes se escondendo.

- A caverna devia estar apertada. – Murmurou Rony com algum humor.

- Não tinha espaço para balançar um amasso. - Disse Hagrid.

- Eles não atacaram vocês quando viram? - Perguntou Hermione.

- Provavelmente atacariam se estivessem em condições, mas eles estavam bem machucados, os três; o pessoal de Gologmath os deixou inconscientes; eles tinham acordado e se arrastado até o abrigo mais próximo que puderam encontrar. O fato é que um deles falava um pouco de inglês e traduziu para os outros, o que tínhamos para falar não pareceu tão mal. Então nós continuamos voltando, visitando os feridos... Chegou uma hora que eu acho que tínhamos uns seis ou sete convencidos.

- Seis ou sete? - Disse Rony ansioso. - Bom, isso não é nada mal, eles vão vir para cá e começar a lutar contra Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado com a gente?

Mas Hermione parecia se interrogar com um pormenor naquilo que Hagrid dissera.

- O que você quer dizer com "chegou uma hora", Hagrid?

Havia muita tristeza no olhar de Hagrid, estava quase escrito na sua cara o que acontecera. Não havia nenhum gigante para os ajudar contra Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado.

- O pessoal de Golgomath invadiu as cavernas. Os que sobreviveram não queriam mais nada conosco depois disso.

- Então... Então não tem gigante nenhum vindo. - Disse Rony, claramente desapontado.

- Não. - Disse Hagrid, suspirando profundamente e virando mais uma vez seu bife para sentir o lado mais frio em seu rosto - Mas fizemos o que devíamos ter feito, demos a mensagem de Dumbledore, alguns deles ouviram e espero que alguns se lembrem. Talvez os que não apoiam Golgomath saíam das montanhas, então há uma hipótese de que se lembrem da mensagem amigável de Dumbledore... Pode ser que venham.

A neve que caia sem parar, começava a cobrir as janelas da cabana de Hagrid. Harry que tinha estado completamente absorvido pela história, reparou que os joelhos de suas vestes estavam encharcados, Canino estava babando sobre eles, de forma amigável.

- Hagrid? - Disse Hermione, baixinho, depois de um tempo.

- Hum?

- Você... Tinha algum sinal... Você ouviu alguma coisa sobre... Sua... Mãe enquanto estava lá?

Hermione parecia se ter arrependido de ter feito aquela pergunta, quando o olho não tampado de Hagrid a fitou de forma intensa e sombria.

- Desculpe... Eu... Esqueci isso...

- Morta. – Grunhiu Hagrid. - Morreu anos atrás. Eles me contaram.

- Ah... Eu... Sinto muitíssimo. - Disse Hermione, uma voz muito baixa, mas Hagrid apenas encolheu seus ombros enormes.

- Não precisa. – Disse ele rapidamente. - Não me lembro muito dela. Não era uma boa mãe.

Eles ficaram em silêncio mais uma vez. Hermione encarou Harry e Rony nervosa, claramente querendo que eles falassem e quebrarem o silêncio desagradável.

- Mas você ainda não explicou por que você ficou desse jeito, Hagrid. - Disse Rony, referindo-se ao rosto manchado de sangue de Hagrid.

- Nem por que você só voltou agora. - Disse Harry. - Sirius disse que Madame Maxime voltou há tempos...

- Quem te atacou? – Continuou Rony.

- Ninguém me atacou! - Disse Hagrid enfaticamente. - Eu...

O resto das palavras foram abafadas pelas batidas repentinas na porta; Hermione ofegou assustada, deixando a caneca escapar por entre os seus dedes, caindo ruidosamente no chão. O Canino latiu, fazendo os quatro olharem pela janela perto da porta, apenas era visível a sombra de alguém pequeno e agachado através da fina cortina.

- É ela! - Murmurou Rony.

- Fiquem aqui em baixo! - Disse Harry apressadamente, pegando a capa de invisibilidade, atirando sobre ele e Hermione enquanto Rony corria para dar a volta na mesa, indo para baixo da capa também.

Caminhando muito juntos eles se descolaram para um canto. Enquanto isso Canino latia loucamente, para a porta. Hagrid parecia extremamente confuso com toda a situação.

- Hagrid, esconda nossas canecas!

Hagrid pegou as canecas de Harry e Rony e as empurrou para baixo da almofada no cesto de Canino. Enquanto isso, Canino saltava loucamente na porta, mas Hagrid o retirou do caminho usando os pés e abriu a porta.

A professora Umbridge estava parada na entrada, vestindo a capa verde e um chapéu com protetor de orelha combinando. De lábios bem juntos, ela se inclinou para observar o rosto de Hagrid, mesmo usando uns pequenos saltos cor-de-rosa, apenas chegava ao umbigo do meio gigante.

- Então. – Disse Umbridge devagar e alto, como se estivesse falando com alguém surdo. - Você é Hagrid, é?

Sem aguardar por uma resposta, ela caminhou por toda a casa, com os seus olhos salientes e feios correndo cada canto. Como se procurasse por algo.

- Sai da frente. – Disse ela rispidamente, sacudindo a bolsa de mão para Canino, que estava pulando nela, tentando lamber seu rosto.

- Er... Eu não quero se rude. - Murmurando Hagrid, olhando para ela sem compreender. - Mas quem é você?

- Meu nome é Dolores Umbridge.

Os seus olhos castanhos continuavam observando a cabana. Houve dois momentos que os seus olhos estavam especificamente direcionados para o canto onde Harry, esmagado entre Hermione e Rony, se encontrava.

- Dolores Umbridge? - Disse Hagrid, parecendo ainda mais confuso. - Eu achei que você era do Ministério... Você não trabalha com Fudge?

- Eu era Subsecretária superior do Ministro, sim. - Disse Umbridge, analisando a cabana agora, sem deixar passar nenhum detalhe, desde a mochila encostada na parede até a capa de viagem abandonada. Era mais do que evidente que procurava compreender o que acontecera. - Agora sou professora de Defesa Contra as Artes das Trevas...

- Que coragem a sua, não tem mais muita gente querendo o emprego.

- E Grande Investigadora de Hogwarts. - Disse Umbridge, ignorando por completo o comentário de Hagrid.

- O que é isso? - Disse Hagrid, sombrio.

- Exatamente o que eu ia perguntar. - Disse Umbridge, apontando para os pedaços de porcelana quebrada que foram no passado a caneca de Hermione.

- Ah. - Disse Hagrid, com um inútil e desesperado olhar para o canto onde estavam escondidos Harry, Rony e Hermione. - Ah, isso foi... Foi Canino. Ele quebrou a caneca. Então eu estava usando esta no lugar.

Hagrid apontou para a caneca em que tinha estado bebendo, com a única mão livre, pois a outra continuava a pressionar o bife de dragão no olho. Umbridge parou de analisar a cabana, focando-se na aparência de Hagrid. Nada parecia passar despercebido aqueles olhos pequenos e salientes.

- Eu ouvi vozes. – Enunciou ela baixo.

- Eu estava falando com Canino. - Disse Hagrid com bravura.

- E ele estava respondendo?

- Bom... É maneira de falar. - Disse Hagrid, o assunto se tinha deslocado numa direção desconfortável. Ele não poderia mentir muito mais. - Eu, às vezes, digo que Canino parece huma...

- Tem três conjuntos de pegadas na neve saindo da porta do castelo e vindo para sua cabana.

Hermione ofegou percebendo o seu ridículo erro, mas Harry tapou a sua boca com as mãos. Por sorte, Canino estava fungando sonoramente em volta das vestes de Umbridge, sendo que esta não pareceu notar no momento imprudente de Hermione.

- Bom, eu acabei de voltar. - Disse Hagrid, sacudindo uma enorme mão para a mochila desculpando-se. - Talvez alguém me tenha vindo chamar antes e não me encontrou.

- Não tem pegadas saindo da sua cabana.

- Bom, eu... Eu não entendo como pode... - Disse Hagrid, puxando nervoso a barba e mais uma vez olhou distraidamente para o canto onde estavam os três garotos, como se pedisse por ajuda. Uma ajuda que apenas colocaria Hagrid em mais encrencas.

Umbridge se virou de repente e se dirigiu até a porta da cabana, observando tudo em sua volta com cuidado. Como se buscasse por algo, ela ser curvou e espreitou em baixo da cama. Abriu o armário de loucas. Até mesmo passou a cinco centímetros de onde os três garotos estavam, Harry estava de tal forma nervoso, que ate encolheu a barriga quando ela passou. Depois de olhar atentamente dentro do enorme caldeirão que Hagrid usava para cozinhar, ela se virou repentinamente de novo para Hagrid.

- O que aconteceu com você? Como você suporta esses machucados?

Hagrid retirou o bife de dragão do rosto rapidamente, o que não fora algo brilhante, porque agora o seu hematoma roxo e preto era perfeitamente visível, assim como a quantidade mórbida de sangue fresco e congelado no seu rosto.

- Ah, eu... Tive um tipo de acidente. - Disse Hagrid desleixado. Claramente não tinha convencido Umbrigde.

- Que tipo de acidente?

- Eu... Eu tropecei.

- Você tropeçou. – Ela repetiu friamente.

- É, isso mesmo. Sobre... Sobre a vassoura de um amigo. Eu, próprio não vôo. Bom, olhe o meu tamanho, eu não acho que exista uma vassoura que me aguente. Um amigo meu cria cavalos Abraxam, eu não sei se você já viu, animal grande, alado, sabe, eu fui dar uma voltinha nele e foi isso...

- Onde você esteve? - Perguntou Umbridge, cortando friamente a história de Hagrid.

- Onde eu...?

- Esteve, é. O período começou há dois meses. Outra professora teve que dar as suas aulas. Nenhum de seus colegas me pôde informar nada sobre seu paradeiro. Você não deixou endereço. Onde esteve?

Surgiu uma pequena pausa, onde Hagrid encarou Umbrigde com o seu olho recém-destapado. Era quase audível o cérebro de Hagrid a funcionar furiosamente.

- Eu estava com problemas de saúde.

- Problemas de saúde. - Repetiu a Professora Umbridge. Os olhos dela viajaram pelo rosto sem cor e inchado de Hagrid; sangue de dragão derramado gentilmente sobre seu colete. - Dá para ver.

- É, um pouco de ar fresco, sabe...

- Como guarda-caça deve ser tão difícil apanhar ar fresco. - Disse Umbridge docemente.

A pequena parte do rosto de Hagrid que não estava roxa e preta ruborizou bruscamente. Tinha sido apanhado.

- Bom... Mudar de cenário, sabe...

- Montanhas? - Disse Umbridge rapidamente.

Aquele era um bom indicador que de Umbridge sabia exatamente o que Hagrid andara a fazer naquele período.

- Montanhas? – Repetiu Hagrid, claramente pensando rápido. - Não, sul da França para mim. Um pouco de sol e... E praia.

- Sério? Você não esta muito queimado.

- É... Bom... Pele sensível. - Disse Hagrid, tentando um sorriso agradável para mediar a situação.

Dois dos seus dentes estavam faltando, algo que apenas tinha sido possível verificar graças ao sorriso de Hagrid. Umbridge encarou-o friamente, fazendo o seu sorriso algo desdentado vacilar.

- Eu devo, claro informar o Ministro de seu atraso.

- Certo. - Disse Hagrid, concordando com a cabeça.

- Você deve saber, também, que como Grande Investigadora é meu dever inadequado inspecionar meus colegas professores. Então eu me arrisco a dizer que nos veremos novamente em breve.

- Você está inspecionando a gente? - Repetiu Hagrid vagamente.

- Ah, sim. - Disse Umbridge gentilmente, claramente falsa, caminhando até à e apenas parando e olhando novamente para ele, com a mão na maçaneta. - O Ministério está determinado a eliminar professores insatisfatórios, Hagrid. Boa noite.

Ela partiu, fechando a porta com um estalo. Harry queria sair debaixo da capa de invisibilidade, mas Hermione segurou seu pulso.

- Ainda não. - Murmurou em seu ouvido. - Ela pode não ter ido ainda.

Hagrid parecia ter pensado a mesma coisa, ele cruzou a sala e puxou a cortina um pouco, observando Umbridge regressar ao castelo.- Ela está voltando para o castelo. – Disse Hagrid baixinho. - Minha nossa... Inspecionando a gente, é?

- É. - Disse Harry, saindo de baixo da capa. - Trelawney já está em provação... E os professores Ponter e Blane só ainda não saíram por causa de Dumbledore…

Harry parou abruptamente de falar, esquecera-se que Hagrid não sabia sobre os seus pais e seu padrinho. Pelo menos não se descuidara ao ponto de falar seus verdadeiros nomes.- Professores Ponter e Blane? – Repetiu Hagrid confuso.

- Para além de Umbridge temos três novos professores. Esses dois são professores de Peças e Azarações. – Murmurou Hermione, enquanto Hagrid a fitava incrédulo. – E temos também a professora Liana Evanne que leciona juntamente com o professor Snape.

- Tem uma professora ao lado do Snape? – Os três acenaram com a cabeça. Não era sensato contar naquele momento a Hagrid que essa professora era na verdade Lily Evans. – Não compreendo como o Snape aceitou isso, imagino que Dumbledore não lhe tenha dado escolha. Mas Liana Evanne… sabem que idade essa professora tem?

- Trinta e alguma coisa. – Murmurou Harry, confuso com a pergunta de Hagrid. Ele não tinha a certeza qual era a idade do corpo que a mãe usava, mas não deveria estar muito longe disso, ele parecia razoavelmente jovem.

- Hum… Então era do tempo de seus pais, Harry. - Hagrid parecia pensativo. – Não me recordo de nenhuma Liana Evanne. Era da Grifinória?

Os três mais uma vez acenaram com a cabeça.

- Eu conhecia quase todos os alunos da Grifinória desse tempo. Pode ser que se a vir me recorde. E essa Umbridge vos tem feito a vide negra enquanto tive fora?

- Não se preocupe com a gente, Hagrid. – Disse Hermione calmamente. - O máximo que ela pode fazer é nos colocar de detenção, você deveria era estar preocupado com você. Ela pode expulsar você se achar que você não é satisfatório. Acredite depois de isto, ela vai fazer de tudo para tirar você daqui. Especialmente porque você é próximo a Dumbledore. O que você esta planejando fazer nas nossas aulas?

- Ah, não se preocupe comigo, eu tenho um bom bocado de aulas bem legais prepradas. - Disse Hagrid entusiasmado, tirando o bife de dragão da mesa e colocando em seu olho mais uma vez. - Eu tenho guardado algumas criaturas para os N.O.M.'s de vocês, algumas coisas bem especiais.

- Erm... Especial como? - Disse Hermione na tentativa de compreender melhor.

- Eu não vou dizer. - Disse Hagrid alegre. - Não quero estragar a surpresa.

- Hagrid, você não ouviu o que eu disse. - Disse Hermione com urgência, deixando todo o fingimento. – Se você levar alguma coisa perigosa demais para a aula, eu tenho a certeza que a professora Umbrigde não ficará nem um pouco feliz.

- Perigosos? - Disse Hagrid, parecendo realmente confuso. - Não seja boba, eu não traria nada perigoso! Quero dizer, está bem, eles se viram...

- Hagrid, você tem que passar pela inspeção de Umbridge e para isso seria melhor se ela visse você nos ensinando como cuidar de pocotós, como diferenciar ouriços e porcos-espinhos, coisas do tipo! - Disse Hermione gravemente.

- Mas isso não é muito interessante, Hermione. O que eu tenho é tão mais impressionante. Eu tenho trazido eles há tempos, eu acho que tenho o único bando domesticado da Inglaterra.

- Hagrid... Por favor... - Disse Hermione, com bastante desespero na voz. - Umbridge está procurando qualquer desculpa para se livrar dos professores que ela acha que são muito próximos de Dumbledore. Por favor, Hagrid nos ensine alguma coisa boba que pode cair no nosso N.O.M.

Mas Hagrid continuava ignorando a garota por completo, ele bocejou alto e deu uma olhada de relance para a cama no quanto da cabana.

- Ouçam, foi um longo dia, e é tarde. – Ele disse, dando uma pancadinha leve no ombro de Hermione, mas tinha sido o suficiente para os finos joelhos da garota dobrarem e baterem no chão com um som surdo. - Ah, desculpe. - Ele a levantou de volta pela gola de suas vestes. - Olhem, não se preocupem comigo, prometo que tenho boas coisas planejadas para suas aulas agora que eu estou de volta... Agora, todos vocês, é melhor voltarem para o castelo e não esqueçam de limpar seus passos atrás de vocês.

- Não sei se você o convenceu. - Disse Rony um pouco depois quando, tendo verificado que o caminho estava seguro, estavam voltando para o castelo pela espessa neve, sem deixar rasto devido ao feitiço de Desaparecimento de Hermione.

- Se é assim, eu volto amanhã. - Disse Hermione determinada. - Eu planejarei as aulas para ele se for necessário. Eu não ligo se ela expulsar Trelawney mas ela não vai se livrar de Hagrid.

Nenhum dos garotos retorquiu, estavam dentro do castelo, não faltava muito para chegarem aos seus dormitórios onde poderia finalmente descansar depois de um dia tão repleto de emoções.


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Notas finais do capítulo

Aiii, nossa chegamos ao fim... :c
Pormenores: (Capitulo Anterior): * Pelo Feedback que obtive nos comentários do capítulo anterior, a maioria das leitoras não gostou propriamente da impulsividade de Severo. Eu compreendo que muitas não sejam Time Lily&Sev, eu pessoalmente sou, mas isso não significa que eles vão ficar juntos. Se analisarem bem as coisas, o Harry precisa de nascer, o que é um grande ponto para o Tiago. Como as coisas se irão desenvolver, bem isso apenas o tempo dirá.
*Porque o Severo reagiu assim, bem, todas nós, fans avidas, sabemos que o Severo não é propriamente um poço de impulsividade, mas tentem ver o seu lado. Ele perdeu a única mulher que amou na sua vida, a pessoa por quem ele morria as vezes necessárias, e de repente essa mulher, anos depois, está á sua frente. Nem, mesmo Severo conseguiria se controlar perante isso. Assim como se estão lembrados, a primeira cena de As relíquias da morte, quando aquela professora de Estudo dos Trouxas foi assassinada, se essa professora fosse a Lily, eu tenho a certeza que o Severo simplesmente ignorava o seu papel de agente duplo e salvava a Lily.
* Sobre os sentimentos da Lily, sinceramente, nem eu os compreendo. Eles são muito instáveis, a ruivinha em si é muito instável. Mas imaginem beijar o vosso melhor amigo, por quem nunca nutriram sentimentos amorosos, será algo idêntico a isso o que a Lily sentiu. E não compreende isso por completo.
* Não haverá mais beijos entre eles, por um tempo razoável, o que não significa que eles não terão os seus momentos. Nesta fic, eu irei trabalhar muito a relação deles os dois, porque eles são as duas minhas personagens preferidas.
* Os sentimentos do Harry, eu penso que tenham sido de forma razoável, bem transmitidos, e ficaram algumas duvidas se o Harry irá contar isso ao pai. A resposta é não. O Tiago irá saber de outro jeito, bem pior se querem a minha opinião.
* Sobre Dumbledore, ele não esperava realmente que Lily fosse gritar tudo a Severo. Ele imaginara uma cena algo como, a Lily dizer algo que levasse Severo a deduzir sobre a sua verdadeira identidade. E sim, ele percebeu que Severo beijou a Lily, e não ficou muito contente com isso. Apesar de desejar tudo a Severo, ele sabe que existem coisas que não podem acontecer, mais um motivo para não ter contado logo a Severo.
* A cena de poções, em que Severo e Lily estavam a discutir e que a ruiva acabou lançando um feitiço na cara de Severo, foi totalmente da minha autoria, e bem eu ri bastante á conta isso (Sim, eu rio-me das minhas próprias coisas, porque eu sou extremamente idiota, mas prontos), e sendo sincera não ficaria muito espantada se fosse real, combina bem com a personalidade da ruiva.
(Deste capitulo): * Inicialmente, eu tinha previsto que a Lily iria passar a noite nos aposentos de Severo, (sem sexo gente, não pensam coisas perversas, ele tem trinta e tal e ela tem dezassete), mas acabei deduzindo que a Lily nunca aceitaria isso, por causa do Harry. Ela não podia fazer isso ao garoto. Então a cena ficou daquele jeito. Eu estou apenas a contar isto, porque eu tenho leitoras perfeitas, e estou quase vomitando arco-íris por causa das recomendações perfeitas que me fizeram.
*Este capitulo esta quase na totalidade, com a exceção da primeira parte e de uma modificação no final, copiado do Harry Potter. Isto deve-se porque a cena da chegada do Hagrid para além de essencial é muito longa e não achei correto corta-la ou ignora-la. Sei que algumas podem se sentir estar a ler o Harry Potter novamente, peço desculpa por isso, mas eu fiz algumas adaptações, nomeadamente transformar o modo de escrita da Joanne Rowling ao meu jeito de escrever. O que demorou imenso tempo (daí a demora do capitulo).
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Beijinhos gente gostosa, deixem suas opiniões! LY ♥ Notinha, você acreditam que eu tenho 220 paginas escritas (letra tamanho 12) no meu word desta historia :O! OMG