Um Acidente No Tempo escrita por MelanieSofie


Capítulo 12
Capítulo 12 - Segredos Perdidos


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiie Galeraaaaa! Melanie voltou ao negocio!
Sentiram a minha falta ^.^? Mesmo que não tenham, diga que sim para me fazer feliz, esta bom? Bem, eu senti a falta disto, tenho andado desaparecida, eu sei, eu sei, senti falta deste espirtito, das fanfics, dos comentarios, de todo o reconhecimento e felicidade que vocês, minhas queridas leitoras, dão. Bem, eu fiquei muito tempo sem escrever, mas eu deixei a explicação no capitulo anterior, eu sou estudante do primeiro ano do ensino medio, o que significa que os meus professores tem autorizaçao para despejar materia para cima de gente (nem quero imaginar como será a universidade :s), então o tempo da vossa querida Melanie para escrever foi reduzido a muito pouco. Mas prontos aqui esta um cpaitulo, um bocadinho mais pequeno que aquilo a que vos habituei mas foi escrito com muito amor e carinho, e espero que gostem.
Sobre quando sairá o proximo, bem eu prometo eu publico mais um antes de 3-1-2013, que é quando começa as minhas aulas novamente. Vá, não falemos de coisas ruins. Boa Leitura
*Os pormenores estarão no proximo capitulo*



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            O choque da revelação que acabara de se dar, atingira Severo com uma força imensurável. Diante de seus olhos Liana Evanne tinha confessado quem sua verdadeira identidade. Liana Evanne tratava-se de Lily Evans. Nem nos seus mais alucinantes sonhos, Severo imaginara que isso fosse possível. Que a sua Lily pudesse voltar dos mortos, que pudesse estar ali de novo, diante de seus olhos.

            Era demasiadas revelações, demasiadas recordações dolorosas surgindo ao mesmo tempo na sua mente, para Severo conseguir lidar, mas naquele momento ele estava unicamente focado em seguir a mulher de cabelos ruivos, por quem atravessaria as portas dos infernos, as vezes necessários. Sem hesitações, contornou a mesa do seu escritório e aposentos e correu pelos corredores. Fazia algum tempo que Severo não corria daquela maneira, de forma desesperada, as suas pernas moviam-se quase por vontade própria, apesar de cansadas pelo peso da idade. Não era tão jovem como em outros tempos, mas o seu desejo por estar novamente com Lily atravessava todos os obstáculos.

            Os quadros ao longo dos grandes corredores, observavam mais um professor atravessar os corredores a correr, ainda mais surpresos por se tratar de Severo Snape, o professor mais rígido de toda a escola. Mas nenhum quadro se atrevia a interromper, não perante um rosto tão desesperado que corria com todas as suas forças. Severo apenas estancou na frente da porta dos aposentos de Lily. A porta estava fechada e irradiava magia pura.

            Lily sabia que Severo acabaria por a seguir, ela sabia que tinha revelado a sua identidade e que aquela conversa nunca teria acabado por ali. Mas também sabia, que não seria alguns encantamentos que iriam impedir a entrada de Severo se isso fosse algo que ele verdadeiramente desejasse. Como habitual, Lily estava certa.

            Eram poderosos encantamentos, mas Severo era também poderoso e era muitos anos mais velho, com alguns feitiços bem lançados, a porta se abriria diante de seus olhos. Apesar de tudo, o acumular de sentimentos que lhe envolviam, o estivesse a desconcentrar e a perturbar. Demorando alguns minutos mais, do que seria necessário se estivesse nos seu estado natural e frio, a porta abriu-se diante de Severo, mostrando uma Lily, com a sua aparência ainda modificada, erguida e o encarando de frente.

            As lágrimas pareciam quer descer pelo rosto de Severo, ele conhecia aquela expressão, o rosto podia estar diferente, os olhos podiam não ser verdes intensos, a voz podia ter um timbre diferente, mas aquela expressão era tudo. Era a mesma expressão em ele vira quando a encontrara morta no quarto de Harry Potter, era uma expressão determinada. Uma expressão de alguém que se preparava para enfrentar tudo de frente, sem fugir ou acobardar-se. Era a expressão mais poderosa de Lily Evans. A verdade parecia passar diante dos seus olhos, como ele poderia não ter percebido assim que a vira.

             “Severo, quem vai enfrentar do meu descontentamento é você se continuar a aterrorizar os alunos.”

            “Você não costumava ser tão frio…”

            “Severo Prince Snape vá se sentar imediatamente. Ou você vai ver esta ruiva muito, mas mesmo muito zangada.”

Era tão óbvio, era tudo tão óbvio. Tudo atitudes tão Lily. Como poderia não ter percebido, toda aquela sinceridade, preocupação, teimosia, irritação, amabilidade, mas acima de tudo a atitude com o Potter. Todas aquelas pistas, o secretismo de Dumbledore, tudo fazia sentido. Ele apenas não quisera ver a verdade perante seus olhos.

- Lily. – Não era uma pergunta. Era uma declaração. Havia saudade na sua voz, assim como muita dor. Muita dor carregada naquela palavra de apenas quatro letras, uma palavra que pertencia à única pessoa que ele amara durante a sua vida. Severo deu um passo em frente, ele tinha receio que Lily se afastasse, naquele momento não se sentia o homem racional que sempre fora, toda a sua mente e espírito estavam fora de controlo, tudo devido à figura em sua frente que não se mexera apesar do avanço de Severo. Tentando ser o mais calmo possível, ele caminhou lentamente até quase lhe poder tocar, aquele não era o corpo de sua Lily, mas a expressão, a intensidade do olhar, a forma como mantinha o corpo direito, sem se deixar abater, a forma como mexia a boca, tudo isso era da sua Lily.

Lentamente, Severo ergueu a sua mão e tocou-lhe na face, acariciando sem pressa. Era macia e quente, exatamente como ele se lembrava. Catorze anos não eram suficientes para se esquecer de sensações tão intensas, tão marcantes. Sentia-se tentado a beija-la, algo que nunca tivera oportunidade e se arrependia profundamente de nunca ter feito, ela era tudo aquilo que ele podia desejar, ali tão próxima, tão viva. Milagrosamente viva. Lily continuava sem dizer nada, apenas o encarava com os olhos de forma silenciosa, como se nem ela mesma soubesse o que dizer.

Severo aproximou seu rosto do dela, quase tocando com os seus lábios frios nos dela, os seus desejos, que tentara enraizar durante tantos anos, tinham vindo à superfície com uma força avassaladora, ele sentia-se possuído por eles, como nunca antes tinha permitido acontecer. Tinha ali tão perto, a única coisa que alguma vez ambicionara de verdade. Lily continuava sem se movimentar, não se aproximava, mas tão não se afastava. Com isso, Severo beijou-a. Era um beijo inocente, como se ambos fossem apenas jovens de desasseeis anos, o que era uma realidade no caso de Lily, trazia consigo sentimentos estranhos misturados, saudade, mágoa e algum sentimento de estar a fazer algo errado. Severo continuou a acariciar a face de Lily, enquanto beijava suavemente os lábios da ruiva. Não havia juras de amor eterno, nem segundas intenções. Os lábios de ambos se separaram então, mas continuavam próximos, com os narizes juntos e as mãos de Severo ainda na face de Lily.

- Senti a sua falta. Muito. – Disse Severo com a voz rouca, antes de a beijar mais uma vez. Mas o barulho da porta a ranger interrompeu o momento extremamente íntimo dos dois. Sem imaginar quem estaria na porta, ambos se assustam ao ver Harry Potter parado na entrada, com o rosto completamente chocado.

Harry tinha vindo a correr verificar se a sua mãe não se encontrava nos aposentos para lhe dar a notícia terrível de que ele, o Fred e o George tinham sido banidos do time pela Umbridge e que a Minerva não podia fazer nada. Mas a cena com que se deparara ao entrar nos aposentos, com a porta meio aberta esta para além de qualquer coisa que ele poderia ter imaginado. Dentro dos aposentos estava a sua mãe e o Snape se beijando. Parecia uma brincadeirinha de muito mau gosto, o segundo professor que mais odiava estava a beijar a sua mãe, que estava morta e tinha viajado no tempo. Parecia surreal. Harry sentiu o seu ódio por Snape crescer cada vez mais, como ele se atrevia a beijar a sua mãe. A vontade de retirar a varinha do bolso da capa o atingiu, mas foi o olhar de sua mãe que o impediu.

Ele conhecia aquele olhar, ele conhecia todos os olhares da sua mãe, estava constantemente a analisa-los, com medo de nunca mais o puder fazer. Mas aquele olhar em especial transmitia uma mensagem direta.

“Não faça nada de idiota, e potencialmente vingativo.”

Uma ideia que parecia totalmente impossível passou pela mente de Harry. Snape e sua mãe poderiam estar envolvidos e Harry acabara de os interromper. O garoto quase tremeu enjoado com essa ideia, aquela era a sua mãe, ela pertencia ao seu pai, era assim deveriam ser as coisas. Sem nenhum Snape pelo meio.

Sem conseguir pensar racionalmente, Harry abandonou os aposentos de sua mãe a correr.

- Harry! – Exclamou Lily, vendo o filho sair a correr. O seu instinto maternal estava a possui-la, o seu filho acabara de vê-la a beijar o Severo, ela não conseguia imaginar o quão perturbador isso deveria ser para ele, especialmente com a relação que ele e Severo partilhavam. Lily tentou libertar-se de Severo para perseguir o filho, mas ele prendeu-lhe a mão e obrigou-a a encara-lo.

- Não desapareça. Por favo, novamente não. – Seus olhos imploravam para que ela ficasse. Nunca na sua vida tinha visto Severo tão desesperado, nem mesmo naquela noite em que ameaçara dormir à porta do dormitório da Grifinória. Era essa a mudança que Dumbledore lhe falara, ele estava certo aquele não era o Severo de quinze anos que ela se tinha habituado, na sua frente estava um homem frio que sofrera pela sua perda. A ruiva sentiu um aperto no coração, de um lado o seu melhor amigo que lhe implorava que ficasse e do outro, o seu filho que naquele momento deveria estar zangado com ela e com motivos para tal. Só havia uma escolha possível.

- Eu preciso ir, Severo. Ele é meu filho. Ele neste momento esta perturbado, deixa me ir Severo. – Severo não libertou a mão de Lily. – Por favor, Sev…

- Me prometa uma coisa. – A ruiva anuiu com a cabeça. – Depois de conversar com o Potter, venha ter aos meus aposentos. Preciso de conversar com você.

Lily anuiu novamente com a cabeça e Severo libertou-a. Sem hesitar, a ruiva saiu a correr dos seus aposentos em direção ao Salão Principal da Grifinória. Poucos segundos depois, Severo abandonou também os aposentos de Lily, caminhando em passos rápidos, sem correr, ao longo dos corredores em direção ao gabinete do diretor. Havia alguma irritação no seu rosto, apesar de ter acabado de rever o amor da sua vida e ter apaziguado algumas dores muito antigas; Dumbledore lhe tinha ocultado tudo, como se ele não fosse digno de saber sobre o retorno de Lily, ele que era a única pessoa, para além de agora Lily e o Potter, que sabia sobre o seu amor, se havia alguém que deveria ter sido logo informado do retorno de Lily era ele. O que lançava outra pergunta, que ele temia ter resposta. Quem eram Thomas Ponter e Simon Blane? Sua intuição indicava-lhe que se tratavam do Potter e do Black, quem mais poderia ensinar uma disciplina tão ridícula e ser ao mesmo tempo tão arrogante e desrespeitador das regras. A afinidade do Ponter pelo Potter também era bastante comprometedora, a para além de explicar todo aquele entusiasmo infantil na partida de Quadribol.

-“ Bolachas de Nozes” – Disse Severo em frente ao gabinete, a porta que dava acesso ao desarrumado e pessoal gabinete de Alvo Dumbledore se abriu de rompante, mostrando o diretor que parecia surpreso em encontrar Severo àquelas horas no seu gabinete, nas suas mãos tinha um pequeno objeto de prata que parecia um canivete trouxa. – Alvo. Lamento incomodá-lo mas tenho alguns assuntos que gostava de ver esclarecidos.

- Compreendo. – As portas por trás de Severo se fecharam, e uma poltrona surgiu para este se sentar bem em frente a Dumbledore. – Quais são os assuntos de merecedores de uma agradável visita?

- Porquê não me contou que Lily Evans tinha voltado? – Os olhos azuis de Dumbledore brilharam intensamente, ele sempre suspeitara que não demoraria muito até Severo descobrir toda a verdade. Tal parecia ter acontecido agora. – Não achava que eu merecia saber?

- Sabe Severo, eu tinha a certeza que você mais tarde ou mais cedo iria descobrir por si mesmo. Tenho a certeza se no dia que a senhorita Evans aterrou no nosso castelo, eu tivesse saído para contar a você o sucedido, você ficaria em choque e acabaria por assustar a senhorita Evans. Para além disso temos mais visitas para além da senhorita Evans como já deve ter constatado. Mas estou curioso, como descobriu?

- Ela gritou quem era de verdade na minha frente. Que era na verdade Lily Evans. – Dumbledore pareceu ter sido apanhado de surpresa, mas rapidamente se recompôs, indicando com o olhar para Severo se explicar melhor. – Houve uma briga entre o Malfoy e o Potter, e eu estava a colocar algum juízo da cabeça do Malfoy quando ele começou a insultar a Lily, tenho a certeza que a Lily naquele momento estivesse a escutar a conversa atras da porta, e eu não podia fazer nada para além de concordar com o que saia da boca do Malfoy. - Dumbledore assentiu, defender Lily naquele momento teria sido uma decisão correta mas insensata. - Do nada, Lily surge pela porta e coloca o Malfoy de detenção e obriga-o a sair. Então ela começou a gritar comigo sobre o fato de eu estar sempre insultá-la, apesar de ela estando morta, e mais algumas acusações. Não foi preciso deduzir muita coisa para perceber que era Lily Evans quem estava diante de meus olhos.

- Interessante, tinha imaginado tudo de uma maneira diferente. – Refletiu Dumbledore para si próprio, sem dar muita atenção a Severo. – Não aconteceu nada a seguir a isso?

- Nada que você precise de saber. – Um brilho perigoso atingiu os olhos de Dumbledore, sua mente parecia ter deduzido exatamente o que acontecera posteriormente à revelação.

- Severo, Lily Evans tem apenas desasseeis anos. – Essa revelação não pareceu chocar Severo, a sua primeira dedução para a presença de Lily era que ela tinha viajado no tempo, o que era plenamente compatível com a informação sobre a sua idade. Quando tinham desasseeis anos, ela ainda estava viva. E bela. – Não é sensato tomar decisões impulsivas e precipitadas.

- Compreendo.

- A senhorita Evans não está aqui para permitir que o passado seja alterado. Harry Potter precisa de nascer. Confio em si para tomar as decisões certas e necessárias. – Severo acenou com a cabeça, mas os seus olhos brilhavam com uma luz diferente, algo que não passou ao lado a Dumbledore. – Bem, acho que ocupei demasiado o seu tempo, tenho a certeza que tem alguém à sua espera em breve e que se deve apressar. – Severo surpreendeu-se, tinha deixado apenas uma pequena brecha na sua defesa enquanto contava a história da revelação, mas tinha sido mais do que suficiente. – Mais uma vez digo, Severo seja prudente.

Com essas palavras Dumbledore pegou novamente no canivete trouxa, e Severo interpretou que aquilo era o momento para ele se retirar.

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Lily bateu algumas vezes na porta da Grifinória, ninguém lhe avisara sobre a mudança palavra-chave, e “Espada de Gryffindor” já estava desatualizada.

- Professora tenha mais calma. Não sou nenhum pedaço de madeira para ser batido dessa maneira. Mais delicadeza por favor. – A ruiva não parecia estar interessada no que a Mulher Gorda estava a dizer, mas para felicidade desta a porto logo se abrira, mostrando uma Hermione surpreendida.

- Professora Evanne, que se passou? – Perguntou a garota, deixando a professora entrar, o salão estava praticamente vazio com a exceção de Harry sentado miseravelmente na poltrona junto à lareira e Rony que parecia ter acabado de enfrentar uma tempestade. Seu olhar dirigiu-se diretamente a Harry, que se não encarou a mãe, desviando o olhar para a lareira ao seu lado.– Hum, Rony, você não esta com sono? Seria melhor voltarmos para o dormitório. – Rony olhou confuso para Hermione, mas pouco depois percebeu, acenando em despedida cada um, Hermione e Rony foram para os seus dormitórios.

- Harry… - Começou Lily, sentando-se ao lado do filho, sem saber muito bem como se explicar. – Querido, aquilo que você viu. Aquilo foi um acidente. Não era suposto você ter visto aquilo…

- Você ama o papai? – Interrompeu Harry hesitante. Um grande silêncio invadiu o salão da Grifinória, Lily não sabia o que dizer aquela pergunta tinha-a apanhado de surpresa. O garoto esperou impaciente pela resposta, ate perceber que ela não viria. – Mamãe? Porquê casou com ele?

- Harry, eu não sei. Eu cheguei a este tempo aos trambolhões e de repente me contaram que eu e o Tiago nos íamos casar e ter um filho. Não sei como isso aconteceu, talvez realmente me apaixone por seu pai, não sei, mas Harry, eu neste momento não posso dar essa resposta a você. Por favor, querido, tente perceber. Eu sei que o que você viu o perturbou, mas eu quero que você saiba que eu amo você acima de qualquer coisa. O meu relacionamento com o seu pai é um problema nosso, não quero ver nesse estado por causa disso.

- E onde entra o Snape nisto tudo? – Harry continuava impaciente, aquela pergunta ainda lhe dava voltas à cabeça.

- O Severo descobriu recentemente a minha identidade. Foi um erro meu, mas isso não interessa. Ele era o meu melhor amigo enquanto eu frequentava Hogwarts, mesmo depois de fazer muita borrada. Ele foi apanhado de surpresa e agiu impulsivamente. Não quero também que você se preocupe com isso, quero que você continue a estudar e a estar com os seus amigos, sem se preocupar com os meus problemas está bem? – Perguntou Lily enquanto acariciava o rosto do filho ternamente. O garoto acenou com a cabeça. - Você já tem problemas suficientes para várias vidas, não precisa de ficar assim por causa dos meus problemas. Mais uma coisa, me prometa que vai tentar melhor a sua relação com o Severo.

Harry, chocado, encarou a mãe.

- Mamãe, ele odeia-me.

- Eu sei, querido. Mas isso é por causa de ele e seu pai terem tido uma relação complicada… Bem, não falemos de coisas complicadas por agora. Eu quero que você apenas tente. Outra coisa, Harry porque você foi ter aos meus aposentos?

- Queria avisar você de que eu, o Fred e o George fomos expulsos do time. A Umbridge tinha um decreto sobre ela ter mais poderes que os outros professores, podendo então nos banir. – Os olhos de Lily abriram-se imenso, como se mal acreditasse. – A McGonagall não pode fazer nada. E como ficou com o Malfoy?

- Esta de detenção comigo. Bem, lamento Harry, o Tiago vai ficar desiludido, ele adorou ver você jogar. Você foi ótimo. Ainda bem que não herdou o meu mau jeito. – Harry riu-se com o comentário da mãe.

- Você não podia ser assim tão ruim. Conseguia pelo menos subir para a vassoura?

- Não. – Harry riu-se novamente, o que fez Lily dar-lhe um beijo na testa. – Está mesmo a ficar tarde. Boa noite, Harry.

- Boa noite, mamãe. – Disse Harry, então Lily levantou-se da poltrona que partilhava com o filho e abandonou o salão da Grifinória.

Enquanto caminhava em direção mais uma vez ao gabinete de Severo, pode finalmente pensar sobre aquilo que acontecera nos seus aposentos. Severo a beijara, ela sempre tivera algumas suspeitas de que o seu melhor amigo nutria alguns sentimentos a mais por ela durante alguns anos, mas depois daquele incidente, não muito distante para ela, esquecera essa ideia por completo, mas aquele beijo. Aquele beijo fora a prova que estava certa. Severo a amara, e continuara a amar durante todos aqueles anos. Severo deveria ter agora perto de trinta e cinco anos, eles se tinham conhecido aos sete anos. Vinte e oito anos. Em que catorze ela esteve morta, e ele continuava a ama-la. Lily sentiu um enorme aperto no coração, era essa a mudança que Dumbledore lhe falara. Era por isso que ele tinha implorado a Lord Voldemort que a poupasse, porque ele a amava.

Hesitante sobre estar a fazer a coisa certa, bateu na porta do gabinete de Severo, acordando alguns quadros próximos, mas ninguém lhe pareceu dar muita atenção, estava demasiado escuro para a reconheceram, deveria já ter passado da meia-noite. Em alguns segundos, Severo abriu-lhe a porta. Ele vestia um pijama escuro e esta descalço. Mas o que lhe surpreendeu verdadeiramente foi a sua expressão. Desde que chegara a Hogwarts daquele tempo, as únicas expressões que ela encontrava em Severo era frieza e tristeza, e nem mesmo a expressão dele quando a beijara era próxima daquela. Aquela era a expressão que ele fazia quando eles ainda não estavam em Hogwarts e passavam tardes inteiras juntos, a encarar os pássaros e a conversar sobre Hogwarts e o mundo bruxo. Era uma expressão de pacificidade, como se não tudo o que lhe causava dor tivesse desaparecido no momento que Lily entrara nos aposentos dele.

Lily sentiu novamente um aperto no coração, ela era o motivo de toda a dor de Severo, a sua perda e desprezo durante aquele tempo, tinham sido o que tornara Severo frio.

Mais uma vez, Severo aproximou-se de Lily acariciando a sua face, com uma expressão de estar a ter um dos momentos mais prazerosos da sua vida nos últimos anos. Lily por um momento pensou que ele a fosse beijar novamente, mas Severo estava mais controlado, o choque da revelação tinha passado.

- Está diferente, Lily. – Disse ele, sem retirar os olhos dela. – Muito diferente.

- Polissuco. – Severo acenou com a cabeça como se tivesse presumido isso. – Nunca realmente pensou que eu estava volta, não é?

- Lily, os mortos não voltam à vida. Simples como isso. Mas ainda me pergunto, como é possível você estar aqui? Viagem no tempo?

- Eu chamaria mais acidente no tempo. Foi tudo muito rápido e muito atribulado, o Sirius encontrou um vira-tempo no chão e graças a Tiago, no momento a seguir estávamos em Hogwarts, só que num tempo diferente.

O rosto de Severo estava surpreso, havia um detalhe naquela explicação que não batia certo com o que ele conhecia. Mas os resultados da explicação de Lily estavam na sua frente.

- Os vira-tempos apenas viajam em horas para o passado. – Não era uma pergunta, era uma afirmação, algo que Lily alguns meses atrás pensara ser verdade, mas tinha comprovado ser uma mentira.

- Não era um vira-tempo normal. Dumbledore explicou-nos que era um vira-tempo onde era preciso inserir uma data de ida e volta. – Aquilo era um dado que apanhou Severo de surpresa, apesar de se tratar de ser algo extremamente evidente. Haveria um momento que Lily iria voltar para o seu tempo, e continuar a sua vida como estava destinado. Lily iria abandona-lo mais uma vez. E essa seria com certeza a última vez que alguma vez a voltaria a ver.

- Qual é a data de volta? – Perguntou Severo, com os olhos mais duros que antes, demonstrando algum falso desinteresse sobre esse assunto

 - No final deste ano. – Mais um golpe, era muito pouco tempo. Demasiado pouco tempo. Esses pensamentos afligiam Severo, mas ele se esforçava por manter o rosto o mais neutro possível. – Sev… Porquê que não me defendeu do Malfoy?

Daquela pergunta Severo estava à espera. Ele sabia que tinha a magoado, ao não defende-la, mas ele não tivera outra hipótese. Severo retirou a sua mão da face de Lily e pegou na mão dela.

- Eu não podia. Eu trabalho como agente duplo, Lily. O Lord das Trevas pensa que eu estou aliado a ele, pensa que eu estou aqui em Hogwarts como espião dele, para controlar tudo o que acontece aqui. É essencial que ele continue a pensar isso. - Severo apenas estava naquele momento a dizer aquelas coisas, porque tinha perfeita noção que todas as paredes e portas dos seus aposentos estavam agora fortemente protegidos com feitiços silenciadores, nada do que era dito ali dentro poderia ser ouvido de fora. Esses feitiços tinham sido lançados quando voltara do diretor. Não era mais seguro ter paredes que permitiam que tudo fosse ouvido no seu exterior. – Os pais do senhor Malfoy são fortes aliados do Lorde. Se eu tivesse defendido uma nascida trouxa, que era nem mais nem menos que a mãe de Harry Potter, isso seria no mínimo suspeito. Com a ambição sem limites de Lucius e a boca grande de Draco seria uma questão de dias até o Lorde das Trevas duvidar da minha lealdade a ele.

A culpa e arrependimento invadiram o rosto de Lily.

- Desculpa por aquilo, eu não sabia… Eu senti-me tão mal, quando ouvi aquilo. Dumbledore tinha-me dito que você mudara e você estava realmente diferente. E depois de ouvir o Malfoy dizer aquilo, você nem sequer o reprender. Foi como uma repetição daquele momento no nosso quinto ano, em que você me chamou de sangue ruim. Não deveria ter reagido daquele jeito, deveria ter aguardado e te deixando explicar.

- Eu nunca teria explicado tudo se não soubesse que era você. Não se pode confiar este tipo de informação a qualquer pessoa. É demasiado perigoso. Eu teria provavelmente apagado a sua mente sobre aquele momento. – Lily surpreendeu-se com aquelas palavras. – Por isso acho que agindo mal, fez a coisa mais correta. Sem isso eu não saberia que você estava de volta.

- Sim, têm um lado bom. Mesmo assim, eu fui demasiado dura com você. Poderia ter gritado simplesmente que era a Lily e que você era um babaca que não aprendia com os erros.

- Realmente era uma grande melhoria. – Disse Severo irônico, Lily soltou uma longa gargalhada. – É tão bom poder ouvir você rir novamente. Senti muita falta desse som.

- Mesmo não sendo a minha voz.

- Não é a sua voz, mas é você quem está a rir. Tem exatamente o mesmo valor. – Lily sorriu docemente com aquelas palavras, cada vez percebia mais a mudança em Severo. Aqueles anos fizeram ele dar valor ao que tinha perdido, fizeram ele deixar de esconder os seus sentimentos. Sentimentos que tinham voltado à superfície com toda a força. Todas aquelas palavras por dizer, que sempre estiveram guardadas dentro de si, podiam agora ser libertadas.

- Você me ama. – Novamente não era uma pergunta.

- Sim.

- Porquê que nunca me disse antes? Eu suspeitava, mas pensava que era apenas uma impressão errada. Tudo poderia ser diferente se você me tivesse dito, Sev. – Aquelas palavras eram como pedras a abaterem-se sobre Severo. Tudo poderia ser diferente, ele sabia isso, mas ouvi-lo da boca da mulher que amava, tornava tudo muito pior. Ela podia ser sua, apenas sua, se ele tivesse tido a coragem de lhe revelar os seus sentimentos. Aqueles pensamentos que sempre o atormentaram pareciam agora um furação devastando toda a sua mente de Severo, sem piadade.

- Lily, eu apenas entendi tudo depois de te ter perdido. Naquela noite em que eu fui atras de você. Para você me perdoar por ser o maior idiota da escola, eu ia contar a você a verdade. Mas você odiava-me. Você odiava-me por eu lhe ter chamado aquilo, por eu ser um covarde, por eu estar no caminho errado, no caminho das trevas. Eu amava você e quando percebi o quanto você era importante para mim, era tarde demais. Você não imagina o quão insuportável foi ver você com o Potter. Logo com o maldito Potter! Eu tinha perdido você, e precisava de me afundar mais nas trevas para deixar de sofrer. Quanto mais dentro estava, menos eu sentia a sua falta, menos eu sofria cada dia. Até estar de tal forma dentro que não podia sair. E graças a isso fui eu que matei você, Lily. Seu sangue está nas minhas mãos. – Aquela revelação surpreendeu Lily. – Fui eu que dei a informação ao Lorde das Trevas sobre a profecia do menino que iria destruir o Lorde. Fui eu que fiz o Lorde perseguir a ti e à tua família. Quando percebi que acabara de assinar a tua sentença, tentei de tudo para te proteger, mas tudo falhou. Você não foi a única que morreu naquele dia Lily. Eu morri também. Você podia estar com o Potter e ter um filho com ele, eu aguentava tudo isso, mas eu precisava de você viva. No dia em que te tive nos meus braços morta, mais nada fazia sentido. Mas você esta aqui novamente. Eu não mereço a sua presença, eu não mereço que você me olhe nos olhos, porque eu matei parte da sua família e você. Mas eu não consigo me afastar de você, por muito errado que seja, você está aqui novamente e eu egoísta e horrível como sempre fui, não consigo obrigar-me a afastar-me de você. Nem consigo deixar você ir embora.

- Ohh, Sev. – Sussurrou Lily, que logo colocou os braços à volta do pescoço de Severo, o abraçando fortemente. – Ohhhh, Sev. Eu é que abandonei você quando você mais precisava. Eu não fiz nada quando vi você enveredar pelo caminho das trevas. Eu sou a culpada de tudo isto. Não você. Não foi você quem me matou, foi Voldemort. Você apenas fez aquilo que achava ser certo, eu perdoo você por isso. Não se sinta culpado. Por favor, isso me parte o coração. Saber que você se atormenta por minha culpa. Eu estou aqui, Sev. Vou ficar enquanto puder, e quando tiver que partir você vai ficar bem. Prometa-me que vai ficar bem. - Lily retirou os braços que ainda estavam presos à volta do pescoço de Severo.

- Não vou prometer algo que não posso cumprir.

- Sev…

- Sem nunca mais poder sequer observar você assim. Viva. Como poderia ficar bem… Você não entende, Lily? Neste momento a única coisa que me prende aqui é proteger o Potter, sem você eu não sou nada.

Mais uma vez naquele dia, o rosto de Lily ficou em choque. Proteger o Potter. Proteger o Harry?

- Você anda protegendo o meu filho? – Perguntou Lily, ainda surpreendida com a revelação. O rosto de Severo se tornou sombrio.

- Esse garoto é mais perseguido que o Lorde das Trevas, habita a maior parte do tempo num castelo repleto de filhos de comensais da morte, tem sido durante todo o verão caracterizado como uma farsa e um louco pelo Ministério da Magia, o seu poder é medíocre e tem uma tendência terrível para se meter em encrencas. Seu filho precisa de toda a proteção possível se quiser chegar aos dezessete anos com vida. – Explicou Severo, revirando os olhos a cada palavra que saia por sua boca.

- Se você o está a proteger, porque o odeia tanto?

Nada aquilo parecia fazer sentido. Severo tinha demonstrado nutrir sentimentos muito ruins para com Harry, mas agora afirmava que o estava protegendo.

- Mesmo ele sendo arrogante, impulsivo e incapaz de cumprir as regras como seu pai. – Lily ergueu uma sobrancelha. – Que se passa?

-Meu filho não é arrogante. – Severo revirou os olhos.

- Você apenas diz isso porque ele é seu filho. Ele é perfeito para você. Mas sim, o garoto é bastante arrogante igual ao pai, mas mesmo assim ele é seu filho. Mas eu prometi que ia proteger a última memória que restava de você.

- Meu filho não é arrogante. – Insistiu mais uma vez Lily, mas as palavras de Severo tinham aliviado um peso da consciência. Quando ela fosse embora, ela sabia que o seu filho estaria seguro. Severo acabara de dizer que o protegeria. Seu filho estaria em segurança. – Mas… Obrigada. Obrigada por estar a fazer isso…

- Você nunca me perdoaria se eu deixasse o seu filho morrer, sem fazer nada para o evitar. – Disse Severo sorrindo.

- Não é sua obrigação proteger o meu filho. Nunca iria impor isso a você, Severo. Mas sinto-me muito grata por o fazer. E agradecia que não o voltasse a insultar. O meu filho não é arrogante.

- Você apenas não quer reconhecer que o seu filho é exatamente igual ao pai. – O sorriso de Severo alargou-se. Fazia muito tempo desde a última vez que sorria assim. – Menos os olhos. Ele tem os seus olhos. Exatamente iguais.

- Eu reparei. Ele seria fisicamente uma cópia de Tiago senão fosse pelos olhos. Pelo menos ele é mais parecido comigo de personalidade.

- Nem por isso. O garoto é totalmente diferente de você, nem de perto tão inteligente ou poderoso, sem esquecer a sua patética habilidade para poções.

- Ele tem um professor de poções ruim. – Interrompeu Lily, sorrindo de forma cínica. Incrivelmente Severo riu-se do comentário.

- O professor dele não faz milagres quando existe em falta de capacidade e talento. Além disso, você é muito mais amável e humilde que o garoto.

- Você pode parar de insultar o meu filho, antes que eu comece a fica realmente irritada e lança uma azaração contra você. Você tem uma ótima memória, deve se lembrar do que aconteceu da última vez que me irritou a sério e eu azarei você.

O sorriso de Severo desvaneceu ao se lembrar daquele dia no seu quarto ano, quando insistira com Lily sobre a preparação do antidoto para queimaduras, em que se deveria colocar a poção em lume brando depois de se despejar duas gotas o sangue de dragão, mas Lily continuava afirmando que lume brando não seria suficiente para misturar todos os ingredientes, tendo que se colocar em lume médio. Severo insistira tanto sobre o assunto, que Lily acabou se irritando a serio e lançara uma azaração em Severo, que o impedira de abrir a boca durante os três dias seguintes. Tendo aprendido, que contrariar de forma insistente Lily, era uma péssima ideia especialmente se ela estivesse munida de uma varinha.

- Recordado?

- Perfeitamente. Mas eu fui apanhado de surpresa naquela vez. Neste momento você teria mais dificuldades. – O sorriso voltou ao rosto de Severo. – Para além disso, eu não tenho culpa de você nunca gostar de ouvir as verdades.

- As verdades? Desculpe, mas se a memoria não me falha, estávamos ambos errados. O ideal para o antidoto era lume intenso. De qualquer forma, eu estava mais próxima da verdade. – Disse Lily o desafiando.

- Não conhecia essa sua faceta, será que o Potter, no final foi buscar a sua arrogância também a você?

- Eu não sou arrogante! Nem o meu filho. Eu apenas constatei um facto. Não culpa de você nunca gostar de ouvir as verdades – Disse Lily, repetindo as mesmas palavras de Severo. – Esta a ficar tarde. É melhor eu voltar.

- Não. – Severo apertou a mão de Lily com força. – Não vá embora.

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Notas finais do capítulo

Ahhhh, chegamos ao final. O proximo estará aqui em breve, eu prometo. Outra coisa quem aí tem tumblr? Sabem, é o meu mais recente vicio :O, eu adoro aquilo gente! Se quiserem adicionem: http://escritora-perdida.tumblr.com/
Esse é mesmo o meu tumblr pessoal, e não um tumblr dedicado a fanfics. ^^
Beeeijinhos, deixem vossas opiniões sobre o capitulooo.
Fuuuuui *-*