Algumas semandas atrás..

“Então pessoal, tenho uma tarefa meio diferente do comum para vocês hoje” o professor começou e lançou uma careta irritada para Rachel, que já estava preparada para criticar qualquer idéia vinda do professor, mas apenas se encolheu na cadeira. “Como estamos perto dos Dias dos Namorados, a nova tarefa de vocês é para cantar algo que expresse bem seus sentimentos por alguma pessoa um tanto quando importante. Ah, ninguém irá escolher seus parceiros, será por sorte. Grupos de três.” disse lançando aos alunos um olhar de repreensão e bateu as mãos “Quem vai ser o primeiro?”

Finn se levantou, depois de ser empurrado por Puck que o incentivava. O garoto rapidamente deu um breve olhar para Rachel, que pareceu não notar, e então olhou para Quinn e sorriu. Ele se aproximou da pequena caixa preta, e colocou uma de suas mãos dentro e começou a chacoalhar. Retirou-a com certa dificuldade, fazendo com que alguns que estavam presentes segurarem o riso e leu os papéis em voz alta:

“Kurt e Tina” disse, e se aproximou de seus parceiros de trabalho, que já haviam se juntado. Estranhou o grupo com quem acabara caindo, mas achou a idéia interessante. Ainda mais por ter Tina, achou que nunca haviam sido apresentados corretamente. Sorriu para ambos, que logo retribuíram.

Sam foi o próximo a se levantar e foi sem cerimônia alguma para perto da caixa, e colocou uma de suas mão dentro. Ao contrário de Finn foi rápido ao tirar, e precisou ler duas vezes para entender quem era.

“Artie e Mike” anunciou, e se aproximou do garoto de óculos, unindo e batendo suas mãos. Foram se juntar a Mike, e logo começaram a discutir qual seria a música que representaria devidamente seus sentimentos. Tanto Artie quanto Sam precisavam impressionar, para talvez terem alguma chance com Brittany e Quinn, novamente. Mike por sua vez, já resolvido com Tina apenas concordava com os amigos, e negou ao perguntarem se iria cantar.

O restante se entreolharam, decepcionados por quem havia sobrado. Então surpreendentemente Santana se levantou e foi até o piano. Olhou para os alunos que restaram e para a caixa. Sem pensar duas vezes enfiou sua mão, um tanto quando agressivamente e pegou os primeiros papéis que chegaram até seus dedos. A latina não acreditou com quem havia caído, mas acabou dizendo os nomes depois de ouvir o professor lhe incentivando:

“Quinn e..” bufou uma última vez “RuPaul" Santana começou a protestar com o professor, que apenas se desculpou e disse que não havia escolha. Se ela mudasse, todos poderiam mudar. Depois de desistir – por hora – foi se sentar ao lado de Quinn. Sua cara, juntamente como as outras era de puro mau humor e indignação.

“É o seguinte, o quanto mais rápido essa coisa começar, mais rápido me vejo livre de vocês duas” Santana disse, sem ao menos olhar para as duas que agora se encaravam.

“Concordo plenamente. Não estava nos meus planos fazer um trabalho de tamanha importância com vocês duas. Mas já que o destino nos uniu, devo exigir que sejamos as melhores. Claro, não será muito difícil, com os clássicos..” Rachel começou, mas logo Santana a cortou:

“RuPaul, só abra sua imensa boca quando realmente for necessário. O que claro, é quase nunca e você também nunca sabe.” Falou agora avaliando a cara de indignação de Rachel “E sem esses seus clássicos da Broadway, Barbra, ou o que seja. Caso não saiba, estamos no século 21. Atualidade chamando Berry” Santana disse seu sobrenome com esforço e estalou os dedos tentando prender a atenção da pequena garota ao seu lado “Como a Quinn concorda comigo” olhou a loira em tentativa de apoio, mas apenas encontrou um rosto que expressava confusão “Eu sei que concorda, Q. Enfim, a maioria escolheu as recentes, e caso resolva não fazer, vou te apresentar ao seu nariz extremamente grande uma amiga minha, que alguns chamam de mão, mas eu as cham..”

“Santana! Nossa, você ta falando mais que a Berry, que horror” Quinn disse sinceramente horrorizada “E também não é pra tanto. Não precisa partir pra brutalidade"

“Tem certeza que você vai defender esse ninho de rato ao invés de mim? Tem certeza Q? Sabe, minha amiga faz algum tempo que não te vê..” terminou irritada, mas com o seu típico sorriso sarcástico no rosto.

“Nossa, pra você estar me ameaçando coisa boa não deve ter acontecido” Quinn riu um pouco, mas esperou pela resposta, que demorou a vir.

“Como se eu tivesse medo de te enfrentar, Fabray. Me poupe desse teatrinho de valentona e..” seus olhos correram a extensão da sala, a procura da loira que causava toda a dor que a consumia, e a viu sentada ao lado de Artie conversando alegremente.

Quinn acompanhou seu olhar e logo entendeu tudo. Suas amigas nunca haviam admitido, mas a loira sabia que elas tinham um rolinho, e não era de hoje “Não é nada. Não que seja da sua conta” a latina disse seca e voltou o olhar para Rachel, que até então estava calada observando Finn, enquanto as duas outras discutiam.

“Terra chamando ET” bateu as palmas em frente ao rosto de Rachel, que deu um suspiro em reprovação “Estamos entendidas? Quer saber, nem quero saber a resposta, é melhor estar, pro seu próprio bem, não que eu me importe com isso, mas também não quero me ver em problemas tão cedo assim” disse se levantando e indo em direção a porta, já que o sinal acabara de soar e avisava o final da aula, virou e disse atropelando as palavras “Mas por você eu abro uma exceção” sorriu e seguir seu percurso.

Rachel não sabia se ria do que acabara de presenciar ou se ficava assustada pela ameaça. Acabou optando pela única opção que uma boa Rainha do Drama escolheria. Quinn percebendo o receio da garota ao lado tentou lhe tranqüilizar:

“Santana ladra, mas não morde” disse e tentou dar um meio sorriso, que acabou sendo transformando em uma careta, assustando ainda mais a morena.

“Ela te espancou no corredor” disse indiginada pelas falsas palavras ditas pela loira.

“Só tenta não provocar e fazer o máximo que ela pedir.. Ai, que seja Berry. Faça o que achar melhor, não é problema meu” juntou suas coisas e saiu da sala, acompanhada de Finn que quando a viu lhe abraçou os ombros, depositando um beijo em sua testa.

Rachel assistiu de longe, desejando que ambos pegassem fogo, mas como uma boa atriz que desejava ser, botou seu melhor sorriso no rosto como se nada a tivesse atingido e saiu pela porta, vagando até o estacionamento esperando pelo pai.

Sabia que aquela seria uma tarefa complicada a se fazer. Mas nada a faria desistir. Nem Quinn, muito menos Santana. E foi com este pensamento que entrou ao carro de seu pai, e o cumprimentou com o seu melhor sorriso. Nada poderia abalar Rachel Barbra Berry.