A Deusa Com Asas De Anjo escrita por veraozao


Capítulo 8
Um sentimento novo


Notas iniciais do capítulo

As personagens de Bleach não me pertencem!
Outro capítulo! Espero que gostem! kiss



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No dia seguinte, de manhã, na loja do Urahara.

Inoue – Bom dia pessoal!

Ichigo – Como vão?

Rukia – Ichigo! Inoue! Disse com um brilho nos olhos. O qual foi devolvido pelo jovem shinigami substituto. A Inoue sabia perfeitamente que os dois partilhavam os mesmos sentimentos e por isso mesmo evitou que acontecesse algo mais sério na noite anterior. No entanto custava-lhe ver a troca de olhares dos dois. Trazia-lhe tristeza e solidão. Numa tentativa de voltar a ser como era, sempre sorridente e alegre, tentou esquecer os últimos acontecimentos, principalmente os que envolviam ela e o Ichigo. Mas por mais que tentasse não conseguia, então colocou a sua máscara de sorriso falso para não preocupar ninguém. Se havia coisa que estava farta era de ter todos os amigos a preocuparem-se com ela.

Sado – Bom dia!

Ishida – Vejo que estás bem, Inoue-san!

Inoue – Sim! Obrigada! Urahara-san como está o Ulquiorra?

Urahara – Ainda a dormir! Inoue-san, quando você o transformou num humano, tirou-lhe os poderes?

Inoue – Não! Mais directa era impossível. Notava-se a determinação e confiança na sua voz.

Ishida – Porque fizeste isso, Inoue-san? Ele era um Espada! Ninguém nos garante que ele não faça mal a ninguém!

Inoue – Está tudo bem! Ela não irá fazer mal a ninguém. Além disso, ele pode vir a ajudar-nos numa futura crise! Disse séria e firme.

Ichigo – Bem, se estás assim tão segura é porque sabes o que dizes!

Os demais ficaram surpresos com aquele comentário. Afinal, de todos ali, devia ser ele o que mais reclamaria. Havia sido o Ulquiorra que tinha capturado a Inoue e causado danos psicológicos à bela rapariga. Para além disso, ainda tinha a batalha que sucedeu entre os dois debaixo do luar do Hueco Mundo. A Inoue não tinha expressão nenhuma no rosto ao contrário dos outros. É como se não tivesse ouvido o comentário. Ao contrário dela, a Rukia estava com expressão abatida. Aquele comentário foi o suficiente para ela perceber que algo estava a acontecer com o coração do Ichigo.

Inoue – Urahara-san, posso ver como está o Ulquiorra?

Urahara – Claro! A Yoruichi irá levá-la ao quarto.

Inoue – Obrigada!

No quarto de hóspedes.

– Provavelmente vais ficar zangado por te ter transformado num humano, mas eu fi-lo porque sabia da tua curiosidade em saber o que é o coração! Tinha tirado a sua máscara na presença do ex-espada. Ela prometeu a si própria que iria ajudá-lo e para isso não poderia haver mentiras. Mesmo que ele ficasse a conhecer o seu verdadeiro coração, seria algo bom. É sempre uma coisa boa ter alguém que nos compreende.

– Tens toda a razão, mulher! Acordou de repente, assustando-a.

– Por favor, não me chames assim! O meu nome é Inoue Orihime! Disse fingindo-se de chateada e fazendo beicinho.

– Transformaste-me num humano mas sinto-me com a mesma força de antes! Olhava para as suas mãos para tentar compreender o que sentia.

– Porque eu não te tirei os poderes!

– Porque fizeste isso? Assim irei representar uma ameaça para vocês! Notava-se a surpresa na sua voz. Pela primeira vez, a Inoue via um sentimento no frio, calculista e insensível Ulquiorra. Mesmo que fosse algo como surpresa, era um bom passo para o início da sua nova aventura como humano.

– Não te preocupes! Enquanto eu aqui estiver, não irás fazer mal a ninguém! Pegou-lhe a mão, o que deixou o Ulquiorra confuso. Apertou-lhe a mão e com um olhar de determinação nunca visto pelo espada, encarou-o como se estivesse a ver-lhe a alma.

– O que estás fazer, mulher? Perguntou confuso.

– Eu prometo que enquanto existir, até ao meu último sopro de vida, irei estar cá para te guiar e conduzir pelo caminho certo!

Quando ela deixou o quarto, o rapaz olhou para a sua mão, confuso. Assim que ela lhe tocou pode sentir a segurança e o calor que emanava dela. A luz que ela transmitia, mantinha-o calmo. Era como se ela se tivesse tornado no seu anjo protector.

Na sala de estar.

Yoruichi – Como é que ele está?

Inoue – Já acordou! Parece-me estar bem! Urahara-san, não se importa de cuidar dele por algum tempo? Ele precisa de se habituar à vida humana. Acho que aqui ele poderá sentir-se à vontade.

Ishida – Inoue-san, tens a certeza disso? Acho que estás a confiar demasiado nele!

Inoue – Eu já disse para não se preocuparem! Ele não irá fazer mal a ninguém! Mais uma vez mostrou aos companheiros que estava confiante em relação ao novo recém-chegado. Estava decidida a ajudar o Ulquiorra a encontrar o seu próprio coração. Não iria deixar ninguém impedi-lo de ter uma segunda chance.

Os companheiros simplesmente não disseram mais nada. Ficaram em silêncio e notava-se no ar alguma tensão. Ainda não se tinham  acostumado à determinação e confiança da Inoue. E a decisão que fez em relação ao Ulquiorra não estava a ajudar em nada. A Rukia vendo a situação decidiu mudar de assunto.

Rukia – Inoue, o que fizeste com aquela pena que o comandante te deu?

Inoue – Está aqui! Desabotoo os dois primeiros botões da camisola e afastou o tecido.

Sado – Eu apenas vejo uma marca!

Inoue – Eu mostro-vos! Ela pôs as mãos em cima da marca e logo depois um objecto brilhante saiu do corpo dela.

Rukia – É muito bonita!

Inoue – É verdade! Esta pena é o meu símbolo, a prova do meu ser! Quando eu morrer ela voltará a ser uma pena velha, feia e sem vitalidade, até passar ao próximo que for o seu herdeiro por direito.

Yoruichi – Tens que ter cuidado Inoue!

Inoue – Porquê? Disse colocando a pena no seu sítio novamente.

Urahara – Ela tem razão! Eu não queria contar isto agora, mas eu conheço a história de alguém que já teve os mesmos poderes que tu!

Ichigo – Urahara-san, quantas pessoas assim já existiram?

Ishida – Tu és idiota? O comandante falou que foram muito poucos e que o último existiu há 400 anos.

Ichigo – Quem é o idiota? Quatro-olhos!

Rukia – Parem com isso! O Urahara tem algo para nos contar. Deu um murro na cabeça a cada um para pararem com a briga.

Urahara – Exactamente! O que eu tenho para contar é sobre o último anjo que existiu.

Inoue – Anjo? Se bem me lembro, o comandante também disse o mesmo! Disse pensativa.

Yoruichi – É o nome que se dá a pessoas como tu!

Ishida – Por mim chamava de deusa! Disse mexendo nos óculos. Ele não era parvo. Há muito tempo que reparara na beleza da amiga. No entanto, o coração dela já estava ocupado pelo rapaz mais tapado que alguma vez existiu. Depois dos acontecimentos recentes pode perceber que havia algo diferente no Ichigo. Então fez um elogio, que não era mentira, para provocá-lo e ver a sua reacção.

Sado – Também acho esse nome mais adequado! Os demais ficaram surpresos. Normalmente o Sado era o mais calado e não era do tipo de fazer elogios. Realmente era o mais calado, mas não era burro.  Havia percebido o mesmo que o Ishida. Quando percebeu as intenções do Quincy alinhou com ele simplesmente por curiosidade.

Urahara – Nesse caso seria a mais bela deusa que existe! O lojista que apesar de estar a ser verdadeiro com as suas palavras, fez de propósito para provocar um certo rapaz ruivo e observar a sua reacção. Também estava a alinhar no jogo do Ishida e do Sado, mas ele adorava chatear o adolescente e esta oportunidade era perfeita.

A Inoue ficou muito corada com os comentários. No entanto havia um certo alguém que se sentiu incomodado com a situação. O Ichigo não sabia o que estava a sentir. Poderia ser raiva, ciúme ou então apenas vontade de a proteger dos predadores. Pigarreou para chamar a atenção.

Ichigo – O que querias contar Urahara?

Urahara – Por causa de possuir muito poder tentaram roubá-lo. Quase conseguiram mas o anjo num último acto, concentrou toda a sua energia e soltou-a. Destruiu os inimigos e sacrificou a própria vida. A única coisa que sobrou foi a pena que a Inoue-san tem!

Ichigo – E quem é que tentou roubar esse poder?

De repente a Inoue olha para a porta atrás de si, atraindo a atenção dos restantes para o seu comportamento.

Rukia – O que foi Inoue?

Ela deu um pequeno sorriso.

Inoue – Pára de te esconder Ulquiorra!

Ficaram confusos, afinal não sentiam presença nenhuma. Só quando a porta abriu é que realmente viram que estava ali o antigo Espada. Ficaram deveras surpresos com a percepção da Inoue. Alguns até se poderia dizer felicíssimos, como o Urahara e a Yoruichi.

Ulquiorra – Eu estava a esconder a minha reiatsu. Parece que estás muito mais forte, mulher!

Inoue – Eu já disse para não me chamares assim! O meu nome é Inoue Orihime! Fingiu uma cara de chateada para logo a seguir dar um sorriso.

Eles falavam como se fossem velhos amigos. Os colegas não compreendiam como ela podia confiar no Ulquiorra depois de tudo que aconteceu. No entanto um deles estava a arder de raiva.

Ichigo – O que você quer daqui? Falou com frieza e com a testa franzida. Era óbvio que não gostava da presença dele. Principalmente quando estava perto da Inoue.

Ulquiorra – Simplesmente ouvi a conversa!

Urahara – Ulquiorra-san, você que já foi um arrankar, já ouviu falar de alguns acontecimentos há mais ou menos 400 anos, em que tentaram dominar a Soul Sociaty?

Ulquiorra – Sim!

Inoue – Ulquiorra, tu sabias dos meus poderes quando me levaste para o Hueco Mundo? Perguntou de rompante e muito pensativa.

Ulquiorra – Não!

Rukia – Como é que sabes desta história? Perguntou séria e com um pouco de frieza.

Ulquiorra – Tsh! Eu não tenho de responder às vossas perguntas idiotas! Lá estava de novo o rapaz insensível e sem coração.

Inoue – Ulquiorra, não sejas assim! Ela olhou-o com olhos suplicantes e preocupados. Assim que o viu dar um suspiro sorriu-lhe verdadeiramente. Algo que já não fazia há algum tempo. Para o Ulquiorra era difícil olhar para ela sem se sentir estranho. A maneira de olhar, o seu sorriso meigo e bondoso, faziam-no esquecer da sua frieza. Tornavam-no em alguém completamente diferente. Para alguém que não acreditava em nada e achava os sentimentos e os humanos lixo, estava a tornar-se um deles. Apenas por estar ao pé dela e sentir o calor que ela lhe transmitia. Era como se ficasse imobilizado perante uma deusa.

Ulquiorra – Tsh! Quem pensas que és para me dar ordens! … Foi o Aizen-sama que me contou! Há 400 anos um grupo de Vasto Lordes queria dominar a Soul Sociaty. Eles sabiam que sozinhos não teriam hipóteses, por isso tentaram roubar o poder do anjo que habitava na terra. Só havia uma maneira de o fazer. Tornando o anjo num demónio! Disse a última frase a encarar a Inoue. Para ela aquilo soou como um aviso. Os demais nem prestaram nesse detalhe à excepção do lojista e da deusa do relâmpago. Estavam simplesmente a tentar perceber a razão pela qual os dois agiam como velhos amigos. Como se nunca tivesse acontecido nada. O Ichigo estava a começar a ferver de raiva. Não estava a gostar nada da maneira como os dois conversavam e se olhavam. Ele não sabia definir o que estava a sentir, mas outros diriam que era definitivamente ciúmes.

Inoue – Hum… Ficou pálida e surpresa.

Ishida – O que foi Inoue-san?

Ulquiorra – Vejo que percebeste o que eu disse! Deverias ter cuidado. Alguns desses Vasto Lordes sobreviveram, pelo que o Aizen-sama me contou. Eles são poderosos, demasiado poderosos! Se eles vierem atrás de ti, apenas tu terás poder para os eliminar. Nem mesmo eu serei capaz de te proteger propriamente!

A Inoue deu um sorriso para ele. Pela primeira vez estava a ver preocupação naqueles olhos verdes e brilhantes. O rapaz não disse mais nada e voltou para o seu quarto deixando o Ishida, o Sado, a Rukia e o Ichigo sem perceber nada. A Inoue estava com uma cara preocupada. Sabia exactamente o que ele estava a falar. Provavelmente se eles viessem agora, ela se transformaria no demónio. O Ichigo ao ver a expressão da ruiva ficou ainda com mais raiva. Fechou os punhos com força, mas conseguiu controlar-se e evitar uma loucura. Ele apenas tinha vontade de matar o Ulquiorra por ter ficado perto dela. “ Eu vou matá-lo! Como se atreve a falar e olhar para ela daquela maneira?”

“ Isso tudo são ciúmes?”

“ Cala-te! Eu não estou com ciúmes, apenas não gosto de o ver perto dela!”

“ Para mim são ciúmes. No entanto eu também estou com vontade de o matar. Está a roubar a minha Hime. Ainda por cima disse que a iria proteger! Eu é que tenho de a proteger, não ele. Ichigo, se não fizeres nada eu vou tomar conta do teu corpo! Eu não vou permitir que a minha Rainha se apaixone por aquele… por aquele… por aquela coisa! O hollow gritava na mente do Ichigo, deixando-o ainda mais furioso.

“ Cala-te por um bocado! O que tu queres não me importa. Mas uma coisa tens razão… Sou eu que a tenho de proteger!” A conversa acabou por ali. No entanto a fúria do Ichigo não se tinha acalmado pois ainda continuava com os punhos cerrados e os olhos a deitar faíscas. Não estava nem um pouco ciente da conversa, até que ouviu o Urahara falar.

Urahara – É melhor não pensares nisso Inoue-san! Fez-lhe um olhar de compreensão que a deixou mais calma.

Ichigo – Alguém pode me explicar o que acabou de acontecer?

Yoruichi – És muito lento Ichigo! É como se disse. A única maneira de roubar o poder de um anjo é transformando-o num demónio. Ou seja, fazê-lo lutar ao lado do inimigo.

Inoue – Será que o Aizen sabia dos meus poderes? Falou com uma mão no queixo e pensativa.

Urahara – Já começo a pensar que sim. Ele estava interessado no poder das tuas presilhas. No entanto penso que ele te levou para lá com outro propósito.

Inoue – Tranformar o anjo num demónio!

Yoruichi – É o que parece! Mas não tens de te preocupar mais com ele. Está selado e já foi condenado.

Rukia – Mesmo assim a Inoue poderá estar em perigo!

Ishida – Por enquanto não. Apenas temos de tomar mais cuidado!

Ichigo – Maldito Ulquiorra! Porque tinha de dizer aquilo! Gritou furioso. Estava finalmente a libertar a raiva que sentia.

Rukia – Não sejas assim Ichigo. Foi bom ele ter nos avisado!

Sado – Se um Vasto Lorde é quase impossível de derrotar, imagina vários.

Ishida – Exactamente, seu idiota!

Ichigo – Pára de me chamar de idiota, seu quatro-olhos!

Rukia – Vocês dois… Parem de discutir como crianças de cinco anos! Deu um murro na cabeça de cada um.

Inoue – Bem, eu vou para casa. Urahara-san, eu depois venho cá para ver o Ulquiorra! Até amanhã pessoal! Saiu dali a passos largos. Precisava de estar sozinha por um bocado. Estava demasiado abalada psicologicamente para aceitar tudo o que tinha acontecido.

Ishida – Eu vou contigo, Inoue-san! Levantou-se e despediu-se. Saíram da loja sob o olhar curioso de todos, mas principalmente sob o olhar ciumento do Ichigo.

Rukia – Eu também vou! Tenho uma missão para cumprir. Ichigo, preciso que venhas comigo!

Ichigo – Para quê?

Rukia – Já te esqueceste qual é a minha missão?

Ichigo – Tem de ser agora?

Rukia – Sim!

Ichigo – Bem, parece que tenho de ir embora! Adeus pessoal.

Urahara – Cuidem-se!

Sado – Eu vou também! Até à próxima.

Saíram todos da loja, ficando apenas o Urahara e a Yoruichi na sala.

Urahara – Acho que me esqueci de lhes entregar qualquer coisa!

Yoruichi – Eu reparei! Esqueceste de lhes entregar os convites.

Urahara – Entregarei amanhã à Inoue-san! Tenho a certeza que virá cá para ver o Ulquiorra.


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