A Deusa Com Asas De Anjo escrita por veraozao


Capítulo 10
Uma discussão


Notas iniciais do capítulo

Como todos sabem as personagens de Bleach não me pertencem!
Mais um capítulo cheio de intrigas para as minhas queridas leitoras. Espero que gostem!



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No mesmo dia em que completou a sua missão, a Rukia voltou para a Soul Sociaty.

Rukia – Bem, eu vou-me embora. A minha missão está concluída por isso vou voltar para a Soul Sociaty! Disse com um tom triste. Estava claro que ela não queria sair perto do Ichigo, mas o dever estava em primeiro. Difícil ou não, ela continuava a ser uma shinigami, e como tal ela tinha deveres.

Ichigo – Espero ver-te em breve! Dá cumprimentos meus ao pessoal! Disse num tom igualmente triste.

Rukia – Eu mandarei. Até breve! Foi-se embora, deixando para trás um ruivo triste a sozinho.

Na Soul Sociaty, assim que ela chegou, foi entregar o relatório da missão ao Capitão Ukitake.

Rukia – Capitão Ukitake! Voltei da minha missão.

Ukitake – Ainda bem que voltaste sã e salva! Quando tivermos mais alguma missão para ti, eu chamo-te!

Rukia – Sim! Com licença, Capitão Ukitake!

Assim que saiu do quartel do 13º esquadrão, deu de caras com o Renji.

– Olá Rukia! Parece que já voltaste.

– Renji! Regressei há poucos minutos… Queres ir beber um chá comigo? Assim poderei contar-te como correu!

– Bem, já que eu estou sem nada para fazer!

Seguiram para a mansão Kuchiki e sentaram-se na varanda que dá vista para o jardim interno da casa.

– Rukia, ouvi dizer pelos capitães, que a Inoue tem um novo poder e que é mais poderosa que os shinigamis, incluindo o comandante!

– Sim! É verdade. O Urahara diz que ela é chamada de Anjo. Das duas vezes que vi pessoalmente o verdadeiro poder dela, fiquei fascinada, apesar de achar que o que ela nos mostrou é muito pouco do seu poder!

– Muito pouco? Pelo que me contaram, ela transformou um arrancar num humano! Não me parece que isso seja muito pouco!

– Isso porque tu não viste com os teus próprios olhos. De qualquer forma, parece-me que ela está a esconder-nos alguma coisa!

– A esconder alguma coisa? Como assim?

– Não sei, mas o Urahara e a Yoruichi sabem o que é!

Byakuya – Uma pessoa tem direito a ter os seus segredos!

Os dois assustaram-se quando ouviram a voz do dono da mansão.

Renji – Capitão Kuchiki!

Rukia – Irmão! Queres tomar um chá connosco?

Byakuya – Desta vez aceito! Sentou-se ao lado da Rukia e pegou uma chávena de chá.

Renji – Capitão Kuchiki, o senhor viu o poder dela, certo?

Byakuya – Sim! Porquê?

Renji – É verdade que ela é assim tão poderosa?

Byakuya – Sim! No entanto tenho a mesma opinião que a Rukia. Ela ainda não mostrou todo o seu poder!

Rukia – Espero que nunca seja necessário ver!

Renji – Porquê?

Byakuya – Porque se isso acontecesse, estaríamos perante um inimigo demasiado poderoso para nós!

Rukia – Irmão, o Urahara contou-nos que há 400 anos, um grupo de Vasto lordes tentou roubar o poder de um anjo.

Byakuya – É verdade! Pelo que sei, antes de o conseguirem, o anjo libertou todo o seu poder, acabando por se auto-destruir e eliminar os inimigos.

Renji – É possível roubar tal poder?

Rukia – Sim! Mas há uma coisa que me preocupa! O Ulquiorra Shiffer disse que alguns desses Vasto Lorde ainda estão vivos!

Byakuya – Entendo! Há possibilidades de eles voltarem a aparecer. Acho que falarei com o comandante sobre isso!

Renji – Ainda tem uma coisa que não percebi. Como é que se rouba o poder da Inoue?

Rukia – O Urahara disse que a única maneira era transformar o anjo em demónio. Obrigá-lo a lutar contra os próprios amigos.

Renji – Fiquei a saber a mesma coisa!

Rukia – Eu estou na mesma. Eu tenho a certeza que o Urahara, a Yoruichi e a própria Inoue sabem o que isso significa.

Byakuya – Eles estão a esconder qualquer coisa!

Renji – Porque não perguntas-te à Inoue?

Rukia – Ela tem andado muito estranha. Desde há alguns dias para cá ela está diferente. Para além da confiança e determinação, a postura dela é fria às vezes. É como se ela estivesse a mudar! Por vezes acho-a assustadora. Ainda hoje quando ela apareceu para ajudar a mim e ao Ichigo, ouvi-la falar de maneira tão fria fez me arrepios!

Renji – A única maneira será falar com o Urahara!

Rukia – Também acho! Disse pensativa. Passaram-se alguns minutos em silêncio até a Rukia se pronunciar. – Vou treinar! Com licença Irmão!

Renji – Eu vou treinar contigo! Disse se levantando também. – Com licença Capitão Kuchiki!

Seguiram para uma área de treino pouco usada. Estiveram lá quase duas horas até que pararam para descansar. Sentaram-se numa pedra e mantiveram-se em silêncio até que o Renji falou.

– Diz-me, como vão as coisas entre ti e o Ichigo?

– O que queres dizer com isso?

– Eu sei que tu gostas dele! Está muito nítido na maneira como olhas para ele. Até o próprio Capitão Ukitake já reparou!

– Eu gosto dele, mas não me parece que tenhamos futuro! Eu percebo que ele também tem sentimentos por mim. Mas ultimamente ele tem agido diferente. Tu soubeste o que aconteceu no dia em que a Inoue activou o seu poder, certo?

– Sim! Ao que parece ela libertou um poder maligno que apenas podia ser parado se eliminassem a escuridão do coração dela! … Qual era a escuridão dela? Perguntou curioso.

– O Ichigo!

– Como?

– Ela ama-o mas é um amor não correspondido! Obviamente que o Ichigo soube. Aliás se não fosse por ele, a Inoue estaria morta! No entanto desde esse dia, ele tem agido diferente com ela, como se estivesse a desenvolver sentimentos por ela!

– Nunca paraste para pensar porque razão ele sempre a protege de tudo e de todos? Falou sem pensar, arrependendo-se logo de imediato. Ao ver a cara dela tão triste sentiu-se o maior idiota de sempre.

– Eu começo a achar que ele sempre teve sentimentos por ela, mas é demasiado tapado para ver isso!

– Se fosse o caso que ele se apaixona-se por ela, tu conseguirias suportar tal facto?

– Não é questão de conseguir, mas sim de obrigação! Eu sou uma shinigami e ele um humano. Nada mais natural do que ficar com alguém que seja humano. Para além disso, talvez nessa altura eu deva começar a abrir o meu coração para outras opções!

O Renji não disse mais nada. Apenas ficou em silêncio e pensativo. “ Se ela o esquecer, eu poderei ter uma hipótese!”

Enquanto isso na cidade de Karakura. Estava a cair a noite e uma certa rapariga não conseguia estar quieta em casa. A Inoue tinha acabado de jantar e foi vestir uma das suas camisas de dormir. Sentou-se no sofá para pensar, mas sentia-se sufocada dentro de casa. Vestiu um casaco comprido e fino para esconder a camisa. Saiu de casa e foi direita à praia. Para sorte dela não havia ninguém na rua e pode andar calmamente. Sentiu-se bem quando chegou à beira-mar da praia. O cheiro do mar e o bater do vento na sua cara faziam-na pensar com clareza. “ Talvez tenhas razão Ulquiorra. Terás que me proteger da minha fraqueza. Porque por mais que eu queira, esquecer um amor assim não é fácil. Isso se eu o conseguir esquecer!”

Ali perto estava o Ichigo a finalizar uma cerimónia. Assim que acabou, virou-se para ir embora, no entanto sentiu uma reiatsu muito familiar ali perto. “ O que ela está aqui a fazer a esta hora?” Utilizando o shumpo foi para o local onde se encontrava a Inoue. Encontrou-a a passear na praia.

“ Ela é com certeza aquela que eu quero! Nada melhor do que um anjo para ficar com um demónio!”

“ Espero que não me estejas a incluir na parte do demónio, porque aqui o único demónio és tu!”

“ Espero bem que sim! Porque se não fizeres nada em breve serão dois!”

“ Como assim, dois?”

“ Eu não vou dizer nada. Não me cabe a mim fazer isso! … Apenas te digo uma coisa. Tenta saber exactamente quem o teu coração quer, porque se não fizeres isso rápido irás morrer pelas mãos de um demónio… e não serei eu!”

O hollow calou-se deixando o Ichigo confuso. Mesmo ao longe dava para ver a tamanha beleza que se encontrava à beira-mar. Ele foi-se aproximando devagar até chegar bem perto. A Inoue não parecia notar a sua presença, pois manteve sempre o olhar fixo no mar.

– Inoue!

− Kurosaki-kun! Disse num sobressalto.

− O que estás a fazer aqui?

− Apenas a pensar e a passear um pouco! E tu o que andas a fazer aqui?

− Estive a tratar da saúde a hollow!

− Entendo! Bem, eu vou para casa, amanhã tenho de me levantar cedo para ir à loja do Urahara! Virou-se para seguir o seu caminho mas parou ao ouvir a voz do Ichigo.

− Inoue! Está tudo bem? Perguntou com uma cara preocupada.

− Sim, porque não haveria de estar? Apenas olhou por cima do ombro para o ruivo. Tamanha foi a dificuldade em manter o sorriso ao dizer tais palavras. Os acontecimentos daquela tarde ainda não tinham saído do pensamento dela. Custava-lhe olhar para ele e aguentar as lágrimas, custava-lhe ter que se afastar dele para se proteger. Custava-lhe ter aquele amor no seu coração.

− Tens andado estranha! Não sei explicar… Mas não pareces a mesma! É como se o teu brilho estivesse a desaparecer.

− Não te preocupes! Voltou a olhar para a frente. – Está tudo bem! Disse friamente e indiferente. O sorriso desaparecera completamente da sua face dando lugar a uma lágrima solitária e triste. O Ichigo ficou em choque com o tom utilizado. Sentiu-se como se estivesse a ser abandonado. Como se estivesse a perder algo importante. No fundo do seu coração, ele sabia que isso era verdade.

“ É melhor fazeres alguma coisa, porque eu não te perdoarei por magoares a minha Hime!”

Apenas um comentário e sentiu-se na obrigação de agir. Apenas um comentário e toda a sua hesitação desapareceu. Teve a coragem de agir como se não tivesse acontecido nada e acabou por magoar uma das pessoas mais importantes para ele.

− Espera, deixa-me levar-te a casa! Eu não posso deixar-te na rua sozinha a esta hora!

− Eu sei cuidar de mim! Não precisas de te preocupar, para além disso a Kuchiki-san deve estar preocupada contigo! Continuou no mesmo tom.

− Nem penses! Se não queres, então diz-me na cara em vez de agires como uma covarde! Praticamente gritou furioso.

− Às vezes é melhor ser covarde! Às vezes é melhor fugir. Disse praticamente num sussurro. – Tenho que ir! Amanhã vou buscar o Ulqui-kun à loja do Urahara bem cedo.

A raiva dele desapareceu assim que ouviu o nome do ex - Espada e de maneira tão íntima. A sensação de tristeza e abandono surgiu outra vez. No entanto durou por pouco tempo, a raiva veio ainda mais forte.

− Porquê?

− O quê?

− Porque estás a falar assim para mim? Porque estás a afastar-me de ti? Porque transformas-te o Ulquiorra num humano? Como consegues tratá-lo tão bem quando foi ele que te levou para o Hueco Mundo? Gritou de raiva. Ao perceber isso acalmou-se. – Eu não entendo! Vocês os dois parecem velhos amigos apesar de tudo.

− Todos merecem uma segunda oportunidade! Voltou-se para ele e sorriu-lhe. – Quando estive no Hueco Mundo, ele ganhou interesse em saber o que era o coração! Eu simplesmente lhe dei essa oportunidade. A partir do momento em que o tornei humano, foi o momento em que me tornei sua guia e professora. Enquanto eu existir não irei deixar que nada de mal aconteça com ele, contigo, com a Tatsuki-chan, o Ishida-kun, o Sado-kun, a Kuchiki-san, todos desta cidade, todos da Soul Sociaty! Mesmo que eu tenha de morrer para que isso aconteça.

Deu-lhe um último sorriso e foi-se embora, deixando o Ichigo sem saber o que fazer ou dizer. No momento em que ela disse que morreria se necessário para proteger outros, uma necessidade urgente de a abraçar percorreu-lhe o corpo. Uma vontade inabalável de lhe dizer que nunca iria deixar isso acontecer. Um desejo enorme de a levar para longe de tudo e de todos. Viu-a desaparecer do seu campo de visão muito confuso.

“ Estou a ver que estás demasiado confuso! Se não fizeres nada em breve, eu próprio farei. E reza para que isso nunca aconteça, porque se chegar a isso provavelmente terei de a matar!”

“ Queres parar de falar por enigmas? Matar quem?”

“ Não admira que não vejas nada, és demasiado tapado e idiota para perceber o que quer que seja.”

“ A quem estás a chamar de idiota, seu demónio?” Gritou furioso.

“ Ainda não reparaste que o sorriso dela é falso? Ainda não reparaste que ela está a sofrer silenciosamente para não envolver ninguém? Ela está a afastar-te por escolha própria! Creio que sabes porquê!”

“ Estás a falar da Inoue, certo?”

“ Vou atirar foguetes por teres conseguido lá chegar!”

“ Eu vou matar-te um dia destes!”

A conversa encerrou por ali e o Ichigo foi para casa, muito confuso.


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