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Capitulo 2

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Caminhava por um corredor, escuro e desabitado, quando senti um arrepio percorrer minha espinha. Como um pressentimento, virei meu rosto para o lado direito, onde pude ver, claramente por uma porta entre aberta, a imagem de uma garotinha. Ela estava sentada próxima de um homem quando duas outras pessoas encapuzadas entraram no quarto e espancaram o homem, logo em seguida atirando em seu peito, tudo na frente da menina que se mantinha em estado de choque.

Mais uma pessoa entrou no cômodo, essa parece ser uma mulher. Com passos rápidos e precisos se aproximou da menina e sussurrou algo em seu ouvido a fazendo começar a chorar desesperadamente. E, em poucos segundos, as três pessoas já haviam saído de lá. Deixando apenas a garotinha e seu, provavelmente, pai morto.

Ela correu ao socorro do pai. Abaixou-se ao lado dele e lhe acariciou o rosto, que já estava pálido e com varias manchas arroxeadas, vi lágrimas caírem de seus olhos... Mais, por incrível que pareça, não pude ver seu rosto.

A porta novamente se abriu e um homem de curtos cabelos castanhos e olhos azuis entrou e levou a menina dali que, com os braços estendidos na direção do pai, não parava de chorar e gritar alto.

Tentei entrar no quarto, mais não consegui, parecia haver alguma coisa me prendendo naquele local.

Tentei gritar, o mais alto que pude mais da minha boca... Nada saiu.

Lentamente a porta foi se fechando, e uma escuridão me envolveu por inteiro, senti ser puxado para o fundo... Como se caísse em um buraco sem fim ou volta.

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Sasuke se sentou bruscamente na cama, estava suado e tremendo, de seus olhos corriam grossas lágrimas de puro desespero. Seu coração palpitava rápido e imagens viam desordenadamente a sua mente, o desesperando cada vez mais...

Respirou fundo, diversas vezes, tentando se acalma. Queria saber o porquê, afinal, tem aquele mesmo pesadelo todas as noites desde que começou a cuidar da Hyuuga, há um mês.

Sempre via a mesma coisa: Uma garotinha com uns nove anos, de quem não se lembrava o rosto, chorando sobre o corpo já sem vida de um homem alto e pálido antes de ser levada por uma pessoa que ele nunca havia visto na vida.

O que aquilo significava? Porque só começou a sonhar com aquilo depois de começar a cuidar da jovem Hinata?

Levantou-se da cama, se apoiando no criado mudo ante de acender a luz e caminhar ate o banheiro.

Lá, parou em frente ao espelho, olhou para o seu rosto, ele estava manchado por lágrimas, seus olhos cor de ônix, mantinham um tom mais opaco que o normal e sua pele estava muito pálida.

Abriu o armário que havia embaixo da pia e pegou uma, das diversas, caixas de remédios que lá havia.

Colocou alguns comprimidos na boca e os engoliu com a ajuda da água fria da torneira.

Olhou novamente para o espelho, ligou a torneira e levou um pouco de água ao rosto... Tentando despertar.

Voltou sua atenção para o relógio na parede atrás de se, onde marcava 4:26 da manhã. Não adiantará nada voltar para cama... Não conseguiria dormir mesmo.

Despiu-se e entrou no Box do banheiro para tomar um banho. Ligou o chuveiro e deixou a água quente correr pelo seu corpo relaxando completamente todos os seus bem definidos músculos.

Abaixou a cabeça sentindo a água bater com força contra ela, o fazendo sentir leves pontadas devido à dor de cabeça, mais isso, naquela hora, de nada importava... Só o que lhe importara era saber o motivo daquele maldito pesadelo.

Só o que queria era dormir em paz, pelo menos uma vez, antes de voltar para aquele hospício... Mais uma coisa o confortava, ela estaria lá. Hinata. Com o tempo foi descobrindo algumas coisas sobre ela, como por exemplo: O medo do escuro; O pavor de ficar sozinha, por isso, para ajudá-la, sempre a esperava dormir antes de ir embora; Ou até mesmo que a cor favorita dela era a mesma que a dele: Azul.

Nesses trinta dias começou a criar certa, afeição para com aquela paciente, seu jeito doce, gentil e angelical de ser o encantou completamente... Seus sorrisos, verdadeiros e tímidos, faziam o coração do jovem psiquiatra palpitar mais rápido. E cada contato dela em sua pele, por mais simples que fosse lhe causavam arrepios que percorriam todo o corpo.

Desligou o chuveiro e puxou a toalha de cor verde musgo e a amarrou firmemente na cintura antes de sair do Box.

Caminhou ate seu guarda-roupa e pegou sua habitual roupa de trabalho, ou seja, calça jeans, camisa pólo e jaleco, ambos na cor branca. Se vestiu, pegou as chaves do carro e saiu de casa lembrando-se de fechá-la bem antes de sair.

Ao estacionar a BMW preta na garagem do Konohokage um dos seus colegas de trabalho veio correndo na sua direção. Era o Naruto, mais o que ele queria com ele?

- Sasu... Sasuke, a paciente... –falou pausadamente o loiro de olhos azuis e pele branca se apoiando nos joelhos, tentando, retomar o fôlego- Do cento e trinta e dois... Ela...

Naruto não precisou falar mais nada, pois assim que ouviu numero do quarto da sua tão intrigante e querida paciente Sasuke correra desesperadamente na direção da entrada do hospício.

Passou, ainda correndo, por diversas pessoas e quartos ate chegar ao dela, onde abriu a porta com rapidez a fechando novamente, pode ver Hinata, parada em pé a poucos pés de se com os olhos inchados e vermelhos por conta do choro.

Ele correu e a abraçou, um abraço forte e confortante, como se assim pudesse a proteger de tudo e de todos.

- O que aconteceu? O pesadelo novamente?–perguntou ainda ofegante pela corrida. Mais talvez fizera a pergunta errada, pois sentiu ela tremer e soluçar mais entre seus braços que a envolviam pela cintura fina.

Por um longo tempo, que não fez questão alguma de contar, ficou abraçado a ela antes da mesma o levar ate a cama e se deitar junto ao seu peito, aninhando-se a ele como um felino apertando seu jaleco entre os finos e delicados dedos.

Sasuke teve vontade de dizer para ela que tudo ficaria bem... Mais nem sequer sabia o que a estava deixando daquele jeito! E como poderia saber se ela não falava com ele?

- Hinata, tenho que pegar seus remédios –avisou, mais quando sentiu o corpo dela tremer e sua roupa umedecer por conta das lágrimas, se arrependeu completamente de ter falado tal coisa. Mais afinal, o que estava acontecendo com ela?

- O-onegai... nã-não vá –pediu ela, sua voz era tão baixa e suave que o jovem psiquiatra quase não pode ouvir. Ele estava alegre, pois ela havia falado... Mais também preocupado, se ela havia falado, depois de muitos anos sem pronunciar nada, era porque alguma coisa de muito ruim teria acontecido.

- Tudo bem... Eu vou ficar –ele a apertou entre os braços sentindo o corpo dela ficar mais relaxado.

Depois de mais ou menos uma hora Hinata dormiu, agora ele poderia sair e pegar os remédios para dar a ela e ir ate Tsunade e contá-la que conseguiu a fazê-la falar.

Levantou-se com cuidado para não a acordar, saiu do quarto.

- Sasuke! –exclamou Naruto chegando mais perto do colega quando o viu entrar na sala onde ficavam os medicamentos.- Como esta a cento e trinta e dois?

- Agora, dormindo –respondeu simplesmente voltando sua atenção aos remédios da sua paciente.

- Quando eu a ouvi gritando fiquei muito assustado! –desabafou ganhando total atenção do Uchiha- Ela gritava desesperadamente, nossa cara... Dava pra ouvir os gritos dela lá do corredor.

Sasuke o encarou. Seus olhos, quase sempre sem expressão, estavam esbanjando preocupação.

- Você a ouviu dizer alguma coisa? –perguntou.

- Não, só a ouvi gritar.

Saiu daquele local, com os comprimidos em mãos, e o pensamento vagando até o quarto 132... Onde sua tão misteriosa paciente ainda dormia.

O que será que a fez ficar tão desesperada?

Ao chegar ao quarto a achou, como já imaginava, dormindo tranqüilamente, como se nada tivesse acontecido.

Colocou os dois comprimidos em cima da cadeira, e antes de sair do quarto, beijou ternamente a bochecha direita levemente corada de Hinata.

Caminhou rapidamente pelos corredores do Konohokage ate chegar à sala da diretora onde foi recebido pela própria.

- O que deseja Uchiha? –perguntou sentando-se em sua cadeira.

- Vim apenas lhe dizer que a Hinata-... –foi corrigido pela mais velha.

- Paciente cento e trinta e dois. –corrigiu ganhando uma olhar gélido do herdeiro Uchiha.

- Como ia dizendo... A paciente cento e trinta e dois teve mais um pesadelo.

- Isso é normal, depois de tudo aquilo... –sussurrou a loira fazendo um gesto para que o moreno continuasse.

- E também dizer que ela... –hesitou por um momento pesando se deveria mesmo dizer aquilo a diretora, provavelmente ela o tiraria do cargo e colocaria um psiquiatra melhor em seu lugar... Mais tinha de dizer, era seu trabalho- Ela falou.

Tsunade arregalou os olhos castanhos claro, “ Ora, ora... Surpreende-me cada vez mais, senhor Uchiha. Mais não preciso me preocupas com isso” pensou antes de sorrir falsamente e falar:

- Muito bem Sasuke, estou surpresa de saber que em tão pouco tempo conseguiu fazer a Hyuuga se comunicar –pausou e desfez o sorriso, tornando a ser seria e ligeiramente preocupada- E o que ela disse?

- Pediu para que eu não saísse do quarto –Tsunade suspirou aliviada e notou que os olhos do herdeiro Uchiha tomarem um tom mais iluminado que o normal ao falar aquilo... Talvez ele estivesse muito próximo da paciente, próximo de mais para seu gosto.

- E o que você fez?

- O que ela pediu –adotou o costumeiro com frio e sem emoção que a bela loira conhecia muito bem.

- Era somente isso? –Tsunade o fitou com inpaciencia- Porque, como pode ver, estou muito ocupada.

Sasuke apenas se levantou e caminhou ate a saída, deixando uma preocupada e pensativa Tsunade para trás... “Definitivamente ele esta ficando muito próximo da Hyuuga” pensou ela antes de voltar sua atenção para os diversos relatórios dos pacientes que se encontravam em sua mesa. “Não posso ariscar que esse pirralho estrague meu plano, que há onze anos, funciona perfeitamente bem!” e com esse pensamento esmurro a mesa a fazendo estremecer.

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