Não me lembro de nada do que aconteceu. A não ser, do Vincenzo dizendo que deveríamos ir ao banheiro e da minha bile vir e não voltar mais para o lugar onde ela estava, e deveria ter continuado. Acordei uma hora e meia depois, com uma baita dor de cabeça e com um peso enorme sobre mim. Só percebi quem era depois que inalei o perfume de chocolate com limão, que aquele peso emanava, era a Alessa sem sombra de duvida. Tentei acordá-la a cutucando, mas foi em vão.

- Ela dormiu tem uns vinte minutos. – uma voz vindo do escuro. – O Rodrigo e a Ketrynni tentaram levá-la, mas não conseguiram. – entrando no campo de visualização da garota, que não conseguia se mexer para saber quem estava falando. – Como está? Fiquei preocupado – dando um sorriso torto.

- Bem – rindo fraco. – Mas ficarei melhor quando você a tirá-la de cima de mim, não to conseguindo respirar direito.

- Certo – dando o maior sorriso que conseguia – Vou colocá-la na poltrona.

- Nossa! Graças a Deus! – respirando forte – A Alessa tem que parar de repetir as refeições, assim ninguém mais vai aguentar ela no colo.

- Veritá! – rindo – Mas você sabe que isso é impossível de acontecer, né?

- Ela vai ter que parar se não, não haverá mais colo. – séria.

- Me diz se você está bem mesmo? Porque da última vez, colocou tudo o que tinha e o que não tinha para fora e ainda desabou. Se eu não tivesse te segurando, teria nadado no próprio vomito. – se sentando na cama.

- Eca! – fazendo cara de nojo. – Deixa de ser nojento Vincenzo – dando um tampinha nele.

- Não estou sendo nojento – rindo.

- Imagina! – revirando os olhos – Mas respondendo a sua pergunta, estou bem sim e curiosa para saber onde é que estou.

- Hm! Onde você está? – levantando uma das sobrancelhas.

- É!

- Bem, até onde sei você está no nordeste da Itália, região do Veneto, província de Verona, cidade...

- Para Vincenzo! – batendo-o – Tá andando de mais com o Rodrigo – emburrada com a brincadeira do amigo.

- E você com a Alessa – massageando o braço – tua mão pesa tanto quanto a dela – fazendo cara de cachorro magoado.

- Não me diga? – debochadamente, olhando o amigo que ainda reclamava – Se continuar reclamando assim, te bato de novo – séria.

- Não! – desesperado

- Nã... não... o quê?

- Nada não Alessa é só o Vincenzo, que não queria te acordar, para dizer que estou bem.

- Tá querendo apanhar é Vincenzo? – zangada.

- NÃO! Muito obrigado, mas não – com medo.

Eram muito bom ver a fisionomia de medo dele, senti-me energizada. Mas realmente apanhar da Alessa, principalmente depois que ela começou a lutar boxe, não era nada animador. Só depois de uns vinte minutos, Vincenzo resolveu responder a minha pergunta. Estávamos na enfermaria do aeroporto, ele disse que iam me levar a um hospital, mas Alessa não havia concordado dizendo, que quando eu acordasse iria desmaiar novamente quando soubesse onde estava, essa minha “amiga” é exagerada... Pior que era verdade...

Depois de um bom tempo pedindo para ir embora, o médico do posto resolveu me liberar. Ele queria me deixar por tempo em repouso, mas garanti a ele que estava bem, mesmo que não fosse verdade... Ainda não me sentia bem, porém não queria ficar nenhum minuto a mais naquele lugar...

Finalmente chegamos à casa do avô dos meninos. Levei um baita susto, pois aquilo não era uma casa. Não sei como descrevê-la, pois... ela... simplesmente... é... LINDA.

Quando entramos Ketrynni e Rodrigo foram nos receber, percebi que Alessa havia congelado ao meu lado e minha bile estava de novo na minha garganta, mas ela não iria vencer não desta vez. Resolvi pegar na mão dela, mas não tive nenhum sinal, então me virei para o local onde ela havia prendido a atenção e quase perdia a batalha.