Vilivu Sertsya escrita por Anabbey


Capítulo 2
Capítulo II- Reativação.


Notas iniciais do capítulo

Okey~ Este é o segundo capítulo! Yay~ Quero dizer que esse capítulo fora inspirado em alguns trechos do livro "Adeus, Stalin!" Pelo qual eu recomendo todos vocês ( tem alguém aí? ;w; -q) de ler!~
Enfim, hetalia não me pertence, mas esta fanfic sim (LOL), espero que gostem, e obrigada por ler o segundo capítulo... ou não! ^u^



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A pequena xícara branca prende-me a atenção de uma maneira assustadora. Quando retornei à realidade, a água já havia evaporado, e minha hora do chá arruinada. Debrucei-me sobre a pequena bancada do cômodo, suspirando finitamente. Caminhei relutantemente até o armário da cozinha, tirando de lá o empoeirado Samovar. Há tempos que não o utilizava de tal maneira que o utensílio perdera a eficácia. Mas não desistiria tão fácil! 

- Ora! Que objeto teimoso! -balbuciei enquanto tentava arrumá-lo, sem sucesso. Gritei de pavor ao ver uma aranha sair de dentro dele, derrubando o meu tão amado samovar, lógico, sem intenção de fazê-lo. 

Observei a cena que se seguiu ainda incrédula com a minha falta de jeito. Aquilo me irritou de tal maneira a fazer-me desistir do chá, seguindo rumo à biblioteca da residência, com passos pesados. Peguei o primeiro livro que encontrei, jogando-me sem muito cuidado na poltrona do cômodo. Comecei a ler a primeira página do exemplar que tinha em mãos, entretanto minha atenção fora desviada pela neve que começara a cair lá fora. Os pequenos flocos salpicavam a janela do estabelecimento, algo que era tão convidativo! Saltitei até a janela, cujo vidro estava embaçado, e desenhei um coração irregular em sua superfície.

  Algo lá fora me chamou a atenção. Algo não, alguém. Minha surpresa fora tão grande que derrubei o livro que carregava. Meus olhos arregalaram-se ao constatar a presença de Ivan, parado em frente ao portão, acenando de leve, com o seu sorriso gentil estampado no rosto.  Aquilo me fez sentir um aperto no coração, afinal já fazia anos desde a última vez que o vira. Lembro-me bem de tê-lo deixado, então por que ele estava bem à minha frente neste momento?  Fui em direção à porta, abrindo-a com certa pressa, e corri – atrapalhadamente, como sempre- na direção do russo.  Apoiei meu tronco nos meus joelhos, com o auxílio dos braços, e ofegava freneticamente, não sei o porquê de ter começado a chorar. Apenas senti as lágrimas escorrerem-me o rosto, tardando o processo costumeiro de barrá-las.

 - Faz tempo, mana.  – sinto os braços do russo me envolverem em um abraço caloroso. Permaneci imóvel, concentrada apenas em barrar as lágrimas cristalinas que caíam sobre a neve branca.

- Sim, meu amado irmão. – ergui meu rosto para encará-lo, e forcei um sorriso fraco. - O que faz aqui?

- Estou decidindo reativar a URSS, agora que o americano e todos os demais capitalistas estão passando por esta crise mundial. – ele continuou com a mesma expressão, gentil e um tanto quanto gélida. - Queria que você compartilhasse do seu poder e me ajudasse neste plano, mana.  Todos já concordaram, e pretendemos concluir a operação em seis meses.

- A - Ativar... A URSS? – não conseguia expressar toda a minha surpresa e espanto. Para que reativar um governo pelo qual exterminou e manipulou milhares de cidadãos de ambas as nações?  Qual o motivo de querer reviver os anos de fome, miséria, perseguição e opressão de opiniões?  Enfim havia conquistado a tão doce liberdade!

- Sim! E finalmente vamos provar para o mundo como o capitalismo suja a economia mundial, da!  - senti os olhos de meu irmão brilharem, mergulhados no delírio. – Então, o que me diz mana?

Encarei-o por um bom tempo, prolongando o silêncio mais do que eu gostaria. E por consequência, mais do que meu irmão podia suportar.

- Não me diga que você fora corrompida pelo brilho perigoso do capitalismo, mana.  – ele me fitava desta vez com evidente desaponto. – Esqueceu-se de nossos momentos felizes na URSS?  De tudo o que eu fiz por você? De como eu te protegi das ameaças e cobiças dos capetalistas?

Como ele ousava dizer tudo aquilo? Não. Não podia mais manter-me calada. Empurrei o russo para longe de mim, encarando com uma determinação pela qual não imaginava ainda possuir.

- Se eu sinto falta da fome? Da miséria? Da opressão? Da manipulação? De ver meus cidadãos sendo perseguidos e torturados? Nunca me senti tão livre desde a dissolução desta ditadura maquiada pela mídia e pela ignorância! – cerrei os punhos, gritando tudo àquilo que havia omitido. Tudo que havia poupado meu irmão de saber, mas até o mais puro dos seres é corrompido pelo ódio às vezes.  E eu já tinha chego ao meu limite há anos.

- Eu não quero reviver episódios como o Holodomor! Não vou suportar mais feridas como estas! – abri os botões da camisa, revelando uma densa e profunda cicatriz, não me importando muito com a baixa temperatura que fazia. – Você apenas me protegeu da influência capitalista, temendo que sua fonte de petróleo, metais e cereais fosse perdida para os seus inimigos. – desviei o olhar, com medo que fraquejasse em frente à expressão de pânico que meu irmão deveria ter. Entretanto, quando tomei coragem e o encarei mais uma vez, o russo encarava-me inexpressivo, apenas com o olhar ardendo em chamas de dor mesclado ao ódio.

- Então... Esta é sua resposta final? – Ivan balbuciou, escondendo o rosto sob o cachecol – o qual fora presente meu-.

- Sim. – dito isso, dei as costas ao russo, sentindo a temperatura cair cada vez mais e meu rosto desmanchar-se em lágrimas, mais uma vez.

“This is war.” 


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Notas finais do capítulo

DAN DAN~ espero que tenham gostado~ aha~ Bem, continua no próximo capítulo~
OBS: Samovar é uma máquina que era indispensável nas casas da Russia e Ucrânia. Ela faz chá~
Então... mereço reviews? -q até a próxima!



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