Stefano Mitchel e o Cajado Ômega. escrita por Butterfly


Capítulo 15
Capítulo 14: Especial de Natal(Parte 2)




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A visão de Stefano foi clareando aos poucos dando uma noção de onde estava, deitado numa cama de casal com lençóis roxos de seda, cortinas de luxo abertas e a janela que embaçada mesmo assim mostrando a neve que caia, os móveis entalhados a madeira.

–Enfim acordou senhorita Bellaaaaaa... –Gracielle cantou em voz lírica.

–Pare de me... Ah quer saber deixa pra lá.

–Você desmaiou legal, estava dormindo tão profundamente que até mesmo nosso mestre se encantou.

–Mestre?

–Mas suas roupas não são adequadas pra ocasião, te vestirei como deve. –Gracielle falou e pulou empolgada.

–Ah não, t-tudo bem pra trás... –Stefano recuava com medo sabendo o que aquilo significava. –Pra trás capetaaaaaaaaaa.

Os gritos foram ouvidos do lado de fora, juntamente com o som de sino de cacetadas do seriado Chaves e o quarto que tremia que nem em desenhos animados e a porta que Stefano lutava pra abrir.

–A senhorita Bella é tão dramática. –Resmungou Ami-Hai.

Duas horas depois de tanto sacrifício Stefano foi empurrado pro salão trajando o mesmo vestido que usava anteriormente só que esse era vermelho e em cima tinha uma listra vertical amarela, o vestido era aberto embaixo mostrando o short amarelo e as meias listradas amarelas e vermelhas, os sapatos de cor dourado.

–Não sei quem é pior, a Tâmara ou a Gracielle. –Resmungou baixinho. –Eu odeio a minha vida

–Você odeia a sua vida?Como se a sua fosse pior que a minha. –Reclamou Álvaro. –Já te espetaram com ganchos de enfeites e te cobriram de biscoitos que você não pode comer?

–O Martin faz isso o tempo todo, peraí eu to falando com uma árvore.

–Hey árvore tem sentimentos tá. –Álvaro fazia melodrama. –Magoou tá... Aonde você vai, o mestre ainda... –Percebeu que Stefano saia do salão.

–Só vou andar por aí, ah eu vou pra onde eu quiser... –Reclamou enquanto andava.

–Extressada.

Stefano andava em passos largos pelo lugar, se escondendo do pessoal que se fosse visto por algum deles seria arrastado pro salão de novo e não queria isso de jeito nenhum, certo de que estava longe da vista esbarrou em uma imensa porta, parecia ser mais a de um quarto, curioso do jeito que Stefano é, a besta...

–Pega leve. –Revirou os olhos.

Empurrou o imenso portão abrindo aos poucos, não conseguiu abri-lo completamente apenas uma brecha para que pudesse adentrar, assim feito o portão se fechou sozinho, se viu num quarto todo destruído, papel de parede caído e arranhado com excessão dos pôsteres de modelos da playboy que tinha nas paredes, corado por ver tal coisa caiu na cama onde tinha um imenso edredom com uma imagem de uma mulher nua, rapidamente se levantou olhando pro chão ainda com o rosto vermelho e um leve sangramento nasal.

–T-To com mau pressentimento. –Limpou o nariz enquanto ainda olhava pro chão.

Percorria com os olhos todo o chão até perceber um pé, um pé de uma escrivaninha entalhado a madeira surpreendido pelo móvel parecer tão antigo, era belo, mas o que era mais belo era um cilindro, de dentro emitia um brilho tão forte que ao Stefano se aproximar aos poucos foi revelando a causa daquele brilho, uma rosa... Tão vermelha quanto os olhos do garoto, burro do jeito que é, abriu a cúpula e...

–Quer parar de me insultar?

Stefano tocou apenas em uma pétala daquela rosa, apenas uma pétala foi suficiente para imagens virem a sua cabeça, imagens de suas lutas e seus amigos, lembranças... Sentiu novamente aquele calor em sua mão esquerda, aquele calor que era agradável, uma sensação boa em sua opnião.

–De novo minha mão esquentou. -Stefano resmungou.

Que imediatamente sumiram pelo garoto ser puxado e a rosa rapidamente tapada.

–Certas coisas não se devem mexer mademoiselle.

–Essa voz, ah não. –Stefano sentiu calafrios e foi rodopiado, não por Gracielle e finalmente o garoto só pode ver quem era quando foi posto no chão.

As mãos, melhor dizendo patas eram peludas, que nem seu corpo e rosto, usava um terno preto com detalhes azuis e ao sorrir mostravam as presas, Stefano tremia, não de medo da aparência e sim por reconhecer, Rafael Arman, o maior tarado de God Academy e Stefano estava sendo confundido por uma garota.

–Err como você...?

–Foi terrível minha princesa. –Rafael escondeu o rosto de vergonha. –Estou com essa aparência medonha por culpa de uma bruxa. (Se referindo a autora)

–Essa aí só se for a bruxa do 71. –Diz Stefano apontando pra cima. –Mas pensando bem não mudou muita coisa não, você já é bizarro mesmo.

–Minha linda dama eu era um lindo príncipe, ah como as damas me cortejavam. –Rafael puxou Stefano andando, err dançando com ele, pararam em frente ao quadro com a figura de um homem, essa figura era um retrato de Rafael normal, sem esses pelos e esse terno. –Veja como eu era lindo, não concorda?

–Prefiro não responder essa pergunta. –Stefano tentava se soltar, mas foi pego pelo queixo.

–Por sorte eu achei você que não liga pra minha aparência, meu anjo. –Rafael o olhava nos olhos.

–Peraí peraí isso já é boiolagem, calma aí eu não gosto disso.

–Com licença mestre, o jantar está na mesa. –Tâmara anunciou na porta.

–Ah sim, nos interrompeu no momento mais importante.

Rafael soltou Stefano e se dirigiu pra sala de jantar sendo seguido por Tâmara, pela primeira vez na vida o garoto ficou feliz por ver a garota... Na sala de jantar somente os dois comiam, por certas atitudes vindas de Rafael o garoto de olhos vermelhos sentou bem longe.

–Não comeu nada Bella.

–Depois do chá de camomila não confio nessa aí. –Apontou pra Tâmara com uma colher. –Mas e seus empregados?Ainda decorando o salão pro Natal?

–Sim, como eles adoram essa época. –Rafael suspirou. –Afinal não posso fazer nada...

Stefano batia a testa na mesa por ouvir o bla bla bla de Rafael, queria sair dali pensando consigo mesmo “Só tem louco aqui e eu to ficando igual a eles”... Tinha que dar um jeito de escapar daquele lugar, se é que havia como, se foi mesmo aquela rosa que trouxe as lembranças de volta a sua cabeça, então ela poderia ser a chave de alguma coisa, só não sabia pra que era, sabia o que fazer, mas não queria de jeito nenhum.

–Err Benzinho. –Stefano falou enojado. –Por que daqui não vamos direto pro seu quarto?

–Apressada hein. –Rafael sorriu de lado. –Isso não pode ser bom pra você, depois de uma valsa no salão quem sabe eu pense no seu caso, mas antes eu... Vou tirar um cochilo. –Bocejou e deitou a cabeça na mesa.

–Você realmente é uma pessoa bem cruel. –Stefano se virou pra Tâmara se levantando.

–Sinceramente você demorou muito tempo pra descobrir. –Tâmara resmungou.

–Descobrir o que?

–Depois de tudo é assim que me trata Madame Samovar?Colocando sonífero em chá, saiba que isso não funciona comigo. –Rafael se levantava enquanto ajeitava os pelos. –O que eu fiz pra você chegar a tal... –Se deu conta que Stefano e Tâmara não estavam mais lá. –Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh...

O grito de raiva de Rafael ecoou pelos corredores vazios do lugar até chegar ao salão, grandes estrondos foram ouvidos como se o lugar estava sendo destruído, no quarto Tâmara tirava a redoma que mantinha a rosa, se apenas ao tocar Stefano sentiu a sua Daylight voltando, a rosa se transformou de volta em seu anel encoberto de fumaça preta deu lugar a sua espada Ken Yami... Um raio iria atingir os dois se não tivessem desviado deixando um grande buraco na parede e manchas de queimado.

–Foge. –Tâmara se armou com seu arco. –Foge agora.

Stefano pegou no braço de Tâmara e correu com ela em direção a janela se atirando de lá caindo na neve que por sorte amorteceu a queda, não tinham como enfrentá-lo, pois Rafael estava muito poderoso não vera outra solução a não ser fugir de lá, mesmo com os “empregados” atrás deles, passou tanto tempo dentro do lugar que o garoto nem se deu conta que do lado de fora havia mudado também, o mar de Rodes havia se transformado em uma floresta cheia de árvores secas e congeladas, não tinham muita escolha a não ser seguir por ela, o tempo fechava e em torno do “castelo” que substituiu God Academy nuvens se formavam.

–Primeiro o que está acontecendo por que estão todos vestidos de desenhos animados, e por que o Rafael quer nos matar?

–Bem, por onde eu posso começar? –Tâmara parou de repente pulando pra trás quando sentiu que alguma coisa veio em sua direção, eram flechas douradas que apenas ao tocar na neve a derretia completamente... Deram-se conta que estavam cercados por Ami-Hai e Christopher, Gracielle surgiu do outro lado juntamente com os outros empregados como Kamilyana e Barry que também tinham suas armas em mãos.

–Nós encara?-Stefano perguntou recuando aos poucos encostando suas costas na de Tâmara.

–Que é isso de “nós encara?”, não temos muita opção. –Tâmara estudava o lugar, sorriu. –Tenho um plano.

Tâmara chutou neve e deu um salto desaparecendo no meio deles, um leve salto que lhe fazia correr em zigue zague chutando mais neve até conseguir camuflar completamente os dois, os empregados não ficariam apenas parados ali entraram na tempestade de neve que logo foi dissipada e os dois já não estavam mais lá... Tâmara e Stefano estavam num tipo de esfera, uma esfera de água que logo explodiu quando tocou o chão cheio de neve.

–É a última vez que uso esse ataque pra tirar vocês de uma roubada. –Falou Kaede.

–Kaede você, quer dizer você não estava err...

–Claro que não Zé Mané. –Kaede apontou pra trás. –O Martin também não.

–Se vocês não... Grrrrrrrr. –Esbravejou. –Vocês me deixaram usar essa coisa.

–Sim porque é engraçado. –Os dois caíram na risada.

–Vocês me pagam. –Queria avançar pra cima dos dois, mas foi segurado por Tâmara.

–Depois você solta os cachorros, mas agora precisamos te tirar daqui. –Falou Tâmara segurando a gola de Stefano. –Conseguimos despita-los por sorte, mas acho que não teremos essa chance.

–Afinal de contas por que eles estão atrás de mim?O que há com todos aqui? –Stefano percebeu o olhar dos seus amigos, um tipo de olhar que mostrava que eles escondiam alguma coisa que não queriam contar. –Pessoal... O que está acontecendo.

–Stefano nada aqui é real, não somos reais. –Falou Tâmara.

–Você principalmente, me chamou pelo nome.

–Presta atenção ô Mané... –Tâmara olhou uma estrela cadente que passava no céu. –Não dá tempo, Stefano corre, segue a estrela.

–Mas... -Stefano mal pode falar e a morena de cabelos prateados segurou a mão dele com suas duas, as mãos dela eram quentes, como aquele calor que ele sentia faz algum tempo.

–Vá, é melhor desse jeito. -Tâmara pediu. -Afinal de contas tem gente que te espera do outro lado.

–Tâmara, mas eu...

–Nada de, mas, nem menos ou sei lá o que. –Falou Martin. –Corre, segue a estrela de Eurínome que ela vai te indicar a direção.

–Do que...?

–Vai logo po5#@

O tempo começou a fechar e trovejar escurecendo todo o local que era iluminado pela luz da lua, os raios atingiam o local onde os garotos estavam cercando os quatro que logo foram surpreendidos por todo o pessoal e Rafael que surgia dos céus com os olhos brilhando num azul intenso e raios nas palmas das mãos.

–Atrasou agora ferrou. –Kaede reclamou armado com o Gold Trident. –Estamos cercados. –Vai Stefano, temos uma chance se segurarmos...

–Não adianta, estamos cercados... Depois eu me viro, sim eu vou sair daqui. –Stefano concentrou-se em sua Daylight emanando fogo em sua espada avançando para cima do pessoal.

No hospital Saint Marie.

Por todo o quarto havia decorações natalinas, fora do hospital a neve caia embaçando a janela entreaberta, na televisão se passava um especial de Natal da Bela e a Fera, Kaede assistia sentado enquanto Tâmara estava sentada ao lado de Stefano que ainda estava inconsciente com uma máscara de oxigênio e um edredom vermelho com desenhos de flocos de neve.

–Pessoal está na hora de irmos. –Martin apareceu na porta do quarto.

–Sim vamos. –Kaede se levantou.

–Você tem que parar de ver esses desenhos, isso ainda vai acabar afetando a cabeça do Stefano.

–Não enche Martin, só estava vendo por não ter nada de interessante na televisão.

–Vê se acorda Stefano. –Falou Tâmara enquanto segurava a mão do garoto.

Os três saíram do quarto juntamente com o enfermeiro que fechou a porta deixando o garoto de olhos vermelhos dormindo no quarto enquanto tinha em suas mãos uma rosa vermelha deixada ali por Tâmara.



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