Nada Que Você Pensou escrita por Mari Araújo


Capítulo 2
Capítulo 1 - A Mudança


Notas iniciais do capítulo

Ooi! Falei que já tava chegando, haha!
Olha aí.. O próximo talvez no sábado ou na sexta, talvez!



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Capítulo 1 – A Mudança

E lá estava eu, meio que afogada nas cobertas, por fazer um frio enorme lá fora. E ainda teria que me levantar logo pra terminar de pôr minhas coisas no caminhão da mudança. Sim, eu vou me mudar. Vou ter de deixar tudo, tudinho mesmo. Amigos, namorado e minha querida Manhattan, que moro desde que usava fraldas. Pelo que meu pai me disse, o nome da cidade que iríamos morar era… Justin… Não, não… Jestin… Não mesmo… Destin, ah, sim! Hunpf, eu ainda estou inconsolável. Só vamos nos mudar porque meu paizinho querido recebeu uma proposta ainda melhor de emprego nessa joça de cidade. Tsc.

*Flashback – On*

Estava ajudando minha mãe a preparar o jantar, ou melhor, pondo a mesa, somente. Em poucos instantes, ela me “liberou” e eu fui ao meu quarto tomar um banho. Assim que acabei, coloquei uma calça de moletom confortável e uma blusa de mangas, calçando minhas pantufas quentinhas, aquela noite estava realmente fria. Assim que ouvi meu irmão berrar meu nome do andar de baixo, desci devagar. Vi meu pai entrar e jogar a maleta no sofá, afrouxando a gravata listrada.

- Boa noite, filhinha. – disse ele vindo me abraçar calorosamente.

- Boa… noite… Pai. Pode me soltar, está me sufocando! – falei dificilmente, com falta de ar.

- Ah, desculpe. – me largou, com um enorme sorriso no rosto.

- Tudo bem. Viu passarinho verde, foi? – perguntei indo em direção á cozinha e reorganizando a mesa, coisa de quem não tem o que fazer, sabe?

- Melhor, querida, bem melhor. Oi, meu amor. – me respondeu e depois foi beijar minha mãe.

- Olá, querido. Pode me dizer o porque de toda essa alegria?

- É, coroa, fala aí. – meu irmão disse se sentando no balcão.

- Coroa? Haha, essa é boa. – disse meu pai sorrindo. Não me perguntem, normalmente ele daria á meu irmão ou á qualquer um que dissesse isso, uma boa bronca. Estranhei, olhando para Pietro, que tinha a mesma cara e sacudia os ombros. Sentamos á mesa, o jantar seria creme de galinha, algo que eu realmente gosto. Enquanto comíamos, minha mãe perguntou:

- Então, querido, pode nos contar a novidade. – disse ela sorrindo. Ele largou o garfo no prato, e paramos para prestar atenção. Menos Pietro, que continuava comendo esfomeado. Fiquei o censurando com os olhos, até que ele percebeu e disse com a boca cheia:

- Que foi? Passei a tarde jogando bola, queriam o quê? – por pouco, muito, muito pouco, a comida não saía voando da boca dele.

- Ai, maninho, como você é educado, fico até impressionada! – ironizei, e ele fez careta. – Pronto, pai, pode falar. – disse virando minha atenção para meu pai, que continuava a nos olhar pacientemente.

- Ok. Eu… - começou numa tentativa super fail de fazer suspense. Claro que eu não falei isso alto. Ainda tem um pouco de juízo nessa minha cabecinha. -... Recebi uma nova e melhor oferta de emprego! – disse alto e logo se escutou um gritinho agudo, e não fui eu. Meus olhos vidraram-se em minha mãe, que parecia uma adolescente falando de garotos. Não que eu seja assim, claro.

- Ué, que foi? – disse ela sacudindo os ombros e voltando sua atenção para meu pai, nem ao menos me deixando responder. – Ai, que bom, querido!

- Mas calma, eu ainda não acabei. – ele disse e peguei meu copo d’água, dando um belo gole. – Nós… VAMOS NOS MUDAR! – gritou animado e cuspi na cara de Pietro a água que ainda estava em minha boca.

- O QUÊ?! COMO ASSIM? – perguntei estática enquanto meu irmão tirava a água de seu rosto. Me virei para ele. – Ai, desculpe, maninho.

- Valeu, não precisava me dar um banho, Mary. – ele disse me mostrando a língua, e retribuí.

- EU JÁ PEDI DESCULPA, SEU IDIOTA! – gritei, revirando os olhos e voltando a ficar estática. – Pai… Você só pode estar de brincadeira comigo! Eu não posso me mudar!

- Tanto pode, como vai. – ele disse bem calmo, voltando a comer e me dando um sorriso. Fiz uma carinha pidona, mas acho que ele nem viu. Me afastei da mesa, levantando. Assim que estava na porta da cozinha, minha mãe perguntou:

- Mary, onde vai?

- Perdi a fome. – falei mal humorada, subindo as escadas rapidamente. Me tranquei no quarto, pegando meu celular e discando o número do Alex. Não precisei de muito tempo pra que ele me atendesse.

“Oi, meu amor.” – disse ele docemente. Awn, fofo.

- Lê… Eu… Eu não sei como te dizer isso…

“Isso o quê, Mary?”

- Ai, amor, vou dizer logo de uma vez. Eu vou me mudar. – falei a última frase numa velocidade impressionante. Ele riu.

“Ah, tá brincando né? Você não vai se mudar.”

- Não, Lê, eu não tô brincando não. Eu vou me mudar sim. – suspirei.

“O QUÊ?”

*Flashback – Off*

E foi assim que eu recebi/dei essa notícia. E cá estou eu tentando me levantar, com muito, muito esforço. Fui até a janela, afastando a cortina para olhar a rua. O asfalto estava molhado por causa da chuva e as calçadas não tinham muito movimento, a não ser o caminhão de mudança estacionado na frente de casa e minha mãe pra lá e pra cá carregando caixas enormes. Ouvi batidas leves na porta, e berrei um “Entre”, ainda olhando a janela. Ouvi o ronronar da porta e logo senti uma mão tocar em meu ombro, e me virei para ver quem era. Stella, minha amiga doidinha e irmã do Alex, deu um gritinho e me abraçou com tudo.

- Amiga! Vou sentir muito a sua falta. – disse ela quase chorando.

- Ai, amiga, eu também. Ainda não acredito que vou ter de ir embora. – falei me sentando na cama e ela se sentou á minha frente.

- Você sabe que o Alex tá arrasado, não sabe? Ele te ama muito. – Stella pôs minha mão entre as suas.

- É, eu sei. Eu também o amo. Mas não queria que ele sofresse quando eu fosse embora, por isso terminei um tempo antes. Pra que ele pudesse me esquecer, entende? – ela sacudiu a cabeça, positivamente.

- Entendo, mas te esquecer, isso ele não fará tão cedo. Ah, e ele te pediu que, mesmo que vocês tenham terminado, não deixe de ligar pra gente, viu? Pra pelo menos dar sinal de vida. – avisou jogando o cabelo para trás e eu ri.

- Com certeza, ou você acha que vou deixar minha melhor amiga de lado, hum? – coloquei a mão na cintura. Olhei o que restava ainda dentro do meu quarto. Levantei, indo rapidamente para o banheiro. – Peraí, Stellita, vou tomar um banho e já volto! – avisei antes de me trancar e tomar uma ducha super rápida e quente. Coloquei uma calça jeans, uma regata preta, minhas botas UGG e um casaco. Quando saí, vi Stella juntando alguns sapatos que ainda estavam jogados pelo chão do quarto e organizando-os na caixa que eu havia colocado para os meus sapatos. - Ai, amiga, me ajuda á levar algumas dessas caixas lá pra baixo? Minha mãe vai surtar se me vir terminando de arrumar tudo isso.

- Claro. – ela saiu com uma caixa leve, só com algumas pelúcias que havia ganhado de amigos. Poucos segundos depois, assim que peguei uma caixa mais pesada do chão, ouvi passos se aproximando da porta do quarto. – Nossa, Stellinha, já chegou? – falei indo olhar, e dei de cara com um corpo atlético na minha frente. Levantei meu olhar para seu rosto, e ele sorriu estonteantemente. – LÊ! – gritei, quase jogando a caixa no chão e abraçando-o. – Desculpe por isso, eu não queria, juro. – sussurrei com um pouco de culpa. Ele abraçou minha cintura, me levantando do chão e enterrando seus dedos em meu cabelo.

- Ah, minha pequena, eu sei que você não queria. – suspirou pesadamente. – Eu também não. E fiquei arrasado quando você terminou comigo. – apoiei minha mão em seu rosto.

- Eu não queria te deixar mal, Lê… Muito pelo contrário, queria que você tivesse tempo para poder me esquecer, entenda. – pedi com uma lágrima teimosa passeando pelo meu rosto. Fechei os olhos ao sentir as costas de sua mão a enxugarem.

- Mesmo se eu quisesse, eu não iria conseguir. – disse ele rindo. Peguei a caixa novamente e a ergui, perguntando:

- Então, pode me ajudar? – sorrimos e ele pegou mais uma caixa, descendo as escadas. Em uma hora, já havíamos acabado de arrumar tudo e eu estava esperando, no balanço de madeira da varanda, meus pais e meu irmão enquanto conversava com Stella e Alex. Deitei em seu ombro, agarrando seu braço.

- Ah, amiga… Essa cidade não vai ser a mesma sem você. – Stella disse segurando minha mão.

- Eu que o diga. – Alex sussurrou com uma dor transparente nos olhos.

- Ai, gente, vocês sabem que eu queria ficar aqui. E vou morrer de saudades de vocês. Stellinha, amor, não se esqueça de me ligar, e vê se não me substitui por umazinha qualquer. – avisei á Stella, de nariz empinado. – E… Lê. Não me esquece, tá? – falei baixinho.

- Claro que não, Mary. – ele sussurrou de volta, e deitei novamente em seu ombro. Alguns minutos depois e meu pai já estava buzinando, impaciente, esperando somente á mim. Á poucos passos do carro, me despedi de Stella, aquela doidinha ruiva que eu tanto amava, e assim que fiquei de frente com Alex, mal pude abrir a boca para falar, e ele já enlaçou minha cintura, me puxando para um beijo lento. – Isso é pra você não se esquecer de mim. – disse ele em meu ouvido.

- Com certeza, não. Manda um beijo pra galera, e diz que vou morrer de saudades de todos eles. – sorri, o abraçando e o soltando em seguida, entrando no carro. Ainda vi-os se despedindo até meu pai sair cantando pneu e eu os perder de vista. Lá se vai minha vidinha perfeita em Manhattan. Agora, estou curiosa para saber o que me espera em… Destin, tsc.


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Notas finais do capítulo

Hooy, reviews, pode ser? *-*
Beeijos, até a próxima!