O Diário De Shiori escrita por AnkhPamy


Capítulo 13
Capitulo 13: “Quase mato alguém.”


Notas iniciais do capítulo

Se houver algum erro ortográfico ou qualquer outra coisa me avisem ok? (: Boa leitura



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Depois de encontrar um ex-anjo, uma garota fantasma que é minha parenta e entrar num transe maluco que quase me levou a óbito no templo da minha casa. Eu agora era carregada até o meu quarto para trocar de roupas e descansar um pouco pelo ex-anjo ou ex-guardião, tanto faz.

– Seth será que você pode me colocar no chão, eu já consigo andar. – murmurei quando estávamos quase na porta do meu quarto.

– Você tem certeza? – perguntou ele. – Parece que se eu a colocá-la no chão irá se desmanchar...

– Não tudo bem. Posso andar, tenho certeza. – respondi.

Ele me colocou no chão com calma e depois manteve a mão em meu ombro, como se eu precisasse de orientação para entrar no meu próprio quarto.

Bufei.

– Eu disse que posso andar. Agora vamos saía já daqui, vou tomar um banho para afastar o calor e trocar de roupa! – exclamei.

– Por quê? Eu já vi você nua na ultima vez que estive aqui como guardião e não vi nada demais. –retrucou Seth na entrada do meu quarto.

Senti o sangue de todo o meu corpo ir para o meu rosto e queimar. Então levantei minha mão e com toda a força que eu tinha no momento lhe dei uma tapa na cara.

– Seu idiota tarado! – gritei e fechei a porta com bastante força antes que ele respondesse.

– Era só o que faltava! – exclamei. – Não posso ter um momento de privacidade nunca! Argh!

Agora eu ia acobertar dentro da minha própria casa não apenas um ex-guardião, mas um idiota pervertido e teimoso! O que eu fiz para merecer isso Deus?, Pensei. Quer saber vou afogar esses pensamentos com um banho logo antes que enlouqueça.

Corri para o banheiro e abri a torneira para que a banheira enchesse. Fui tirando toda a roupa e jogando-as pelo chão, depois eu juntaria tudo e organizava, pois agora precisava relaxar. Estava exausta, confusa e morrendo de raiva por dentro, um bom banho tiraria todo este peso de mim por um tempo. Quando a água ficou pronta, entrei cuidadosamente e depois afundei minha cabeça embaixo d’água. E imaginar que numa outra situação como esta eu estava sendo observada e não sabia. Meia hora depois do banho eu estava descansada, limpa e cheirava bem, só faltava me vestir.

– Look at the stars... – entrei cantarolando no quarto enquanto para pegar a toalha que eu tinha esquecido. Eu estava toda molhada e meu cabelo pingava deixando poças no chão, dei um corridinha para alcançar a toalha em cima da cama. – Look how the shine...

–For you… – cantou outra voz do lado da janela.

– AH! – gritei assustada pegando a toalha rapidamente e enrolando-me nela.

– Calma! – exclamou Seth encostado na janela e olhando para o teto. – Pare de gritar!

– Calma o quê!Você entra no meu quarto sem bater enquanto eu mal acabo de sair do banho e você quer que eu tenha calma! – exclamei baixando um pouco a voz. – Saía já!

– Eu bati na porta sim, você que não escutou. – retrucou Seth. – Eu não esperava ver você assim de novo sabia? Não tenho culpo se tenho essa sorte toda.

E mais uma vez o sangue subiu para o meu rosto queimando lentamente. Eu estava mais controlada e um pouco envergonhada, então a única coisa que fiz foi atirar um sapato na cara dele sem muita força.

– Aí! Ei! Pare com isso! – reclamou ele.

Bem eu tinha pensado que tinha jogado sem muita força... Mas bem que ele mereceu.

– Eu vim aqui porque sua mãe chegou sua maluca! Não queria que ela me visse na casa dela e pensasse que eu era um ladrão ou psicopata entendeu? – disse ele olhando nos meus olhos sem baixar ou elevar, fixos aos meus.

Eu fiquei vermelha novamente, mas não foi de raiva e sim de vergonha e confusão.

– Ah... Me... Me... – gaguejei.

– Sim eu desculpo. – completou, olhando agora pra baixo e dando um sorriso malicioso.

O encarei furiosa e disse:

– Vire-se! – ele ficou de costa enquanto eu vestia rapidamente uma calcinha e colocava o sutiã e depois uma bermuda jeans e uma blusa de botões de algodão.

– Posso virar madame? – perguntou ele irônico.

– Pode! – bufei enquanto tentava atacar o último, que não queria fechar.

– Quer que eu a ajude? – indagou, caminhando até mim. Seu rosto estava sério, sem nenhuma presença maliciosa ou algo do tipo.

– Não obrigado. E pode voltar pra onde estava. – contestei.

– O.k. Eu só queria ajudar. Mas se não se importa vou me deitar um pouco na sua cama e descansar. – expôs ele.

– Não vai não! Você está imundo! – exclamei.

– Hey! Fale mais baixo sua mãe está em casa. – murmurou Seth.

– Vá tomar um banho então! E depois poderá deitar na minha cama e descansar. – rebati.

– Certo. – suspirou ele indo para o banheiro.

Peguei uma toalha e dei a ele antes de sair do quarto. Chegando a sala encontrei Sue enroscada numa pequena pilha preta ao lado do sofá.

– Está com frio Sue-chan? Mas está fazendo um calor tão grande minha pequena. – murmurei enquanto agachava para acariciar a pequena bola cinza de pelos.

Quando afastei Sue percebi o que era realmente a pilha. Uma mochila.

– Hm... Deve ser do Seth – murmurei revirando a mochila preta. – Vamos ver o que tem aqui.

Abri o zíper delicadamente e encontrei algumas mudas de roupas, água, alguns pacotes de biscoitos, salgadinhos.... E epa!

Tirei uma enorme espada prateada e um livro marrom enorme com uma caligrafia estranha como titulo.

–Como essas coisas couberam aqui dentro? – perguntei tolamente.

Era obvio. Seth era um tipo de anjo com poderes especiais, então os pertences deles também eram. Dãh!

Enfiei todo o braço dentro da bolsa para ver se encontrava mais alguma coisa, mas foi uma tentativa inútil. Só achei o fundo da bolsa.

Suspirei.

– Preciso de uma mochila desta. Seria ótima para viagens, eu não precisaria pagar taxa por peso extra... – ponderei enquanto enfiava todas as coisas de volta na mochila.

– Vamos Sue, vamos levar essa mochila para o dono dela. – anunciei colocando a alça da mochila sobre o ombro.

Quando cheguei ao andar superior e abri a porta do meu quarto, mas um momento... Hm... Como posso descrever... Inconveniente ocorreu.

– Eer... Foi mal... – gaguejei evitando olhar para o rosto Seth que estava nu e esfregando a toalha nos cabelos negros para secar.

– Nada... Ah vejo que você achou minha mochila. Obrigado! – agradeceu ele caminhando até mim para pegar as roupas.

– Pare! – exclamei e atirei a mochila negra para ele.

– Por que fez isso? – perguntou ele sério.

– Enrole-se na toalha, diferentemente de você eu tenho vergonha na cara. – esclareci. – E fico constrangida em ver alguém nu.

– O.k madame. – disse ele enrolando-se na toalha. – Vocês humanos se importam tanto com isso, não sei por quê. Pelo menos agora estamos quase empatados não acha?

Respirei fundo e contei até dez, antes que voasse na garganta dele, e depois marchei escada abaixo para encontrar minha mãe.

******

Na cozinha minha mãe preparava o jantar, e esse cheirava muito bom. Ela estava tão concentrada que não me viu entrar e sentar numa cadeira próxima a mesa. Correndo para um lado e outro parecia que ela estava apressada... Vestia um vestido vermelho de manga curtas com decote em v bordado dourado na beiradas.

– Mãe, porque você está tão agitada? – perguntei. – E que vestido é esse?

De imediato ela levou um susto, largando uma panela no chão e gritando.

– Aí filha você quase me mata do coração! – exclamou ela.

Eu levantei da cadeira e peguei a panela caída e logo após mandei que minha mãe sentasse onde eu estava meio minuto antes, que eu terminaria o jantar.

– Obrigado filha você é um amor. – agradeceu ela e depois prosseguiu. – Bem, esse vestido é novo comprei ontem... E... Hm... O senhor Takuma virá aqui e eu preciso arrumar tudo... Por isso a agitação.

Ouvi ela suspirar.

Hm... Takuma hein.

– Quem é esse Takuma? É aquele senhor da loja de conveniências do mês passado? –perguntei virando para encarar-la.

– Sim ele mesmo. Ele vai vir jantar aqui. – contou ela com um olhar sonhador e meloso no rosto.

Ugh. Tudo bem que minha mãe era uma mulher adulta viúva e bonita dona de sua vida, mas às vezes ela parecia tão boba e mais nova que eu.

Nossa como o papai fazia falta. Pelo menos ele colocava algum juízo nela e ela não agia que nem uma tola. Ao lado dele minha mãe parecia mais firme e segura de si. Agora... Minha mãe estava apaixonada por um cara que ela conheceu numa lojinha de conveniências que só falou com ela uma vez. A que nível ela chegou, oh meu Deus.

Olhei para o rosto dela mais uma vez. Um rosto pequeno e redondo, com olhos negros e ansiosos cercados com pequenas rugas, nariz arrebitado e lábios cheios. Ela parece feliz, então isso deve bastar.

– Ceerto... – disse, soltando o ar pesarosamente.

– O que foi filha? – perguntou minha mãe.

– Nada mãe. – menti. Eu estava preocupada, ela não conhecia esse homem direito. E dá primeira vez que eu o vi não fui com a cara dele. Um sujeitinho mal-humorado, baixinho com pouco cabelo e de cavanhaque. Muito feio para a minha mãe.

Quando o jantar estava pronto, mamãe preparou a mesa de jantar e eu arrumei a sala. Após cinco minutos a campainha tocou e minha mãe correu como uma gazela para abrir a porta.

Bati a palma de minha mão contra a testa e disse:

– Deus, se o senhor existe mesmo, me dê uma mãozinha.

Quando levantei a cabeça o senhor esquisito me olhava meio indignado como se eu tivesse feito algo contra a honra dele. Poupe-me!

– Filha, esse é o senhor Genta Takuma. – apresentou minha mãe.

– Olá. – falou ele com sua voz rouca de taquara rachada.

Não respondi.

Apenas meneei a cabeça.

– E esta senhor Takuma... – murmurava minha mãe.

– Não me chame de senhor Takuma, Saeko. Apenas Genta, certo? – disse ele interrompendo-a.

– Sim Genta. – murmurou ela toda alegrinha apontando para mim. – Esta é minha filha, Shiori.

Fechei a cara.

– Vamos jantar então? – sugeri. Queria acabar com isso o mais rápido possível.

– Vamos querida! – exclamou minha mãe. Odiava quando ela me chamava de querida, sei lá, soava tão falso aquilo.

Eu servi o jantar enquanto os dois “apaixonados” conversavam. Eu também tinha que preparar um prato depois para levar para Seth que estava no meu quarto fazendo alguma coisa indevida ou dormindo. Eu tinha que ir ver o que ele estava fazendo rápido!

– Então Shiori, – murmurou o velhinho rabugento do senhor Takuma olhando impaciente para mim. – qual sua idade minha jovem?

– Quinze anos. – respondi numa voz vazia e fria.

– O que há filha? Você parece tão distante... – falou minha mãe.

Ela olhava para mim preocupada e eu a ignorei.

– Não deve ser nada, querida Saeko. Os jovens de hoje vivem com as lamparinas da mente apagada. – comentou o chato.

Lamparinas apagadas? Epa!Ele me chamou de cabeça de vento! Que velhinho filho de uma mãe!, Pensei com raiva encarando ele.

Ele me olhava com ódio. Eu estava certa, de fato ele não prestava para minha mãe.

– Então Genta como vão seus filhos? – tagarelou minha mãe para acabar com a tensão na mesa.

– Não tenho filhos. – respondeu ele.

– Já era de se esperar... – comentei baixinho. Mas minha mãe escutou e me deu uma pisada no pé.

Argh! Se eu pudesse matar esse velho agora mesmo, eu espremeria o pescoço dele com a maior força que eu pudesse!, Pensei amargamente apertando a mão como se estivesse fazendo isso no pescoço dele.

Então de repente o senhor Takuma começou a se debater sufocado, ele ficou tão vermelho, na verdade quase roxo e minha mãe gritava desesperada abanando-o. Eu corri para ajudar abrindo novamente minhas mãos que estavam cerradas. Após isto o velhinho mal-humorado voltou ao seu estado normal de cor, mais continuava ofegante.

– Você... – grunhiu ele baixinho apenas para mim.

– Hã? O que você disse? – perguntei espantada. Eu não tinha feito nada... Pelo menos era o que eu achava.

– Nada! – exclamou ele. – Saeko, eu preciso ir para casa muito obrigado pelo jantar!

– Tudo bem... – murmurou minha mãe triste.

– Eu o acompanho! – exclamei com um sorriso enorme.

Finalmente ele vai embora! Graças a Deus!, Exclamei mentalmente.

– Ótimo! – bufou ele, caminhando na frente até a porta.

Chegando à porta ele pegou o casaco e o seu chapéu horroroso e saiu porta fora.

– Adeus! – falei acenando com a mão, e depois sussurrei – Até nunca mais senhor Takuma laranja em você! – e comecei a rir da minha própria piada sem graça.

A minha mãe estava atrás de mim, seu olhar era cansado e triste.

– Filha eu percebi que você não gosta do Genta, mas não precisava fazer aquilo com ele! – exclamou.

– Quê? Eu não fiz nada mãe! – contrapus.

– Fez sim filha... Você fez com que ele passasse mal! – acusou ela. Minha mãe estava perturbada seus olhos cheios de lágrimas.

– Eu não fiz nada mãe. – rebati, não queria discutir com ela.

– Desculpe filha... Eu... Eu estou um pouco transtornada. Perdoe-me, por favor? – pediu.

– Claro. – respondi e dei um passo para abraçá-la. – Vá descansar você me parece exausta mãe.

– Você tem razão filha, eu irei. – concordou ela, como se eu fosse a mãe e ela a filha. Muitas vezes agíamos assim.

Fiquei observando-a subir escada acima e entrar em seu quarto antes de ir arrumar a bagunça do jantar e depois levar para Seth um prato de comida. Metade da comida feita havia sobrado, e eu ainda estava com fome por causa do carrancudo Takuma que ficava me encarando direto.

Quinze minutos depois terminei de arrumar toda a sala de jantar, levei dois pratos bem grandes comida para o meu quarto. Bati de leve na porta quando cheguei e ela se abriu rapidamente.

– Finalmente! Pensei que você me deixaria morrer de fome. – sussurrou Seth para que minha mãe não ouvisse.

– Até que não seria má idéia. Mas agora vamos entrar antes que minha mãe ouça alguma coisa. – cochichei.

Entramos e eu tranquei a porta atrás de mim.

– Espero que ela não venha me chamar de manhã... – comentei indo sentar na cama.

– Acho que ela não vai. Eu vi a confusão lá embaixo e ela parece bem aborrecida. – relatou Seth.

Não respondi.

– Ela tinha razão, você fez aquilo com ele. – comentou Seth com a boca cheia de arroz.

– O que você quer dizer? Eu não fiz nada. – retruquei revirando alguns bolinhos de arroz no meu prato.

–Fez sim. Lembra-se que tem poderes de um guardião? – explicou ele. – Adicione a partir de agora esta frase na sua mente: “Nós atraímos o que pensamos.”

– Ah.. – arfei. Então eu quase matei mesmo o senhor Takuma, no meu momento de ódio dele, contraindo a mão.

– Isso é incrível! – exclamei alto demais com a boca suja de molho.

Seth olhou com cara feia para mim reprovando a minha atitude.

– Sua mãe vai acordar assim sua tonta. – murmurou ele dando uma mordida enorme num bolinho de chocolate. – E sim é bem incrível, mas é errado. Então não faça mais, você precisa de lições de magia primeiro pra isso.

– Legal. Você me ensina? – perguntei.

Seth pareceu surpreso.

– Sério? – perguntou ele um pouco hesitante.

– Claro, tem alguém mais aqui que saiba algo sobre magia para me ensinar? – falei e depois dei um sorriso.

Os olhos esverdeados dele pareciam brilhar de tão entusiasmado.

– Certo eu vou lhe ensinar, mas com uma condição. – impôs ele, colocando os pratos na minha escrivaninha e sentando-se no chão.

Suspirei e também sentei no chão.

– O.k. Qual é a condição? – quis saber.

– Que você me obedeça, que também pare de ser teimosa e até tão linda, mesmo toda suja de molho. – esclareceu ele esticando a mão para limpar minha bochecha suja.

O rubor surgiu em meu rosto, ele estava me deixando tonta com seu sorriso.

– Certo acho que posso obedecer, mas parar de ser teimosa... Bem aí já é um pouco complicado, quanto à questão de ser linda acho que isso não se enquadra a mim. – respondi.

– É você tem razão, acho que estou ficando meio cego. Onde já se viu dizer que você é linda? – comentou ele afagando meu rosto.

Eu o fuzilei com meus olhos.

– Ora seu... – tentei xingar, mas fui impedida. Seth me agarrou pela cintura e esmagou seus lábios contra os meus na mesma hora, me deixando sem ar. Ele me apertou contra o seu corpo com um pouco de força para que eu não escapasse. Seus lábios forçando os meus a se abrirem, e quando se abriram senti seu hálito quente, sua língua tocava a minha, então decidi que era chegada à hora.

Agora! , disse para mim mesma.

Mordi com força sua língua e ele se afastou de mim num pulo.

– Porque fez isso sua maluca? – perguntou ele com a língua para fora da boca.

– Pra você aprender a ter vergonha nessa sua cara, seu idiota. Não dei permissão para você me beijar! – reclamei.

– Não deu permissão, mas quando te beijei você parecia manteiga derretida! – debochou.

Tentei contar até dez, mas quando cheguei a cinco levantei e comecei atirar as primeiras coisas que enxerguei; a primeira foi um livro.

– Ei, ei calma! – pediu ele.

– Chega de calma e paciência com você seu estúpido. – resmunguei baixo, jogando lençóis e uns travesseiros no chão. – Você vai dormir no chão e se tentar se aproximar de mim eu mato você, entendeu?

– E quem disse que eu quero me aproximar de uma maluca como você? Eu que não quero. –disse ele e depois esticando a língua pra fora prosseguiu. – Está sangrando veja!

– Bem feito! Era para eu ter conseguido arrancar pelo menos a metade dela. – expus.

–Argh! Você hein... – resmungou ele se deitando no chão e enrolando-se nos lençóis.

– Cale-se e vá dormir logo, antes que eu vá aí e te bata! – exclamei deitando na minha cama de costa para ele, enrolando-me como uma bola nos lençóis e enfiando a cara debaixo do travesseiro.

– Pode vir se quiser não tenho medo de você sua maluca. E também não vou sentir nenhuma dor, posso ser humano agora, mas ainda sou bem forte.– rebateu ele deitado.

– Ah, por favor, cale-se! – falei com a voz abafada pelo travesseiro.

Depois disso o quarto ficou num silêncio total. Eu queria saber se ele estava mesmo dormindo, mas tive medo de me virar para espiar. Então tentei esperar o sono chegar, mas logo fui interrompida.

– Shiori, você está acordada? – perguntou Seth com a voz baixa.

–Estou. – respondi de má vontade.

Ele não podia deixar para conversar em outra hora? Eu estava tão cansada...

– Sabe naquela hora antes de te beijar e antes de você me xingar? – perguntou ele novamente.

– Sei. – murmurei sonolenta.

– Bem eu não ia debochar de você, ia apenas dizer que você não era linda, mas sim maravilhosa... – respondeu ele, a voz quase sumindo na ultima palavra.

– Ah... Obrigado. – agradeci um pouco nervosa.

Ouvi a risada dele ecoar no quarto escuro, antes de cair no sono.



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Notas finais do capítulo

O capitulo 14 vai demorar a sair... Eu empaquei rsrs :/