O Diário De Shiori escrita por AnkhPamy


Capítulo 10
Capitulo 10: “Ai que droga!”




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Minha semana havia começado normalmente, entretanto ocorreram imprevistos. Um demônio e um anjo, discussões, calafrios e uma mega queda de um penhasco foram parte do meu dia, hoje. Mas depois tudo começou a ficar escuro e a única coisa que pude dizer foi:

– Droga... – E essas foram minhas ultimas palavras.

Eu estava totalmente entorpecida, minha consciência vagava sem rumo. Na minha cabeça vinham imagens estranhas. A primeira foi de uma garota andando em um beco escuro em lugar estranho. Depois essa mesma garota encontrava um rapaz, eles dois pareciam combinar. Eles conversavam sem parar, mas após isto a garota sentiu que eu a olhava e praguejou algo em outra língua. De súbito a imagem desapareceu e me encontrei no vazio escuro. Observei que estava encostada num lugar duro e pontiagudo e depois fui erguida delicadamente. Em seguida, pequenas palmadas atingiram meu rosto. Então gemi e abri os olhos.

Um homem com aparência oriental me tinha em seu colo, e me olhava com calma. Acho que esperava que eu dissesse que estava bem. Mas depois o fitei novamente. Ele não era comum, ele tinha... tinha..tinha asas! Fiquei completamente abismada.

– O... O... Que é você? – gaguejei.

O anjo me olhou novamente e depois com uma voz intensa indagou:

– Está bem jovem? – disse ele sem responder minha pergunta.

Eu meneei a cabeça hesitante, pois sentia meu corpo dolorido.

– Certo. – murmurou ele me ajudando a levantar e depois continuou – A levarei para sua casa, ok?

–Sim, mas... – oscilei.

– Mas? – disse ele.

– Por favor, diga-me o que é você e o que houve realmente! Estou confusa, ocorreram tantas coisas... Preciso de respostas. E para agora! – exclamei.

– Certamente. – ponderou o homem. – Presumo que deve estar totalmente histérica internamente por causa do ocorrido. Mas não se preocupe, pois não... Acontecerá novamente... – disse ele meio incerto de sua resposta. E depois abriu as asas e se preparou para alçar vôo.

Fiquei meio tensa, mas ele me lançou um olhar sereno e puro como se dissesse: “Não tenha medo, não lhe farei mal”. Depois que estávamos no céu, envoltos pela bruma ele começou a falar.

– Sou Sota Oyakata, guardião e general celeste. E bem você foi atacada por um demônio, mas um jovem guardião a salvou. – concluiu ele e depois prosseguiu. – Não era pra acontecer isso realmente, e deveríamos apagar sua memória...

– Apagar minha memória? – sussurrei assustada o interrompendo. O vento me atingia tão forte lá no alto, que pensei que iria me ferir.

– Sim, mas algo impediu que isso ocorresse. – respondeu ele calmo. – Eu ainda não entendo por que.

Eu suspirei aliviada. Ótimo! Ninguém iria mexer na minha mente. Mas depois me lembrei de algo. O anjo, onde ele estava? Eu queria agradecê-lo.

– O que houve com o outro anjo? – perguntei e depois acrescentei desanimada. – E o que acontecerá comigo depois?

Ele ignorou a primeira pergunta só respondendo à segunda.

– Você ficará bem, até melhor do que posso crer... – murmurou confuso. –Mas não conte nada do que aconteceu para ninguém, certo?

Meneei a cabeça concordando. Por que mesmo que eu contasse para alguém quem iria acreditar? Pensariam que eu estava louca ou sobre efeito de alguma droga.

Então abruptamente atravessamos um tipo de portal, chegando a Tokio. Sobrevoamos a cidade por um tempinho a procura de minha casa. Foi fácil até essa parte, mas na hora do pouso num prédio vazio ao lado da minha rua, bem... Não foi assim tão “agradável”.

Gritei apavorada por um bom tempo. O general anjo cortava o ar com tanta velocidade que pensei que nos atracaríamos contra o prédio.

– Eu vou morrer! – gritei fechando os olhos e enfiando o rosto contra o peito dele, então escutei uma risada.

Ele está rindo da minha cara?! , vociferei mentalmente, Ora esse...

E então escutei alguns passos. Será que já tínhamos pousado? Como eu não percebi?

– Calma, está tudo bem. Já pousamos Você já pode abrir os olhos minha jovem. – murmurou ele.

Hesitante, resolvi abrir apenas um olho para conferir se era verdade. Sim, realmente tínhamos pousado. Fiquei extremamente aliviada.

– Pronto. Daqui você pode ir para sua casa em segurança. – pronunciou.

– Sim, obrigada!– agradeci e depois comecei a falar. – Mas, espera aí...

– Preciso ir. Adeus minha jovem! – exclamou ele se preparando para ir embora.

– Hey! Espere por favor... – gritei, porém foi tarde de mais ele já tinha alçado vôo.

– Droga! Por que as pessoas nunca esperam eu terminar de falar? – resmunguei.

Sem demoras eu corri para a escada do prédio. Queria chegar em casa e descansar um pouco. Fingir que nada tinha acontecido e mais nada.

– Oi mãe! – cumprimentei quando cheguei a casa.

– Oi filha! Como você parou ai? Você não tinha ido ao templo agora mesmo? – murmurou ela confusa. – Hm... Deixa para lá.

Eu ri e depois fui abraçá-la.

– O que houve filha? Por que está me abraçando? – perguntou ela.

– Nada mãe. Só queria lhe dar um abraço, só isso. – respondi.

– Ok, mas poderia ter vindo me abraçar antes ou quem sabe depois? Por que estou cozinhando. – falou ela ternamente.

– Está bem! Vou subir e descansar um pouco. – murmurei.


Corri para meu quarto afim de um pouco de paz e normalidade. Quando abri a porta de madeira e de cor branca do meu quarto, fiquei chocada com o que vi. Alguém tinha entrado nele e bagunçado tudo. A minha mãe não poderia ser, a não ser que antes de me encontrar no templo o demônio tenha passado nele para procurar algo. Revirei tudo para ver se ele não tinha levado nada, especialmente meu diário.

Bem, meu diário é algo velho e de um ancestral meu mas..., falei mentalmente

– Um livro, um ancestral meu... – repeti. – Ai, minha nossa!

Então algo que era tão, como eu poderia dizer... Tão na cara. E eu não percebi.

– O demônio procurava o meu diário. – sussurrei para mim mesma. – Mas o que ele tem de especial? O que o meio demônio havia dito mesmo?

Sentei-me no chão do quarto bagunçado a fim de lembrar as palavras da “conversa” que tive com um ser do outro mundo. Então lembrei, ele havia dito algo como: “ Preciso desse outro livro para aumentar os poderes de minha mestra...”

– Então se ele queria o diário a fim de usar para aumentar poderes... Quer dizer que meu diário tem poderes mágicos! – exclamei freneticamente.

Mas depois outras perguntas surgiram a minha mente. Como meu diário podia ser um livro mágico, se nem feitiços escritos ou qualquer coisa ligada com magia havia nele? E como eu conseguiria descobrir como usar esse poder?

Inesperadamente o rosto do tal guardião que me salvou surgiu na minha mente.

– Ele... Ele pode me ajudar. – arfei. – Preciso encontrá-lo.

Mas antes de fazer qualquer tipo de loucura resolvi descansar. Joguei-me na cama desarrumada afim de um descanso. Fiquei tão confortável no meio da bagunça que não foi difícil para dormir e sonhar.

Sonhei tanto quanto pude. Mas foram sonhos tão estranhos. O primeiro eu estava sozinha sentada na beira de um rio cercado pela bruma refletindo sobre a vida. Entretanto um garoto apareceu do nada. Tive medo e então pronunciei em voz alta, algo como: Ignis malis e apliquei um golpe mágico. Foi tão incrível o que eu fiz que a cena repetiu-se duas vezes. Bem eu podia não saber o que significa esse tal de ignis não sei o que, mas foi legal. Quando cheguei perto do garoto estranho reparei que eu tinha feito uma grande burrada. Era o guardião... Mas sem asas e aquela roupa de guerreiro... Estranho.

– Nossa! O que eu fiz? – gritei desesperada me jogando no chão para tentar reanimar o garoto. – Por favor, acorde! Acorde!

Repentinamente o sonho mudou totalmente. Eu estava em Paris enfrente a torre Eiffel e havia começado a chover muito. Tentei correr para a área embaixo da torre, mas acabei caindo e machucando meu pé. Então de longe eu a vi, a mesma garota do beco de meu outro sonho. Sentada, perto da área de patinação embaixo da torre gigante de ferro. Ela olhava um espelho de prata com tanta concentração, depois observei que sua boca também mexia. Era como se ela falasse com o espelho ou algo dentro dele. E mas uma vez, como se eu já soubesse que aconteceria, a garota levantou o rosto e me lançou um olhar furioso e sua imagem mudou. Agora não era apenas mais uma garota comum, ela tinha asas negras como de um corvo e seus olhos pareciam fogo.

Eu gritei assustada, e me pareceu que a garota também se assustou voltando a sua forma normal, mas agora seu olhar era vazio.

E mais uma vez fui arrastada para o escuro, mas dessa vez nele havia um pequeno ponto de luz. A luz se ampliava em meio à escuridão e um barulho vindo dela aumentava. Plaft! E ouve um baque. Logo abri meus olhos despertando. O barulho estava perto de minha casa.

– Será que é outro... – sussurrei meio grogue. Não podia ser outro demônio, por que um guardião havia me jurado que não me aconteceria mais nada. Decidi averiguar. Fui até janela e subi em um galho da árvore que ficava ao lado de minha janela. Iria por ali, para minha mãe não me ver e seguir. Depois que desci da árvore, corri evitando fazer ruído até o quintal, só podia vir do templo o barulho. Quando me aproximei escutei vozes.

– Izayoi o que eu faço? Estou sem meus poderes e minhas asas, só me resta à força. – choramingou a voz conhecida.

– Não sei guardião... – respondeu a menina.

Guardião? – sussurrei. Só podia ser o tal que me salvou. Tentei prestar mais atenção na conversar, me ajoelhei e coloquei meu ouvido contra parede.

–Por favor, Izayoi não me chame assim. Não sou mais guardião. Chame-me de Seth apenas. – disse ele e depois prosseguiu. – Se pelo menos eu ainda pudesse usar o teles transportum , mas não! Até isso não me deixaram...

– Hm..Seth.. Então é esse seu nome... E o que é esse teles transportum?– murmurei e depois do nada estava na parte de dentro do templo.

– Ahh. – arfou a menina.



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