A herdeira do Lorde II escrita por letter


Capítulo 22
Capítulo 20 - Chamber of secret


Notas iniciais do capítulo

Oie pessoal, bom nem vou falar sobre minha demora, porém para parar de enrolar com a fic postarei os outros capítulos com intervalo de dias de mais ou menos, três a quatro, para finalizá-la de uma vez, afinal, vocês já devem ter perdido o saco que tinha pra ela. Será tipo uma maratona, espero que gostem do capítulo. Assim que a Naty me mandar o capítulo betado vou substituir esse, relevem os erros.
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*24/11 - capitulo substituído



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     Dumbledore andava em círculos por sua pequena sala, acariciando a rala barba que já estava de tamanho mediano. Seus olhos às vezes se estreitavam para mim, mas não por muito tempo para que os outros percebessem.

     - Sabe senhorita Tonks, aquela história de que viera pedir refúgio por conta dos ataques nazistas nunca caiu bem para mim. – murmurou ele por fim.

     - Porque a guerra já estava praticamente acabada. – supôs Minnie.

     - O que? – perguntou Dumbledore esbugalhando os olhos por trás dos oclinhos de meia lua, como se a possibilidade desta ideia nunca houvesse passado por sua cabeça. – Não, não.      Porque Hilary nunca ousaria enfrentar um bruxo, poucas palavras murmuradas por Annabelly e ele estaria morto.

     - Hitler. – corrigiu Minerva.

     - Então porque ninguém o parou antes? – perguntou Dorea. – Com um feitiço ou coisa do tipo?

     - Alguns seguidores de Grindelwald o protegiam e a história é longa, há boatos de que eles tomavam sorvete juntos. – contou Dumbledore assombrado.

     Aquilo não fazia o menor dos sentidos, mas ninguém disse mais nada.

     - E aquele vira-tempo que foi confiscado de você, eu senti o poder nele. – continuou Dumbledore. – Você sabe o que aconteceu com os bruxos que mexeram com o tempo Annabelly?

     - Coisa terríveis. – respondi.

     - Sim, e coisa terríveis acontecerão com você, não pense que não. Por mais que suas ações sejam de boa vontade, você não fugirá das consequências. – coisas terríveis já vinham acontecendo comigo, o tempo voava no futuro e minha lembrança ia sendo apagada da mente das pessoas que eu mais amava a cada dia.

     - Estou ciente disso.

     - Belly você pode nos contar o que acontece com cada um de nós, no futuro? – perguntou Charlus excitado, olhando para Dorea que corou.

     - Ela poderia. – Dumbledore disse antes que eu abrisse a boca. – Mas seria errado, nada melhor do que cada um traçar o seu caminho, fazer suas escolhas e cometer os seus erros para descobrirem quem realmente são e aonde vão chegar. Não teria graça viver uma vida que já está prescrita, sabendo o que acontecerá no dia seguinte. As surpresas são parte da vida e o futuro é incerto, ele pode mudar. Annabelly está se garantindo quanto a isso.

     - Quer dizer que vai nos apoiar? – perguntei. – Senhor?

     - Sim, irei. – Dumbledore andou até a janela escancarada, deixando que uma lufada de vento bagunçasse seus cabelos e sua barba. – Também sempre soube que Tom é muito mais do que parece.

     - Não podemos simplesmente jogá-lo em uma masmorra ou trancafiá-lo em Azkaban antes que ele comece tudo o que Annabelly diz que ele vai começar? – perguntou Dorea.

     - Não minha jovem. – rebateu Dumbledore. – Ele já começou, já têm seus seguidores e duas horcruxes a se destruir. Temos Annabelly até que consigamos destruir a primeira, e logo estaremos por nossa conta.

     - Já expliquei a Minerva o que será as próximas horcruxes e onde encontrá-las. De qualquer modo, terão de esperar que ele as crie para que possam destruí-las. – falei.

     - Vai encurtar o seu reinado, por assim dizer. – falou Dumbledore. – E assim que ele começar a agir, contra atacaremos.

     - Conseguiremos ajuda? – perguntou Augusta Longbottom.

     - Oh sim, e muita. Há mais bruxos empenhados a combater a força das trevas do que vocês imaginam.

     - Ótimo. – falei levantando. – O tempo é curto, e eu sei como destruirei a primeira Horcrux.     Minnie vai comigo para me auxiliar, e assim que ela for destruída Tom irá saber e vocês estarão todos sob a proteção de Dumbledore e eu...

     - Estará a mercê do tempo. – completou Dumbledore.

     Assenti para ele. Dumbledore voltou os olhos para fora da janela em que se apoiava, fitando a lua que estava cheia.

     - Quando jovem eu me enamorava da ideia de criar um grupo de bruxos, se empenhando para um bem maior. – eu conhecia essa história, fora daí que Dumbledore se juntará com      Grindelwald, ambos empenhados em atingir um objetivo e serem grandes. Dumbledore abandou Grindelwald a tempo de se redimir com o certo, mas por um triz ele não se entregará ao lado das trevas, porém essa história o mundo só viria a conhecer após a sua morte, mais de meio século após essa data. – Talvez agora eu esteja finalmente em um grupo, no grupo certo.

     - Deveríamos ter um nome, não? – perguntou Charlus animado. – O bobão do Tom tem      seus Comensais, nós poderíamos ter a nossa própria Ordem. – sugeriu ele.

     No momento em que sugeriu, a fênix de Dumbledore entrou pela janela em que ele se encostava, e se apoiou em seu ombro, soltando uma saudosa exclamação. Os olhos de      Dumbledore brilharam e um sorriso abriu no seu rosto.

     - A Ordem da Fênix – anunciamos Dumbledore e eu em uníssono.

-x-

     Tudo vinha dado tão certo que parecia um tanto irreal os acontecimentos. Veja bem, eu nunca pude contar muito com a sorte seja no passado ou seja no futuro, e sempre que as coisas iam “bem demais” eu começava a desconfiar, como se fosse apenas uma pausa para respirar antes que a próxima avalanche de complicações caísse sobre mim. Mas prometi a mim mesma que não pensaria nisso agora.

     Uma parte de mim sabia que isso estava chegando perto do fim. Nas últimas noites eu mal conseguia fechar os olhos, como se a qualquer momento o portal de volta para o futuro fosse se materializar ao meu lado, meu cérebro estava sempre em alerta e eu sabia que já estava lutando contra o tempo. O ano que conseguira para ficar no passado estava acabando, mesmo que aparentemente não houvesse passado nem a metade, mas o que contava era o futuro. O vira-tempo pendurado em meu peito liberava um calor contra minha pele e a areia mágica que caía dele estava ao fim. Logo eu estaria em casa.

     - Belly. – sussurrou Minerva com a varinha em punho. – Você está com medo?

     Não havia notado, mas eu estava tremendo, e eu tinha certeza que isso não era por conta do frio. Mas medo? Não, eu não estava... Ou estava?

     - Eu não sei. – respondi com sinceridade, chegando ao segundo andar. Ele estava deserto, o que era compreensível por ser hora do jantar. Todos os alunos haviam voltado das férias de      Natal e estavam reunidos no banquete de boas-vindas. Com certeza minha falta seria sentida na mesa da Sonserina, uma vez que todos os Comensais estariam reunidos e Tom divulgaria o que andara fazendo durante as férias, qualquer atividade em segredo. Ele havia confirmado minha presença logo depois do jantar na Sala Precisa, mas eu não poderia me dar ao luxo de descobrir mais de seus planos. Tempo é tempo.

     - Vai dar tudo certo. – assenti, imaginando como Alice estaria ao meu lado ao invés de Minerva, com certeza ela teria colocado o choramingo de lado e estaria correndo a frente, com sua sede de destruição a qual vinha reprimindo. – Esse banheiro... – Minerva olhou para ele franzindo o cenho antes de entramos. – Está interditado há quase dois anos, o que estamos fazendo aqui?

     - É a entrada da Câmera Secreta. – contei.

     - Imaginei que era uma lenda. O monstro atacou alguns alunos há dois anos e houve uma morte, mas... Pensamos que era outra coisa, não o verdadeiro monstro. Hagrid foi até expulso.

     - Armações de Tom Riddle. – falei simplesmente.

     Quando entramos, o banheiro estava minimamente empossado, como se as torneiras tivessem sido ligadas e os lavatórios não suportaram a quantidade de água. Minerva andava com cuidado pela água, me seguindo.

     - Não gosto daqui. – confessou ela – É como se alguém mais estivesse aqui. – sussurrou      Minerva, como se alguém pudesse nos ouvir.

     - Eu estou aqui. – guinchou uma vozinha rançosa, saindo de trás de um dos boxes entre abertos, a porta do box se abriu com um rangido e um rosto fantasmagórico se materializou olhando de rabo de olhos para nós por trás dele.

     - Rosalina! – exclamou Minerva cambaleando para trás.

     - Oi Minnie. – cumprimentou a fantasma saindo de trás no box.

     - Murta? – franzi o cenho. – Você se chama Rosalina? – isso definitivamente nunca passara por minha cabeça.

     - Você não... – Minerva não conseguiu falar.

     - Morreu? Sim, mas eu fiquei com medo e resolvi ficar por aqui. – a Murta deu de ombros e flutuou até nós. – Olívia Hornby estava caçoando de meus óculos e eu vim chorar no banheiro, quando ouvi uma voz estranha, a voz de um garoto e quando olhei para ver quem era, morri.

     - Era o monstro da Câmera Secreta. – contei a Minerva – Não olhe nos olhos dele em hipótese alguma.

     - Rosa, sinto muito. – disse Minerva. – Eu não sabia que você ficava por aqui... Ninguém mais passa por aqui.

     - Minnie, não quero te apressar, mas não temos tempo.

     - A onde vão? – perguntou a Murta que Geme.

     - Atrás do Monstro que te matou. – A Murta semicerrou os olhos.

     - É a terceira pia. – apontou ela dando de ombros. – Se morrerem eu divido o banheiro com vocês. – e como se houvesse acabado de se esbarrar com uma velha amiga, o que é bem provável, a Murta voltou para seu box. Minerva ainda estava um tanto perplexa com o encontro, murmurando coisas ininteligíveis, tive de arrastá-la até a terceira pia.

     - Abra. – ordenei, usando minhas habilidades como ofidioglota.

     Minerva continuava murmurando coisas ininteligíveis, e por algum motivo aquilo me incomodava, pressionava minha cabeça, me virei para ela na intenção de pedir para que calasse, quando notei que ela estava calada, me olhando de forma curiosa.

     O lavatório inteiro se despregou do chão com todas as pias de seu conjunto se movendo com um rangido para o lado, dando espaço a uma pequena cavidade escondia no chão, apertada demais para se passar.

     - Pronta? – perguntei, Minerva assentiu.

     Demos as mãos e juntas entramos dentro do buraco no chão, porém não tinha onde se apoiar e caímos em queda livre.

     - Aresto Momentum! – exclamou Minerva, e desaceleramos no ar, caindo no chão tão leve quanto uma pena.

     - Boa. – falei me levantando.

     O chão estava enfeitado com restos de ossos de pequenos animais e um cheiro de putrefação atingira minhas narinas.

     - Ande olhando para baixo, certo? – Minerva assentiu. – Posso controlar o monstro.

     - Tem certeza? – perguntou ela.

     - Não. – respondi sinceramente. – Mas sou a Herdeira do Lorde e descendente direta de      Salazar Slytherin, esse monstro me deve obediência. – ou assim eu esperava.

     Andamos mais um pouco e demos de cara com nosso caminho lacrado por um porta lacrada a serpente.

     - Qual a palavrinha mágica? – perguntou Minnie em tom de zombaria.

     - Abra. – pedi novamente, em meus ouvidos minha voz soava normal, mas eu sabia que ela estava tudo, menos normal nessa hora.

     Um corredor iluminado por uma bruxuleante luz verde se estendia a nossa frente, suas margens eram banhadas por uma água escura, e algo me dizia que o lago negro poderia ser acessado a partir dali.

     - Que barulho é esse? – perguntei alterada, o som ininteligível novamente atingia meus ouvidos.

     - Não há barulho nenhum Belly. – disse Minerva fitando os próprios pés, olhando de soslaio percebi que sua coragem estava sendo abalada e que como eu, ela também tremia.

     - Será que o monstro está aqui? – perguntei olhando para os lados, não havia nada a ser visto, a não ser uma decoração sombria com o rosto de Salazar Slytherin esculpido em pedra por todos os lados.

     - Não acho que ele saiu para dar uma volta. – respondeu ela.

     - Annabelly.

     - O que foi? – perguntei olhando para Minnie, ela levantou o rosto por um momento confusa.

     - Eu não disse nada.

     - Annabelly Lestrange.

     O monstro. Ele estava ali. E ele estava falando comigo.

     - Abaixa! – berrei no momento em que uma onda viera com uma estrondosa força para cima de nós duas, nos molhando.

     Enquanto a água baixava, eu via com os olhos embaçados uma serpente grande demais.     Não uma serpente, um basilisco. O monstro.

     - Minnie, não levanta os olhos. – adverti. – Ele está aqui.

     - Eu sei. – falou ela, com os dentes trincados, apertando a varinha com tanta força entre as mãos que eu temia que ela iria quebrar.

     - Posso olhar para você? – perguntei.

     - Se você está perguntando se irei matá-la ou petrificá-la a resposta é não minha lady.

     Um arrepio correu por meu corpo. Ele falava comigo da mesma maneira que o próprio Tom      Riddle falava, isso era assustador.

     Levantei os olhos para o enorme basilisco a minha frente.

     - Meu senhor primeiro ordenou que eu nunca afetasse sangue do seu sangue, você é a herdeira.

     - Sim. – respondi. – Preciso de sua presa.

     - Creio não poder dá-la minha lady. – o basilisco rastejava até nós. – Quero sangue, sinto cheiro de sangue, de medo.

     Minerva tremia involuntariamente como se estivesse tendo uma convulsão.

     - Belly. – choramingou ela.

     - Ela está comigo, deixa-a em paz.

     - Sinto fome, sinto saudades do gosto de sangue em minha boca.

     - Você quer algo para comer?

     - Por favor.

     Uma ideia maluca se materializara em minha mente, tirei o anel de Tom Riddle de meu dedo anelar, e o silvo ininteligível voltou a soar com maior intensidade em meus ouvidos. Era a Horcrux falando comigo.

     - Pega. – falei jogando o anel na direção do basilisco, que o catou com uma bocada.

     Para ele era como se não houvesse pego nada, o anel já minúsculo não parecia mais do que um grão de areia ao seu lado. O basilisco pareceu procurar algo na sua boca, para ter certeza de que joguei realmente alguma coisa para ele, e para se certificar mastigou. Cruzei os dedos torcendo para que não houvesse engolido o anel de uma vez e estivesse mastigando-o agora.

     Eu estava prestes a entender que ele engolira o anel e que todo o plano fora por água abaixo por uma ação estúpida e precipitada, quando um solavanco atingiu meu estômago com tamanha força que caí curvada sobre meus próprios joelhos.

     Ouvi um grito saindo de dentro de mim e me visão escureceu, e de repente eu não era eu, eu era Tom Riddle, caído sobre os próprios joelhos, em volta de seus Comensais numa escura sala precisa.

     - Annabelly! – berrou ele tão alto do sétimo andar, que consegui voltar a minha mente, e meu nome ressoava em meus ouvidos, como se sua voz houvesse chegado à Câmara Secreta.

     Mas de repente eu não estava gritando nem caída, estava correndo cambaleante, sendo puxada pelo braço por Minerva.

     - Minnie. – murmurei quase voz.

     - Apenas corra! – exclamou ela, e novamente senti minha visão ficando turva.



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Notas finais do capítulo

Não deixem de comentar, e talvez no fim de semana ou no começo da semana já posto o outro, beijinhos.